FACULTAD DE CIENCIAS DE LA EDUCACIÓN
Código do Programa: Seminário Temático V: Estratégias de Ensino e Aprendizagem
Carga Horaria: 35
h
Nome da Profesor/a: Drª. Iana Muniz
Fecha de Inicio : 12 a 16
de Enero de 2012
__________________________________________________
ORIGEM HISTÓRICA
“O germe do associacionismo pode ser
encontrado já em Aristóteles, quando observou que uma coisa faz a gente
lembrar-se de outra. Se (A) faz com que a gente se lembre de (B), qual é a
relação de (A) para (B)?” Segundo MILHOLLAN e FORISSHA (1978: 30), a chamada
Psicologia Científica do Século XIX – XX derivou-se de dois grandes movimentos:
1-A critica ao racionalismo cartesiano - ruptura contra inadequações e
inconsistências das tendências menta listas [objeto de estudo: consciência], e
à introspecção como método único de investigação dos sistemas psicológicos
anteriores - disciplina mental e a percepção. 2-O surgimento da teoria
positivista da ciência - do filósofo francês Augusto Comte (1789-1857).
TEORIA
PSICOLÓGICA BEHAVIORISTA OU AMBIENTALISTA, OU COMPORTAMENTISTA, OU
ASSOCIACIONISTA, E SEUS TIPOS E TEÓRICOS
Segundo MERCHAN (2000: 23), “Os comportamentistas entendiam a aprendizagem como um processo
pelo qual mudava a conduta de um organismo, sempre que, nas mudanças, não se
dava a maturação e não tinham caráter
ocasional (como as mudanças de conduta que são respostas, por exemplo, a
fadiga) mas que sejam estáveis”. Em seu desenvolvimento a teoria
condutista se baseou nos
seguintes pressupostos:
1- Compreende o associacionismo como
aspecto essencial da aprendizagem.
2- O reducionismo ambientalista é mais
ou menos radical conforme o momento ou o investigador.
3- O ambientalismo está na base de
condutas consideradas passivas no processo de aprendizagem.
4- A crença de que toda conduta por
mais complexa que seja, se pode separar em elementos simples.
5- A equipe tencialidade das leis da
aprendizagem, em qualquer ambiente ou referida a qualquer tipo de organismo.
“As posturas condutistas se centraram na utilização de três idéias principais:
1 – Reducionismo: A experiência pode
ser decomposta em suas partes elementares. Mediante o método analítico pode-se
estudá-los separadamente para estabelecer uma explicação comum.
2 – Causalidade: Tudo é explicável em forma
de relações simples de causaefeito. É possível a análise de situações mediante
sistemas fechados aos que supõem estar fora da influencia ambiental.
3 – Determinismo: “O sentido
mecanicista que se dá à ordem natural das coisas leva a afirmar que tudo está
predeterminado no mundo, e em última instância, a conduta segue o rumo pelas
leis naturais.”
(Delclaux, p. 27 em SALVAT, CD) A partir de um conjunto de princípios específicos da aprendizagem,
que permitiam explicar a conduta do indivíduo ou animal, foram desenvolvidos
pelo behaviorismo, dois modelos teóricos de aprendizagem, o CONDICIONAMENTO
CLÁSSICO e o CONDICIONAMENTO INSTRUMENTAL OU OPERANTE. Estes modelos permitiram
verificar que os princípios da aprendizagem não são aplicados a todas condutas.
Tem que se levar em conta a influência de fatores biológicos de uma conduta e a
predisposição evolutiva para aprender determinadas respostas ou associações de
estímulos. O embasamento teórico, a partir de experimentação e formulação de
princípios, que constituem a base do behaviorismo, aconteceu ao longo das
primeiras décadas do século XX nos Estados Unidos e na Europa.
1 – Todo comportamento animal – incluindo o homem – pode ser estudado em termos de estímulo e respostas, formação de hábitos e similares.
2 –É possível conhecer e controlar a
conduta na medida que os estímulos permitem prever respostas e vice-versa.
3 – Segundo
Leahey em (MERCHAN,2000: 23), referindo-se a Watson: (...)” a aprenzagem é um processo incosciente, de sorte que a
consciencia não desempenhava nenhum papel no aperfeiçoamento do pensamento.
(...) Todo pensamento ocorre na musculatura periférica (...) e opinava que os
psicólogos deviam arquivar os problemas “banais” problemas da cognição, até
poderem estabelecerem bases firmes nos estudos dos processos mais simples” “É
obvio que Watson desejava reformular os métodos, problemas e objetivos da
psicologia. Substituir a introspecção pelo condicionamento clássico; as
questões da atenção, do sentimento, do pensamento e a descrição da consciência,
pelo problema da aprendizagem. O objetivo da explicação psicológica seria
substituído pela predição prospectiva e o controle da conduta seria concebido
segundo o modelo da física”.
A) SEGUNDO IVAN PETROVC PAVLOV
(1849/1936)
O condicionamento clássico, também
chamado respondente, foi originalmente estudado por Pavlov que iniciou suas
pesquisas em um cão, em situação de laboratório. Essa forma de condicionamento
é o fundamento de uma série de comportamentos reflexos involuntários Ao
descobrir e iniciar a investigação do condicionamento clássico, como método de
análise da conduta, Pavlov, através dos seus estudos sobre a conduta reflexa,
embasou tecnicamente a Psicologia da Aprendizagem. Para ele o processo de
aprendizagem consistia na formação de uma associação entre um estímulo e um
resposta aprendida através da contigüidade, envolvendo alguma espécie de
conexão no sistema nervoso central entre um S (estímulo) e um R (reflexo ou
resposta)
O princípio básico desta teoria estava
relacionado com o associacionismo, levando Pavlov tentar associar, em
experiência com animais em laboratório, um estímulo neutro (som) com uma
resposta (salivação) que em princípio estava associado a outro estímulo (a
comida).
Nesse tipo de aprendizagem há momentos
bem nítidos, a saber:
1 – O processo de condicionamento
clássico (reflexo)
FASES
A(salivação)
|
EC
EI → → → → RI
|
EC = estímulo condicionado ou neutro (luz)
EI = estímulo Incondicionado (comida) → RI = resposta incondicionada
|
B(comida)
|
EC + EI → → RI
|
EC = estímulo condicionado ou neutro (luz) + EI = estímulo
incondicionado
→→→ RI = resposta incondicionada (salivação)
|
C(salivação)
|
EC → → → RC
|
EC = estímulo condicionado ou neutro (luz) → RC = reposta condicionada
|
2 – O processo de generalização que
permite a aparição de resposta similar à condicionada, a um estimulo semelhante
ao que se usou no condicionamento original – cão saliva com o som de campainha,
pode salivar com o som de um diapasão. Generalizar é descobrir semelhanças no
estímulo.
3 – O processo de discriminação é o
oposto a generalização. O organismo dá resposta a um dado estímulo, mas não a
estímulos semelhantes a ele, diferenciando assim respostas a estímulos
diferentes - cão saliva com o som de campainha, mas não saliva com o som de um
diapasão. Discriminar é encontrar diferenças e está influenciado pelo grau de
maturação do indivíduo, não acessível a organismos imaturos.
4 – O processo de extinção é o
enfraquecimento de uma resposta, devido à apresentação do estímulo condicionado
independente do estímulo incondicionado, atuando assim como supressor ou
inibidor de uma resposta – Apresentando-se a campainha, sem a apresentação da
carne em pó, pode aguardar que a extinção ocorra após certo tempo.
5 – O processo de recuperação do
comportamento extinto acontece quando o sujeito é colocado na situação
experimental – o cão, no qual já ocorrera a extinção, pode voltar a salivar quando
recolocado na sala experimental. A recuperação espontânea é a reintegração do
comportamento extinto.
Fatores que influenciam no
condicionamento:
1 - Intervalo de tempo entre EC-EI
→elemento reforçador ou debilitador da contiguidade e suas consequências;
2 – O efeito de duração dos intervalos
entre ensaios experimentais;
3 – A intensidade e a duração do EI e
do EC e suas consequências na resposta.
B) SEGUNDO JOHN B.WATSON (1878/1958) - base empirista Watson foi o iniciador da escola behaviorista, considerou
a pesquisa animal a única verdadeira por ser extrospectiva e não mentalista.
