sábado, 5 de julho de 2014

O USO DA IMAGEM EM HISTÓRIA

A Comunicação do Homem através da Imagem.
Pintura rupestre com cerca de 11 mil anos, Caverna de Lascaux (França).
                
                                        
                                      O USO DA IMAGEM NO ENSINO DE HISTÓRIA
                                    
                                                             
                                                           Valesca Giordano Litz
              
                   
                               


 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
                                                SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
                  DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS
                                                 COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE


                                                                Valesca Giordano Litz

                                                       Graduação em História – UFPR
                                    Especialização em Atualização Pedagógica – UFRJ
                    Professora de História da Rede Estadual de Educação do Estado do Paraná
                                                                 
                                                                       PDE 2008


                                                                 ORIENTAÇÃO
                                                        Prof. Sandro Marlus Wambier


                                             INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR
                                                     Universidade Federal do Paraná


                                                                      Curitiba
                                                                          2009






                                                                    SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO.............................................................................................

INTRODUÇÃO.....................................................................................................

UNIDADE I

COMO O ALUNO CONSTRÓI SEU CONHECIMENTO ...................................

UNIDADE II

ICONOGRAFIA...............................................................................................

UNIDADE III

FILMES..............................................................................................

UNIDADE IV

CHARGES.......................................................................................

PARA SABER MAIS .........................................................................................

REFERÊNCIAS.................................................................................................



APRESENTAÇÃO

O presente Caderno Temático faz parte do Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná – PDE, como cumprimento de atividade obrigatória na produção do material didático pedagógico, o qual deverá ser aplicado no ano de 2009.
Vivemos, indiscutivelmente, em uma era de informações associadas às imagens. Saber interpretar corretamente signos visuais tornou-se uma necessidade aos acadêmicos e profissionais do ensino. E por isso mesmo, o estudo associado às imagens se tornou uma das ferramentas mais utilizadas pelos professores de história para efetuar seu trabalho, tanto em pesquisas como no dia-a-dia em sala de aula. Contudo antes de simplesmente utilizar a imagem como uma simples ilustração ou um apêndice de suas aulas, debates ou discussões, o professor precisa compreender a imagem dentro de alguns parâmetros teóricos, pensar nela como parte integrante de um universo visual que pode ser de origem diversa, tais como, cinema, fotografia, história em quadrinhos, charges e as artes plásticas como um todo.
Este é um projeto que procura, fundamentalmente, pensar a relação entre a teoria e a prática no uso da imagem no ensino de história.
Procedimento ainda frágil no cotidiano da sala de aula, este trabalho busca mostrar a importância de investir na construção da competência do educador, com a finalidade de capacitá-lo para a prática da leitura de imagem e modo mais sistemático e significativo.

Curitiba, Março de 2009.

Valesca Giordano Litz
Professora PDE 2008






INTRODUÇÃO



                                                                                                 A obra de arte traz em si sua significação
                                                                                                          absoluta, impondo-se ao espectador
                                                                                                      antes que ele possa identificar o tema.

                                                                                                                                         Pierre Matisse

Saber interpretar signos visuais, com suas especificidades, tornou-se uma necessidade, pois vivemos em uma era de imagens que nos chegam de forma cada vez mais rápida, dinâmica e inovadora. Mas saber manipular o uso da imagem visual em história deve ir além de uma simples ilustração das aulas ou para meras discussões. O uso da imagem deve ser significativo, deve ter intencionalidade, é necessário ter qualidade. É preciso, também, se perguntar: o uso que faço desse instrumento, realmente auxilia o meu aluno nesse processo? Ele realmente apreende conteúdo e conhecimento? De que maneira as imagens que passam por nossos olhos nos afetam ou refletem aspectos da sociedade em que vivemos?
Segundo John Berger (crítico de arte, historiador e romancista), o olhar chega antes da palavra, ou seja, os seres humanos, antes de aprender a falar, comunicam-se pela visão. Assim, olhar é um ato de escolha. A percepção de qualquer imagem é afetada pelo que sabemos ou pelo que acreditamos. Com isso, pode-se entender que toda imagem incorpora uma forma de ver.
No processo pedagógico com o uso de imagens deve-se avaliar a importância da influência ideológica que as aplicam, em que o próprio processo de cognição e codificação da história seja o viés pelo qual os alunos, enquanto sujeitos do conhecimento, entendam que também são atores sociais e tomem consciência de seus atos, uma vez que “a ideologia é uma ´representação´ da relação imaginária dos indivíduos com suas condições reais de existência.” Althusser (1996, p. 126).
Portanto, há a necessidade de se refletir sobre a possibilidade de realizar atividades com os alunos em sala de aula, levando-os a entender que outras formas de linguagem, além da tradicional, também podem auxiliar a questionar e a desconstruir as formas ideológicas, entendidas aqui como a “legislação, o material didático, conteúdos, pressupostos teóricos dos professores e outros.” (Silva, 1984, p. 16).
Uma abordagem que merece ser ressaltada em atividades dessa natureza diz respeito a maneira de como tratar assuntos pertinentes a técnicas metodológicas de intervenção na aprendizagem e em apresentar perspectivas aos professores como forma de romper o cotidiano em sala de aula. Trabalhar com a análise de fotos, slides, transparências, filmes, músicas, mapas, imagens que sejam significativos e relacionados aos assuntos que estão sendo estudados, instigam o senso da observação e da percepção. Quando se apresenta uma imagem ao aluno (fotografia, pintura, gravura etc), ele pode associar a imagem que está vendo às informações que já possui, levando em conta seu conhecimento prévio. Como toda imagem é histórica, o aluno pode perceber a marca e o momento de sua produção.
Quando se trabalha com a análise de uma imagem, alguns procedimentos são necessários no processo de ensino e aprendizagem, para que não se perca a intencionalidade: usar imagens sempre como forma de aprendizado e conhecimento.    
Por isso, qualquer imagem precisa ser bem utilizada e bem explorada e, quando necessário, articulada a um texto, passível de ser interpretada, pois, representa uma determinada época. Dessa forma, se constituirá em uma autêntica fonte de informação, de pesquisa e de conhecimento, a partir da qual o aluno pode perceber diferenças e semelhanças entre épocas, culturas e lugares distintos.
Em métodos que integram as questões pedagógicas e historiográficas, o uso de imagens possibilita a interpretação da história, em determinados períodos ou épocas, com uma riqueza de informações e detalhes, sendo, portanto, uma excelente fonte de pesquisa para o ensino de história na atualidade. As fontes imagéticas podem, também, colaborar para desenvolver o imaginário popular sobre história, uma vez que, muitas dessas ferramentas trabalham também o ficcional como recurso para motivar o aluno acostumado com uma infinidade de imagens e sons do mundo atual.
A utilização de linguagens diferenciadas pode levar o aluno a um processo de aprendizagem mais interativo, prazeroso, que tenha significado, que lhe dê condições de se posicionar criticamente frente a questões e problemas que a sociedade traz. Enfim, trabalhar os processos iconográficos da história em sala de aula é um caminho fascinante que pode se multiplicar em infinitas formas e possibilidades, sendo uma importante fonte de pesquisa para compreensão da história.

Nas unidades que seguem, serão dadas sugestões de como trabalhar alguns tipos de imagens, como forma de incrementar o ensino da história, dando-lhe mais dinamismo e interação, buscando produzir novos conhecimentos.

