ATIVIDADES LÚDICAS
E ENSINO DE CIÊNCIAS
PLT – Cap. 6
Junho/2015
VÍDEO – Ensino de Ciências: Experimentação e lúdico
Piaget, Vygotsky, Freire e a construção do conhecimento
científico na Escola
Reflexões Iniciais:
•Construtivismo: Como se constrói o
Conhecimento? O aluno aprende em contato com objetos e na interação social.
•Qual o papel do professor nesse processo?
PIAGET E VYGOTSKY:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Para os dois o
desenvolvimento é um processo dialético e que as crianças são cognitivamente
ativas no processo de imitar modelos em seu mundo social.
Interação social X Interação com os objetos
Piaget: o desenvolvimento precede
a aprendizagem.
A aprendizagem é limitada pelo desenvolvimento biológico
que, por sua vez, depende do processo maturacional individual e não pode ser
acelerado.
Vygotsky: a
aprendizagem pode (e deve) anteceder o desenvolvimento; o desenvolvimento
biológico, pode ser decisivamente influenciado pelo ambiente, no caso, a escola
e o ensino.
•Piaget enfatiza a interação com os objetos
•Vygotsky enfatiza a interação social.
Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social, Piaget,
por aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que
o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios. Vygotsky,
ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se
variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, não se
pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano.
Vygotsky e o desenvolvimento das crianças:
•Zona de desenvolvimento real: tarefas
realizadas de forma independente, de acordo com a idade mental;
•Zona de desenvolvimento potencial:
tarefas realizadas com ajuda de adultos;
•Zona de desenvolvimento proximal: altas funções
mentais como memória voluntária, atenção seletiva e pensamento lógico se
desenvolvem pela interação social: PAPEL DA ESCOLA.
Interação horizontal X Interação vertical:
A integração do conhecimento
é mais forte quando as crianças são instigadas a defender seu ponto de vista.
Isto acontece mais naturalmente quando elas tentam convencer seus colegas
(interação horizontal). Elas também tendem a ser mais críticas quando discutindo
com seus pares que com os professores (interação vertical), por aceitarem mais
passivamente a opinião dos adultos.
•Dinâmica da Construção do Conhecimento:
Discussão em sala de aula => Professores = papel de um colega mais
experiente, ajudando os alunos a superar impasses que surgem durante as
discussões, dando exemplos (ou contraexemplos) que estimulem o pensamento.
•As atividades na sala de aula são influenciadas pela
sociedade, mas, ao mesmo tempo, podem, também, influenciá-la.
Piaget:
O processo (ou a
discussão dele) pelo qual um aluno chegou a determinada resposta é mais
importante do que o resultado em si. O professor não ensina: ajuda o aluno a
aprender. Papel do professor: provocar a criança o tempo todo.
•Os estudos de Piaget são de fundamental
importância ao apontar as diferenças entre o raciocínio da criança, em seus
vários estágios, e o raciocínio de um adulto que atingiu o nível das operações
formais.
•Muitos professores, não compreendendo esses diferentes
níveis de desenvolvimento mental, podem empregar estratégias de ensino
totalmente inadequadas.
Como características do modelo construtivista temos:
1. O construtivismo faz parte de um movimento em direção
a uma Educação centrada no estudante.
2. A abordagem construtivista objetiva mudar vários
aspectos da educação em ciências; O objetivo é mais um aprendiz reflexivo que é
consciente do poder e das limitações de seu pensamento.
3. A aprendizagem se dá através do ativo envolvimento do
aprendiz na construção do conhecimento.
4. O conhecimento científico é visto como uma construção
humana de natureza contínua e em andamento. O que comumente é chamado de
conhecimento científico nada mais é do que o consenso a que a comunidade
científica chegou em um determinado momento.
5. As ideias prévias dos estudantes desempenham um papel
importante no processo de aprendizagem.
Freire:
•Desenvolver o respeito pelos outros e a
capacidade de dialogar;
•É importante para as crianças discutir
ideias em todas as lições.
•Pensar sobre as próprias ideias ajuda os
alunos a se tornarem conscientes de suas concepções alternativas;
•Importância do diálogo e da problematização,
criticando a "educação bancária" e assim propondo o ensino baseado em
temas no qual a dialogicidade é a essência da prática educativa;
•Ensino de Ciências está arraigado pela concepção
tecnicista, conteudista, neutra, apolítica e a-histórica da educação;
•O Ensino de Ciências deve primar pelo
desenvolvimento de intelectuais engajados na mudança social, rumo a uma
sociedade justa e ambientalmente sustentável.