Com Watson, a Psicologia mudou seu foco, da consciência, dos fenômenos
psíquicos, para o comportamento e dado observáveis e verificáveis. Sofreu
influência da filosofia empírica de John Locke e da psicologia fisiológica de
Ivan Pavlov, de quem aceitou o condicionamento clássico para explicar a
aprendizagem, admitindo que nascemos com certas conexões de estímulo-resposta
chamados reflexos.
Watson foi o primeiro representante do
ambientalismo, lançou o behaviorismo e transformou o estudo da aprendizagem em
um processo pelo qual a conduta de um organismo muda como resultado da
experiência. Afirmou que não há limite para o efeito do ambiente sobre a
natureza humana. Watson não foi muito profundo no trato dos problemas de
aprendizagem.
De acordo com GOULART (1987 – p.43), três pontos fundamentais desta concepção no pensamento de Watson:
1 – A rejeição da introspecção como
fonte insatisfatória de dados pela falta de objetividade, a rejeição ao estudo
da consciência e da análise da motivação em termos de instintos.
2 – A crença de que a hereditariedade
determina o comportamento humano.
3 – A afirmativa de que o efeito deste
ambiente se dá principalmente através de um processo de condicionamento de
reflexos ou involuntários. Sua Psicologia é conhecida como behaviorismo, termo
que engloba todas as teorias de condicionamento S-R.
A) EDWARD LEE THORNDIKE (1874/1949) - base empirista Thorndike foi o pioneiro das tentativas para compreender
a aprendizagem dos animais através da realização de experimentos. Para ele,
aprender consistia em estabelecer uma conexão entre uma resposta e a produção
de situação agradável e que a repetição de um ato que causava um resultado
agradável, aumentava a probabilidade de ocorrência deste ato – era a Lei do
Efeito. Fez da aprendizagem, particularmente a aprendizagem por consequências
recompensadoras, um conceito central da psicologia, estabelecendo assim, os
princípios do condicionamento operante.
Seu trabalho foi influenciado por
várias correntes, dentre elas estão:
1 – Teoria Evolucionista de Darwin –
aproximou o comportamento humano e animal.
2 – Tradição Associacionista – presumiu
que a aprendizagem é a formação de laços associativos, ou conexões, processo de
ligação de acontecimentos físicos (estímulos e respostas) e acontecimentos
mentais (coisas sentidas ou percebidas), em várias combinações. Thorndike
achava que o principal caminho para a formação de conexões do tipo S-R era
através de ensaio e erro ao acaso. Para Thorndike a aprendizagem, é o processo
(passivo, mecânico e automático) de selecionar e associar unidades físicas e
mentais, gravando as respostas corretas e eliminando as incorretas, como
resultado de suas conseqüências agradáveis (recompensa) ou desagradáveis
(punição). A esse gravar e eliminar deu o nome de consequências da Lei de
Efeito, segundo a qual, se consolida a resposta seguida de satisfação e tende a
desaparecer a seguida de castigo.
De acordo com BIGGE (1977 p.56), Thorndike formulou “leis” da aprendizagem, a saber:
1 –A lei de prontidão – quando uma
unidade de condução (neurônio e sinapse envolvidos no estabelecimento de uma
ligação ou conexão) está pronta para conduzir, conduzir é gratificante e não
conduzir é irritante.
2 – A lei do efeito –uma resposta é
fortalecida se seguida de prazer e enfraquecida se seguida de dor ou castigo.
3 – A lei do exercício ou da repetição
– quanto mais um estímulo-resposta for repetido e se conecte com uma recompensa
por mais tempo será retido.
Clark L. Hull pensou na aprendizagem em termos de conexões receptorasgeradoras e em
reforçamento em termos de redução de necessidade ou de estímulos de impulso. Na
década de trinta a Lei do Efeito voltou a ser a pedra angular do behaviorismo,
associada, desta vez ao nome de Hull. Ele erigiu uma teoria detalhada e
específica, tratando da motivação e introduziu uma nova modalidade no
tratamento do método científico. Segundo Tolman A Lei do Efeito foi abalada, no
final da década de trinta, pela descoberta de
que, não há somente recompensas, há também punições que o homem ou animal
procuram evitar.
“A explicação da recompensa, assim como
da punição, tornava-se explicável por - Tolman – que admitiu a construção de
uma espécie de mundo real dentro do sistema nervoso, quer quando se é
gratificado, quer quando se tenta o comportamento de esquiva”. (GOULART, 1987 –
p.44).
A teoria de Tolman é a única behaviorista que explica a aprendizagem segundo um
modelo hipotético-dedutivo. B.F. SKINNER (1904/1990) - base positivista “A
psicologia de Skinner, behaviorismo operante, é uma visão moderna das primeiras
psicologias mecanicistas de estímulo-resposta, como o conexionismo desenvolvido
por Thorndike e o behaviorismo desenvolvido por Watson”. Psicologia mecanicista
pressupõe que todas as ações humanas são reações sequenciais a estímulos
internos ou externos. (...) Skinner, como Thorndike e Watson, considera que o
ser humano é neutro e passivo e que todo comportamento pode ser descrito em
termos mecanicistas sequenciais. (“...) para eles Psicologia é a ciência do
comportamento”. (BIGGE, 1977 p.56). Skinner apresentou experimentalmente o
condicionamento instrumental ou operante, como alternativa ou complemento ao
condicionamento clássico de Watson. A questão básica para ambas as modelos era
o estabelecimento de resposta a fatores determinantes. Enquanto o comportamento
reflexo ou respondente (condicionamento clássico) é controlado por um estímulo
precedente, o comportamento operante (condicionamento instrumental ou operante)
é controlado por suas consequências – estímulos (reforço) que se seguem às
respostas.
→No condicionamento operante, um
operante (resposta) é fortalecido pelo reforçamento ou enfraquecido pela sua
extinção.
→Um operante é uma série de atos ou
ações, pelas consequências que geram, são fortalecidos ou enfraquecidos de modo
a aumentar ou diminuir a probabilidade de sua ocorrência Contudo, não é a
resposta específica (R) que é fortalecida, mas a tendência geral em emitir a
resposta. Daí, um operante é uma classe de respostas da qual uma resposta
específica é um exemplo ou membro.
→O comportamento opera sobre o ambiente
e gera consequências. As conseqüências que fortaleceram o comportamento são
chamadas reforço, que se refere a qualquer evento ou estímulo que aumenta a
força de algum comportamento operante.
Segundo COUTINHO E MOREIRA (1991: 47)
Skinner classificou assim os reforços presentes na
relação do indivíduo com as estimulações do meio:
1. Reforço Positivo: é todo estímulo
cuja apresentação após uma resposta, aumenta a probabilidade de sua ocorrência,
isto é a força da contingência (conexão) resposta-estímulo. Quando atendemos
aos desejos de uma criança que faz birra, estamos fortalecendo o seu
comportamento de fazer birra, pelas consequências que gera.
2. Reforço Negativo: Refere-se a todo
estímulo aversivo que, quando retirado, aumenta a probabilidade de ocorrência
de uma certa resposta. A retirada do estímulo aversivo (dor de cabeça) pelo uso
de comprimidos aumenta o procedimento de tomar comprimidos.
3. Reforço Primário: São estímulos
relacionados às funções de sobrevivência, que têm importância biológica para o
organismo. Comida, água, contato sexual, afetividade, entre outros, por estarem
ligados a funções vitais.
4. Reforço Secundário: São estímulos
condicionados aos primários, como por exemplo, o dinheiro que mesmo não sendo,
diretamente, de importância biológica para o individuo, é um meio de se
conseguir alimentos e outras satisfações ligadas à sobrevivência.
5. Reforço de Razão: Refere-se ao
reforço que ocorre em decorrência da emissão de um comportamento desejado.
6. Reforço de Razão Fixa: Refere-se ao
reforçamento do comportamento desejado, fixando-se previamente o número de
vezes que o indivíduo devera apresentar aquele comportamento para que receba o
reforço – elogiar (reforço) o aluno a cada três notas boas – de acordo com
(MERCHAN, 2000 –32) : (programa de razão fixa).
