quarta-feira, 23 de julho de 2014

LUDICIDADE

LUDICIDADE
Ludicidade é: Um recurso pedagógico, pois a utilização de recursos lúdicos, como jogos e brincadeiras, auxilia a transposição dos conteúdos para o mundo do educando. A ludicidade, como elemento da educação também é passível de demonstrar a evolução humana como base em suas interações sociais, culturais e motoras.
Assim, a ludicidade na educação é considerar que a brincadeira faz parte da vida do ser humano. A ludicidade se define pelas ações do brincar que são organizadas em três eixos: O jogo, o brinquedo e a brincadeira.

Vygotsky – Breve Biográfia
Lev Semenovich Vygotsky(1896 – 1934), nasceu a 17 de novembro de 1896 em Orsah, pequena cidade perto de Minsk, a capital da Bielo-Rússia, região então dominada pela Rússia. Seus pais eram de uma família judaica culta e com boas condições econômicas, o que permitiu a Vygotsky uma formação sólida desde criança..


Aos 18 anos, matriculou-se no curso de medicina em Moscou, mas acabou cursando a faculdade de direito.. Lecionou literatura, estética e história da arte e fundou um laboratório de psicologia.
Em 1924, casa-se com Roza Smekhova. Tiveram duas filhas. Desde 1920 conviveu com a tuberculose. Apesar de sua formação em Direito, destacou-se à época por suas críticas literárias e análises do significado histórico e psicológico das obras de Arte. Escreveu aproximadamente 200 trabalhos científicos, cujos temas vão desde neuropsicológia  até criticas literárias, passando por deficiência, linguagem, psicologia, educação e questões teóricas e metodológicas relativas às ciências humanas.
Graduou-se em Medicina. Uma de suas  obras: "A Formação Social da Mente",  aborda os problemas da gênese dos processos psicológicos tipicamente humanos, analisando-os desde a infância à luz do seu contexto histórico-cultural.
 Pensador importante em sua área, foi pioneiro na noção de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e condições de vida. Faleceu em Moscou, em 11 de junho de 1934, vítima de tuberculose, doença com que conviveu durante quatorze anos.

Vygotsky – Contribuições Teóricas
O núcleo central de sua teoria trata de como os indivíduos, interagindo como agentes sociais mais instruídos (professores/as,colegas), constroem e internalizam o conhecimento.
Os fatores sociais, de acordo com esse psicólogo, desempenham um papel fundamental no desenvolvimento intelectual. Quando o conhecimento existente na cultura é internalizado(construído) pelas crianças, as funções e as habilidades intelectuais são provocadas a desenvolver.
Segundo Vygotsky, para compreender adequadamente o desenvolvimento de um indivíduo, deve-se considerar também os níveis de desenvolvimento real e potencial.
A Zona de Desenvolvimento real é a capacidade que o indivíduo já adquiriu de realizar tarefas sozinho.
A Zona de Desenvolvimento Potencial é a capacidade que o indivíduo tem para desempenhar tarefas e atividades com ajuda de adultos ou colegas mais experientes. A partir das Zonas de Desenvolvimento Real e Potencial, Vygotsky define a Zona de Desenvolvimento Proximal como a distância ou o caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que, com a ajuda do outro, tornar-se-ão funções consolidadas e estabelecidas no nível de desenvolvimento real.

Para Vygotsky, a brincadeira pode ter papel fundamental no desenvolvimento da criança. Seguindo a ideia de que o aprendizado se dá por interações, o jogo lúdico e o jogo de papéis, como brincar de “mamãe e filhinha” permite que haja uma atuação na zona de desenvolvimento proximal do indivíduo, ou seja, cria-se condições para que determinados conhecimentos e/ou valores sejam consolidados ao exercitar no plano imaginativo capacidades de imaginar situações, representar papéis, seguir regras de conduta de sua cultura (só a mamãe que pode colocar a filhinha de castigo), etc.
Assim, a criança se projeta no mundo dos adultos, ensaiando atividades, comportamentos e hábitos nos quais ainda não está preparada para tal, mas que na brincadeira permite com que sejam criados processos de desenvolvimento, internalizando o real e promovendo o desenvolvimento cognitivo.

 Jean Piaget – Breve Biografia
Jean Piaget(1896-1980), foi um teórico da educação e psicólogo suíço considerado um dos maiores no segmento da educação no século 20. Foi o fundador da epistemologia genética, cujo estudo central é a investigação da gêneses e desenvolvimento psicológico do pensamento humano.
Filho de um professor, começou a se interessar pela ciência desde a infância e fez parte do “Clube dos Amigos da Natureza” na adolescência, também escrevendo artigos científicos. Em 1918, formou-se em ciências naturais, pela Faculdade de Ciências da Universidade de Neuchântel.


