terça-feira, 11 de agosto de 2015

O ZERO, O UM E AS QUATRO OPERAÇÕES

O zero, o um e as quatro operações

Adaptado de

IFRAH, Georges. Os Números: História de uma grande invenção. 10ª ed. São Paulo, Globo, 2001

Programa Educ@r - educar.sc.usp.br/matematica/m3p1t3.htm, acesso em 20-04-2012







Existem dois números que se comportam de maneira bastante especial com relação às quatro operações elementares. Estamos nos referindo ao zero e ao um.

São comuns estas opiniões sobre o zero: 
Elas fazem sentido quando pensamos o zero associado à subtração. De fato, somando zero a um número ou subtraindo zero de um número obtemos sempre o próprio número. Estes fatos podem ser representados assim:

p + 0 = p
p - 0 = p

A letra p representa qualquer número

Entretanto, o papel do zero na multiplicação é bem diferente.
Veja: 5 x 0 = 0 + 0 + 0 + 0 + 0 = 0
0 x 3 = 3 x 0 = 0 + 0 + 0 = 0

De um modo geral:

a x 0 = 0 x a = 0
A letra a representa qualquer número

O zero como fator de uma multiplicação é "arrasador". Anula qualquer produto.
Vejamos agora o comportamento do zero na divisão. Lembremos que dividir por b significa encontrar c de modo que c x b = a (estamos nos referindo à divisão exata).
Como dividendo o zero não oferece dificuldades. Por exemplo: 0 : 7 = 0 pois 0 x 7 = 0.

Agora vamos analisar um caso em que o zero é divisor. Por exemplo: dividir 2 por 0 é encontrar um número que multiplicado por 0 dê 2. Em outros termos:

se 2 : 0 = q então q x 0 = 2


Sucede que não existe um número que multiplicado por 0 dê 2, pois todo número multiplicado por 0 dá 0. Logo, não existe o quociente da divisão de 2 por 0. Tal divisão é impossível.
Há ainda um caso a ser pensado: aquele em que o dividendo e o divisor são iguais a zero. Dividir 0 por 0 é encontrar um número que multiplicado por zero dê zero. Ora, todo número serve! Então haveria infinitos quocientes para a divisão de zero por zero. Esta situação criaria embaraços. Para a matemática, não há interesse algum em ter-se infinitos quocientes para uma só divisão. Por isso, também não se permite a divisão de zero por zero.

Moral da história: o zero nunca pode ser divisor!

Como já vimos, na adição o zero é neutro. Com relação à multiplicação, quem desempenha esse papel de neutralidade é o 1 uma vez que: a x 1 = 1 x a = a, qualquer que seja o número a (ou melhor, o número representado pela letra a).
Veja então que este carácter de neutralidade ou não do zero e do um não é absoluto. Ele é relativo à operação considerada.

Responda as perguntas:
a) Quais são as operações que têm a propriedade associativa?

b) Qual é o número que desempenha o papel de neutralidade na adição? .
E na multiplicação? .
c) Mostre por que o zero nunca pode ser divisor:
.


Parte inferior do formulário
Outras propriedades da divisão exata

Observe a tabela e procure descobrir que regularidade ela contém.

dividendo
divisor
quociente
6
2
3
12
4
3
18
6
3
24
8
3
30
10
3
36
12
3
42
14
3
48
16
3

A primeira linha correspondente à divisão exata 6 : 2 = 3. Da primeira para segunda linha, o dividendo e o divisor foram ambos multiplicados por 2; o quociente permaneceu inalterado. Da primeira para a terceira linha, o dividendo e o divisor foram multiplicados por 3; o quociente é o mesmo. E assim por diante; cada divisão foi gerada a partir da primeira, multiplicando-se o dividendo e o divisor por um mesmo número. O quociente não muda.
Generalizando, podemos representar esta propriedade assim:

se a : b = c, então (ma) : (mb) = c

Pelo que vimos as letras b e m não podem representar o número zero.
Agora observe esta outra tabela. Que regularidade ela contém?

dividendo
divisor
quociente
6
2
3
12
2
6
18
2
9
24
2
12
30
2
15
36
2
18
42
2
21
48
2
24

Note que o divisor é constante. Da primeira divisão para as seguintes, o dividendo foi multiplicado por 2, 3, 4, etc. Observe que o quociente correspondente também ficou multiplicado por 2, 3, 4, etc.

Vamos generalizar esta conclusão:

se a : b = c, então (ma) : b = (mc)

A letra b não pode representar o número zero.
Preencha os espaços em branco de acordo com o desenho:

A = , B = , C = , D = , E = , F = , G = , H = , I = 

O algoritmo tradicional da divisão

Você já conhece este algoritmo:

       

                                  
Trata-se de uma técnica para dividir que é, sem dúvida, bastante eficiente. 

Vamos discutir a compreensão da mesma.

·  Por que dividimos 7 por 6?
·  Por que abaixamos o 9 e não o 98?
·  Por que dizemos: 3 vezes 6 é 18, para 19 falta 1?

Par facilitar a compreensão do algoritmo usaremos materiais didáticos. São adequados o ábaco (apresentado no módulo 1) e o material dourado (módulo 2).
Vamos representar o número 798 com o material dourado: 


Para dividir 798 por 6 vamos distribuir igualmente 798 em 6 grupos: 



Começaremos distribuindo as centenas. 



Desagrupamos a centena restante transformando-a em 10 dezenas. Agora temos 19 dezenas. 


Distribuímos as dezenas. 



Desagrupamos a dezena restante transformando-a em 10 unidades. Agora temos 18 unidades. 



Finalmente distribuímos as unidades. 



Em cada um dos 6 grupos temos 133 unidades. Esta divisão é exata, isto é, seu resto é zero.
A compreensão deste algoritmo da divisão depende da compreensão do nosso sistema de numeração, do domínio da subtração e de uma certa experiência com estimativas e cálculo mental.
No trabalho de sala de aula constatamos que a compreensão e o domínio desta  técnica por parte dos alunos não é um processo simples.


Complete os quadradinhos do algaritmo da divisão, representado abaixo, com os algarismos corretos:


A = , B = , C = , D = , E = 






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