7. Reforço de Razão Variável: Refere-se
à aplicação do reforço sem o estabelecimento do número de comportamentos
adequados que justifique a aplicação do reforço – elogiar, de vez em quando, o
bom comportamento de alguém – de acordo com (MERCHAN, 2000: 32) : (programa de
razão variável)
8. Reforço de Intervalo: Caracteriza-se
pelo fato do reforço não ser aplicado, imediatamente, após a emissão de uma
resposta esperada, mas depois de certo tempo arbitrado pelo experimentador (ou
por quem esteja condicionando alguém)
9. Reforço de Intervalo Fixo: Refere-se
à presença de reforço em intervalos previamente definidos – o tempo decorrido
entre a produção de uma resposta e a aplicação do reforço ser sempre o mesmo.
Se um estudante sabe que um professor dá provas de oito em oito dias, ele só
começará a estudar, provavelmente, às vésperas do 8º dia – de acordo com
(MERCHAN, 2000:32) : (programa de intervalo fixo).
10. Reforço de Intervalo Variável:
Refere-se à presença de reforço em intervalos não fixos, sendo impossível, por
parte do indivíduo, fazer qualquer previsão – o professor que aplica suas
avaliações em dias diferentes, cria uma expectativa que leva o aluno a estar
sempre em dia com a matéria – de acordo com (MERCHAN,2000: 32) : (programa de
intervalo variável)
11. Reforço por Imitação: Quando se
observa alguém ser reforçado por causa de algum comportamento emitido, a
tendência é imitar aquele comportamento – crianças aprendem a fazer birra por
observarem a consequência satisfatória desse recurso para consegui algo.
O reforçamento tem como objetivo
aumentar a probabilidade de resposta, assim como na sua ausência a resposta
torna-se menos frequente; isto é a extinção operante.
Enfraquecimento e extinção de uma
resposta é a diminuição da frequência de uma resposta ou a supressão desta
resposta, ainda que temporária pela não aplicação do reforço incompatível ou
punição – não atender a criança que dá birra, é enfraquecer este comportamento
até sua extinção.
1. Reforço Incompatível – reforçar
comportamentos incompatíveis é instalar através do reforço, um comportamento
diferente do comportamento indesejável – atender a criança desde que esteja
emitindo o comportamento de birra.
2. Punição – é outra forma de
enfraquecer um comportamento, através da aplicação de estímulos aversivos
imediatamente após o comportamento indesejável. A retirada do reforço positivo
pode também pode se constituir como uma punição.
Skinner considerou que o propósito da
psicologia é predizer e controlar o comportamento dos organismos individuais.
Limitou o estudo psicológico cientifico ao comportamento observável do
organismo através da observação sensorial e definiu a Psicologia como a ciência
do comportamento manifesto.
Comportamento é ”(...) o movimento de
um organismo ou de suas partes num quadro de referencias oferecido pelo próprio
organismo ou por vários objetos externos ou campo de força” Skinner, em (BIGGE,
1977 p.123). A aprendizagem é definida como uma mudança na probabilidade de
resposta, quase sempre provocada por condicionamento operante, processo pelo
qual uma resposta (ou operante) torna-se mais provável ou mais freqüente,
porque o operante é fortalecido – reforçado. “Skinner chegou a estabelecer toda
uma tecnologia da conduta baseada no estabelecimento de planos ou programas que
definem regras de contingência e relações entre estímulo e respostas. Em
essência se se quer associar uma resposta a um determinado estímulo, deve-se
elaborar um plano que permita, em termos similares aos seguintes:” (MERCHAN,
2000 –31)
Consequência que segue a resposta
|
Apresentação do Reforço
|
Retirada do reforço
|
*Reforço Positivo
|
Fortalece a aparição da resposta
|
Debilita a resposta por castigo
|
*Estímulo Aversivo
|
Debilita a resposta por castigo
|
Fortalece a resposta por reforço negativo
|
*Não há consequência
|
Extinção da resposta
|
Extinção da resposta
|
A consolidação da aparição
de uma resposta é a sua associação com as consequências que seguem, um programa
de contingências pode planejar o resultado que se deseja, atuando sobre a
apresentação do reforço ou sua retirada, por uma parte, e com a administração
de consequências positivas ou negativas que o sujeito interprete como reforço
ou como castigo.
Os resultados são os que
aparecem no quadro acima, onde se pode ver o condicionamento de consolidação ou
desaparecimento da conduta.
Fatores que influenciam o
aparecimento ou desaparecimento da resposta, de acordo com (MERCHAN, 2000 –32):
1. O efeito da quantidade
de reforço administrado e suas variações.
2. A influencia do
valor do incentivo ou motivação que o reforço exerce sobre a conduta.
3. As consequências do
tempo de demora na administração do reforço.
4. A influencia da duração
e intensidade de todas as variáveis que intervêm no estabelecimento da resposta
condicionada.
Quatro formas
diferenciadas de centrar os programas de reforçamento segundo se realizem a
administração de reforço, de acordo com (MERCHAN,2000: 32):
1. Programa de razão fixa
– ver acima em reforço de razão fixa.
2. Programa de razão
variável – ver acima em reforço de razão variável.
3. Programa de intervalo
fixo – ver acima em reforço de intervalo fixo.
4. Programa de intervalo
variável – ver acima em reforço de intervalo variável.
Estes programas são
aplicados a situações escolares – as instruções acadêmicas, as sugestões do
professor, os materiais educativos – poderiam ser entendidos como reforços que
utilizados como se indica na tabela, se associariam a respostas que se quisesse
condicionar. Nos processos empregados na informação pelos meios de comunicação,
na publicidade, não seria difícil encontrar exemplos de atuações onde parece
que estão aplicando programas como estes. É interessante na educação se
considerar o papel dos reforços sociais no ambiente de aprendizagem (atenção,
afeto, aprovação) e a associação do conhecimento do aluno ou a demonstração de
suas habilidades com algum tipo de reforço que gere a aparição de capacidades
auto reforçantes e de motivação. Não se pode generalizar o principio condutista
do efeito do reforço em situações de aprendizagem (aparição de conduta), em
especial quando se trata de castigos que deterioram a relação professor/aluno,
diminuindo a potencialidade do agente reforçador, gerando ansiedade no alunado
e, portanto interferindo na sua capacidade de aprendizagem a médio e longo
prazo.
APRENDIZAGEM ESCOLAR E AS TEORIAS DO
CONDICIONAMENTO
As teorias que explicam a
aprendizagem, através do condicionamento refletem uma concepção empirista do
desenvolvimento e aprendizagem humanos, uma vez que seu pressuposto básico é o
de que forças externas ao indivíduo são os determinantes principais de seu
comportamento. Dentro de tal visão o indivíduo é sempre paciente de um processo
que ocorre, na maioria das vezes, à revelia da sua vontade. O modelo do
condicionamento operante é a teoria que mais teve aplicação do condutismo na
aprendizagem escolar, e para Skinner ensinar é planejar um programa de
contingências de reforço que permita ao aluno aprender novas condutas.
TEORIAS DO CONDICIONAMENTO
E A PROGRAMAÇÃO DE OBJETIVOS DE ENSINO
A ênfase que o modelo pedagógico
tecnicista dá à formulação muito precisa de objetivos educativos parece ser
suficiente para uma programação eficaz, de desenvolvimento de processos de
aprendizagem necessários, em vez de tomá-los como “(...) primeiro passo
para estudar a ação que os processos de ensino tem que desenvolver para que,
estimulando e guiando os processos de aprendizagem, o aluno alcance de alguma
forma, os objetivos propostos. O projeto consiste em prever o processo de
ensino mais adequado para despertar o processo de aprendizagem nas condições
precisas para que o aluno alcance as metas. Partir de uns objetivos claros e
definidos não é somente o primeiro passo para adequar o projeto que prefigura
tanto o processo de ensino como o de aprendizagem”. (Sacristán em (MERCHAN,
2000: p.37)
A critica realizada pelo
autor citado, estabelece que esta pedagogia visa através da educação a mudança
direcionada de comportamento definindo com exatidão os objetivos operacionais
que devem ser alcançados para promover estas mudanças, especificando:
1. O que o aluno deve
fazer em termos de conduta final;
2. Que objetivos
específicos, o aluno deve alcançar, através das estratégias de ensino (ações),
para manifestar a conduta prevista no objetivo geral.
Aparecem então taxionomias
complexas combinando tipos de capacidades, condutas gerais, condutas final
operativa especifica.
Surgem muitas
interrogações como:
- Quantos objetivos
específicos são necessários para se considerar plenamente alcançado um objetivo
geral?
- Quando estará esgotado o
mundo do observável, o significado de um conceito ou de um objetivo geral?