O uso de imagens possibilita a interpretação da História.

 








                                                               








                                                                       UNIDADE 1
 
                        COMO O ALUNO CONSTRÓI SEU CONHECIMENTO HISTÓRICO
                                                  
                                                            Não há imagem na natureza.
                                                            A imagem é própria do homem, pois só é
                                                            imagem a partir de sua consciência.

                                                                                             Pierre Reverdy


No processo de ensino e aprendizagem, busca-se um desenvolvimento e aprofundamento da criticidade, com o objetivo de possibilitar a compreensão de como a história é produzida e veiculada. O estudo dos processos históricos deve ter uma significação maior do que a mera acumulação de informações. Para poder pensar de maneira mais significativa o uso da imagem no ensino de história, faz-se necessário refletir, primeiro, sobre como o aluno constrói seu conhecimento histórico, lembrando que, tal conhecimento e sua apreensão, estarão diretamente ligados à maneira como ele o recebe e o articula, nesse caso, por meio da escola.    
Adquirir conhecimento histórico implica em se ter domínio do próprio conteúdo histórico bem como na reflexão e análise das formas de como ele foi elaborado, veiculado e preservado até nossos dias.
“O sujeito que conhece, o objetivo do conhecimento e o conhecimento como produto do processo cognitivo” (Adam Schaff 1987, p. 72) aparecem em todas as análises do processo do conhecimento.

No conhecimento histórico, o sujeito e o objeto constituem uma totalidade orgânica, agindo um sobre o outro e vice-versa; a relação cognitiva nunca é passiva, contemplativa, mas ativa por causa do sujeito que conhece; o conhecimento e o comprometimento do historiador estão sempre socialmente condicionados (...). (Adam Schaff 1987, p. 105).

A teoria do conhecimento mostra que a estrutura do conhecimento é fundamentada nas relações. E são justamente as relações que o compõe e as que se pode estabelecer com as informações que se possui que fazem com que determinados conteúdos se transformem em saber e em conhecimento científico.
Conhecer é ter capacidade de estruturar, relacionar, organizar, sistematizar as informações que se tem e perceber como essas relações estruturam a realidade. As atividades de aprendizagem, assim como os objetivos das aulas, não podem se resumir a reproduzir conhecimentos para apenas memorizar e depois repetir. Todo conhecimento deve ser pensado no sentido de sua redescoberta ou redefinição.
Para isso, faz-se necessário trabalhar dialeticamente, construindo o conhecimento numa relação entre professor, aluno, objeto e realidade. Nessa relação, o professor deve ser o mediador entre o educando, o objeto do conhecimento e a realidade, buscando um caminho que leve o aluno a analisar e sintetizar esse objeto, de forma que chegue a um conhecimento mais elaborado, e não fragmentado e baseado apenas no senso comum.
Quanto maior e mais diversificadas forem as experiências, fatos, situações e vivências que o aluno tiver, maiores serão as possibilidades de promover novas relações e uma elaboração mais crítica do saber. Portanto, o confronto, o conflito, a complexidade, fazem parte essencial do processo de construção da aprendizagem.
Quando o professor planeja suas aulas de história, deve fazê-lo sempre se questionando sobre o tipo de reação que suas ações provocará nos alunos; deve ter claro que tipo de operação mental está acionando e exigindo de seus alunos: recordação, reconhecimento, associação, comparação, levantamento de hipóteses, crítica, interpretação, solução de problemas etc.
Um dos principais objetivos da disciplina de história é levar os alunos a conseguirem verbalizar e escrever sobre os conteúdos estudados, utilizando os para melhor entender ou explicar sua realidade, relacionando o presente com o passado, posicionando-se diante dessa realidade, situando-se diante dela e questionando-a, quando necessário.
Os alunos agregam às suas vidas os valores e explicações passados em sala de aula, por isso, é função também do professor fornecer estímulos ou significados que farão os alunos lembrar ou silenciar quanto aos fatos, eventos históricos, imagens marcantes, processos. Algumas das informações e questões históricas, adquiridas de modo organizado ou fragmentado, são incorporadas significativamente pelo aluno.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998, p. 38):

O que se torna significativo e relevante consolida seu aprendizado. O que ele aprende fundamenta a construção e a reconstrução de seus valores e práticas cotidianas e as suas experiências sociais e culturais. O que o sensibiliza molda a sua identidade nas relações mantidas com a família, os amigos, os grupos mais próximos e mais distantes e com a sua geração. O que provoca conflitos e dúvidas estimula-o a distinguir, explicar e dar sentido para o presente, o passado e o futuro, percebendo a vida como suscetível de transformação.

Para a construção do conhecimento em história, é importante dar ênfase no aprendizado de fatos que digam respeito à vida cotidiana: fatores políticos, econômicos, sociais, culturais, ideológicos, sempre procurando estabelecer a relação entre esses diversos aspectos. Lembrar que os fatos são frutos de ações de indivíduos que fizeram escolhas, mais ou menos conscientes, em suas vidas e, perceber que essas escolhas afetam a coletividade, é elemento chave para que se perceba a questão do sujeito, da responsabilidade dos indivíduos, para que se perceba que não somos somente produtos da sociedade, mas que também a produzimos e que, portanto, somos responsáveis por ela. A construção da sociedade é resultado das ações e decisões humanas e cada um de nós contribui de alguma forma nessa construção.
A relevância de se estudar história deve residir na repercussão dos acontecimentos na própria história, ou seja, quanto esses fatos modificaram as relações sociais posteriores ou contemporâneas a eles, sempre fazendo uma relação passado-presente.
Estudar o passado simplesmente pelo passado, não faz sentido. O aluno precisa despertar para sua capacidade crítica, para uma reflexão sobre as relações humanas e sobre a conseqüência de suas ações. Naturalmente, que cada época tem sua própria maneira de ver o mundo e que cada grupo social tem seu próprio modo de interpretar a realidade. Estudar os acontecimentos do passado faz com que compreendamos que eles contribuíram de alguma forma para a construção, organização e funcionamento da sociedade.
A educação tem por objetivo formar cidadãos conscientes, o que só será possível com a compreensão crítica da sociedade em que vivem e dos fatores que a produziram. Daí a importância fundamental do estudo crítico da história, sem dúvida um dos elementos essenciais na formação do cidadão capaz de participar conscientemente da transformação da sociedade e do mundo em que vive.
Numa perspectiva dialética, a história deve ser trabalhada por sua relevância, dentro de um contexto histórico, entendendo que os acontecimentos se inter-relacionam no tempo e não estão circunscritos pelo espaço, permitindo que os alunos reflitam sobre os temas e a realidade de forma crítica e autônoma. E para escrever uma história dentro dessa perspectiva, o historiador se vale de uma série de fontes que incluem desde documentos oficiais, até notícias na imprensa; da história oral, até o uso de imagens; de artefatos pré-históricos até as mídias mais avançadas da atualidade.

A História Nova nasceu em grande parte de uma revolta contra a historiografia positivista do século XIX, tal como havia sido definida por algumas obras metodológicas por volta de 1900 (...); ampliou-se o campo do documento histórico; ela substitui a história de Langlóis e Seignobos, fundada essencialmente nos textos, no documento escrito, por uma história baseada numa multiplicidade de documentos: escritos de todos os tipos, documentos figurados, produtos de escavações arqueológicas, documentos orais”. (LE GOFF, 1993, p.28).

Historicamente, há poucos registros de referências sobre a utilização de imagens. Segundo Circe Maria Fernandes Bittencourt (2005, p. 361):
Para o ensino de História não existem muitas referências sobre o uso de imagens, apesar da ampla produção, a partir dos anos 50 e 60, de psicólogos, sociólogos e especialistas em semiologia ou teorias de comunicação, os quais tinham como principal preocupação o rádio, o cinema e a televisão na configuração de uma cultura de massa. Na trilha desses pesquisadores, historiadores vêm-se dedicando ao estudo da iconografia, incluindo análise das denominadas “imagens tecnológicas”.
Assim, novos meios, além do documento escrito e das imagens impressas, têm sido acrescidos ao estudo e compreensão da história, sendo que, a partir de meados do século XX, houve um significativo aumento de lustrações em livros didáticos.

Atualmente, o uso de imagens, por exemplo, é uma das formas mais eficazes utilizadas como recurso pedagógico no ensino de história para incrementar o processo de aprendizagem. E são muitos os meios que se apresentam para esta utilização: vídeo do cumentários, cinema, pintura, fotografia, música, mapa, internet, história em quadrinhos, arquitetura, softwares, enfim, há uma infinidade deles.
                                                             


                              


                                                                   UNIDADE 2



                                                                ICONOGRAFIA
                                                                   
                                                                                                       As imagens são matérias dinâmicas
                                                                                                             derivadas da nossa participação
                                                                                                                                   ativa no mundo...
                                                                                                                                   
                                                                                                                                   Gaston Bachelar
        

           A História vem se integrando e interagindo com outras Ciências, como a Sociologia, a Antropologia, a Filosofia, as Artes, a Literatura e a Psicologia, abrindo caminhos para a interdisciplinaridade, sem deixar de atentar para as especificidades do trabalho do historiador. Essa aproximação, sem dúvida, serviu para que o conhecimento se tornasse mais dinâmico e inovador. Porém, ainda são poucas as iniciativas em que o uso do objeto iconográfico é estudado como uma unidade em si, como um documento ou uma fonte histórica, reflexo do período em que foi produzido, como a forma privilegiada que, como ferramenta, pode ser adotado de forma complementar no ensino sobre a história.

A palavra iconografia vem do grego eikon (imagem) e graphia (escrita), ou seja, literalmente: "escrita da imagem". (...) Em disciplinas como estudos culturais, história do design, história da arte e sociologia a iconografia pode se referir à imagens ou signos que sejam significativos para determinadas culturas. Essa discussão sobre as imagens como iconografia implica em uma "leitura" crítica dessas imagens na tentativa de explorar valores sócio-culturais.
Um estudo iconográfico pode ser feito através da identificação, descrição, classificação e interpretação do tema das representações figurativas. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Iconografia#Iconografia – acesso em 21.02.2009).

Trazer novas abordagens e recursos para a sala de aula é uma alternativa para motivar os alunos a se interessarem pelo ensino de forma geral. Segundo Paranhos:

Parcelas expressivas de profissionais, instigados pela necessidade de produzir novas pontes de comunicação com os alunos, passam a refletir criticamente sobre suas práticas educativas. Mais do que isso, como que tateando outros caminhos, tentam incorporar ao arsenal de recursos utilizados em classe outras linguagens para além das habituais. (PARANHOS, 1996, p.8).

         Para o professor de história a definição dos objetivos de estudos é essencial no que se refere à organização primária das imagens a serem trabalhadas em sala de aula como suporte didático. Assim, um questionamento se torna cada vez mais relevante: que critérios devem ser utilizados para selecionar as imagens e como realizar a sua leitura junto aos alunos? Que papel desempenha a análise do passado no estudo de seus laços com o presente?

É importante que o professor conheça as características das obras com as quais irá trabalhar. Saber sobre os artistas, autores, técnicas utilizadas e o momento histórico em que foram realizadas, sejam filmes, documentários, pinturas, gravuras, charges, esculturas ou histórias em quadrinhos. Como exemplo, a pintura retratada abaixo:

                                  http://pt.wikipedia.org/wiki/Escola_de_Atenas#A_pintura (dimensões: 500cm x 700cm)
      

O artista renascentista italiano Rafael Sanzio (1483-1520) foi contemporâneo de Leonardo da Vinci e Michelangelo. O afresco Escola de Atenas (1508-1511) é uma das suas mais admiradas obras, pintado a pedido do Papa Júlio II, no salão de sua biblioteca particular, no Vaticano. Na Escola de Atenas Rafael dispôs figuras de sábios de diferentes épocas como se fossem colegas de uma mesma academia. Na composição dos personagens destacam-se Platão, segurando sua obra Timaeus, e apontando sua mão direita para cima, provavelmente referindo-se às causas de todas as coisas, apontando para o mundo das idéias, e Aristóteles, a seu lado, com um livro de Ética na mão, chamando a atenção para a realidade.
Na medida em que os professores tiverem contato com as obras e procuram compreendê-las em todo seu contexto, mais fácil será ensinar seus alunos a lê-las ou abstrair informações que possam ajudá-los a entender melhor aquele momento histórico.
É importante lembrar que nenhum documento é neutro. Assim como qualquer objeto elaborado historicamente pelo homem, em sociedade, o documento iconográfico não pode ser concebido como a história em si ou uma expressão absoluta da verdade ou de uma época ou sociedade, muito menos o retrato fiel da realidade. Tal qual o documento escrito, ele foi feito e/ou concebido por alguém, em determinado contexto, com determinada ideologia, em determinado tempo e espaço. A noção de verdade única é questionada pelos historiadores, haja vista que um mesmo fato pode ser interpretado de várias maneiras a partir de pontos de vista diferenciados, pois “(...) o objeto criado é portador de conteúdo social e histórico e como objeto concreto é uma nova realidade social”. (PEIXOTO, 2003, p.39).
O trabalho com imagens deve possibilitar discussões sobre as condições de produção daquela imagem, ou seja, o contexto social, temporal e espacial em que foi produzida. Assim podem-se perceber seus significados, tanto para a época e sociedade em que foi produzida como para outras sociedades, em outros períodos e contextos históricos. Segundo Peter Burke, as imagens não devem ser consideradas simples reflexos de suas épocas e lugares, mas sim extensões dos contextos sociais em que elas foram produzidas e, como tal, devem ser submetidas a uma minuciosa análise, principalmente de seus conteúdos subjetivos. Portanto, é preciso que se obtenha o máximo possível de informações sobre qualquer objeto iconográfico produzido, é preciso interrogálo, realizar uma leitura crítica, perceber quais são as intenções contidas no mesmo: como e quando foi produzido, sua finalidade, seus significados e valores para a sociedade que o produziu.
Dessa forma, pode-se avaliar com maior rigor o objeto, relacionando-o com o período e/ou sociedade estudados. Para tanto, cabe a nós, educadores, buscarmos cada vez mais conhecimento, investindo em formação contínua, uma vez que só podemos ensinar aquilo que efetivamente sabemos.

SUGESTÃO PARA ANALISAR UM OBJETO ICONOGRÁFICO

Diversos questionamentos devem ser feitos quando se analisa um objeto iconográfico, procurando identificar suas condições de produção:

1) Procedência: Por quem foi elaborado? Onde? Quando? Como foi sua conservação? Existe alguma inscrição em seu corpo (no caso de fotografias, esculturas, pinturas...)?

2) Finalidade: Qual seu objetivo? Por que e/ou para quem foi feito? Qual sua importância para a sociedade que o fez? Em que contexto foi feito? Com quais finalidades? Onde se encontra o objeto atualmente?

3) Tema: Possui título? Existem pessoas retratadas? Quem são? Como se vestem? Como se portam? Percebe-se hierarquia na representação? Que objetos são retratados? Como aparecem? Que tipo de paisagem aparece? Qual é o tempo retratado? Há indícios de tempo histórico na representação? É possível identificar práticas sociais no objeto iconográfico retratado?

4) Estrutura formal: Qual é o material utilizado: papel, pedra, tela, parede, mural, cartão, fotografia? Quais foram as técnicas e os materiais utilizados? Como se estrutura sua composição? Qual o estilo adotado?
Percebe-se relação/aproximação com a realidade da sociedade ou período retratados?

5) Simbolismos: É possível identificar simbolismos? Quais? Permitem várias interpretações? Como se articulam os simbolismos com o tema?

Seria possível aos contemporâneos da imagem identificarem algum simbolismo?

EXEMPLO DE ANÁLISE DE UMA ESCULTURA
http://pt.wikipedia.org/wiki/V%C3%A9nus_de_Willendorf

A Vênus de Willendorf é uma estatueta com 11 cm de altura representando estilisticamente uma mulher, descoberta em um sítio
arqueológico situado perto de Willendorf, na Áustria, em 1908.
Está esculpida em calcário e colorido comocre vermelho, estima-se que tenha entre 22000 e 24000 anos. Pouco se sabe sobre a origem, método de criação e significado cultural.
A estátua da Vênus de Willendorf faz parte da coleção do Museu de História Natural deViena.

Após a identificação, por parte dos alunos, da origem da estátua, seu tamanho, constituição (material utilizado) e idade, pode-se indagá-los sobre sua estética:
. Quais suas características mais marcantes?
. Por que eles acham que a estátua possuía tais características?
. Qual seu objetivo ou finalidade?
. Qual o significado do corpo volumoso?
. É possível identificar simbolismos?
. Haveria um significado religioso?
. E hoje, qual a idealização que se faz da mulher e seu corpo?

Assim, quando somos colocados frente a um material iconográfico, precisamos refletir: um ícone possui idéias, foi produzido por alguém, com determinado objetivo. Isso pode estar claro, ou não, quando vemos uma imagem.
Portanto, é preciso que se busquem pistas no contexto social, político
e ideológico da época em questão, para que possamos questionar e entender
as idéias veiculadas pelo seu autor.
Algumas interpretações sobre o objeto iconográfico retratado: a Vênus não pretende ser um retrato realista, mas uma idealização da figura feminina. A vulva, seios e barriga são extremamente volumosos, de onde se infere que tenha uma  relação forte com o conceito da fertilidade e até mesmo possa sugerir que esteja grávida. Os braços, muito frágeis e quase imperceptíveis, dobram-se sobre os seios e não têm uma face visível, sendo a cabeça coberta do que podem ser rolos de tranças, um tipo de penteado ou mesmo vários olhos.
Alguns autores a identificam como a deusa Mãe-Terra (Grande Mãe) da cultura européia do Paleolítico. A corpulência representaria um elevado statuto social numa sociedade caçadora-coletora e que, além da óbvia referência à fertilidade, a imagem poderia ser também um símbolo de segurança, de sucesso e de bem-estar. Os pés da estátua não estão esculpidos de forma que se mantenha em pé por si mesma. Por essa razão, especula-se que fosse usada para ser trazida por alguém em vez de ser apenas observada, podendo ser apenas um amuleto.
Segundo Jacques Le Goff, a principal tarefa do historiador é fazer uma
crítica a qualquer fonte analisada, pelo fato de que:

O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de força que aí detinham o poder. (...) O documento não é inócuo. É antes de mais nada o de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história, da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é uma coisa que fica, que dura, e o testemunho, o ensinamento (...) que ele traz devem ser em primeiro lugar analisados desmistificando-lhe o seu significado aparente. O documento é monumento. (LE GOFF, 1984, p.102-103).

Outra questão importante quando analisamos uma imagem é colocarmos objetivos nesse trabalho. Para isso, devemos fazer alguns questionamentos:

a) que idéia de história quero passar ao meu público alvo (no caso, os alunos de determinada série);
b) que relações meus alunos poderão estabelecer com seu contexto
histórico-social?
c) que relações posso estabelecer entre a imagem analisada e a
produção de um texto?

Quando se analisa um objeto iconográfico, é importante tentar inverter a lógica tradicional da linearidade histórica: partir sempre do presente, associando o que está sendo estudado com questões atuais associadas ao nosso cotidiano e contexto para, então, estabelecer relações e conexões com outras temporalidades.
Com isso, estaremos dando um sentido mais concreto ao estudo do passado, sempre associando-o ao presente e aos reflexos que o mesmo tem na sociedade contemporânea.
Ao final da análise e da discussão, os alunos poderão produzir um texto, relacionando a imagem com o período retratado e com o tempo presente.




ANÁLISE DE PINTURA


 Como a leitura de imagem de uma obra de arte pode ajudar o professor a ensinar em sala de aula? Fazer uso de pinturas é uma forma bastante rica para compreender outras épocas, pois elas sempre trazem informações sobre determinados aspectos do passado: objetos, pessoas, lugares, condições de vida, moda, infra-estrutura urbana ou rural, condições de trabalho, além de determinada visão de mundo e de ideologia.
A leitura de imagem de uma obra de arte pode ser desenvolvida e incrementada permitindo que o observador consiga uma série de informações e significados enriquecendo seus conhecimentos. Para isso, é preciso compreender o contexto histórico, político e social daquilo que foi retratado e que será objeto de análise. Segundo Cumming, ...
ver não é o mesmo que olhar, assim como ouvir não é igual a escutar. Ver apenas envolve o esforço de abrir os olhos; olhar significa abrir a mente e usar o intelecto. Olhar uma pintura é como partir para uma viagem – uma viagem com muitas possibilidades, incluindo o entusiasmo de compartilhar a visão de uma outra época. Como em qualquer viagem, quanto melhor a preparação, mais gratificante será a expedição. A melhor maneira de viajar é com um guia que o ajude enquanto você se familiariza com o novo ambiente, e que lhe mostre coisas que do contrário passariam desapercebidas. (CUMMING, 1996).
Dessa forma, Cumming nos auxilia nesse processo de “olhar” uma obra e tirar dela o máximo de informações e interpretações possíveis.

APRECIANDO UMA PINTURA

(Baseado em CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1995.
ADAPTADO).

Tema: todas as pinturas têm um tema específico, cada um com sua mensagem significativa. Com frequência, o tema é fácil de se reconhecer.

Técnica: cada pintura deve ser criada fisicamente e a compreensão das técnicas utilizadas, como o emprego da tinta a óleo ou o uso do afresco, aumenta muito nossa apreciação da obra de arte.

Simbolismo: muitas obras usam extensamente uma linguagem de simbolismo e alegoria. Os objetos reconhecíveis, mesmo pintados em detalhe, não representam apenas eles mesmos, mas conceitos de significado mais profundo ou mais abstrato.
Para entendê-los, é preciso compreender a sociedade, o
contexto histórico e o artista que os criaram.

Estilo Histórico: cada período histórico desenvolve um estilo próprio, que se pode perceber nas obras de seus artistas principais.