 Jean Piaget – Contribuições Teóricas
Para Piaget, cada ato de inteligência é definido pelo equilíbrio entre assimilação e acomodação. Na assimilação, o sujeito incorpora eventos, objetos, ou situações dentro das formas de pensamento, que constituem estruturas mentais organizadas.
Na acomodação, as estruturas mentais existentes reorganizam-se para incorporar novos aspectos do ambiente externo. O brincar é identificado pela primazia da assimilação sobre a acomodação.
Para propiciar a compreensão da teoria de Piaget sobre os jogos, seria interessante observarmos crianças em situações lúdicas, como bebês explorando objetos do seu cotidiano, crianças de 3 ou 4 anos imitando as ações da mãe ou do pai, crianças de 6 a 10 anos brincando em grupo.

Função Educacional da Ludicidade: A ludicidade como recurso pedagógico ocupa um espaço no processo ensino e aprendizagem, atendendo as necessidades e aos interesses do educando e do educador .
É necessária a utilização de recursos pedagógicos que considerem os diferentes estilos de aprendizagem dos educandos.
A ludicidade auxilia o educador no desafio de ensinar.
Qualquer atividade para a criança e com a criança tem um sentido educativo.
A proposta pedagógica possui conhecimentos abstratos vinculados a situações cotidianas dos educandos.
A aprendizagem tem como objetivo a linguagem corporal, além da linguagem oral.
No jogo, o educando desenvolve a iniciativa, a ação e a reação, a pergunta e dúvida, a busca do entendimento dos conteúdos para além da escola.
São fatores considerados nas atividades pedagógicas do educador, na prática do jogo: Definição dos objetivos, escolha dos jogos adequados ao momento educativo.
Na ludicidade, o educando se torna sujeito ativo do processo de construção do conhecimento.

 Khisimoto(1996) – Contribuições
Para Khisimoto,” a importância dessa  modalidade de brincadeira justifica-se pela aquisição do símbolo”. É alterando o significado dos objetos, de situações, é criando novos significados que se desenvolve a função simbólica, o elemento que garante a racionalidade ao ser humano. Ao brincar de faz de conta a criança está aprendendo a criar símbolos.
Khisimoto define o jogo de faz de como aquele que deixa evidente a presença da situação imaginária. Surge com o aparecimento da representação da linguagem, por volta dos 2 a 3 anos, quando a criança começa a modificar o significado dos objetos, a expressar suas fantasias e a assumir papeis existentes no contexto social.

Khisimoto -  Definições Importantes
Jogo: O jogo é caracterizado pela presença de regras que sistematizam as ações dos sujeitos envolvidos, mas a imaginação coloca a disposição de seus participantes a possibilidade de modificá-las de acordo com suas necessidades e interesses.
Brinquedo: O brinquedo, definido por Khisimoto, é entendido sempre como um objeto, suporte da brincadeira ou do jogo, quer no sentido concreto, quer no ideológico.
Brincadeira: A brincadeira, definida por Khisimoto, é apontada como uma atividade espontânea da criança, sozinha ou em grupo. Ela constrói uma ponte entre a fantasia e a realidade, o que a leva a lidar com complexas dificuldades psicológicas, como a vivência de papéis e situações não bem compreedidas e aceitas em seu universo infantil.





CONTAR HISTÓRIA

                        Manual de atividades lúdicas:
                                     contar Histórias
                                                                         Marisol Montero Sendin



Maktub! — Estava escrito na alma do contador de histórias.
                                                                                                                        Valdir Cimino


