Aqui é o prof. André Gazola, do blog Lendo.org.
A história que vou contar hoje é parecida com a de muitos alunos que estão se preparando para o ENEM e querem uma vaga na universidade.
Leonardo e Matheus eram colegas de turma no terceiro ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública. Ambos com 17 anos, vindos de famílias de classe média, sem grandes luxos, mas sem passar grandes necessidades. Ambos faziam planos de entrar na faculdade através de uma boa nota no ENEM.
Leonardo queria o curso de Medicina, enquanto Matheus sonhava com Engenharia Mecânica.
Leonardo era o típico aluno modelo: ia muito bem em todas as provas e estava sempre estudando. Em casa, todos os dias fazia exercícios complementares das matérias que tinha mais dificuldade e ficava muito frustrado quando não gabaritava alguma avaliação.
Em poucas palavras, Leonardo estava vivendo só para estudar.
Matheus, por outro lado, nunca foi um aluno nota 10. Ele prestava atenção nas aulas, principalmente na hora da explicação, mas depois ficava disperso e nem sempre fazia os exercícios que os professores recomendavam.
Ele gostava muito de jogos de computador, principalmente os de tiro, como Call of Duty, além das séries de TV como The Walking Dead, Game of Thrones, e documentários do
History Channel. Quando estava em casa, quase sempre estava fazendo uma dessas três coisas.
A única matéria em que Matheus ia melhor que Leonardo era, adivinhe? Redação.
Leonardo nunca deu muita atenção a isso.
Preferia estudar matérias como Biologia, Química e Matemática, pois pensava que notas altas nessas áreas garantiriam sua vaga no curso de Medicina de alguma Universidade Federal.
Matheus continuava com suas notas medianas nessas matérias, mas um dia viu num vídeo do Youtube um professor comentando sobre a importância da redação para a nota do ENEM e entendeu como era calculada, representando 50% do “bolo”.
No dia seguinte ele veio falar comigo, perguntando se eu tinha alguma dica para ele estudar redação e desenvolver-se mais rápido nessa matéria.
Eu, então, disse que poderia fazer um trabalho particular com ele, ensinando tudo que ele precisaria para ir bem na redação, desde que ele se comprometesse a escrever uma redação por semana sobre o assunto que eu indicaria.
Matheus conversou com a mãe dele, que resolveu investir aquele pequeno valor na educação do filho.
Era agosto, eu lembro até hoje.
Matheus não deixou de jogar, não deixou de assistir TV e não passou a estudar mais – apenas manteve-se na média em todas as matérias. O que ele fez foi prestar o máximo de atenção a todas as aulas de redação que tivemos e passou a escrever 1 redação toda semana, enviando-a para eu corrigir e reescrevendo depois da devolução comentada.
Enquanto isso, Leonardo continuava gabaritando as provas de quase todas as matérias, fazendo incontáveis exercícios, indo para a escola de manhã e ao cursinho à tarde (sem contar as aulas-extra de revisão que às vezes se estendiam até 9 da noite).
Chegou o dia do ENEM. Era final de outubro.
No domingo, o último dia de provas, acompanhei meus alunos até o local e fiquei ali aguardando sua saída, para dar aquele apoio moral.
Matheus sempre descontraído e relaxado, olhando mais para as meninas do que qualquer outra coisa; Leonardo um pouco tenso, concentrado e nervoso, pois achava que não tinha ido tão bem no dia anterior.
Na saída da prova, encontrei os dois exaustos. Leonardo disse que tinha achado fácil a prova de Matemática, mas teve dificuldades para desenvolver o tema da redação.
Matheus, ao contrário, achou a prova objetiva difícil e teve que chutar algumas questões no final, por falta de tempo, mas usou o conhecimento que tinha adquirido com o curso de redação para escrever um bom texto e achava que tinha se saído bem nisso.
No dia seguinte, ambos voltaram para suas rotinas: Matheus “empurrando com a barriga” e
Leonardo firme nos estudos para o vestibular da UFRGS, que seria em janeiro.