- Quais são os critérios
de validação de uma hierarquia de objetivos?
- Que indicações são
oferecidas de como conseguir desenvolver e dinamizar os processos necessários
que influenciam o ensino?
Concluindo Sacritán
argumenta:
“(...) uma psicologia que
descreve o ser humano como algo estático, não pode ajudar aos educadores a
estabelecerem uma metodologia pedagógica para alcançar esses resultados educativos”.
(Sacristán em (MERCHAN, 2000: p.39).
AS OBJEÇÕES ESTABELECIDAS AO CONDUTISMO:
1 – Objeção à
possibilidade de generalizar os resultados de investigação com animais em
relação com conduta humana – a conduta humana responde a princípios totalmente
distintos dos que regem a conduta animal.
2 – Objeção ao principio
básico do condutismo de identificação entre aprendizagem e conduta manifesta,
pois a aprendizagem é um evento ou um conjunto de eventos inobserváveis.
3 – Objeção à semelhança
entre as condutas elementares dos animais com as condutas complexas humanas.
Tornando o condutismo um enfoque reducionista no que se refere à aprendizagem
humana.
4 – Objeção à consideração
condutista do conhecimento como uma soma de informações construídas de forma
linear, prescindindo por completo dos processos cognitivos.
5 – Objeção à ênfase nos
resultados obtidos e atividades mecânicas e não nos os processos internos e nas
atividades criativas e descobridoras do indivíduo MERCHAN que aprende.
BEHAVIORISMO RADICAL
O russo Ivan Petrovich Pavlov (14/09/1849 – 27/02/1936) era filho de um padre da Igreja Ortodoxa Russa e teria seguido os passos de seu pai, não fosse seu contato prematuro com as obras de Charles Darwin. Para ele, todo e qualquer comportamento humano desde espirros até a decisão de ler um livro eram tão somente reflexos, meros resultados da contração de determinados músculos. Fascinados com tal possibilidade, Pavlov e seu irmão partiram para São Petesburgo onde estudaria química. Mais tarde, Pavlov decidiu-se pela Medicina, onde concluiu seu doutorado estudando o sistema digestivo dos cães e a forma como os alimentos eram absorvidos pelo organismo.
Considerado um dos
melhores cirurgiões da Europa, seu trabalho sobre a fisiologia da digestão
rendeu-lhe um Prêmio Nobel em 1904. Durante suas pesquisas iniciais Pavlov
observou que mesmo antes de a comida chegar-lhe à boca o cão já começava a
salivar, produzindo o líquido que diluiria o alimento e lubrificaria sua
passagem até o sistema digestivo. Mais curioso ainda, esse processo acontecia
independente de a comida ser apetitosa ou não, mas variava na quantidade. Um
pouco adiante verificou que mesmo alguns sinais relacionados ao ato de servir
comida ao animal disparavam suas glândulas salivares – como o cheiro de carne,
o ranger da porta da cozinha ou a simples visão da sua tigela.
Pavlov
classificou a salivação como uma “secreção psíquica”, na medida em que parecia
motivada por uma percepção. Notou, assim, que se mostrasse ao cão o pedaço de
carne mas não o deixasse comê-la ele salivaria do mesmo jeito. Mas que se
repetisse essa farsa diversas vezes o cão salivava cada vez menos, como que
precebendo o truque, aprendendo o chiste, decifrando a brincadeira. A produção
inconsciente de saliva podia ser inibida. O reflexo podia ser aprendido e
desaprendido. Essas reações automáticas mostraram-se tão maleáveis que Pavlov
era capaz de fazer o cão salivar mesmo diante de sinais desagradáveis, como um
choque elétrico. E ainda que ele variasse bastante os elementos deflagradores
do reflexo condicionado – poucos eram desagradáveis, diga-se raramente usava
uma sineta, como conta a História. Conforme apurava sua técnica de adestramento
o cientista percebia, inclusive, que o animal era capaz de sincronizar a
salivação de acordo com a demora entre o estímulo e a recompensa propriamente
dita – ou seja, se houvesse um intervalo de três minutos entre a sineta e a
comida, ele atrasava a salivação também em três minutos.
Do mesmo modo, se ele
alimentasse o cão a cada trinta minutos, o animal salivaria a cada meia hora.
E, mais ainda, o cão condicionado seria capaz de distinguir um círculo de um
quadrado, um objeto girando em sentido horário de outro na direção contrária, a
freqüência de um ritmo sonoro, diferentes notas musicais ou diversos tons de
cinza. Apesar de essas teorias parecerem banais nos dias de hoje, elas
representaram um grande avanço na época, pois tratavam dos rígidos dogmas que
determinavam os limites entre o corpo e a mente. Segundo as idéias de Pavlov
seria possível, através do condicionamento, alterar o funcionamento de
complexos sistemas fisiológicos do corpo tidos, até então, como essencialmente
mecânicos. Hoje em dia as abordagens mais populares sobre a obra de Ivan Pavlov
resumem-se à possibilidade de se condicionar um reflexo natural do corpo humano
para que ele responda a outro tipo de estímulo. Mas talvez sua maior
contribuição esteja na contestação da teoria que tanto o impressionou em sua
juventude: o funcionamento mecânico e automático do corpo humano, sem
interferência do cérebro. Através do Reflexo Condicionado dos seus cães ele foi
capaz de provar de que forma o cérebro é capaz de interferir no funcionamento
de um organismo. Seus trabalhos posteriores, em áreas mais complexas como o
temperamento, abriram os caminhos para estudos igualmente marcantes de outros
pesquisadores em várias áreas da psicologia.
A Síndrome de Pavlov
O
médico russo Ivan Petrovich Pavlov, notabilizou-se por seus estudos quanto ao
papel do condicionamento na psicologia do comportamento. Pavlov teorizou e
enunciou o mecanismo do condicionamento clássico. A idéia básica do
condicionamento clássico consiste em que algumas respostas comportamentais são
reflexos incondicionados, ou seja, são inatas em vez de aprendidas, enquanto
que outras são reflexos condicionados, aprendidos através do emparelhamento com
situações agradáveis ou aversivas simultâneas ou imediatamente posteriores.
Através da repetição consistente desses emparelhamentos é possível criar ou
remover respostas fisiológicas e psicológicas em seres humanos e animais. Essa
descoberta abriu caminho para o desenvolvimento da psicologia comportamental e
mostrou ter ampla aplicação prática, inclusive no tratamento de fobias e nos
anúncios publicitários.
A experiência
clássica de Pavlov é aquela do cão, a campainha e a salivação à vista de um
pedaço de carne. Sempre que apresentamos ao cão um pedaço de carne, a visão da
carne e sua olfação provocam salivação no animal. Se tocarmos uma campainha,
qual o efeito sobre o animal? Uma reação de orientação. Ele simplesmente olha,
vira a cabeça para ver de onde vem aquele estímulo sonoro. Se tocarmos a
campainha e em seguida mostrarmos a carne, dando-a ao cão, e fizermos isso
repetidamente, depois de certo número de vezes o simples tocar da campainha
provoca salivação no animal, preparando o seu aparelho digestivo para receber a
carne. A campainha torna-se um sinal da carne que virá depois. Todo o organismo
do animal reage como se a carne já estivesse presente, com salivação, secreção
digestiva, motricidade digestiva etc. Um estímulo que nada tem a ver com a
alimentação, meramente sonoro, passa a ser capaz de provocar modificações
digestivas.
Certa vez, Pavlov colocou um camundongo em uma extremidade de um pequeno condutor construído em vidro e, na outra extremidade, um pedaço de queijo, guiado pelo cheiro e pela facilidade do caminho reto até o alimento, o camundongo se dirigiu célere e diretamente ao queijo e acabou por refestelar-se, uma vez que Pavlov repetiu a cena algumas vezes. Após algumas corridas do camundongo até o queijo, o cientista colocou, entre o camundongo e o alimento, um anteparo de vidro que permitia ao ratinho ver e sentir o cheiro da guloseima sem, no entanto, permitir que ele a alcançasse.