Contar uma história é a passagem para o mundo mágico, onde a cada segredo revelado traz a possibilidade da realização de milagres, podemos inclusive afirmar que a força de uma boa história tem o poder de solucionar dificuldades, harmonizar ambientes e dar continuidade a história do mundo.
Desde que o homem se reconhece como ser humano Homo sapiens (“homem sábio”, em latim), unico da espécie a possuir cérebro altamente desenvolvido, com capacidades multiplas associadas a mente e ao corpo, contextualiza em introspecções, reflexões, raciocinio abstrato e tendo a linguagem como ferramenta para transformar desde os tempos mais remotos a conquista, o respeito e a veneração dos seus semelhantes.
Na Idade Média o contador de história era sempre bem vindo e respeitado em toda parte pelo prazer que as suas histórias proporcionavam, sendo elas recitadas, cantadas, declamadas, encantavam e envolviam de reis, príncipes e princesas às classes mais populares, e de aldeia em aldeia os trovadores, os segréis, os jograis, os bardos e os menestréis obtinham admiração popular, e assim, pouco a pouco, até os dias de atuais, a civilização global, têm utilizado a história como veículo para eternizar verdades, conservando assim as tradições e promoção de novas ideias.
Não há como ignorar a influencia poderosa que as histórias têm exercido em todas as reformas sociais que a humanidade tem vivenciado, o “Era uma vez...” palavras, proferidas dentro da forma clássica, representam eficiente recurso para o estimulo imaginação da criança afastando-a das distrações e garantindo ao interlocutor a importância da história como recurso positivo no processo formativo e ao mesmo tempo informativo.
A importância da história decorre de sua universalidade; de sua influência; dos recursos que oferece aos educadores, pais, avós, etc e dos benefícios que poderá proporcionar à existência sustentável da humanidade.
Histórias gravam-se, em nossas mentes e corações, o conhecimento e ensinamentos passam a fazer parte do patrimônio moral e social dos seres que a vivenciam. Nas situações do dia a dia muitas vezes nos depararmos com cenas idênticas, e assim somos levados a agir de acordo com a experiência, somos espelho para o outro e o outro também passa a ser nosso espelho.
A experiência tem provado que pais e educadores bem orientados empregam a história como meio eficaz para ensinar bons costumes, promover ética e valores, corrigir falhas na formação do caráter e premiar atitudes nobres e justas.
A história é um grande divertimento para o espírito, principalmente se o narrador se preparar para o ato: há de se ter um bom início, com a apresentação dos perfis dos personagens e o âmbito onde atuaram; um ponto culminante onde vida e o inesperado se digladiam a fim de conquistar e cativar a audiência, e um desfecho imprevisível agradável, que proporcione à alívio da tensão emocional.
Para completar a diversão, o uso de teatrinho de fantoches, sombra, origamis e dramatização espontânea, fortalece a empatia com audiência.
A história pode educar crianças, moços e velhos, elas ficam guardadas no tempo e na nossa memória e podem servir como uma lição, uma advertência ou como um conselho.
A história é elemento de primeira grandeza na educação da criança e o uso intencional da mesma pode auxiliar e despertar o desejo de praticar o bem, de cuidar de sua existência fortalecendo conceitos e ensinamentos sobre higiene corporal, alimentação, prevenção da saúde e do meio ambiente, e resgatar a importância da educação e o cuidado na conservação das escolas e dos livros.
Os aspectos educativos, visamos com as histórias à expansão da linguagem enriquecendo o vocabulário, a expressão e a articulação; estímulo à criatividade, imaginação e inteligência; alargando horizontes e ampliando o conhecimento; socialização e identificação dos âmbitos e encontros; através da imitação de bons exemplos e situações decorrentes das histórias, valorizar a diversidade e as diferenças individuais; cultivar a memória de uma sociedade.
Para Monteiro Lobato a compreensão da Aritmética aplicada através de cálculos e frações se fez mais
compreendida sob a forma de história, já Julio Verne encantou e encanta até hoje uma legião de adolescentes, o próprio Santos Dumont o teve como inspiração para a criação e construção do avião.
A história passa a ser elemento essencial no desenvolvimento intelectual e na linguagem infantil, instrui e facilita a aquisição de novos conhecimentos, a partir de cenas da vida real, educacional, doméstica e lazer.
Desenvolve gosto artístico observado nas artes cênicas e à educação religiosa dos povos.
As histórias exercem ações benéficas sobre o corpo e a mente humana, muitas pessoas enfermas, passam a sentir-se melhor quando no tratamento médico e tecnológico agrega se uma boa história, isto é acolhimento humanizado.
No caso de uma criança adoecida, sempre existe espaço para o mundo do “ faz de conta”, a história canaliza a imaginação e tudo que é estático pode se transformar em dinâmico, um brinquedo pode ganhar vida, falar, pensar e se expressar. Brinquedos tem o poder de contar histórias e ajudam a resolver conflitos emocionais. Jamais subestime a imaginação de uma criança, mesmo que ela seja especial, pois seu espaço está sempre povoado de formas, sentimentos, movimentos, cores e sons.
Uma história só encantará e fidelizará a atenção do sujeito se for narrada com verdadeiro êxito e se estiver rigorosamente adequada à imaginação do mesmo, vale conhecer alguns dos segredos que competem à arte de contar histórias; estar aberto para amar a leitura e ter interesse pelo nosso folclore, identidade nacional que garante e fortalece nossa cultura; estudar o conto e o propósito do autor, narrar a verdade, assim o personagem se faz real no drama ; ler constantemente o mundo da crianças, jornais, revistas, almanaques, quadrinhos e livros, muitos livros, se possível crie os seus, leia inclusive os sobre Psicologia da Criança e do Adolescente que nos revela conhecimento e noções elementares e fundamentais para o fortalecimento as relações interpessoais; assista aos desenhos animados, comédias, filmes e vá ao teatro; navegar na internet já faz parte do cotidiano de nossas crianças e jovens, aprenda com eles, na globalização o que vale é o que se aprende; depois da vivencia faça as suas anotações fantásticas do que foi lido, visto, ouvido, tocado e sentido, assim terá certeza que Maktub!
Reflexão: se no final do dia, após as obrigações como exercícios físicos, cursos e trabalhos escolares a criança ainda receber uma história que alimente o espírito seu sono será tranquilo e o repouso saudável, preparando a para um novo dia de aprendizagem.

