RAM e DRAM
Foi em algum ponto na década
de 50 que surgiram as primeiras ideias de criar uma Memória de Acesso Aleatório
(RAM). Apesar disso, nosso papo começa em 1966, ano que foi marcado pela
criação da memória DRAM (invenção do Dr. Robert Dennard) e pelo lançamento de
uma calculadora Toshiba que já armazenava dados temporariamente.
A DRAM (Memória de Acesso
Aleatório Dinâmico) é o padrão de memória que perdura até hoje, mas para chegar
aos atuais módulos, a história teve grandes reviravoltas. Em 1970, a Intel
lançou sua primeira memória DRAM, porém, o projeto não era de autoria da
fabricante e apresentou diversos problemas. No mesmo ano, a Intel lançou a
memória DRAM 1103, que foi disponibilizada para o comércio “geral” (que na
época era composto por grandes empresas).
A partir da metade da década
de 70, a memória DRAM foi definida como padrão mundial, dominando mais de 70%
do mercado. Nesse ponto da história, a DRAM já havia evoluído consideravelmente
e tinha os conceitos básicos que são usados nas memórias atuais.
DIP
e SIMM
Antes da chegada dos
antiquíssimos 286, os computadores usam chips DIP. Esse tipo de memória vinha
embutido na placa-mãe e servia para auxiliar o processador e armazenar uma
quantidade muito pequena de dados.
Foi com a popularização dos
computadores e o surgimento da onda de PCs (Computadores Pessoais) que houve um
salto no tipo de memória. Num primeiro instante, as fabricantes adotaram o
padrão SIMM, que era muito parecido com os produtos atuais, mas que trazia
chips de memória em apenas um dos lados do módulo.
Memória SIMM de 256 KB do console Atari STE (Fonte da imagem: Divulgação/Wikimedia Commons - Darkoneko)
Antes desse salto, no
entanto, houve o padrão SIPP – que foi um intermediário entre o DIP e o SIMM. O
problema é que o conector das memórias SIPP quebrava com facilidade, o que
forçou as fabricantes a adotarem o SIMM sem pensar muito.
A primeira leva do padrão
SIMM tinha 30 pinos e podia transmitir 9 bits de dados. Foi utilizado nos
primeiros 286, 386 e até em alguns modelos de 486. O segundo tipo de SIMM
contava com 72 pinos, possibilitando a transmissão de até 32 bits. Esse tipo de
módulo vinha instalado em computadores com processadores 486, Pentium e até
alguns com Pentium II.
FPM
e EDO
A tecnologia FPM (Fast Page
Mode) foi utilizada para desenvolver algumas memórias do padrão SIMM. Módulos
com essa tecnologia podiam armazenar incríveis 256 kbytes. Basicamente, o
diferencial dessa memória era a possibilidade de escrever ou ler múltiplos
dados de uma linha sucessivamente.
As
memórias com tecnologia EDO apareceram em 1995, trazendo um aumento de
desempenho de 5% se comparadas às que utilizavam a tecnologia FPM. A tecnologia
EDO (Extended Data Out) era quase idêntica à FPM, exceto que possibilitava
iniciar um novo ciclo de dados antes que os dados de saída do anterior fossem
enviados para outros componentes.
DIMM e SDRAM
Quando as fabricantes notaram que o
padrão SIMM já não era o suficiente para comportar a quantidade de dados
requisitados pelos processadores, foi necessário migrar para um novo padrão: o
DIMM. A diferença básica é que com os módulos DIMM havia chips de memórias
instalados dos dois lados (ou a possibilidade de instalar tais chips), o que
poderia aumentar a quantidade de memória total de um único módulo.
Outra
mudança que chegou com as DIMMs e causou impacto no desempenho dos computadores
foi a alteração na transmissão de dados, que aumentou de 32 para 64 bits. O
padrão DIMM foi o mais apropriado para o desenvolvimento de diversos outros
padrões, assim surgiram diversos tipos de memórias baseados no DIMM, mas com
ordenação (e número) de pinos e características diferentes.
Com
a evolução das DIMMs, as memórias SDRAM foram adotadas por padrão, deixando
para trás o padrão DRAM. As SDRAMs são diferentes, pois têm os dados
sincronizados com o barramento do sistema. Isso quer dizer que a memória
aguarda por um pulso de sinal antes de responder. Com isso, ela pode operar em
conjunto com os demais dispositivos e, em consequência, ter velocidade
consideravelmente superior.
RIMM
e PC100
Pouco
depois do padrão DIMM, apareceram as memórias RIMM. Muito semelhantes, as RIMM
se diferenciavam basicamente pela ordenação e formato dos pinos. Houve certo incen-
tivo
por parte da Intel para a utilização de memórias RIMM, no entanto, o padrão não
tinha grandes chances de prospectiva e foi abandonado ainda em 2001.
As
memórias RIMM ainda apareceram no Nintendo 64 e no Playstation 2 – o que
comprova que elas tinham grande capacidade para determinadas atividades. Ocorre
que, no entanto, o padrão não conseguiu acompanhar a evolução que ocorreu com
as memórias DIMM.
O padrão PC100
(que era uma memória SDR SDRAM) surgiu na mesma época em que as memórias RIMM
estavam no auge. Esse padrão foi criado pela JEDEC, empresa que posteriormente
definiu como seria o DDR. A partir do PC100, as fabricantes começaram a dar
atenção ao quesito frequência. Posteriormente, o sufixo PC serviu para indicar
a largura de banda das memórias (como no caso de memórias PC3200 que tinham
largura de 3200 MB/s).
Antigamente
foram usadas memórias do tipo VRAM e WRAM para armazenar dados gráficos.
Atualmente, as memórias são do tipo SGRAM (RAM de sincronia gráfica). Todas
elas são baseadas na memória RAM, mas têm certas diferenças.
O
futuro enigmático das memórias
O padrão DDR tem reinado por
longos anos, todavia, muitas tecnologias estão sendo estudadas para substituir
os atuais módulos. Entre tantas, uma que ganha destaque é MRAM, memória
magnética que deve alterar completamente o sistema de leitura e escrita. Esse
padrão deve disputar com o FRAM, memória ferroelétrica que tem investimentos de
grandes empresas, incluindo a Samsung, a Toshiba e outras tantas.
E a evolução das memórias
RAMs não vai continuar apenas nos módulos que utilizamos no cotidiano.
Protótipos como o Z-RAM (Zero-capacitor RAM) devem aportar nas memórias caches
dos processadores. Aliás, a probabilidade é muito grande, pois a AMD licenciou
a segunda geração da Z-RAM.
Apesar de muitas fabricantes
investirem alto na continuidade das memórias RAMs, existem fortes indícios de
que outros tipos de memórias sejam adotados num futuro próximo. A HP, por
exemplo, aposta no Memristor,
um componente eletrônico que deve gerar um padrão de memória muito superior ao
atual.
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