Interpretação Pessoal: qualquer pessoa que embarque na viagem de exploração dos significados das pinturas logo ficará confusa com a quantidade dos pontos de vista apresentados. Uma orientação simples é: se você vê alguma coisa sozinho, acredite nela – não importa o que digam. Se você não consegue ver, não acredite. Cada pessoa tem o direito de levar para uma obra de arte o que quiser levar através de sua visão e de sua experiência, e guardar o que decidir guardar, no nível pessoal. O conhecimento da história e das habilidades técnicas deve ampliar essa experiência pessoal.
Anamelia Bueno Buoro também nos ajuda a entender a importância de saber olhar uma obra de arte, dando-nos maior competência para extrair dela informações do contexto e da produção artística, atribuindo-lhe significados

:“O processo de produção de uma obra de arte é competência de um sujeito produtor – o artista – que constrói seu discurso por meio da manipulação de diferentes pensamentos, conceitos, técnicas e materiais. A obra de arte como texto visual adquire existência plena quando se torna objeto de uma leitura (...).
Para ser lida, uma obra de arte propõe uma forte relação entre objeto e leitor, mediante um contrato de visibilidade, isto é, de uma relação entre aquilo que se mostra e aquilo que é visto.” (Buoro – 2002, p. 224).

As maneiras de ler e interpretar uma obra de arte diferem de pessoa para pessoa, mas o professor pode produzir um caminho para munir os seus alunos de informações e detalhes para produzir uma leitura de imagem mais ampla e profunda, abordando novos detalhes e novas informações.
A leitura de imagem, assim, oferece caminhos para a pluralidade de idéias e ideologias coexistirem em um mesmo ambiente administrado pelo professor.

LEITURA DE UMA OBRA DE ARTE

Eugène Delacroix – A Liberdade Guiando o Povo - Museu do Louvre - 260 × 325 cm
1830, óleo sobre tela
                                                         berbequim.wordpress.com/2006/10/25/a-liberdade




 Na obra acima retratada – A Liberdade Guiando o Povo –, pode-se seguir um roteiro para análise:

. Identificação da obra, autor, período e técnica utilizada.
. Identificar o que está no centro e à frente da figura. Geralmente é o que o autor quis destacar. Qual é o tema da obra? O que o autor quis representar?
. Identificar todas as pessoas, construções e objetos que compõem a imagem.
. Verificar as ações que estão sendo retratadas. Qual é a principal? E as secundárias? Como se interligam?
. Observar as expressões faciais e atitudes dos personagens. Cada movimento, cada detalhe pode revelar muito da obra e da intenção do autor.
. Observar o evento retratado como um todo, buscando a síntese do que está representado, procurando compreender a relação do autor e sua época, dentro daquele contexto histórico.
. É possível alguma relação com o contexto atual? (pode-se relacionar a pintura com a luta pelos valores democráticos e o liberalismo político, tão caros para as sociedades e até hoje idealizados).

CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA E ANÁLISE DO TEMA DA OBRA

Em 1830, França, Suíça, Bélgica, Itália e Alemanha viveram conflitos sociais que exigiam a instituição de constituições liberais, numa demonstração que a consciência democrática se alastrava por toda a Europa.
Nessa obra Delacroix retrata uma sublevação popular da qual foi testemunha ocular ocorrida entre os dias 26 e 28 de julho de 1830 e que culminou na deposição do rei Carlos X. O motivo: a suspensão, pelo monarca deposto, de várias disposições democráticas, entre elas a liberdade de imprensa. Esta pintura, que tem cunho político e social, significa comemorar o dia de 28 julho de 1830, quando os povos se levantaram e destronaram o rei.
Delacroix representa uma cena de batalha através da qual não só exalta a bravura dos combatentes revolucionários, mas também caracteriza, através de detalhes significativos, a origem de cada personagem, percebido através das vestimentas, prestando homenagem a uma multidão de anônimos. Na figura feminina em destaque, representando a Liberdade, há vestígios dos modelos gregos, mas também há traços que revelam sua condição de mulher do povo, como os seios sujos de pólvora. Sua mão direita erguida leva a bandeira tricolor transformada em símbolo da Revolução Francesa (1789). Na mão esquerda segura um fuzil com baioneta, o que significa estar preparada para a batalha corpo a corpo. A cabeça é coberta por um gorro frígio, adotado durante a Revolução Francesa, que converteu-se em um dos símbolos da República.
Essa obra não é apenas o símbolo da França e da Revolução Francesa, mas também da democracia.


                                

     
UNIDADE 3

FILME
                                               
                                                   O vídeo parte do concreto, do visível, do imediato,
                                                   próximo, que toca todos os sentidos. Mexe com o
                                                  corpo, com a pele - nos toca e "tocamos" os outros
                                                  (...). Pelo vídeo sentimos, experienciamos
                                                 sensorialmente o outro, o mundo, nós mesmos.
                                                                                                   José Manuel Moran
  

O filme também é uma via de acesso ao conhecimento da história, uma alternativa para aprimorar o trabalho do professor em sala de aula. O cinema e o vídeo vêm ocupando um espaço cada vez maior no cotidiano das crianças e dos adolescentes. Assistir a um filme é sempre elucidativo e muitas vezes vence o imobilismo e a visão dirigida de certos assuntos, fazendo com que se abram novos caminhos, novos espaços, novas visões. Assim, o filme pode despertar no aluno um outro tipo de relação com o processo de aprendizagem, e pode ser visto como mais uma forma de ampliar o conhecimento, de instigar a pesquisa e levar a questionamentos sobre a história.
Vale lembrar que qualquer gênero cinematográfico pode ser utilizado, seja ele documentário, filme histórico ou ficcional, porém o uso desse material deve ter sempre a orientação do professor e com objetivos específicos, não apenas como passatempo ou momento de diversão. Além disso, a escolha do filme deve levar em conta sua relação com o conteúdo estudado, adequação à faixa etária e duração, uma vez que

É necessário que o professor tenha objetivos pedagógicos bem definidos quando resolve usar o vídeo. É importante que a relação vídeo-conteúdo seja debatida pela sala em conjunto com o professor e que este escolha um vídeo adequado à matéria estudada. (LEITE, 1997, p.74).

O filme precisa ser visto, pensado e discutido, pois retrata a versão da história escolhida pelo diretor ou produtor, que nem sempre corresponde aos fatos reais. O cinema é um misto de arte e produto industrial, um artefato construído para agradar e vender, seu compromisso, muitas vezes, é com o espetáculo. Portanto,

O filme é uma visão particular do roteirista e do diretor, que se baseiam em fatos históricos. Para isso, selecionaram e interpretaram as informações que quiseram. O mesmo se dá na escolha e edição das cenas. Os sons e as imagens têm exatamente essa finalidade – criar a sensação de que estamos assistindo a algo verdadeiro. (BENCINI, 2005, p.49).