A palavra Maktub quer dizer “carta” em árabe, contudo foi traduzida como “está escrito”.


Por QuE as crianÇas brincaM?

Porque gostam de fazê-lo – isto é um fato indiscutível. As crianças usufruem de todas as experiências de brincadeira – física e emocional.
As crianças dão escoamento ao ódio e à agressão nas brincadeiras. A criança aprecia concluir que os impulsos agressivos podem exprimir-se num meio conhecido, sem o retorno do ódio e da violência de volta para a criança, ou seja, sem retaliação do meio.
As crianças também brincam para dominar angústias e para controlar idéias ou impulsos que conduzirão à angústia se não forem dominadas.
A criança adquire experiência brincando. O brincar é uma parcela importante da vida da criança. As experiências, tanto internas quanto externas são importantes para o adulto, mas para a criança essa riqueza se encontra principalmente no brincar e na fantasia.
A personalidade dos adultos se desenvolve através de suas experiências de vida e a das crianças evolui por intermédio de suas próprias brincadeiras e das invenções de brincadeiras feitas por outras crianças e por adultos.




o brincar É a Prova EvidEntE E constantE da caPacidadE criativa.

“A brincadeira que é universal e que é própria da saúde:
o brincar facilita o crescimento e, portanto, a saúde;
o brincar conduz aos relacionamentos grupais; o brincar pode ser uma forma de comunicação na psicoterapia;
finalmente a psicanálise foi desenvolvida como forma altamente especializada do brincar, a serviço da comunicação consigo mesmo e com os outros” (Winnicott, 1971).
“Os adultos contribuem pelo reconhecimento do grande lugar que cabe ao brincar e pelo ensino de brincadeiras tradicionais, mas sem obstruir nem adulterar a iniciativa própria da criança” (Donald Woods Winnicott, 1971).
“Assim como a poesia, o conto tem um valor grande e exatamente humano. Expressa, por meios simples, as imagens e os sentimentos que vive a humanidade inteira.” (Van Gennep, 1910).


As histórias, assim como o brincar, por serem um  instrumento lúdico e transicional, permitem ao sujeito, criança ou adulto, encontrar um sentido para suas experiências e, assim, integrar partes do si - mesmo. As histórias, como os contos de fadas, são a expressão mais simples e pura dos processos psíquicos. Freud já percebera que os contos não são fundamentalmente distintos dos sonhos e falam uma linguagem simbólica idêntica, a das fantasias inconscientes do homem.
Para a criança a linguagem cotidiana não é a linguagem natural do sentimento, que é a da imagem e da metáfora, como em histórias e sonhos. A criança não fala com facilidade, nem com naturalidade sobre seus sentimentos problemáticos. E, as poucas palavras que escolhem para expressar sentimentos tendem a levara uma compreensão muito restrita por parte dos adultos a quem são dirigidas. Além disso, as crianças não falam de sentimentos com seus amiguinhos.

Assim, a história pode ir diretamente ao âmago da questão, em três áreas:
1. O uso da história reconhece que é limitado falar sobre sentimentos com a criança na linguagem cotidiana, que é a linguagem do pensamento. Falar por meio de uma história, fazer uma encenação com bonecos ou fantoches, desenhar ou modelar em barro é usar a linguagem da imaginação, que é a linguagem natural da criança. A história fala às crianças num nível mais profundo e imediato que a
linguagem cotidiana. 2. 3. 1999).
As histórias contadas por adultos para crianças ou as histórias contadas para adultos por crianças, por meio de desenhos, pinturas ou encenações, falam de sentimentos com uma surpreendente
riqueza. Na verdade, a psique fala naturalmente de questões emocionais por meio das histórias, como nos sonhos. Nos sonhos, a psique “escolhe” a imagem e a metáfora para processar sentimentos intensos do passado ou do presente, assim como medos e esperanças para o futuro. Uma história é como sonhar acordado.
Assim como as crianças, muitos adultos ficam presos nos becos sem saída dos rótulos convenientes ao descrever os próprios sentimentos.
As palavras abrandadas, as referências oblíquas ou minimizadas, as experiências ou estados emocionais intensos são parte de uma cultura submetida a recalcamento.
“A Terra não é chata e a realidade também não. A realidade é contínua, múltipla, simultânea, complexa, abundante e parcialmente invisível. Só a imaginação pode compreendê-la e revelar suas profundezas(Winterson1999).