•Enfatizar os conhecimentos prévios dos alunos
na busca de entender seus significados e dar-lhes voz. Conhecimentos prévios
não se referem ao conhecimento aprendido em lições anteriores, mas às ideias
espontâneas trazidas pelos alunos que são frutos de suas vivências e que,
muitas vezes, diferem dos conceitos científicos.
•Características indispensáveis ao professor:
Empatia,
Flexibilidade,
Sensibilidade, Disponibilidade.
É também importante que os professores não confundam
construtivismo com falta de disciplina e de direção. O papel do professor é, de
fato, ajudar os alunos a perceber as incongruências e vazios no seu
entendimento. Para fazer isso, os professores têm que respeitar os alunos e tal
respeito tem que ser mútuo. No entanto, respeito não é alguma coisa imposta de
cima para baixo. Preferivelmente, deveria ser alguma coisa construída e
oferecida ao professor, pelos alunos, que o consideram merecedor dessa
consideração;
“Ensinar não é apenas transmitir o
conhecimento acumulado pela humanidade, mas fazê-lo significante para os
alunos.”
Ensino crítico construtivista deveria considerar que:
•o papel do professor é ajudar o aluno a
construir o seu próprio conhecimento;
•as estratégias de ensino devem ser
planejadas para ajudar o aluno a adotar novas ideias ou integrá-las com seus
conceitos prévios;
•qualquer trabalho prático é planejado para
ajudar a construção do conhecimento através da experiência do mundo real e da
interação social capacitando a ação;
•o trabalho prático envolve a construção de
elos com os conceitos prévios num processo de geração, checagem e restruturação
de ideias;
•a aprendizagem envolve não só a aquisição e
extensão de novos conceitos mas também sua reorganização e análise crítica;
•a responsabilidade final com a aprendizagem é dos
próprios alunos.
•Um ensino construtivista crítico não poderia
ser entendido como receitas prontas a serem seguidas, mas como sugestões a
serem examinadas pelos professores. Tal criticismo é crucial em todos os níveis
de educação e deve estar presente, particularmente, durante programas de
formação de professores devido ao seu efeito multiplicador.
•Estar consciente do que está acontecendo ao
redor (comunidade, sociedade, mundo) e revelar como a dominação e a opressão
são produzidas dentro da escola;
•Estimular o pensamento crítico dos alunos;
•Introduzir o diálogo crítico entre os
participantes;
•Buscar respostas para os problemas
colocados;
•Colocar novas questões para serem
respondidas, melhorando assim a prática;
•Tornar a aprendizagem significante, crítica,
emancipatória e comprometida com as mudanças na direção do bem-estar coletivo;
•Estar consciente de que todos temos uma
parte a cumprir em prol de uma sociedade mais justa.
•Ser receptivo para ouvir e entender a forma
como os alunos constroem, articulam e expressam seu conhecimento;
•Apoiar os alunos na expressão de seus
conceitos, na tomada de consciência desse processo e na valorização do próprio
conhecimento e o dos colegas;
•Nunca depreciar a informação trazida pelos alunos;
•Contextualizar o ensino apresentando
problemas relacionados a aspectos-chave da experiência dos alunos, de forma que
esses possam reconhecer seus próprios pensamento e linguagem no estudo;
•Mostrar que o ato de conhecer exige um
sujeito ativo que questiona e transforma e que aprender “é recriar os caminhos
com que nos enxergamos a nós próprios, nossa educação e nossa sociedade”;
•Encorajar os alunos a colocar problemas e
questões;
•Apresentar o assunto não como “exposições
teóricas ou como fatos a serem memorizados, mas como problemas colocados dentro
da experiência e linguagem dos alunos para serem trabalhados por eles”;
•Conduzir a classe dentro de um processo democrático de
aprendizagem e de criticidade. “Os professores devem afirmar-se sem, por outro
lado, desafirmar os alunos.”
Essas atitudes não implicam
passividade por parte do professor. Eles têm o dever de mostrar as
contradições, os vazios e inconsistências no pensamento dos alunos e
desafiá-los a superá-los. Para realizar essa tarefa os professores devem ser,
antes de tudo, competentes no conteúdo que têm a responsabilidade de ensinar.
Ensinar, nessa abordagem, significa planejar todo o processo para facilitar a
compreensão do novo conteúdo pelos alunos. Para professores construtivistas as
estratégias e técnicas de ensino devem ir de uma completa liberdade para
permitir a livre expressão das concepções espontâneas trazidas pelos alunos até
uma rigorosa disciplina que caracteriza o trabalho intelectual.
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