O professor vê o filme com outros olhos, pois o que pretende é tratar o cinema como uma das fontes para o seu trabalho de construção/reconstrução da história. Por isso é essencial que o professor esclareça as diferenças entre a ficção e a realidade, dentro daquele contexto histórico. Isso significa, que, apesar de valorizarmos as imagens, não devemos analisá-las isoladamente, mas associá-las a determinado contexto histórico, social, político e ideológico. Lembrando Marc Ferro: “Analisar no filme tanto a narrativa quanto o cenário, a escritura, as relações do filme com aquilo que não é filme: o autor, a produção, o público, a crítica, o regime de governo. Só assim se pode chegar à compreensão não apenas da obra, mas também da realidade que ela representa”.
Por meio das imagens, e aí podemos usar vários exemplos, como fotografias, pinturas, charges e o próprio filme, ocorre uma maior aproximação com fatos e acontecimentos do passado, permitindo um diálogo com outras temporalidades de forma mais clara, com uma melhor compreensão de como se davam as relações em outros contextos.
Um filme pode ser utilizado tanto para introduzir um conteúdo quanto para finalizá-lo, sempre atentando para as questões mais importantes do período histórico relatado: temática básica, contexto, diálogos, ideologia, caracterização dos personagens, simbolismos, concepções e valores.
O trabalho pode ser complementado por alguma atividade especialmente planejada para explorar seu potencial. O ideal é promover um debate do mesmo em sala de aula, para que os alunos possam expor sua visão, suas críticas e considerações sobre as imagens apresentadas. Os alunos podem ainda realizar uma atividade escrita, quando o professor poderá analisar a articulação da linguagem científica, o domínio de conceitos, a coesão de idéias, o raciocínio lógico, a relação passado-presente, a localização espaço-temporal, a observação, o debate de idéias e a estruturação de textos.
A participação crítica do aluno, a partir do estudo do filme e do conteúdo trabalhado, fará com que ele seja capaz de discernir a ficção da realidade, além de despertar um maior interesse pelas discussões realizadas nas aulas.

                                              
ROTEIRO PARA ANÁLISE DE FILME
http://www.adorocinema.com/filmes/nome-da-rosa/nome-da-rosa.asp


Análise do filme “O Nome da Rosa”, (França/Itália/Alemanha, 1986 - 130 min, Globo Vídeo), dirigido por Jean-Jacques Annaud, baseado no romance de Umberto Eco.
Assunto: estranhas mortes ocorrem num mosteiro beneditino no norte da Itália, durante a Baixa Idade Média.
Um monge franciscano é chamado para solucionar o mistério e cai nas malhas de uma trama diabólica.
O roteiro tem o objetivo de orientar o aluno durante a exibição do filme. Ele deve lê-lo com bastante atenção. As questões não devem ser respondidas durante o filme, pois o aluno poderá perder momentos interessantes.

1. A temática básica do filme.
2. Delimitação do tempo e do espaço.
3. A relação do filme com os conteúdos desenvolvidos em sala.
4. Contexto da época retratada no filme (cultura, política, pensamento cristão,
desenvolvimento científico e tecnológico)
5. Comentar a rotina de um mosteiro e as atividades ali desenvolvidas.
6. A atuação do Tribunal da Inquisição.
7. Cena que mais chamou a atenção. Por quê?

8. Críticas e observações sobre a trama do filme.


http://www.mcquaid.org/kilbridge/religion_&_film.html

 Sobre o filme:

CONTEXTO HISTÓRICO

A Baixa Idade Média (século XI ao XV) é marcada pela desintegração do feudalismo e formação  do  capitalismo   na
Europa Ocidental. Ocorrem assim, nesse período, transformações na esfera econômica (crescimento do comércio monetário), social (projeção da burguesia e sua aliança com o rei), política (formação das monarquias nacionais representadas pelos reis absolutistas) e até religiosas.
Culturalmente, destaca-se o movimento renascentista que surgiu em Florença no século XIV e se propagou pela Itália e Europa, entre os séculos XV e XVI. O período Renascentista, enquanto movimento cultural, vinha de encontro a Igreja, exatamente porque pregava a valorização do homem e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural. O renascimento resgatou da antiguidade greco-romana os valores antropocêntricos e racionais, que adaptados ao período, entraram em choque com o teocentrismo e dogmatismo medievais sustentados pela Igreja. No filme, o monge franciscano representa o intelectual renascentista, que com uma postura humanista e racional, consegue desvendar a verdade por trás dos crimes cometidos no mosteiro.
Ao analisar um filme, nem sempre é fácil especificar a categoria em que o mesmo se enquadra. Esse filme, por exemplo, pode ser interpretado como tendo um caráter filosófico: visto que nele também se busca a verdade, a explicação, a solução do mistério, a partir de um novo método de investigação. Ou até mesmo um caráter religioso, ou pedagógico, psicológico, e porque não, um romance, já que, o amor se expressa em diferentes situações e proporções em várias partes do filme.
Portanto, é imprescindível denotar a importância do professor nesse momento, pois é ele quem vai direcionar o trabalho que quer realizar com o filme, ser o mediador das discussões e indagar sobre o tema em questão.


                                     


  UNIDADE 4

CHARGE
                                                                            
                                                                             A educação é a arma mais
                                                                              poderosa que você pode usar
                                                                              para mudar o mundo.
                                                                                                  
Nelson Mandela





Charge é um estilo de ilustração que tem por finalidade satirizar, por meio de uma caricatura, algum acontecimento atual com uma ou mais personagens  envolvidas. A palavra é   de origem francesa e significa carga, ou seja, exagera traços do caráter de alguém ou de algo para torná-lo burlesco. (...)
As charges foram criadas no princípio do século XIX por pessoas opostas a governos ou críticos políticos que queriam se expressar de forma jamais apresentada, inusitada. Foram reprimidos por governos (principalmente impérios), porém ganharam grande popularidade, fato que acarretou sua existência até os tempos de hoje.
Wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Charge - acesso em 21.02.2009.

A charge corresponde a uma leitura ou interpretação da realidade, possuindo um caráter humorístico e crítico. As charges podem retratar diversos temas como assuntos cotidianos, política, futebol, artes, economia, ciência, relacionamentos, consumo etc. Na maioria das vezes, a charge traz uma crítica social ou política do contexto ao qual se refere. Por isso, é preciso inseri-la e entendê-la na realidade em que foi produzida e nunca de forma isolada, ou seja, uma charge precisa sempre ser compreendida dentro de um contexto, daí a importância de se saber data e autoria da mesma. Um outro aspecto importante na utilização da charge é a sua proximidade com o cotidiano, pois geralmente é encontrada em jornais, revistas e sites humorísticos, tratando temas atuais e atemporais.
A charge tem um papel importante como registro histórico, pois relata um fato ocorrido em uma determinada época, dentro de um contexto cultural, econômico e social específico, carregada de várias informações e que depende do conhecimento desses fatores para ser entendida.
Quando se utiliza a charge como recurso didático, é preciso estar atento aos detalhes, para que se possa perceber os diferentes significados que podem ser explorados junto aos alunos, o que, naturalmente, resultará em variadas interpretações. Segundo Kossoy,

No esforço de interpretação das imagens fixas, acompanhadas ou não de textos, a leitura das mesmas se abre em leque para diferentes interpretações a partir daquilo que o receptor projeta de si, em função do seu repertório cultural, de sua situação socioeconômica, de seus preceitos, de sua ideologia, razão por que as imagens sempre permitirão uma leitura plural. (KOSSOY, 2001, p.115).