FunÇÕEs da contaÇÃo dE histórias

1. Suscitar o imaginário.
2. Ter a curiosidade respondida em relação a tantas perguntas.
3. Encontrar outras idéias para solucionar questões (como os personagens fazem...).
4. Possibilidade de descobrir o mundo dos conflitos, dos impasses.
 5. Sentir emoções importantes(através dos personagens).
 6.Viver profundamente tudo o que a narrativa provoca.
7. Ajudar a construir uma ponte entre o mundo interno
8. Compartilhar momentos de intimidade, de cumplicidade e, portanto, contribuir para o relacionamento,tornando-o mais próximo.
9. Acolher a criança em sua integridade, com suas emoções, que fazem parte da natureza humana.
10. Promover uma atitude positiva em relação à escuta.

Contar histórias também tem importantes FUNÇÕES TERAPÊUTICAS, calcadas na dimensão lúdica, muito importante na área da saúde. Os contos são, em função de sua estrutura, objetos lúdicos comparáveis ao brincar, pois oferecem personagens familiares em situações abertas que as crianças podem utilizar conforme as suas necessidades.

EFEITOS TERAPÊUTICOS DAS HISTÓRIAS
1. Possibilidade que oferecem à criança de criar para si pontos de referência reais, que poderá interiorizar;
2. A possibilidade que as histórias dão de pensar os conflitos que propõem e que são, no fundo, os conflitos da própria criança, postos à distância pela metáfora;
3. A possibilidade que ela terá, em função desses processos, de adquirir uma capacidade de lidar com a própria angústia.
Ler ou ouvir contos e histórias pode significar continuar pensando sobre nós mesmos, no momento em que entramos em contato com sentimentos e conflitos difíceis de serem suportados e que, sem esse filtro da narrativa, poderiam paralisar nossa capacidade associativa ou, ainda nos causar sintomas.
“...as diversas imagens e figuras narrativas representam as fantasias que o Inconsciente dos ouvintes acolhe e elabora secretamente.”(N. Belmonte, 1999) .



bEnEFÍcios das histórias tEraPÊuticas 
Uma história terapêutica pode funcionar como um “ingresso” para o mundo interior da criança.
 Quando a história é bem escolhida, a criança ouve com atenção porque se entra no mundo interno dela com cuidado e compreensão. É muito importante que se escolha bem o livro a ser oferecido para a criança, respeitando sua idade, seu desenvolvimento cognitivo e afetivo-emocional, além de seu
nível social e cultural.
Mas não podemos saber em que idade um conto específico será mais importante para uma criança específica. Isso só a criança pode determinar e revelar pela força com que reage emocionalmente àquilo que um conto evoca na sua mente consciente e inconsciente.
Para que uma história realmente prenda a atenção da criança deve entretê-la e despertar sua curiosidade. Contudo, para enriquecer sua vida, deve estimular-lhe a imaginação, ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas emoções, estar em harmonia com suas ansiedades e aspirações, reconhecer plenamente suas dificuldades e, ao mesmo tempo, sugerir soluções para os problemas que a perturbam.



1. Contar uma história é muito mais respeitoso e menos invasivo do que abordar os problemas da criança diretamente.
2. Uma história fala de questões e problemas emocionais comuns, mas fala dentro do domínio da imaginação e não dentro do domínio da cognição.
3. Uma história fala com empatia e precisão sobre a questão ou problema emocional que a criança está enfrentando. Ela fala por meio de imagens carregadas e expressivas e, com isso, captura o quadro completo, a realidade mais profunda da experiência emocional da criança. É uma forma profunda de descrição e evocação do mundo interno da criança. A história, com suas imagens e sentimentos, permite que a criança veja, ouça, entenda e sinta com mais clareza.
4. Uma história mostra à criança que o mecanismo que ela está usando para enfrentar seus problemas pode ter um preço muito alto como:
• Represar sentimentos muito difíceis.
• Explodir.
• Desistir.
• Não ligar.
• Tornar-se dura, valente para não sentir dor.
• Aguentar o abuso ou crueldade sem falar para ninguém.
• Entregar sua vida a alguma coisa ou a alguém que a magoa demais.
5. A história apresenta esperança e possibilidades em forma de modos de ser e de mecanismos para enfrentar problemas, que sejam mais saudáveis e criativos:
• Apresenta opções sobre o que fazer diante de um grande obstáculo.
• Apresenta novas possibilidades e soluções criativas para superar problemas aparentemente insuperáveis.
• Mostra como lidar de modo mais eficaz e menos doloroso com problemas emocionais comuns.
• Mostra que novas maneiras de ser são possíveis.
Essas novas maneiras podem não ter influência sobre a vida da criança naquele momento mas são como uma semente plantada na psique da criança, um recurso que poderá ser plenamente usado no futuro.

