quarta-feira, 22 de junho de 2016

FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DE CIÊNCIAS3



ATIVIDADES LÚDICAS
E ENSINO DE CIÊNCIAS

PLT – Cap. 6

Junho/2015











VÍDEO – Ensino de Ciências: Experimentação e lúdico

Piaget, Vygotsky, Freire e a construção do conhecimento científico na Escola

Reflexões Iniciais:
Construtivismo: Como se constrói o Conhecimento? O aluno aprende em contato com objetos e na interação social.
•Qual o papel do professor nesse processo? 



PIAGET E VYGOTSKY:
SEMELHANÇAS E DIFERENÇAS
Para os dois o desenvolvimento é um processo dialético e que as crianças são cognitivamente ativas no processo de imitar modelos em seu mundo social.
Interação social X Interação com os objetos
Piaget: o desenvolvimento precede a aprendizagem.
A aprendizagem é limitada pelo desenvolvimento biológico que, por sua vez, depende do processo maturacional individual e não pode ser acelerado.
Vygotsky: a aprendizagem pode (e deve) anteceder o desenvolvimento; o desenvolvimento biológico, pode ser decisivamente influenciado pelo ambiente, no caso, a escola e o ensino.

Piaget enfatiza a interação com os objetos
Vygotsky enfatiza a interação social. Piaget privilegia a maturação biológica; Vygotsky, o ambiente social, Piaget, por aceitar que os fatores internos preponderam sobre os externos, postula que o desenvolvimento segue uma sequência fixa e universal de estágios. Vygotsky, ao salientar o ambiente social em que a criança nasceu, reconhece que, em se variando esse ambiente, o desenvolvimento também variará. Neste sentido, não se pode aceitar uma visão única, universal, de desenvolvimento humano.

Vygotsky e o desenvolvimento das crianças:
Zona de desenvolvimento real: tarefas realizadas de forma independente, de acordo com a idade mental;
Zona de desenvolvimento potencial: tarefas realizadas com ajuda de adultos;
Zona de desenvolvimento proximal: altas funções mentais como memória voluntária, atenção seletiva e pensamento lógico se desenvolvem pela interação social: PAPEL DA ESCOLA.

Interação horizontal X Interação vertical:
A integração do conhecimento é mais forte quando as crianças são instigadas a defender seu ponto de vista. Isto acontece mais naturalmente quando elas tentam convencer seus colegas (interação horizontal). Elas também tendem a ser mais críticas quando discutindo com seus pares que com os professores (interação vertical), por aceitarem mais passivamente a opinião dos adultos.


Dinâmica da Construção do Conhecimento: Discussão em sala de aula => Professores = papel de um colega mais experiente, ajudando os alunos a superar impasses que surgem durante as discussões, dando exemplos (ou contraexemplos) que estimulem o pensamento.
•As atividades na sala de aula são influenciadas pela sociedade, mas, ao mesmo tempo, podem, também, influenciá-la.



Piaget: 
O processo (ou a discussão dele) pelo qual um aluno chegou a determinada resposta é mais importante do que o resultado em si. O professor não ensina: ajuda o aluno a aprender. Papel do professor: provocar a criança o tempo todo.
•Os estudos de Piaget são de fundamental importância ao apontar as diferenças entre o raciocínio da criança, em seus vários estágios, e o raciocínio de um adulto que atingiu o nível das operações formais.
•Muitos professores, não compreendendo esses diferentes níveis de desenvolvimento mental, podem empregar estratégias de ensino totalmente inadequadas.

Como características do modelo construtivista temos:
1. O construtivismo faz parte de um movimento em direção a uma Educação centrada no estudante.
2. A abordagem construtivista objetiva mudar vários aspectos da educação em ciências; O objetivo é mais um aprendiz reflexivo que é consciente do poder e das limitações de seu pensamento.
3. A aprendizagem se dá através do ativo envolvimento do aprendiz na construção do conhecimento.
4. O conhecimento científico é visto como uma construção humana de natureza contínua e em andamento. O que comumente é chamado de conhecimento científico nada mais é do que o consenso a que a comunidade científica chegou em um determinado momento.
5. As ideias prévias dos estudantes desempenham um papel importante no processo de aprendizagem.

