Como desenvolver
experimentos científicos nas series
iniciais do ensino fundamental
O ensino de Ciências com seus métodos,
linguagem e conteúdos próprios, tem o objetivo de promover a formação integral
do cidadão, como ser pensante e atuante, e como corresponsável pelos destinos
da sociedade. A criança, desde as Séries Iniciais de escolaridade, é cidadã que
se constrói através de inúmeros atos interativos com os outros e com o meio em
que vive.
Ela é sujeito de seus conhecimentos.
“O propósito mais geral do ensino das Ciências deverá ser incentivar a
emergência de uma cidadania esclarecida, capaz de usar os recursos intelectuais
da Ciência para criar um ambiente favorável ao desenvolvimento do Homem como
ser humano”. (CARMO, 1991, p. 146).
A importância do trabalho prático é
inquestionável na Ciência e deveria ocupar lugar central no seu ensino (SMITH,
1975). No entanto, o aspecto formativo das atividades práticas experimentais
tem sido negligenciado, muitas vezes, ao caráter superficial, mecânico e repetitivo
em detrimentos aos aprendizados teórico-práticos que se mostrem dinâmico,
processuais e significativo (SILVA & ZANON, 2000).
De acordo com Borges (1997), os
estudantes não são desafiados a explorar, desenvolver e avaliar as suas
próprias idéias e que os currículos de ciências não oferecem oportunidades para
abordagem de questões acerca da natureza e propósitos da ciência e da
investigação científica.
A educação em Ciências deve proporcionar aos
estudantes a oportunidade de desenvolver capacidades que neles despertem a
inquietação diante do desconhecido, buscando explicações lógicas e razoáveis,
levando os alunos a desenvolverem posturas críticas, realizar julgamentos e
tomar decisões fundamentadas em critérios objetivos, baseados em conhecimentos compartilhados
por uma comunidade escolarizada (BIZZO, 1998).
Atividades experimentais na perspectiva
construtivista são organizadas levando em consideração o conhecimento prévio
dos alunos. Adotar esta postura construtivista significa aceitar que nenhum conhecimento
é assimilado do nada, mas deve ser construído ou reconstruído pela estrutura de
conceitos já existentes. Deste modo, a discussão e o diálogo assumem um papel
importante e as atividades experimentais combinam, intensamente, ação e
reflexão (ROSITO, 2003; SILVA & ZANON, 2000).
REFERÊNCIAS
CARMO, José Manuel do. As ciências no
ciclo preparatório: formação de professores para um ensino integrador das
perspectivas da ciência, do indivíduo e da sociedade. In: Ler Educação, nº 5,
maio/ago. 1991.
BIZZO, N. Ciências: fácil ou difícil.
Ed. Ática, São Paulo, SP, 1998.144p.
BORGES, A.T. O papel do laboratório no
ensino de ciências. In: MOREIRA, M.A.; ZYLBERSZTA J.N.A.; DELIZOICOV, D.;
ANGOTTI, J.A.P. Atlas do I Encontro Nacional de Pesquisa em Ensino de Ciências.
Editora da Universidade – UFRGS, Porto Alegre, RS, 1997. 2–11.
SILVA, L.H.de A.; ZANON, L.B. A
experimentação no ensino de Ciências. In: SCHNETZLER, R.P.; ARAGÃO, R.M.R.
Ensino de Ciências: Fundamentos e Abordagens. Piracicaba: CAPES/UNIMEP, 2000.
182 p.
SMITH, K.A. Experimentaçâo nas Aulas de
Ciências. In: CARVALHO, A.M.P.; VANNUCCHI, A.I.; BARROS, M.A.;
GONÇALVES,M.E.R.; REY, R.C. Ciências no Ensino Fundamental: O conhecimento
físico. 1. ed. São Paulo: Editora Scipione.1998. p. 22-23.
ROSITO, B.A. O ensino de Ciências e a
experimentação. In: MORAES, R. Construtivismo e Ensino de Ciências: Reflexões
Epistemológicas e Metodológicas. 2 ed. Porto Alegre: Editora EDIPUCRS, 2003. p.
195-208.
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