O animal, vítima do seu
próprio reflexo condicionado, desferiu várias cabeçadas no anteparo de vidro na
tentativa de atingir o queijo, acabando mesmo por morrer devido a violência dos
choques frontais empreendidos pelo pobre roedor.Foi também um discípulo de
Pavlov que, fazendo experiências com chapas quentes sendo introduzidas na
gaiola de um pequeno galo garnizé simultaneamente à execução do hino da França,
acabou por transformar o pequeno galináceo em mascote do país, uma vez que
ele “marchava” ao ouvir “La Marseillaise”. Sob determinadas
condições e sendo inteligentemente manuseada, uma opinião pública
desqualificada, desinformada e cheia de carências como é a opinião pública
brasileira, pode se comportar como as cobaias de Pavlov e foi inteiramente
manipulada.
Após décadas de exaustivo
trabalho de reflexo condicionado que acabou por se tornar reflexo
incondicionado e isto talvez explique o sucesso da propaganda e do marketing
brasileiros, não por serem melhores que os de outros países, mas porque aqui o
público-alvo (literalmente) é muito mais facilmente cooptado. A política
brasileira, após muitos anos de condicionamento, transformou o eleitorado no
cão de Pavlov, onde Pavlov é o status quo mandante, a campainha são as eleições
e a carne é o voto no candidato que o Pavlov brasileiro quer ver eleito. Assim,
o eleitorado nacional saliva ao ouvir falar de eleições e imediatamente pensa
em votar no candidato mais falado e propagado pelos manipuladores marketeiros,
desta forma, não faz a menor diferença se o que se diz do candidato é bom ou
ruim, como para o cão de Pavlov não fazia qualquer diferença se a carne era
saborosa ou insossa, fresca ou congelada, de boi ou de ovelha, ele salivava
ainda que não houvesse carne alguma, bastava ouvir a campainha, porque, o antes
condicionado, e agora já reflexo incondicionado do eleitor, já o aponta
automática e instantaneamente em direção ao voto que se quer.
Esta técnica, que
inclusive já foi utilizada por Josef Goebels, Ministro da Propaganda do 3º
Reich que dizia: “uma mentira dita muitas vezes acaba por se tornar verdade.”,
é hoje largamente utilizada na política nacional, lá, necessita ainda da ajuda
dos marketeiros de plantão, uma vez que o interessado ainda não compreende bem
este processo por ter saído das fileiras do público alvo e, por isso mesmo, tem
que desembolsar rios de dinheiro (público) para gozar das maravilhas da obra de
Pavlov. Já aqui, o interessado bem mais maquiavélico, faz e diz as maiores
barbaridades sob a égide de uma Justiça grampeada para estar sempre sendo
falado e propalado por uma mídia ora mancomunada, ora integrando as hostes do
público-alvo; se apresentando como a suculenta carne que faz o “cachorro”
salivar, embora não passe de uma ração feita de farinha de peixe (boto) pescado
num certo porto por um pescador chamado Ferradurinha.
Pavlov já morreu há
alguns anos, mas sua obra ficou e é muito utilizada em pedagogia para facilitar
o aprendizado das crianças, mas, e tem sempre um “mas”, como diz Arnaldo
Jabour, a sua obra também está sendo usada para guiar “o admirável gado novo”,
citando Zé Ramalho, e hoje a maior preocupação é que o cão salivante não se
transforme no camundongo cabeçudo.
WATSON
É importante notar, porém,
que Watson em momento algum nega
a existência de processos mentais. Para Watson, o problema no uso destes
conceitos não é tanto o conceito em si, mas a inviabilidade de, à época, poder
analisar os processos mentais de maneira objetiva. De fato, Watson não propôs
que os processos mentais não existam, mas sim que seu estudo fosse abandonado,
mesmo que provisoriamente, em favor do estudo do comportamento observável. Uma
vez que, para Watson, os processos mentais devem ser ignorados por uma questão
de método (e não porque não existissem), o Comportamentalismo Clássico também
ficou conhecido pela alcunha de Behaviorismo Metodológico.
Watson era um defensor da
importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo. Ele
acreditava que todo comportamento era consequência da influência do meio, a
ponto de afirmar que, dado algumas crianças recém-nascidas arbitrárias e um
ambiente totalmente controlado, seria possível determinar qual a profissão e o
caráter de cada uma delas. Embora não tenha executado algum experimento do tipo,
por razões óbvias, Watson executou o clássico e controvertido experimento do
Pequeno Albert, demonstrando o condicionamento dos sentimentos humanos através
do condicionamento responsivo.
Watson rejeitava a
introspecção como meio para se obter informações e conhecimento. Adotou como
critério o observável consensual, e
o que estivesse fora deste critério não poderia ser estudado. Watson não negava
a existência da mente ou dos processos cognitivos, mas afastava-se deles, pois
não havia como estudá-los, uma vez que são eventos inacessíveis à observação.
Portanto, não poderiam ser tomada como ponto de partida para o estudo do
comportamento, nem como causa dele (Matos, 1993). Observa-se que a postura
deste paradigma é dualista, pois a mente e os processos mentais estão em uma
dimensão e os comportamentos em outra; mecanicista porque transmite uma ideia
causal de encadeamento unidirecional, sequencial e linear;
determinista, pois para toda resposta existiria um estímulo
eliciador específico (assim como na Física Newtoniana); reducionista, pois
reduziu e igualou o homem a uma máquina. Também foi influenciado pelo
Positivismo Lógico.
CONCEPÇÃO AMBIENTALISTA
Atribui um imenso poder ao
ambiente em relação ao desenvolvimento humano.
O homem é concebido
como um ser essencialmente plástico, que desenvolve suas características
em função das condições presentes no maio em que se encontra. Decorre do
empirismo, que enfatiza a experiência sensorial como fonte do conhecimento; determinados
fatores encontram-se associados a outros, de modo que é possível, ao se
identificar tais associações, controlá-las pela manipulação.
SKINNER é o grande defensor dessa concepção. Sua teoria
preocupa-se em explicar os comportamentos observáveis do sujeito, desprezando a
análise de seus aspectos da conduta humana como o
seu raciocínio, os seus desejos e fantasias, os seus sentimentos. Partindo de
uma concepção de ciência que defende a necessidade medir, comparar, testar, experimentar,
prever e controlar eventos de modo a explicar o objeto da investigação, ele se
propôs a construir uma ciência do comportamento. O papel do
ambiente é muito mais importante do que a maturação biológica. São os estímulos
presentes numa dada situação que levam ao aparecimento de um determinado
comportamento.
De acordo com os
ambientalistas (comportamentalistas ou behavioristas) os indivíduos buscam
maximinizar o prazer e minimizar a dor. Manipulando-se os elementos
presentes no ambiente ( estímulos) é possível controlar o comportamento, fazer
com que aumente ou diminua
a frequência com que ele aparece, fazer com que ele desapareça ou só
apareça em situações consideradas adequadas,
fazer com que se refine ou aprimore. Mudanças no comportamento
podem ser provocadas de diversas formas. Uma delas requer a
análise das sequências ou resultados que
o mesmo produza no ambiente. As consequências positivas são chamadas de
reforçamento e provocam um aumento na frequência com que o comportamento
aparece; as consequências negativas são recebem o nome de
punição e levam a uma
diminuição na frequência com que certos comportamentos ocorrem.
Quando um comportamento é
absolutamente inadequado e se considera desejável elimina-lo totalmente do
repertório de comportamentos de certo individuo, usa-se a extinção, cujo
objetivo é quebrar o elo que se estabeleceu entre o comportamento visto
como indesejável e determinadas consequências do mesmo. É preciso
que se retire do ambiente as consequências que o mantém. O comportamento é
extinto a partir do momento que deixou de promover o
aparecimento de determinadas consequências. O comportamento humano também se
modifica em função da observação de como agem outras pessoas, que se tornam
modelos a serem copiados. Quando
os comportamentos dos modelos são reforçados, tende-se a imitá-los e quando são
punidos evita-los. Nessa visão, a atenção de uma pessoa é função das
aprendizagens que realizou ao longo da vida, em contato com estímulos que
reforçaram ou puniram seus comportamentos anteriores. O comportamento é sempre o
resultado de associações estabelecidas entre algo que provoca (um estímulo
antecedente) e algo que se segue e o mantém (um estímulo consequente).
Quando um comportamento
for associado a um determinado estímulo, ele tende a reaparecer
quando estiverem presentes estímulos semelhantes – generalização. Além de a
criança aprender a perceber semelhanças entre estímulos e a generalizar
comportamentos, ela também aprende o inverso, a discriminar estímulos a partir de
suas diferenças. A aprendizagem pode ser entendida como processo
pelo qual o comportamento é modificado como resultado da experiência. Além das condições
já mencionadas para que a aprendizagem se dê é importante que se considere o
estado fisiológico e psicológico do organismo; a natureza dos estímulos
presentes na situação e o tipo de respostas que se espera obter.