Freire:
•Desenvolver o respeito pelos outros e a capacidade de dialogar;
•É importante para as crianças discutir ideias em todas as lições.
•Pensar sobre as próprias ideias ajuda os alunos a se tornarem conscientes de suas concepções alternativas;
•Importância do diálogo e da problematização, criticando a "educação bancária" e assim propondo o ensino baseado em temas no qual a dialogicidade é a essência da prática educativa;
•Ensino de Ciências está arraigado pela concepção tecnicista, conteudista, neutra, apolítica e a-histórica da educação; 

•O Ensino de Ciências deve primar pelo desenvolvimento de intelectuais engajados na mudança social, rumo a uma sociedade justa e ambientalmente sustentável.
•Enfatizar os conhecimentos prévios dos alunos na busca de entender seus significados e dar-lhes voz. Conhecimentos prévios não se referem ao conhecimento aprendido em lições anteriores, mas às ideias espontâneas trazidas pelos alunos que são frutos de suas vivências e que, muitas vezes, diferem dos conceitos científicos.
•Características indispensáveis ao professor: 
Empatia, Flexibilidade,
Sensibilidade, Disponibilidade.

É também importante que os professores não confundam construtivismo com falta de disciplina e de direção. O papel do professor é, de fato, ajudar os alunos a perceber as incongruências e vazios no seu entendimento. Para fazer isso, os professores têm que respeitar os alunos e tal respeito tem que ser mútuo. No entanto, respeito não é alguma coisa imposta de cima para baixo. Preferivelmente, deveria ser alguma coisa construída e oferecida ao professor, pelos alunos, que o consideram merecedor dessa consideração;
“Ensinar não é apenas transmitir o conhecimento acumulado pela humanidade, mas fazê-lo significante para os alunos.”

Ensino crítico construtivista deveria considerar que:
•o papel do professor é ajudar o aluno a construir o seu próprio conhecimento;
•as estratégias de ensino devem ser planejadas para ajudar o aluno a adotar novas ideias ou integrá-las com seus conceitos prévios;
•qualquer trabalho prático é planejado para ajudar a construção do conhecimento através da experiência do mundo real e da interação social capacitando a ação;
•o trabalho prático envolve a construção de elos com os conceitos prévios num processo de geração, checagem e restruturação de ideias;
•a aprendizagem envolve não só a aquisição e extensão de novos conceitos mas também sua reorganização e análise crítica;
•a responsabilidade final com a aprendizagem é dos próprios alunos.

•Um ensino construtivista crítico não poderia ser entendido como receitas prontas a serem seguidas, mas como sugestões a serem examinadas pelos professores. Tal criticismo é crucial em todos os níveis de educação e deve estar presente, particularmente, durante programas de formação de professores devido ao seu efeito multiplicador.
•Estar consciente do que está acontecendo ao redor (comunidade, sociedade, mundo) e revelar como a dominação e a opressão são produzidas dentro da escola;
•Estimular o pensamento crítico dos alunos; 

•Introduzir o diálogo crítico entre os participantes;
•Buscar respostas para os problemas colocados;
•Colocar novas questões para serem respondidas, melhorando assim a prática;
•Tornar a aprendizagem significante, crítica, emancipatória e comprometida com as mudanças na direção do bem-estar coletivo;
•Estar consciente de que todos temos uma parte a cumprir em prol de uma sociedade mais justa.
•Ser receptivo para ouvir e entender a forma como os alunos constroem, articulam e expressam seu conhecimento;
•Apoiar os alunos na expressão de seus conceitos, na tomada de consciência desse processo e na valorização do próprio conhecimento e o dos colegas;
•Nunca depreciar a informação trazida pelos alunos;

•Contextualizar o ensino apresentando problemas relacionados a aspectos-chave da experiência dos alunos, de forma que esses possam reconhecer seus próprios pensamento e linguagem no estudo;
•Mostrar que o ato de conhecer exige um sujeito ativo que questiona e transforma e que aprender “é recriar os caminhos com que nos enxergamos a nós próprios, nossa educação e nossa sociedade”;
•Encorajar os alunos a colocar problemas e questões;
•Apresentar o assunto não como “exposições teóricas ou como fatos a serem memorizados, mas como problemas colocados dentro da experiência e linguagem dos alunos para serem trabalhados por eles”;
•Conduzir a classe dentro de um processo democrático de aprendizagem e de criticidade. “Os professores devem afirmar-se sem, por outro lado, desafirmar os alunos.”

Essas atitudes não implicam passividade por parte do professor. Eles têm o dever de mostrar as contradições, os vazios e inconsistências no pensamento dos alunos e desafiá-los a superá-los. Para realizar essa tarefa os professores devem ser, antes de tudo, competentes no conteúdo que têm a responsabilidade de ensinar. Ensinar, nessa abordagem, significa planejar todo o processo para facilitar a compreensão do novo conteúdo pelos alunos. Para professores construtivistas as estratégias e técnicas de ensino devem ir de uma completa liberdade para permitir a livre expressão das concepções espontâneas trazidas pelos alunos até uma rigorosa disciplina que caracteriza o trabalho intelectual.


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