terça-feira, 26 de janeiro de 2016

BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE CIÊNCIAS


 BREVE HISTÓRICO DO ENSINO DE CIÊNCIAS Cap. 1  PLT

                                                Março/2015

O Conceito de Ciência
“A ciência é um conjunto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis, que fazem referência a objetos de uma mesma natureza”.
Conhecimento racional, isto é, que tem exigências de método e está constituído por uma série de elementos básicos, tais como sistema conceitual, hipóteses, definições; diferencia-se das sensações ou imagens que se refletem em um estado de ânimo, como o conhecimento poético, e da compreensão imediata, sem que se busquem os fundamentos, como é o caso do conhecimento intuitivo.

Certo ou provável, já que não se pode atribuir à ciência a certeza indiscutível de todo saber que a compõe. Ao lado dos conhecimentos certos, é grande a quantidade de prováveis. Antes de tudo, toda lei indutiva é meramente provável, por mais elevada que seja sua probabilidade.
Obtidos metodicamente, pois não se os adquire ao acaso ou na vida cotidiana, mas mediante regras lógicas e procedimentos técnicos.
Sistematizados, isto é, não se trata de conhecimentos dispersos e desconexos, mas de um saber ordenado logicamente, constituindo um sistema de ideias (teoria).
Verificáveis, pelo fato de que as afirmações, que não podem ser comprovadas ou que não passam pelo exame da experiência, não fazem parte do âmbito da ciência, que necessita, para incorporá-las, de afirmações comprovadas pela observação.

Relativos a objetos de uma mesma natureza, ou seja, objetos pertencentes a determinada realidade, que guardam entre si certos caracteres de homogeneidade.
O que impulsiona o homem em direção à ciência é a necessidade de compreender a cadeia de relações que se esconde por trás das aparências sensíveis dos objetos, fatos ou fenômenos (CURIOSIDADE), captadas pela percepção sensorial e analisadas de forma superficial, subjetiva e crítica pelo senso comum. O homem quer ir além dessa forma de ver a realidade imediatamente percebida e descobrir os princípios explicativos que servem de base para a compreensão da organização, classificação e ordenação da natureza em que está inserido. Através desses princípios, a realidade passa a ser percebida pelos olhos da ciência não de uma forma desordenada, esfacelada, fragmentada, como ocorre na visão subjetiva e a crítica do senso comum, mas sob o enfoque de um critério orientador, de um princípio explicativo que esclarece e proporciona a compreensão do tipo de relação que
se estabelece entre os fatos, coisas e fenômenos, unificando a visão de mundo.

                              MÉTODO CIENTÍFICO:






HISTÓRICO:

Relativamente recente na escola fundamental;
•Muitas práticas, ainda hoje, são baseadas na mera transmissão de informações, tendo como recurso exclusivo o livro didático e sua transcrição na lousa;
•Até a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação de 1961, ministravam-se aulas de Ciências Naturais apenas nas duas últimas séries do antigo curso ginasial. Essa lei estendeu a obrigatoriedade do ensino da disciplina a todas as séries ginasiais, mas apenas a partir de 1971, com a Lei nº 5.692, Ciências passou a ter caráter obrigatório nas oito séries do antigo primeiro grau.
•Cenário: Ensino Tradicional – Transmissão de conteúdos (CIÊNCIA COMO PRODUTO)

Professores: transmissão de conhecimentos acumulados pela humanidade, por meio de aulas expositivas;
•Alunos: mera reprodução das informações;
•Verdade científica (Livros): tida como inquestionável;
•Qualidade = Muita Quantidade de Conteúdos (TEORIA); Não sobra tempo para a PRÁTICA.
•Principal recurso de estudo e avaliação era o questionário = Respostas idênticas às do Professor.
•Era necessária uma Renovação...

1960: chegada ao Brasil das teorias cognitivistas, que consideravam o conhecimento como sendo um produto da interação do homem com seu mundo e enfatizavam os processos mentais dos estudantes durante a aprendizagem. No entanto, somente no início dos anos 1980 é que essas teorias passaram a influenciar significativamente o ensino de ciências. As teorias de Bruner, Vygotsky e o construtivismo interacionista de Piaget valorizavam a aprendizagem pela descoberta; o desenvolvimento de habilidades cognitivas; sugeriam que os estudantes deveriam lidar diretamente com materiais e realizar experiências para aprender de modo significativo e que o professor não deveria ser um transmissor de informações, mas orientador do ensino e da aprendizagem.