É também importante aquilo que resultará da própria aprendizagem – mais conhecimentos,
elogios, prestígios, etc.
A ênfase está em propiciar
novas aprendizagens através da manipulação dos estímulos que antecedem e
sucedem o comportamento; é preciso uma análise rigorosa da forma como os
indivíduos atuam em seu ambiente, identificando os estímulos que provocam o
aparecimento do comportamento - alvo e as consequências que o mantém. Análise
funcional do comportamento. Defende-se o planejamento das condições ambientais
para a aprendizagem de determinados comportamentos. Na escola o mérito dessa
concepção foi chamar a atenção dos educadores para a
importância do planejamento de ensino. A organização das condições para que a
aprendizagem ocorra exige clareza a respeito dos objetivos que se quer
alcançar (instrucionais e operacionais), a sequenciação das atividades que
levarão ao alcance dos objetivos propostos e a especificação dos reforçadores
que serão utilizados. Valoriza o papel do professor, colocando em suas mãos a
responsabilidade de planejar, organizar e executar as situações de
aprendizagem.
Tem efeitos nocivos na
prática pedagógica, a partir do entendimento da educação como tecnologia,
ficando de lado a reflexão filosófica sobre sua prática. A ênfase
na tecnologia educacional exigia do professor um profundo conhecimento dos
fatores a serem considerados numa programação de ensino, contudo tal
conhecimento não era transmitido a eles. Programar o ensino deixou de ser uma
atividade cognitiva de pesquisar condições de aprendizagens para se tornar uma
atividade meramente formal de colocação dos projetos de aula numa fórmula-padrão.
A crítica que se faz a essa concepção é a visão de homem como criatura passiva
face ao ambiente, que pode ser manipulado e controlado pela simples alteração
das situações em que se encontra. Não há lugar para a criação de novos
comportamentos. Em sala de aula acarretou excessivo direcionamento por parte do
adulto. Deixou-se de valorizar e utilizar situações onde a aprendizagem
pode se dá de modo espontâneo, como aquelas onde as crianças cooperam entre
si para alcançar um mesmo fim. Propõe que as situações de ensino devam
ser bem estruturadas e planejadas previamente, recorrendo-se sempre que possível,
à presença de computadores, televisão e outros recursos audiovisuais. Não há preocupação
em explicar os processos através dos quais a criança raciocina e que estariam
presentes na forma como ela se apropria de conhecimentos.
Sobre o behaviorismo
O Behaviorismo não é a ciência do comportamento humano, mas, sim, a filosofia dessa ciência. Algumas das questões que ele propõe são: É possível tal ciência? Pode ela explicar cada aspecto do comportamento humano? Que métodos podem empregar?
São suas leis tão válidas
quanto às da Física e da Biologia? Proporcioná-la-á uma tecnologia e, em
caso positivo, que papel desempenhará nos assuntos humanos? São particularmente
importantes suas relações com as formas anteriores de tratamento do mesmo
assunto. O comportamento humano é o traço mais familiar do mundo em que as
pessoas vivem, e deve ter dito mais sobre ele do
que sobre qualquer outra coisa. E de tudo o que foi dito, o que
vale a pena ser conservado?
Algumas dessas questões
serão eventualmente respondidas pelo êxito ou pelo malogro das iniciativas
científicas e tecnológicas, mas colocam-se alguns problemas atuais, os quais
exigem que respostas provisórias sejam dadas de imediato. Muitas pessoas
inteligentes acreditam que as respostas já foram encontradas e que nenhuma
delas é promissora. Eis, como exemplo, algumas das coisas comumente ditas sobre
o Behaviorismo ou a ciência do comportamento. Creio que são todas falsas.
1. O Behaviorismo
ignora a consciência, os sentimentos e os estados mentais.
2. Negligencia os dons
inatos e argumenta que todo comportamento é adquirido durante a vida do
indivíduo.
3. Apresenta o
comportamento simplesmente como um conjunto de respostas a estímulos,
descrevendo a pessoa como um autômato, um robô, um fantoche ou uma máquina.
4. Não tenta
explicar os processos cognitivos.
5. Não considera as
intenções ou os propósitos.
6. Não consegue explicar
as realizações criativas -- na Arte, por exemplo, ou na Música, na Literatura,
na Ciência ou na Matemática.
7. Não atribui qualquer
papel ao eu ou à consciência do eu.
8. É necessariamente
superficial e não consegue lidar com as profundezas da mente ou da
personalidade.
9. Limita-se à previsão e
ao controle do comportamento e não apreende o ser, ou a natureza essencial do
homem.
10. Trabalha com animais,
particularmente com ratos brancos, mas não com pessoas, e sua visão do comportamento
humano atém-se, por isso, àqueles traços que os seres humanos e os animais têm
em comum.
11. Seus resultados,
obtidos nas condições controladas de um laboratório, não podem ser reproduzidos
na vida diária, e aquilo que ele tem a dizer acerca do comportamento humano no
mundo mais amplo torna-se, por isso, uma meta ciência não comprovada.
12. Ele é super simplista
e ingênuo e seus fatos são ou triviais ou já bem conhecidos.
13. Cultua os métodos da
Ciência, mas não é científico; limita-se a emular as Ciências.
14. Suas realizações
tecnológicas poderiam ter sido obtidas pelo uso do senso comum.
15. Se suas alegações são
válidas, devem aplicar-se ao próprio cientista behaviorista e, assim sendo,
este diz apenas aquilo que foi condicionado a dizer e que não pode ser
verdadeiro.
16. Desumaniza o homem; é
redutor e destrói o homem enquanto homem.
17. Só se interessa pelos
princípios gerais e por isso negligencia a unicidade do individual.
18. É necessariamente
antidemocrático porque a relação entre o experimentador e o sujeito é de
manipulação e seus resultados podem, por essa razão, ser usados pelos ditadores
e não pelos homens de boa vontade.
19. Encara as ideias
abstratas, tais como moralidade ou justiça, como ficções.
20. É indiferente ao
calor e à riqueza da vida humana, e é incompatível com a criação e o gozo da
arte, da música, da literatura e com o amor ao próximo.
Creio que estas afirmações representam uma extraordinária incompreensão do significado e das realizações de uma empresa científica. Como se pode explicar isso? A história dos primórdios do movimento talvez tenha causado confusão. O primeiro behaviorista explícito foi John B. Watson, que, em 1913, lançou uma espécie de manifesto chamado A Psicologia tal Como a Vê um Behaviorista. Como o título mostra, ele não estava propondo uma nova ciência mas afirmando que a Psicologia deveria ser redefinida como o estudo do comportamento. Isto pode ter sido um erro estratégico. A maioria dos psicólogos da época acreditava que seus estudos estavam voltados para os processos mentais num mundo mental consciente e, naturalmente, não se sentiam propensos a concordar com Watson. Os primeiros behavioristas gastaram muito tempo e confundiram um problema central importante ao atacar o estudo introspectivo da vida mental.
O próprio Watson fez
importantes observações acerca do comportamento instintivo e foi, na verdade,
um dos primeiros etologistas no sentido moderno; impressionou-se muito, porém,
com as novas provas, acerca daquilo que um organismo podia aprender a fazer, e
fez algumas alegações exageradas, acerca do potencial de uma criança
recém-nascida. Ele próprio considerou-as exageradas, mas, desde então, tais
alegações têm sido usadas para desacreditá-lo. Sua nova ciência nascera, por
assim dizer, prematuramente. Dispunha-se de muito poucos fatos relativos ao
comportamento -- particularmente o comportamento humano. A escassez de fatos é
sempre um problema para uma ciência nova, mas para o programa agressivo de
Watson, num campo tão vasto quanto o do comportamento humano, era
particularmente prejudicial. Fazia-se mister um suporte de fatos maior do que
aquele que Watson foi capaz de encontrar e, por isso, não é de surpreender que
muitas de suas declarações pareçam simplificadas e ingênuas.
Entre os fatos de
que dispunha, relativos ao comportamento, estavam os reflexos e os reflexos
condicionados, e Watson explorou-os ao máximo. Todavia, o reflexo sugeria um
tipo de causalidade mecânica que não era incompatível com a concepção que, o
século XIX tinha de uma máquina. A mesma impressão fora dada pelo trabalho do
filósofo russo Pavlov, publicado mais ou menos na mesma época, e não foi
corrigida pela psicologia do estímulo-resposta, surgida nas três ou quatro
décadas seguintes.