6. Uma história oferece à criança novos modos de pensar sobre seus sentimentos difíceis. A história apresenta sentimentos que já foram rigorosamente pensados pelo autor e isso é extremamente útil para a criança, que teve esses sentimentos problemáticos sem conseguir pensar direito sobre eles. A história permite que a criança assuma u novo modo de ver a situação, de conhecê-la  ou de se relacionar com alguém ou com algo em sua vida. Com isso ela tem tempo para refletir sobre sua situação, seus sentimentos e seu modo de ser.   


7. Uma história faz com que a criança seja capaz de conviver com seus sentimentos perturbadores, intensos ou dolorosos demais, por um tempo que lhe permita pensar sobre o que está acontecendo. Isso é possível porque a imagem metafórica proporciona à criança meios para observar seus sentimentos de uma “distância segura”.
8. Uma história inclui mensagens psicológicas muito importantes que envolvem dilemas, problemas ou crises existenciais comuns na vida da criança, como:
• Se abrir para o amor e, ao mesmo tempo, se defender das pessoas que querem magoá-la.
• Amar de modo a sentir mais felicidade do que dor, quem amar e como acabar com a dependência de alguém que não pode amá-la.
• Mudar sua maneira fundamental de ser.
• Quando deixar de lado e quando disputar e confrontar.
• Até que ponto ir atrás do que se quer na vida e até que ponto se contentar com o status quo.
9. Uma história traz mensagens psicológicas importantes sobre permissões:
• Você tem direito de dizer “não” ou “eu me importo, sim”
 • Você pode ser diferente;
• Você pode perseguir um sonho;
• Você pode mudar sua maneira de sentir;
• Você pode se livrar da ansiedade;
• Você pode deixar para lá.



O grande valor das histórias está exatamente na oportunidade de apresentar à criança algumas idéias sobre os seus conflitos e, ainda assim, respeitar seu tempo, seu período de hesitação. Assim, a criança pode optar quando reconhecer que alguns dos aspectos descritos na história pertencem à sua realidade psíquica, sem que se sinta invadida por um conteúdo brusco interpretativo, frente ao qual necessita reagir, perdendo assim a oportunidade de maior integração de si – mesma.
Mesmo que se adivinhe corretamente a razão pela qual a criança se envolve emocionalmente com uma determinada história é melhor que se guarde esse conhecimento para si. As experiências e reações mais importantes da criança pequena são, em sua maior parte, pré-conscientes e devem permanecer assim até que ela atinja uma idade e compreensão mais maduras. É tão importante para o bem-estar da criança sentir que o adulto compartilha suas emoções com a mesma história quanto ver que seus pensamentos não são conhecidos, até que ela decida revelá-los. Se o adulto indica que já os conhece, a criança é impedida de dar o presente mais precioso, o de compartilhar com ele o que, até então, ela tinha como secreto e privado. E, além disso, o adulto é muito mais poderoso que a criança, seu domínio parece ilimitado e, em consequência, destrutivamente assoberbante – caso ele pareça capaz de ler pensamentos secretos, de conhecer os sentimentos mais recônditos, mesmo antes de ela própria se tornar ciente deles.
As interpretações adultas, por mais corretas que sejam, roubam da criança a oportunidade de sentir que ela, por conta própria, por meio de repetidas audições e ruminações acerca da história, enfrentou com êxito uma situação difícil. 