•A partir de 1964, as propostas educativas para o ensino de ciências sofreram grande influência de projetos de renovação curricular desenvolvidos nos Estados Unidos e na Inglaterra: materiais mal adaptados. Ex: sugeria que os estudantes levassemum pouco de nevepara a sala de aula para a realização de determinadas atividades experimentais.
•Industrialização Brasileira e desenvolvimento científico e tecnológico: Temática chega à Escola e torna-se relevante: Mudanças curriculares, substituição dos métodos expositivos (aprender-fazendo), capacitação dos professores. 

•Nesse contexto, surgiu a escola tecnicista (importância do laboratório) na qual a apropriação do saber identificava-se com o poder e os sujeitos deveriam ser conduzidos como máquinas para que produzissem mais e melhor, tendo em vista garantir uma maior lucratividade para os donos das organizações.
•Década de 1980 e 1990: Surge a tendência Ciência, Tecnologia e Sociedade, levando às discussões sobre as relações entre educação e sociedade, identificando-se a necessidade de um ensino que integrasse os diferentes conteúdos, com um caráter também interdisciplinar (utilização de materiais simples e fatos do cotidiano)

•Ciência + Tecnologia = Desenvolvimento
•Especialmente a partir dos anos 80, o ensino das Ciências Naturais se aproxima das Ciências Humanas e Sociais, reforçando a percepção da Ciência como construção humana, e não como verdade natural, e nova importância é atribuída à História e à Filosofia da Ciência no processo educacional.
•Atualmente, o movimento educação científico-tecnológica para e a ideia de alfabetização científica para todos pressupõem a formação de cidadãos capazes de fazer opções de modo consciente, bem como a existência de amplas relações entre a ciência, a tecnologia, a sociedade e o meio ambiente.

Ciência: esperança para a solução dos problemas da humanidade e, paradoxalmente, problemas sociais e ambientais provocados pela atividade científica e tecnológica.
A construção de um ensino de ciências de qualidade pressupõe urgentemente romper com o modelo de formação docente que prevalece na maior parte das universidades brasileiras, no qual são ensinados os produtos da ciência e oferecidas possibilidades didáticas para o ensino dos mesmos nas escolas. Na formação do professor de ciências defende-se a articulação entre teoria e prática pedagógica, pesquisa e ensino, reflexão e ação didática. No entanto, a separação explícita entre ensino e pesquisa nas universidades e a valorização da pesquisa em detrimento das atividades de ensino ainda trazem enormes prejuízos a essa formação.




   Sai...




                    Entra...







As atividades práticas 
passaram a representar 
importante elemento para a 
compreensão ativa de 
conceitos.
O objetivo fundamental do 
ensino de Ciências Naturais 
passou a ser dar condições
para o aluno vivenciar o que se 
denominava método científico, 
   CIÊNCIA COMO                                           ou seja, a partir de 
              PROCESSO                                         observações, levantar 
                                                                            hipóteses, testá-las, refutá-las e 
                                                                            abandoná-las quando fosse o 
    caso, trabalhando de forma a 
    redescobrir conhecimentos

•Criou-se a ideia no professorado de que somente com laboratórios é possível alguma modificação no ensino de Ciências;
•O que mudou hoje?
•A experimentação, sem uma atitude investigativa mais ampla, não garante a aprendizagem dos conhecimentos científicos.
•A industrialização acelerada ignorou os custos sociais e ambientais desse desenvolvimento. Surgem problemas sociais e ambientais em todo o mundo.
•Os problemas relativos ao meio ambiente e à saúde começaram a ter presença nos currículos de Ciências Naturais, mesmo que abordados em diferentes níveis de profundidade.


