quarta-feira, 5 de outubro de 2016

PROFUNCIONÁRIO - VALORES


Valores e suas Implicações

Valor é uma qualidade que confere às coisas, aos feitos ou às pessoas uma estimativa, seja ela positiva ou negativa. São criações humanas que fazem com que as coisas adquiram um novo sentido porque fazem parte da essência humana e formam parte da cultura do ser humano.
Valor é a relação de não indiferença entre o homem e os elementos com que ele se defronta. Eis porque o valor pode ser positivo ou negativo. Ora, nós não somos indiferentes tanto em relação àqueles elementos que favorecem a nossa existência e, por isso, os buscamos (sentido positivo do valor), quanto em relação àqueles que nos prejudicam e, por isso os rejeitamos (sentido negativo).
Mas, se o homem não permanece indiferente frente às coisas, isto significa que ele não é um ser passivo, totalmente condicionado pela situação. Ele reage à situação e intervém pessoalmente para as aceitar, rejeitar ou transformar.
Os valores formam o alicerce oculto do edifício de conhecimentos e de práticas que estamos construindo em nossa vida. Conhecer os alicerces desta construção nos ajuda a buscar maior coerência entre o pensar, o falar e o agir. O professor está sempre mostrando seus posicionamentos diante da vida, expressando valores, e não apenas quando dá conselhos ou fala deles em sala de aula.
Na escola, eles estão na forma de administrar, de selecionar conteúdos, nos métodos de ensino e estratégias de avaliação adotadas, nas atitudes disciplinares...
Aprender a ser cidadão, e a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não violência, a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se com o que acontece na vida da comunidade e do país. Esses valores e essas atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes, e devem ser ensinados na escola, em vez de ficarmos indiferentes a realidade da escola que precisa se posicionar e dar uma educação de qualidade aos nossos estudantes.
Nosso país não adota uma política de valorização dos profissionais, com melhores condições de trabalho e salários melhores.
Dentre as promessas não cumpridas para a consolidação de uma educação voltada para esses valores, o relativo fracasso da educação para a cidadania como transformação do súdito em cidadão, a necessidade de uma educação que forme cidadãos ativos, participantes, capazes de julgar e escolher, mas não necessariamente preferidos por governantes que confiam na tranquilidade dos cidadãos passivos, sinônimo de súditos dóceis ou indiferentes.
Considerando identidade como um conceito que engendra a construção de representações de si em torno de valores, exige-se a organização de uma estabilidade sobre quem sou eu e como nos veem. A resposta a essa pergunta é que possibilita ao sujeito sentir, pensar e agir de acordo com referências sobre o que se é e como nos veem. Ao mesmo tempo, a identidade pode ser compreendida como a organização de valores comuns de uma sociedade ou de um grupo que define quem é aquele grupo ou sociedade.
Precisamos lembrar que as identidades são construídas na relação com o outro. Aquilo que é estranho a mim tem papel fundamental na construção de quem sou eu e de como me veem. Trata-se de um processo de avaliação em que selecionamos aquilo que para nós tem valor positivo e rechaçamos aquilo que tem valor negativo. Para estabelecer o que tem valor positivo, preciso comparar valores e suas implicações sobre si mesmo e o outro.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
SAVIANI, D., Educação: do senso comum à consciência filosófica, 13ª. Ed. Campinas, Autores Associados, 2000-d.
SÁNCHEZ VÁZQUEZ, A., Ética. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1970.

Elaine Cristina Mariano

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