Quando a criança fala de seus sentimentos ela se abre e se entrega e, por isso, se torna vulnerável. É muito importante estar atento, sem julgar ou tentar reprimir os sentimentos da criança, mudando de assunto, pois essa atitude poderá torná-la resistente a compartilhar seus sentimentos em outras situações, ficando em uma posição defensiva, achando que a sinceridade e a coragem de ser vulnerável são um engano.
A criança costuma expressar seus sentimentos de forma não-verbal, não utilizando a linguagem cotidiana.
Comunica-se através de imagens ou de metáforas, o que muitas vezes, dificulta a compreensão do adulto – não habituado a esse tipo de linguagem. Dessa forma muitas vezes sente-se sozinha em suas angústias. A história como uma forma de brincar, pode funcionar como uma forma de transformar a realidade, propiciando um novo meio de expressão para metaforizar angústias.
É característico dos contos colocarem um dilema existencial de maneira breve e incisiva. Isso permite à criança apreender o problema em sua forma mais essencial, enquanto que uma trama mais complexa a confundiria. O conto simplifica todas as situações. Suas
personagens são esboçadas claramente, os detalhes, exceto os  mais importantes, são eliminados e todas as personagens são típicas. As personagens não são ambivalentes: não são ao mesmo tempo boas e más. A justaposição de personagens opostas não tem o propósito de frisar o comportamento correto, mas a apresentação de polarização de caráter permite à criança compreender facilmente a diferença entre ambas, o que não poderia fazer prontamente se as personagens fossem retratadas com todas as complexidades que caracterizam as pessoas reais.
O conto leva muito a sério as angústias e dilemas existenciais e se dirige diretamente a eles: o amor pela vida e o medo da morte. Ademais, oferece soluções de modos tais que sejam passíveis de apreensão pela criança no seu nível de compreensão. Toda criança gosta de ouvir histórias. Sua curiosidade natural é aguçada por narrativas que abordam temas conhecidos, ligados ao seu cotidiano, e desconhecidos, universos fantásticos que as atraem e encantam.

“A literatura não é, como tantos supõem, um passatempo.
É uma nutrição. A Crítica, se existisse, e em relação aos livros infantis, deveria discriminar as qualidades de formação humana que apresentam os livros em condições de serem manuseados pelas crianças. Deixando sempre uma determinada margem para o mistério, que a infância descobre pela genialidade de sua intuição.” (Cecília Meireles, 1979).
A relação com o livro se transforma a cada etapa da vida da criança. Para os bebês e crianças até dois anos os livros não são exclusivamente para olhar, mas para mastigar, amassar e sacudir. Desde então gostam de escutar histórias (ainda que nesse estágio sejam apenas palavras soltas) e logo começará a apontar e nomear as figuras.
Esse convívio, que para a criança é uma brincadeira, é muito favorável ao desenvolvimento da linguagem.
Com cerca de dois anos a criança já entende praticamente tudo o que os adultos falam e é capaz de acompanhar uma história curta, onde pode reconhecer o mundo que lhe é familiar seja em situações (casa, escola, médico, parque) seja em objetos do dia-a-dia (flores, carros, brinquedos, alimentos). Histórias que falam de crianças e de animais são muito bem aceitas, assim como as que se referem aos fenômenos da natureza, como chuva ou lagarta que vira borboleta.
Entre 3 e 4 anos a linguagem da criança já está mais desenvolvida. Ela começa a apreciar o ritmo e as rimas e se diverte com jogos de palavras. As crianças sentem grande atração pelos fenômenos da natureza e fatos reais, que alimentam sua enorme curiosidade sobre o mundo.
Cinco, seis, sete anos, começa a se aproximar a idade em que a criança deixa de ser simplesmente um ouvinte para se tornar um leitor. Da mesma forma que o adulto, a criança também tem um gosto pessoal, tem suas preferências e restrições. O livro não só pode como deve agradar a criança. Um livro deve corresponder ao seu gosto pessoal (e sua necessidade interna) e à sua fase de desenvolvimento, da mesma forma que se passa com o brinquedo. No mundo da imaginação, não só nos libertamos das realidades enfadonhas da vida cotidiana como nos entregamos aos prazeres catárticos de derrotar aqueles gigantes, madrastas, bichos-papões, ogros, monstros e trolls, estes também conhecidos como adultos.
“É mais fácil falar sobre bruxas do que sobre os aspectos negativos de uma mãe.” (Allan Guggenbuhl, 1991).
“Se esperamos viver não apenas de momento a momento, mas sim verdadeiramente conscientes de nossa existência, nossa maior necessidade e mais difícil realização será encontrar um significado em nossas vidas. É sobejamente sabido que muitos perderam o desejo de viver e pararam de tentar, porque tal significado lhes escapou.” (Bruno Bettelheim, 1976).














PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM

FACULDADE ANHANGUERA DE ANÁPOLIS
PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM

RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL


INTRODUÇÃO

Ao desenvolver esse relatório associaremos as entrevistas com as professoras e descobriremos se estamos a caminho de uma educação inovadora ou ainda há muito tradicionalismo em nosso meio, observando se o método utilizado estão de acordo com as ideias dos teóricos que contribuíram para o meio educacional, com suas pesquisas e contribuições para a aprendizagem.


Escola Municipal Marechal Aguiar de Almeida
Anápolis GO
Período: Manhã –3º Ano.