Assim, toda imagem deve ser utilizada levando-se em consideração a idade e o nível de conhecimento dos alunos sobre determinado assunto, pois o leitor constrói o sentido estabelecendo inferências a partir da relação entre a imagem que vê e a retomada do fato a que ela se refere. Para isso, o leitor deverá saber o fato que origina a charge e suas circunstâncias históricas, políticas, ideológicas e sociais, para que possa compreender o que está dito na charge e o não-dito, ou seja, o que está subentendido nas entrelinhas.
A charge, pela sua característica humorística, promove um maior interesse por parte dos alunos que, ao estudá-la, desenvolverão uma visão crítica a respeito do assunto que a mesma aborda e, ao mesmo tempo, trabalhará tanto a aprendizagem quanto a socialização de conhecimentos, permitindo que o aluno passe a entender a imagem como discurso, atribuindo-lhe sentidos sociais e ideológicos.

A charge deve ter uma ligação direta com o conteúdo em foco, isto é, o professor deve ter objetivos pedagógicos em relação à escolha do material a ser trabalhado, para que este não se perca durante o processo e consiga trocar informações sobre o conteúdo que está sendo passado. Pode ser utilizada para introduzir um capítulo ou um assunto novo, ou após a discussão do mesmo, o que é mais comum, pois assim o aluno já terá um conhecimento mais amplo para realizar uma análise de forma mais concreta. Pode ser associada a textos escritos e em avaliações, quando o aluno poderá articular informações, interpretando-a de acordo com o que foi estudado.


ANÁLISE DE CHARGE



                                                                    http://historiageral-clios.blogspot.com – Cartum de Angeli



Após observar a charge, o aluno deve fazer uma descrição do que leu com o máximo de detalhamento possível.

. Qual a mensagem que a charge quer passar?
. Qual o nosso papel como cidadãos na sociedade?
. Que passos importantes podemos dar para reverter esse quadro de miséria e exclusão social que o país e a sociedade vivem?

A interpretação das charges exige, geralmente, um conhecimento sobre fatos ocorridos na sociedade. Por isso, é importante que se fique atento às notícias e aos fatos importantes que veiculam na imprensa. Para interpretar uma charge, é importante que se tenha conhecimento prévio sobre o assunto, além do conhecimento de mundo de cada um, para uma leitura e um entendimento mais profundos.
A charge em questão traz uma reflexão sobre cidadania e participação política. Ela apresenta uma pessoa que sabe sobre as ações de políticos corruptos, mas que se nega a mudar o quadro político e social estabelecido. Como cidadãos, precisamos agir como agentes de transformação social e política. Não basta apenas saber quais são os direitos e deveres de um cidadão, mas como ele participa da construção dessa sociedade e como isso se reflete em resultados que garantam igualdade e oportunidade iguais para todos. E isso é possível através da educação para a cidadania, com a ampliação da conscientização e da participação política.
Muitas vezes o objetivo da charge é de convencer e influenciar – de acordo com uma determinada ideologia – o imaginário do leitor, a fim de torná-lo mais consciente da realidade. E é exatamente aqui que o professor entra para exercer sua função como formador de opinião, orientando o aluno para que ele possa conhecer outras possibilidades de conhecimento de mundo.
Afinal, a educação deve ser desenvolvida para formar cidadãos capazes de entender a realidade e interferir nela.
O trabalho com a charge é um meio de integração com as mais diversas fontes de cultura e fatores socioeconômicos atuais, é dinâmica e atualizada e interage com o processo histórico em que se constitui.


                                   

 PARA SABER MAIS

CONHECIMENTO
                                                                             
  A verdadeira viagem do descobrimento
                                                                               não consiste em buscar novas
                                                                               paisagens, mas novos olhares.
                                                                                                       Marcel Proust

INDICAÇÕES DE LEITURAS

BENCINI, Roberta. Filme na aula de história: diversão ou hora de aprender? Revista Nova Escola. Ano XX, n. 182, mai. 2005, p. 46-51. BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo; Cortez Editora, 2005.
CALADO, Isabel. A utilização educativa das imagens. Lisboa: Porto Editora, 1994.
MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. MORAN, José Manuel. Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995
PAIVA, Eduardo França. História & imagens. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
SCHLICHTA, Consuelo Alcioni B. D. Leitura de imagens: uma outra maneira de praticar a cultura. Edição: 2006 - Vol. 31 - No. 02. Disponível em: <http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2006/02/a11.htm>
ZAMBONI, Ernesta. Representações e Linguagens no Ensino de História. Revista Brasileira de História, vol. 18 n. 36, São Paulo, 1998.

FILMES
Além das sugestões aqui apresentadas, estão disponíveis indicações de filmes no site www.historianet.com.br

1492 - A CONQUISTA DO PARAÍSO (1492: Conquest of Paradise, ESP/FRA/ING 1992). Direção: Ridley Scott.
Elenco: Gérard Depardieu, Sigourney Weaver, Armand Assante, Ângela Molina, Fernando Rey, Tcheky Kario. 150 min, Vídeo Arte.
A viagem de Cristóvão Colombo, que acreditava ser possível atingir o Oriente navegando para o Ocidente, é o cenário épico desse filme de Ridley Scott. A odisséia de Colombo está presente no filme através do cotidiano desgastante, dos motins da tripulação e de toda incerteza que cercava uma expedição daquela época quanto ao rumo e ao prosseguimento da viagem. Sem apoio financeiro de
Portugal, a maior potência da época, Colombo dirigiu-se à Espanha e associouse aos irmãos Pinzon, recebendo ainda uma ajuda dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela. Com uma nau (Santa Maria) e duas caravelas (Pinta e Nina), o navegador partiu do porto de Palos em 3 de agosto de 1492.
Em 12 de outubro do mesmo ano avistou a ilha de Guanani (atual São Salvador). Sem duvidar que estava no Oriente, realizou ainda mais quatro viagens, tentando encontrar os mercados indianos. O filme focaliza também o espírito vanguardista de Colombo, suas negociações com a coroa espanhola e a tentativa de estabelecer colônias na América, retratando até a velhice, aquele que é considerado um dos navegantes mais ousados de sua época.
A MISSÃO (The Mission, ING 1986)
Direção: Roland Joffé
Elenco: Robert de Niro, Jeremy Irons, Lian Neeson, 121 min. Flashstar.

No século XVIII, na América do Sul, um violento mercador de escravos indígenas, arrependido pelo assassinato de seu irmão, realiza uma auto-penitência e acaba se convertendo como missionário jesuíta em Sete Povos das Missões, região da América do Sul reivindicada por portugueses e espanhóis, e que será palco das “Guerras Guaraníticas”. Palma de Ouro em Cannes e Oscar de fotografia.

CARLOTA JOAQUINA, PRINCESA DO BRASIL (Brasil 1995)
Direção: Carla Camurati
Elenco: Marieta Severo, Marco Nanini, Ludmila Dayer, Maria Fernanda, Marcos Palmeira, Antonio Abujamra, Vera Holtz, Ney Latorraca. 100 min.
A morte do rei de Portugal D. José I em 1777 e a declaração de insanidade de D. Maria I em 1972, levam seu filho D. João e sua mulher, a espanhola Carlota Joaquina, ao trono português. Em 1807, para escapar das tropas napoleônicas, o casal se transfere às pressas para o Rio de Janeiro, onde a família real vive seu exílio de 13 anos.

Na colônia aumentam os desentendimentos entre Carlota e D. João VI.

EM NOME DO PAI (In the Name of the Father, Irlanda/Grã Bretanha/EUA, 1993)
Direção: Jim Sheridan
Elenco: Daniel Day-Lewis, Emma Thompson, Pete Postlethwait, John Linch, Corin Redgrave. 132 min.