Final de ano, formatura, muitas despedidas emocionadas, mas também muita festa, que Matheus aproveitou ao máximo, chegando em casa 6 e meia da manhã, enquanto Leonardo estava dormindo há mais de cinco horas, para não ficar cansado nas aulas do cursinho.
Chegou janeiro e a tão esperada divulgação do resultado do ENEM.
Lembro de ter falado com Leonardo pelo Facebook – como sempre ele estava ansioso e um pouco nervoso. Enquanto isso, Matheus estava na praia e nem lembrava da data de divulgação das notas.
Vou direto ao ponto e mostrar as notas (aproximadas) de cada um:
(note que hoje a nota do ENEM não é mais calculada assim. Agora a redação faz parte da média aritmética junto com as outras matérias)
A VAGA FOI PARA MATHEUS. E A SUA, VAI PARA QUEM?
Como você pode imaginar, com essa nota Leonardo não conseguiu vaga em nenhuma universidade, enquanto Matheus foi chamado já na primeira chamada do SISU para uma vaga numa faculdade pública para o curso de Engenharia Mecânica.
Veja que Matheus, apesar de ser um aluno mediano, entendeu como funcionava o sistema e tirou proveito desse mecanismo de pontuação. Leonardo, sem entender como as coisas funcionavam, se esforçou muito mais para não conseguir alcançar seu objetivo.
Assista ao depoimento do Matheus:
link: https://www.youtube.com/watch?v=ftveTeutswE
Contei essa história longa para você perceber a importância da redação para a formação da nota do ENEM e para que você pare para pensar e tome uma atitude HOJE.
Que caminho você quer tomar? O do Matheus ou o do Leonardo?
Um abraço do prof. André!
P.S. Hoje a redação do ENEM está valendo menos, comparada àquele ano. Ainda assim, 20% da sua nota é um número gigantesco. Portanto, se você está comprometido(a) a passar no ENEM, não deixe a redação de lado!
Um grande abraço,
André Gazola
e
A história que vou contar hoje é parecida com a de muitos alunos que estão se preparando para o ENEM e querem uma vaga na universidade.
Leonardo e Matheus eram colegas de turma no terceiro ano do Ensino Médio de uma escola da rede pública. Ambos com 17 anos, vindos de famílias de classe média, sem grandes luxos, mas sem passar grandes necessidades. Ambos faziam planos de entrar na faculdade através de uma boa nota no ENEM.
Leonardo queria o curso de Medicina, enquanto Matheus sonhava com Engenharia Mecânica.
Leonardo era o típico aluno modelo: ia muito bem em todas as provas e estava sempre estudando. Em casa, todos os dias fazia exercícios complementares das matérias que tinha mais dificuldade e ficava muito frustrado quando não gabaritava alguma avaliação.
Em poucas palavras, Leonardo estava vivendo só para estudar.
Matheus, por outro lado, nunca foi um aluno nota 10. Ele prestava atenção nas aulas, principalmente na hora da explicação, mas depois ficava disperso e nem sempre fazia os exercícios que os professores recomendavam.
Ele gostava muito de jogos de computador, principalmente os de tiro, como Call of Duty, além das séries de TV como The Walking Dead, Game of Thrones, e documentários do
History Channel. Quando estava em casa, quase sempre estava fazendo uma dessas três coisas.
A única matéria em que Matheus ia melhor que Leonardo era, adivinhe? Redação.
Leonardo nunca deu muita atenção a isso.
Preferia estudar matérias como Biologia, Química e Matemática, pois pensava que notas altas nessas áreas garantiriam sua vaga no curso de Medicina de alguma Universidade Federal.
Matheus continuava com suas notas medianas nessas matérias, mas um dia viu num vídeo do Youtube um professor comentando sobre a importância da redação para a nota do ENEM e entendeu como era calculada, representando 50% do “bolo”.
No dia seguinte ele veio falar comigo, perguntando se eu tinha alguma dica para ele estudar redação e desenvolver-se mais rápido nessa matéria.