Professora: Ana

1 - Postura do professor e sua relação interpessoal com o aluno:


¢É uma Professora muito seria não mistura liberdade ou brincadeiras, mas não deixa de ser eficiente, dando importância na aprendizagem da criança, não gosta de agradar os pais, gosta que os conteúdos sejam satisfatórios.

2 – Visão pedagógica sobre a aprendizagem:

¢Acredita no tradicional, ela não foge, esta sempre usando-o, diz que não pode deixar encostado, ele é mais concreto e o resultado vem mais rápido.

3- Metodologia de ensino e aprendizagem:

¢Utiliza data show ou Xerox para atividades livres, mas incluída no planejamento.

¢A mesma monta as atividade sem visão dos livros didáticos.

4- Formas de avaliação:

¢Utiliza-se Provas bimestrais bem simples e sucintas, geralmente sondagens, não da trabalhos, atividade para casa é avaliativa.


Escola Municipal Anhanguera
Anápolis GO
6º ano do ensino fundamental

Professora: Rosana

1 - Postura do professor e sua relação interpessoal com o aluno:
¢Tem como  postura, a ética, porém esta sempre atentas as emoções do aluno, prioriza
mais as explicações, é reservada e diz: ” Não tenho muita liberdade, porém gosto muito de
conversar com os alunos.”Nós nos interagimos bastante”.

2- Visão pedagógica sobre a aprendizagem:
¢A troca e a transmissão de conhecimentos, foca  o lúdico e trabalha com os conhecimentos prévios dos alunos e sempre contextualiza.

3 – Metodologia de ensino e aprendizagem:
¢O Município fornece os livros, estando ligados aos temas atuais do cotidiano, aplica atividades livres no caderno ou coletivo.

4-Formas de avaliação:
¢Mantém as provas tradicionais. Por ter uma visão diferenciada, faz uma correção
diferenciada em: Livros bimestrais, utilizando trabalhos, atividades individuais ou em grupo,
avalia também por bimestre a participação e o comportamento em sala de aula.


Escola municipal Jhair Ribeiro                      

Professora: Maria

1- Postura do professor e sua relação interpessoal com o aluno:

¢Hora de atividade para ela é hora de estudar, ela diz ser muito reservada, e não gosta de
se expor muito.

¢Tem uma forte atração por explicar todo o conteúdo da atividade dada em sala ou em
qualquer outro ambiente, basicamente é uma professora dinâmica, essas são suas
afirmações.

2-Visão pedagógica sobre a aprendizagem:

¢Ela tem dois polos importantes: 1º Cognitivo do individuo, 2º Individuo na sociedade, os
dois estão interligados ao todo.
¢ Quanto mais é valorizado a aprendizagem, mais é a satisfação do aluno, diz a
professora Maria.

3- Metodologia de ensino e aprendizagem:

¢Ela segue o método da escola que é tradicional, e sua própria metodologia, as duas
elaboram atividades em sala de aula com a participação de todos, deixa também aulas
livres.

4-Formas de avaliação:

¢Suas formas de avaliação costumam ser normais: Avaliação é a cada Trimestre,junto    
com as provas e trabalhos.   “Acredito mais na participação em sala aos meus olhos do que
a prova individual, que acaba provocando nervosismo deixando o aluno  sem concentração
para conclui-la. Minha avaliação acaba sendo todos os dias em que observo quem progride
mais”.

CONCLUSÃO

¢Analisando as entrevistas com as Professoras: Rosana e Maria podemos observar que
as duas  estão de acordo com a Teoria de Gestalt e vigotski pois  trabalham com uma visão
diferenciada, trabalhando individualmente e em grupo para perceber as crianças como elas
são. Entende que os processos psicológicos devem ser compreendidos em sua totalidade.

Para a professora Rosana conversar com os alunos é importante, ela adota assim a teoria
de Vigoski que compreende que nosso desenvolvimento está vinculado da mediações que
realizamos ou das quais participamos.

 Seguindo vigoski também a professora Maria, é dinâmica e acredita que é importante que
a criança esteja envolta de oportunidades de aprendizagem, pautadas num ensino
sistematizado (de qualidade), quando ela avalia seus alunos todos os dias.

Já a primeira entrevistada, professora Ana, utiliza um método tradicional não se encaixando
nas teorias citadas, pois vai contra as ideias dos teóricos citados no trabalho.

Ao concluir esse trabalho podemos observar a resistência de alguns educadores em
relação a educação inovadora. Poderia ser ministrado cursos a estes professores com o
intuito de melhorar  a qualidade de ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo
sóciohistórico (2a. ed.). São Paulo: Scipione, 1995.
KOFFKA, W. Princípios da Psicologia da Gestalt. Cultrix, SP.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: As abordagens do processo. Abordagem
Tradicional São Paulo: EPU, 1986.119p.p.7-18.

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