Watson naturalmente
destacou os resultados mais passíveis de reprodução que pôde descobrir, e
muitos deles foram obtidos com animais -- os ratos brancos da Psicologia animal
e os cães de Pavlov. Parecia estar implícito que o comportamento humano não
tinha características distintivas. E, para apoiar a sua afirmação de que a
Psicologia era uma ciência, e para preencher o seu livro, ele fez empréstimos
da anatomia e da fisiologia. Pavlov adotou a mesma linha ao insistir em que
seus experimentos sobre o comportamento eram, na realidade, "uma investigação
da atividade fisiológica do córtex cerebral", embora nenhum dos dois
pudesse apontar qualquer observação direta do sistema nervoso que esclarecesse
o comportamento. Eles foram também forçados a fazer interpretações apressadas
do comportamento complexo; Watson afirmando que o pensamento era apenas uma
fala subvocal e Pavlov, que a linguagem não passava de "um segundo sistema
de sinais". Nada, ou quase nada, tinha Watson a dizer a respeito de
intenções, propósitos ou criatividade. Ele acentuava a promessa tecnológica de
uma ciência do comportamento, mas seus exemplos não eram incompatíveis com um
controle manipulador.
Mais de sessenta anos se passaram desde que Watson publicou seu manifesto e muita coisa ocorreu nesse período. A análise científica do comportamento tem feito progressos dramáticos, e as deficiências da apresentação de Watson são agora, creio eu, principalmente de interesse histórico. Contudo, a crítica não mudou muito. Todas as incompreensões apontadas acima são encontráveis em publicações correntes, escritas por filósofos, teólogos, cientistas sociais, historiadores, homens e mulheres de letras, psicólogos e muitos outros. As extravagâncias da história anterior do movimento dificilmente bastarão para explicar tais incompreensões.
Alguns problemas surgem,
sem dúvida, do fato de ser o comportamento humano um campo delicado. Há muita
coisa em jogo no modo por que nos vemos a nós mesmos e uma formulação
behaviorista certamente exige mudanças perturbadoras. Além disso, termos
originários de formulações anteriores estão hoje incorporados à nossa
linguagem, sendo que, durante séculos, tiveram um lugar tanto na literatura
técnica quanto na literatura leiga. Todavia, seria injusto afirmar que o
crítico não foi capaz de libertar-se desses preconceitos históricos. Deve haver
alguma outra razão que explique por que o behaviorismo, como a filosofia de uma
ciência do comportamento, é ainda tão mal compreendido.
Creio que a explicação
disso reside no fato de que a Ciência é, em si mesma, mal compreendida. Há muitos
tipos de ciência do comportamento, e algumas, como mostrarei mais tarde,
apresentam seu campo de estudos de maneira a não suscitar importantes questões
relativas ao comportamento. As críticas acima apontadas são respondidas de
forma deveras eficaz por uma disciplina especial que recebeu o nome de análise
experimental do comportamento. O comportamento de organismos individuais é
estudado em ambientes cuidadosamente controlados, sendo a relação entre
comportamento e ambiente então formulados, infelizmente, fora do grupo dos
especialistas, muito pouco se conhece acerca dessa análise. Seus investigadores
mais ativos, e há centenas deles, raramente fazem qualquer esforço para
explicar seus resultados àqueles que não são especialistas. Em consequências
disso, poucas pessoas estão familiarizadas com os fundamentos científicos do
que, a meu ver, é a mais convincente exposição do ponto de vista behaviorista.
O behaviorismo que
apresento neste livro é a filosofia dessa versão especial de uma ciência do
comportamento. O leitor deve saber que nem todos os behavioristas concordam com
tudo quanto digo. Watson falou pelo "behaviorista" e em seu tempo ele
era o behaviorista mas ninguém pode assumir esse papel hoje em dia. O que se
segue é, admito -- e, como um behaviorista, devo dizer necessariamente --, um
ponto de vista pessoal. Creio, todavia, que se trata de uma descrição
consistente e coerente, a qual responde de modo satisfatório às criticas acima
citadas.
Acredito também em sua
importância. Os maiores problemas enfrentados hoje pelo mundo só poderão ser
resolvidos se melhorarmos nossa compreensão do comportamento humano. As
concepções tradicionais têm estado em cena há séculos e creio ser justo dizer
que se revelaram inadequadas. São, em grande parte, responsáveis pela situação
em que nos encontramos hoje. O behaviorismo oferece uma alternativa promissora
e eu escrevi este livro como um esforço para tornar clara tal posição.
Behaviorismo
Behaviorismo é um termo
genérico para agrupar diversas e contraditórias correntes de pensamento na
Psicologia que tem como unidade conceitual o comportamento, mesmo que
com diferentes concepções sobre o que seja o comportamento.
A palavra inglesa
behaviour (RU) ou behavior (EUA) significa comportamento, conduta. Os
behavioristas de orientação positivista trabalham com o princípio de que a
conduta dos indivíduos é observável, mensurável e controlável similarmente aos
fatos e eventos nas ciências naturais e nas exatas.
John Broadus Watson
(1878-1958) foi considerado o pai do behaviorismo metodológico , ao publicar,
em 1913, o artigo "Psicologia vista por um Behaviorista", que
declarava a psicologia como um ramo puramente objetivo e experimental das
ciências naturais, e que tinha como finalidade prever e controlar o
comportamento de todo e qualquer indivíduo. Watson era um defensor da
importância do meio na construção e desenvolvimento do indivíduo. Os seus
estudos basearam-se no condicionamento clássico, conceito desenvolvido pelo
fisiologista russo Ivan Pavlov (1849-1936), que ganhou o Prêmio Nobel de
Medicina pelo seu trabalho sobre a atividade digestiva dos cães. Pavlov
descobriu que os cães não salivavam apenas ao ver comida, mas também quando
associavam algum som ou gesto à "chegada de comida" - ver a clássica
experiência do cachorro de Pavlov. A este fenômeno de associação ele denominou
de condicionamento clássico. A partir das descobertas de Pavlov, houve um
fortalecimento da investigação empírica da relação entre o organismo e o meio.
O behaviorismo
metodológico e o Behaviorismo metafísico têm as suas raízes nos trabalhos
pioneiros de Watson e Pavlov. O behaviorismo radical foi desenvolvido não como
um campo de pesquisa experimental, mas sim uma proposta de filosofia sobre o
comportamento humano que utiliza como referência outros filósofos da ciência do
século XX, contextualizado por todas das crises de paradigmas vivenciadas pelo
pensamento científico até hoje, seu principal autor foi o psicólogo americano Burruhs
Skinner (1953), que além de ser o representante mais importante do behaviorismo
radical, desenvolveu os princípios do condicionamento operante e a
sistematização do modelo de seleção por consequências para explicar o
comportamento. O condicionamento operante explica que quando após um
comportamento ou atitude é seguida a apresentação de um reforço, aquela
resposta (ação) tem maior probabilidade de se repetir com a mesma função.
Conceitos Condicionamento operante, Condicionamento clássico , Reflexo condicionado,
Reforço positivo, Reforço negativo, reforço refogado.
Tipos de Behaviorismo
Consiste na teoria explicativa do comportamento publicamente observável da Psicologia, a qual postula que esta deve ocupar-se do comportamento animal (humano e não humano) apenas quando for possível uma observação pública para obter uma mensuração, ao invés de ocupar-se dos estados mentais que possam gerar ou influenciar tais comportamentos.
Assim o behaviorismo
metodológico acredita na existência da mente, mas a ignora em suas explicações
sobre o comportamento. Para o behaviorismo metodológico os estados
mentais não se classificam como objeto de estudo empírico. Seus postulados
foram formulados predominantemente pelo psicólogo americano John Watson.
Em oposição ao
Behaviorismo metodológico foi proposto o Behaviorismo radical, desenvolvido por
Burrhus F. Skinner
O Behaviorismo Radical
consiste numa filosofia da Psicologia, a qual se propõe a explicar o
comportamento animal (humano e não humano) com base no modelo de seleção por consequências
e nos princípios do comportamento postulados pela Análise Experimental do
Comportamento (AEC). O nome que mais fortemente está associado a esta linha do
behaviorismo é o de Burrhus Frederic Skinner.