Eu, então, disse que poderia fazer um trabalho particular com ele, ensinando tudo que ele precisaria para ir bem na redação, desde que ele se comprometesse a escrever uma redação por semana sobre o assunto que eu indicaria.
Matheus conversou com a mãe dele, que resolveu investir aquele pequeno valor na educação do filho.
Era agosto, eu lembro até hoje.
Matheus não deixou de jogar, não deixou de assistir TV e não passou a estudar mais – apenas manteve-se na média em todas as matérias. O que ele fez foi prestar o máximo de atenção a todas as aulas de redação que tivemos e passou a escrever 1 redação toda semana, enviando-a para eu corrigir e reescrevendo depois da devolução comentada.
Enquanto isso, Leonardo continuava gabaritando as provas de quase todas as matérias, fazendo incontáveis exercícios, indo para a escola de manhã e ao cursinho à tarde (sem contar as aulas-extra de revisão que às vezes se estendiam até 9 da noite).
Chegou o dia do ENEM. Era final de outubro.
No domingo, o último dia de provas, acompanhei meus alunos até o local e fiquei ali aguardando sua saída, para dar aquele apoio moral.
Matheus sempre descontraído e relaxado, olhando mais para as meninas do que qualquer outra coisa; Leonardo um pouco tenso, concentrado e nervoso, pois achava que não tinha ido tão bem no dia anterior.
Na saída da prova, encontrei os dois exaustos. Leonardo disse que tinha achado fácil a prova de Matemática, mas teve dificuldades para desenvolver o tema da redação.
Matheus, ao contrário, achou a prova objetiva difícil e teve que chutar algumas questões no final, por falta de tempo, mas usou o conhecimento que tinha adquirido com o curso de redação para escrever um bom texto e achava que tinha se saído bem nisso.
No dia seguinte, ambos voltaram para suas rotinas: Matheus “empurrando com a barriga” e
Leonardo firme nos estudos para o vestibular da UFRGS, que seria em janeiro.
Final de ano, formatura, muitas despedidas emocionadas, mas também muita festa, que Matheus aproveitou ao máximo, chegando em casa 6 e meia da manhã, enquanto Leonardo estava dormindo há mais de cinco horas, para não ficar cansado nas aulas do cursinho.
Chegou janeiro e a tão esperada divulgação do resultado do ENEM.
Lembro de ter falado com Leonardo pelo Facebook – como sempre ele estava ansioso e um pouco nervoso. Enquanto isso, Matheus estava na praia e nem lembrava da data de divulgação das notas.
Vou direto ao ponto e mostrar as notas (aproximadas) de cada um:
(note que hoje a nota do ENEM não é mais calculada assim. Agora a redação faz parte da média aritmética junto com as outras matérias)
A VAGA FOI PARA MATHEUS. E A SUA, VAI PARA QUEM?
Como você pode imaginar, com essa nota Leonardo não conseguiu vaga em nenhuma universidade, enquanto Matheus foi chamado já na primeira chamada do SISU para uma vaga numa faculdade pública para o curso de Engenharia Mecânica.
Veja que Matheus, apesar de ser um aluno mediano, entendeu como funcionava o sistema e tirou proveito desse mecanismo de pontuação. Leonardo, sem entender como as coisas funcionavam, se esforçou muito mais para não conseguir alcançar seu objetivo.
Assista ao depoimento do Matheus:
link: https://www.youtube.com/watch?v=ftveTeutswE
Contei essa história longa para você perceber a importância da redação para a formação da nota do ENEM e para que você pare para pensar e tome uma atitude HOJE.
Que caminho você quer tomar? O do Matheus ou o do Leonardo?
Um abraço do prof. André!
P.S. Hoje a redação do ENEM está valendo menos, comparada àquele ano. Ainda assim, 20% da sua nota é um número gigantesco. Portanto, se você está comprometido(a) a passar no ENEM, não deixe a redação de lado!
Um grande abraço,
André Gazola
e
Nenhum comentário:
Postar um comentário