Em 1974, um atentado a bomba produzido pelo IRA (Exército Republicano Irlandês) mata cinco pessoas num pub de Guilford, arredores de Londres. O jovem rebelde irlandês Gerry Conlon e três amigos são presos e condenados pelo crime. Giuseppe Conlon, pai de Gerry, tenta ajudar o filho e também é condenado, mas pede ajuda à advogada Gareth Peirce, que investiga as irregularidades do caso.

SENTA A PUA! 
Direção: Erik de Castro
Entrevistas: Carlos Lorch e Erik de Castro
Diretor de Fotografia: César Moraes
Senta a pua!: "Lançar-se sobre o inimigo com decisão, golpe de vista e vontade de aniquilá-lo." Documentário que, a partir de entrevistas, imagens de arquivo, fotos e ilustrações, recupera a história do Primeiro Grupo de

Aviação de Caça do Brasil, que no dia 6 de outubro de 1944 desembarcou no porto de Livorno, na Itália, para participar da Segunda Guerra Mundial. O grupo era formado por 49 pilotos e 417 homens de apoio. A saga é relatada pelos próprios pilotos, que até abril de 1945, com os caças P-47 Thunderbolt, destruíram, após mais de 2550 missões, 85% dos depósitos de munição e 70% dos veículos das tropas alemãs no Vale do Pó.

NÓS QUE AQUI ESTAMOS POR VÓS ESPERAMOS
(Brasil, 1998). 55 mim.
Direção: Marcelo Masagão, responsável também pela produção, pesquisa e edição do filme
Elenco: não possui, utilizando-se apenas de imagens
Música: Win Mestens
Consultoria de História: José Eduardo Valadares e Nicolau Sevcenko
Consultoria de Psicanálise: Andréa Meneses Masagão e Heidi Tabacov
Com imagens de arquivos, extratos de documentários e de algumas obras clássicas do cinema, o filme faz uma retrospectiva das principais mudanças que 
personagens que entraram para história, como homens comuns que em seu cotidiano também fizeram a história desse século. Arte e guerra, sonho e realidade, vida e morte. Um aparente antagonismo que se funde para retratar o século XX, no contexto que se inicia com a Primeira Guerra Mundial.

A RAINHA MARGOT (La Reine Margot. ALE/FRA/ITA/94) 
Direção: Patrice Chéreau
Elenco: Isabele Adjani, Daniel Auteuil, Jean-Claude Brialy,
Virna Lisi. 139 min, Europa Carat.
O filme retrata a França em 1572, quando do casamento da católica Marguerite de Valois e o protestante Henri de Navarre, que procurava minimizar as disputas religiosas, mas acaba servindo de estopim para um violento massacre de protestantes conhecido como a "noite de São Bartolomeu", que teve a conivência do rei da França Carlos IX, irmão de Margot. O filme é baseado num romance de Alexandre Dumas.

BAILE PERFUMADO (Brasil, 1996)
Direção: Paulo Caldas e Lírio Ferreira
Elenco: Duda Mamberti, Jofre Soares, Cláudio Mamberti, Luiz Carlos Vasconcelos, Giovanna Gold, Aramis Trindade, Chico Dias, 93 min, Rio Filme.
Homem de confiança de Padre Cícero, o fotógrafo árabe Benjamin Abrahão, parte de Juazeiro, no Ceará, nos anos 30, para levantar recursos e filmar Lampião e seu bando.
Graças à sua habilidade para estabelecer contatos, Benjamim localiza o cangaceiro e registra o cotidiano do grupo. O filme, no entanto, é proibido pela ditadura do governo de Getúlio Vargas, durante o Estado Novo. 

WEBSITES

http://hsw.uol.com.br – o hsw é a sigla em inglês para how stuff works (como tudo funciona). Do mundo animal, vegetal, mineral, tecnológico, esportivo político etc, esse site busca explicar o funcionamento das coisas, dos sistemas e de sua forma de operar.
http://www.tvbrasil.org.br – programação via internet ao vivo e mais dezenas de links interessantes. Os vídeos são de excelente qualidade.
http://www.cultura.gov.br – site do MinC com passeios virtuais a inúmeros museus do Brasil e do mundo, com uma série de sugestões de vídeos e atividades.
http://www.educarede.org.br – site que reúne muitas reportagens, artigos e notícias de interesse educacional. Também sugere estratégias de trabalho diferenciado em sala de aula para diversas disciplinas.
http://www.futuratec.org.br – muitos vídeos que podem ser baixados gratuitamente e gravados em DVD. Os conteúdos são organizados por temas e há uma opção de busca que facilita a procura do programa desejado. Menu fácil e interativo. Conteúdo muito bom da Canal Futura. Além dos vídeos, há materiais complementares, como conteúdos pedagógicos e sinopses.
http://www.ibge.gov.br – site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística repleto de dados das mais diversas áreas.
http://portal.mec.gov.br/index.php - tudo sobre educação no Brasil.
http://portaldoprofessor.mec.gov.br - site com links na web sobre os mais variados assuntos, propostas de aulas, recursos educacionais.
http://www.portacurtas.com.br – muitos e ótimos curtas para trabalhar em sala de aula.
http://www.bibvirt.futuro.usp.br – vídeos com materiais de todas as disciplinas.
http://www.infoescola.com/historia - site com conteúdos e assuntos diversos, de todas as disciplinas.

REFERÊNCIAS

BENCINI, Roberta. Filme na aula de história: diversão ou hora de aprender?
Revista Nova Escola. Ano XX, n. 182, mai. 2005, p. 46-51.
BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo; Cortez Editora, 2005.
BUORO, Anamelia Bueno. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte. São Paulo: Educ / Fapesp /Cortez, 2002.
BURKE, Peter. Testemunha ocular: história e imagem. Florianópolis: Edusc, 2004.
CUMMING, Robert. Para entender a arte. São Paulo: Ática, 1995.
EAGLETON, Terry. Ideologia. São Paulo; Editora UNESP: Editora Boitempo, 1997.
FERRO, Marc. Cinema e História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992. p.87.
KOSSOY, Boris. Fotografia e História. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. São Paulo; Editora da Unicamp, 1993.
LEITE, Saray Ayesta. A criatividade na sala de aula: o ensino de História e os recursos da indústria cultural. Cadernos de História. Uberlândia, jan. 97/dez. 98.
MORAN, José Manuel. Artigo publicado na revista Comunicação & Educação. São Paulo, ECA-Ed. Moderna, [2]: 27 a 35, jan./abr. de 1995
Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação - 5ª a 8ª séries. 1998.
http://www.mec.gov.br/sef/estrut2/pcn/pcn5a8.asp - acesso em 17.07.2008
PARANHOS, Adalberto. Saber e prazer: a música como recurso didáticopedagógico.
In FRANCO, Aléxia Pádua (org.). Álbum musical para o ensino de história e geografia no 1º grau. Uberlândia. Escola de Educação Básica/ Universidade Federal de Uberlândia, 1996.
SCHAFF, Adam. História e Verdade. São Paulo; Martins Fontes, 1987.
SILVA, Marco Antonio da. Repensando a História. São Paulo; Marco Zero,
1984.
ZIZEK, Slavoj. Um mapa da ideologia. Rio de Janeiro; Contraponto, 1996.
Vídeo com excertos do filme “O Nome da Rosa” disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=sV7ET145t0M> - acesso em 19 fev. 2009.
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