O behaviorismo filosófico
consiste na teoria analítica que trata do sentido e da semântica das estruturas
de pensamento e dos conceitos. Defende que a ideia de estado mental, ou
disposição mental, é na verdade a idéia de disposição comportamental ou tendências
comportamentais. Nesta concepção, são analisados os estados mentais
intencionais e representativos. Construtivismo significa isto: a idéia de que
nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento
não é dado, em nenhuma instância, como algo terminado. Ele se constitui pela
interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com
o mundo das relações sociais; e se constitui por força de sua ação e não por
qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que
podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito
menos, pensamento. “
"Entendemos que
construtivismo na Educação poderá ser a forma teórica ampla que reúna as várias
tendências atuais do pensamento educacional. Tendências que têm em comum a
insatisfação com um sistema educacional que teima (ideologia) em continuar essa
forma particular de transmissão que é a Escola, que consiste em fazer repetir,
recitar, aprender, ensinar o que já está pronto, em vez de fazer agir, operar,
criar, construir a partir da realidade vivida por alunos e professores, isto é,
pela sociedade – a próxima e, aos poucos, as distantes. A Educação deve ser um
processo de construção de conhecimento ao qual ocorrem, em condição de complementaridade,
por um lado, os alunos e professores e, por outro, os problemas sociais atuais
e o conhecimento já construído (‘acervo cultural da Humanidade’)."
"Construtivismo, segundo pensamos, é esta forma de conceber o
conhecimento: sua gênese e seu desenvolvimento – e, por consequência, um novo
modo de ver o universo, a vida e o mundo das relações sociais."
ABORDAGEM PIAGETIANA À INTELIGÊNCIA
Conceito de inteligência: a pessoa inteligente é aquela que tem: capacidade para aprender, para resolver problemas, para adaptar-se a situações novas, para ajustar-se ao ambiente, para estabelecer relações, para compreender, para inventar, ter rapidez na interpretação. É preciso levar em consideração as situações e o ambiente em que o indivíduo se encontra. Para Piaget, a inteligência desenvolve-se através da relação entre sujeito-objeto, chamada por ele de interação. O sujeito constrói gradualmente sua inteligência e seus conhecimentos através da ação constante e recíproca com seu meio. A ação funciona como sendo algo que supre uma necessidade causada pela falta de equilíbrio entre o sujeito e o ambiente. Essa troca entre sujeito e ambiente envolve a afetividade e, é claro a cognição. A cognição e a afetividade complementam o processo de formação dos conhecimentos. Existem duas formas de conhecimento:
FÍSICO: ligado às ações físicas, onde o sujeito age sobre os objetos
(prende-se à natureza dos objetos explorados);
LÓGICO-MATEMÁTICO: ligado às ações lógico-matemática, onde o sujeito enriquece
os seus conceitos com
novas propriedades e relações (ultrapassa a simples exploração, ação
intelectual). O processo de construção da inteligência dá-se a partir de dois
aspectos:
FUNCIONAL: são as características biológicas e hereditárias, sendo estas
invariantes no decorrer da vida. É este aspecto que caracteriza sua abordagem
teórica enquanto Embriologia Mental. “A inteligência traz uma marca biológica,
e este marca define suas características essenciais." (PIAGET, 1972). A
inteligência, então, parte inicialmente de processos orgânicos. Divide-se em:
Hereditariedade
Específica: estruturas biológicas
propriamente ditas, que determinarão as percepções mentais de cada indivíduo.
Esta hereditariedade pode facilitar ou dificultar a aquisição do conhecimento.
Hereditariedade Gerais: herdamos algo que nos
permite superar as limitações biológicas. Temos uma dotação biológica que
pode servir como obstáculo ao nosso progresso intelectual, porém temos um
"algo mais" que faz com que superemos tais obstáculos, em direção à
realização intelectual, que também é inerente ao ser humano. Não herdamos
estruturas cognitivas prontas, e sim uma maneira individual para atuarmos no
ambiente, que se desenvolverão a partir do próprio funcionamento
intelectual. Tal funcionamento possui elementos fundamentais e
invariantes:
ORGANIZAÇÃO: são as estruturas intelectuais, que diferem em estágios de
desenvolvimento. Depende de ações intelectuais e da dotação biológica.
ADAPTAÇÃO: é a busca de comportamentos mais adaptativos, impostos pelo
ambiente físico e social, através do rompimento do equilíbrio.
Possui os seguintes processos complementares:
* ASSIMILAÇÃO (solucionar nova situação a partir de estruturas mentais já
formadas);
* ACOMODAÇÃO (modificação de estruturas
antigas para dominar a nova situação).
ESTRUTURAL: possui os seguintes elementos:
Mudanças Evolutivas: para que haja o desenvolvimento pleno do ser humano, como também
sua evolução, é indispensável um constante processo de
equilíbrio - desequilíbrio - equilíbrio.
Estruturas Cognitivas: são os chamados ESQUEMAS, ou seja,
instrumentos de
aprendizagem e troca do
sujeito com o meio. É um padrão interno adquirido pela experiência;
representação abstrata dos elementos essenciais da experiência. Composto de
representações, que resultam da exposição a eventos, a partir da interação,
surgindo unidades estruturais básicas de pensamento e ação. No início são
contínuas, sendo construída pouco-a-pouco, determinando a progressão dos
conhecimentos numa complexidade crescente, possibilitando a organização
cognitiva. Embora seja construída a partir das ações intelectuais, sua gênese
encontra-se no funcionamento biológico, mais precisamente no sistema nervoso.
PERÍODOS DO DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
É importante salientar que a inteligência relaciona-se com a adaptação psicológica ao meio. O ato inteligente envolve, portanto, a execução de comportamentos complexos, que podem ser variados em função da situação ambiental. Inteligência refere-se à possibilidade de variar as formas, as maneiras de ação em vista de um objetivo. Para tanto, o sujeito precisa de estruturas cognitivas capazes. Os períodos que Piaget estudou e elaborou em sua teoria relacionam-se exatamente com o desenvolvimento dessas capacidades.
PERÍODO SENSÓRIO-MOTOR (O-2 anos): recém-nascido dispõe de reflexos hereditários, aos quais vão se acrescentando, a partir da exploração do meio, adaptações que serão repetidas, fixadas e adquiridas.
PERÍODO PRÉ-OPERACIONAL (2-7 anos): sujeito passa a captar seu mundo, através de sucessivas adaptações, na busca da manutenção da harmonia (processo de equilíbrio-desequilíbrio). Começa a atuar com mais lógica e coerência. Quanto ao funcionamento intelectual, este desenvolve estruturas cognitivas cada vez mais complexas. O pensamento, nessa fase, possui as seguintes características:
·Equilíbrio
· Justaposição
· Transdução
· Sincretismo
· Irreversibilidade
· Centração
· Realismo intelectual
· Animismo
· Artificialismo
PERÍODO OPERACIONAL
CONCRETO (7-12 anos): incremento do pensamento
lógico. Aparecimento de atitude crítica em lugar da tendência lúdica do
pensamento. Capacidade de realizar operações mentais complexas e reversíveis (à
toda operação racional corresponde uma operação simétrica que permite o retorno
ao ponto de partida). A criança passa de um estado de indiferenciação, de
desorganização do pensamento, para uma compreensão lógica e adequada da
realidade, percebendo-se como um indivíduo entre outros, como um elemento de um
universo, que gradativamente passa a estruturar-se pela razão.
PERÍODO DAS OPERAÇÕES FORMAIS (12 anos em diante): formação de esquemas conceituais abstratos. Indivíduo interage com toda a sociedade e torna-se capaz de agir sobre ela e modificá-la, atingindo, portanto, a maturidade.
BIBLIOGRAFIA
BIGGE, M. L. Teorias da
aprendizagem para professores. São Paulo: editora pedagógica e
universitária, 1971
COUTINHO, M. T. C.,
MOREIRA, M. C. Psicologia da educação. São Paulo: Lê, 1991
GOULART, I. B. Psicologia
da educação. São Paulo: Vozes, 1987
MILHOLLAN, F., FORISHA, B.
E. Skinner x Rogers. São Paulo: Summus, 1978
PARREIRAS, M. C. O. Teoria
behaviorista ou comportamentista. http://www.geocities.com/celitaparreiras/cond.htm
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