Progresso Científico e Tecnológico = Problemas Sociais e Ambientais: equidade na distribuição dos custos ambientais provocados pelas inovações tecnológicas; ao uso inapropriado de determinadas descobertas científicas; às implicações éticas e à aceitação dos riscos de determinadas tecnologias; às mudanças provocadas no meio ambiente pelo exercício do poder e pela força do capital; “Um novo contrato social faz-se necessário, tendo em vista a construção de uma ciência socialmente comprometida com as reais necessidades da maioria da população brasileira e não limitada a acumular conhecimentos e avançar sem importar em que direção.”
                                          Educação Científica torna-se necessária


•Os estudantes possuíam ideias, muitas vezes bastante elaboradas, sobre os fenômenos naturais, tecnológicos e outros, e suas relações com os conceitos científicos. Essas ideias são independentes do ensino formal da escola, pois são construídas ativamente pelos estudantes em seu meio social. Esses conhecimentos dos estudantes, que anteriormente não eram levados em conta no contexto escolar, passaram a ser objeto de particular atenção e recomendações.
•Produção Científica: Afastada das escolas Somente nas Universidades: “Segredo Guardado”.
 •As pesquisas acerca do processo de ensino e aprendizagem levaram a várias propostas metodológicas, diversas delas reunidas sob a denominação de construtivismo. Pressupõem que o aprendizado se dá pela interação professor/estudantes/conhecimento, ao se estabelecer um diálogo entre as ideias prévias dos estudantes e a visão científica atual, com a mediação do professor, entendendo que o estudante reelabora sua percepção anterior de mundo ao entrar em contato com a visão trazida pelo conhecimento científico.
•Ciência deve ser apreendida em suas relações com a Tecnologia e com as demais questões sociais e ambientais;
•Na maior parte das salas de aula, na realidade, persistem velhas práticas...




VÍDEO: Ensino de Ciências história e situação atual

A DISCIPLINA DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAL: A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO NA ESCOLA

OBJETIVO DO ESTUDO DE CIÊNCIAS NO ENSINO FUNDAMENTAS:

Os objetivos de Ciências Naturais no Ensino Fundamental pretendem que os alunos desenvolvam habilidades necessárias para entenderem a dinâmica da natureza, do mundo e possam atuar como cidadãos, utilizando os recursos tecnológicos e científicos para a construção de uma sociedade menos injusta e desigual. (CT&S)



 Pesquisa Científica           

                X
Prática do ensino de
  Ciências nas salas
            de aula

   REALIDADE UM
  TANTO QUANTO
       DISTANTE!


O gosto pela observação, pela investigação e pela pesquisa científica deve começar a ser cultivada desde cedo na escola, dentro da sala de aula. O berço de grandes cientistas deve ser a sala de aula! O professor deve promover a alfabetização científica”.



                     
                                       Deve-se propiciar ao aluno o contato com a pesquisa, colocando-o                     como participante, como
argumentador e como descobridor que “segue os     caminhos do conhecimento” sem perder sua curiosidade e pondo em ação inteligência e      imaginação.
O mundo atual reverencia a Ciência, valoriza suas descobertas e depende delas para progredir em diferentes campos!   

Senso Comum
(“achismos”)
X
Conhecimento Científico
(“certezas” e “evidências”)
Posição construtivista: o conhecimento não é diretamente transmitido, mas construído ativamente pelo aprendiz – Atividades práticas.

Conhecimento científico: conhecimento público, é construído e comunicado através da cultura e das instituições sociais da ciência.

   O Conhecimento Científico não deve ser apenas ser  

 “transmitido” nem tampouco “forçado”, mas sim 
estimulado nos alunos através de desafios na 
pesquisa, já tomando cuidado de inserir a questão
ÉTICA na pesquisa.
Só assim novos conhecimentos serão gerados.
 A chave para abrir a imaginação está nas mãos do 
professor!

Toda aprendizagem provém de um impulso, de uma 
deliberação de aprender, de uma energia que orienta o 
aprendiz e o leva a relacionar-se com
objetos, representações, ideias, eventos, regularidades.



                                                             O que ensinar em Ciências?
O Conteúdo se esgota e é imutável?
                                             Qual a relação do desenvolvimento tecnológico 
                                      com o estudo de ciências e a construção do conhecimento
                                                                          científico?   



Como a mediação do professor pode “construir” esse conhecimento científico?

Como o professor pode instigar a curiosidade e a capacidade de argumentação e questionamento frente aos fenômenos da natureza?

O estímulo passa a existir a partir do momento em que o educando liga o que já sabe com aquilo que vê que pode alcançar, mas que ainda não está sob o seu domínio.

A Didática das Ciências expressa intrinsecamente 
uma relação entre teoria e prática.

CONCLUSÕES:





“O processo da aprendizagem não se confunde com o
da produção científica mas que deve antecedê-lo
necessariamente”.




           

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