Estudantes aprendem fora da sala de aula
Qua, 27 de Maio de 2009
00:00 J.Guedes
Alunos na cidade de Icó
Uma experiência
extra-sala está sendo posta em prática pela equipe pedagógica da Escola
Modelo de Iguatu, da rede particular de educação. Os professores estão
acompanhando os alunos nas 'Aulas de Campo' realizadas fora da escola. Os estudantes
são transportados de ônibus para locais distintos de Iguatu e outros municípios
da Região onde passam a receber informações sobre temas variados,
normalmente assuntos diretamente ligados à grade curricular, conforme o
planejamento letivo. As aulas estão acontecendo para os alunos do ensino
fundamental I e II e ensino médio.
O projeto tem grande
aceitação dos estudantes, educadores e pais. As aulas atravessam as fronteiras
da sala de aula, com importantes ganhos no aprendizado. A professora Lilian
Pontes explicou que a meta é repassar os conhecimentos aos estudantes no ambiente
externo, quando eles aprendem na prática o que veem de meio ambiente, história,
geografia, ciências, matemática e outras disciplinas. “Não que eles não
aprendam em sala. Claro que aprendem. Mas as experiências fora da escola têm um
cunho, não só educativo, de aprendizado, mas também social”,afirmou.
Na quinta, 21, um grupo
de 70 estudantes do ensino fundamental II esteve no município de Icó,
para aulas de Geografia e História. Foi a segunda jornada do projeto
fora de Iguatu. Uma semana antes, um outro grupo, desta vez do ensino
fundamental I também viveram a mesma experiência. No fundamental II eles foram
acompanhados pelos professores Vânia (Geografia), Roque (Matemática), Angélica
(História) e Terezinha Alencar, coordenadora pedagógica.
Melhor aprendizado
Os estudantes visitaram
o teatro da ‘Ribeira dos Icós', o 'Largo do Tebergue', a 'Câmara e Cadeia',
'Rua do Meio', 'Igreja do Senhor do Bonfim', a casa onde morou o 'Canela
Preta', 'Igreja do Rosário', a igreja dos escravos, construída por eles em
1736. Na igreja de Nossa Senhora da Expectação, local onde a cidade surgiu, os
alunos tiveram uma aula com o auxílio do pesquisador e historiador Altino
Afonso. Altino também acompanhou os alunos em outra aula abordando outros
aspectos da história do município, no teatro da Ribeira dos Icós. Lá ele contou
sobre as lendas da cidade, seus mitos e contos. A lenda do Barão do Crato, que
morava num casarão ao lado do teatro, e teria construído uma passagem
subterrânea para ir ver os espetáculos porque não queria se misturar com
os populares. A história da suposta baleia adormecida que existiria no
altar da igreja do Senhor do Bonfim e poderia acordar se uma imagem posta no
altar fosse retirada do local transformando Icó num braço do mar.
Terezinha Alencar
informou que a experiência está apresentando resultados surpreendentes
em relação ao aproveitamento por parte dos alunos. Segundo ela, a escola já
está agendando outras etapas do projeto, desta vez para a Região do Cariri,
inclusive com visita a museu. A professora Angélica, que é filha de Icó, disse
que o fato dos estudantes voltarem ao cenário onde a história aconteceu para
ouvir sobre passagens, acontecimentos e fatos é algo inexplicável. Vânia,
que trabalha com a disciplina de Geografia, explicou a importância dos
estudantes estudarem sobre o rio Salgado que margeia a cidade de Icó
estando 'in loco', tendo a oportunidade de dirimir dúvidas e armazenar muitas
informações sobre a Região.
Ao ar livre
O professor Rogério, da
disciplina de Geografia, viajou com as crianças do ensino fundamental
I, para as margens do açude Trussu, no distrito de Suassurana. Também estavam
acompanhando o grupo a professora Elizângela e a coordenadora do ensino
fundamental I, Geni Lôbo. Geni destacou a importância do projeto para que os
estudantes ampliem seus conhecimentos. Rogério relatou que outro fator
importante é que os temas abordados nas 'aulas de campo' também são explorados
em sala de aula. Ele acompanhou as duas turmas do 5º Ano 'A' e 'B', na aula de
campo de História, Geografia e Meio Ambiente às margens do açude público
Trussu, no distrito de Suassurana, e ao rio Jaguaribe, nas imediações do bairro
Bugi.
Os alunos conheceram
sobre a capacidade hídrica do reservatório, sua construção, o sistema de
distribuição hídrica para abastecimento e irrigação, piscicultura e as duas
cidades que são abastecidas, Iguatu e Acopiara. Nas visitas aos dois
mananciais, o que mais chamou a atenção dos estudantes foi a poluição,
aliada à falta de preservação, principalmente com os volumes de lixo
depositados nas margens. Embalagens de refrigerantes, cigarros, sacolas
plásticas, móveis velhos, tecidos,embalagens de outros produtos
industrializados e alimentos.
As lagoas de Iguatu
também estão na agenda de aulas da escola, dentro do projeto 'Aulas de Campo'.
Estudantes acompanhados por outros professores também aprenderão mais sobre os
ecossistemas ainda neste mês de maio. A idéia dos educadores é explorar os
assuntos produzindo documentários com a participação dos alunos, ilustrando
pesquisas e até contribuindo com o senso crítico para a melhoria e preservação
desses recursos naturais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário