Valores e suas Implicações
Valor
é uma qualidade que confere às coisas, aos feitos ou às pessoas uma estimativa,
seja ela positiva ou negativa. São criações humanas que fazem com que as coisas
adquiram um novo sentido porque fazem parte da essência humana e formam parte
da cultura do ser humano.
Valor
é a relação de não indiferença entre o homem e os elementos com que ele se
defronta. Eis porque o valor pode ser positivo ou negativo. Ora, nós não somos
indiferentes tanto em relação àqueles elementos que favorecem a nossa
existência e, por isso, os buscamos (sentido positivo do valor), quanto em
relação àqueles que nos prejudicam e, por isso os rejeitamos (sentido
negativo).
Mas,
se o homem não permanece indiferente frente às coisas, isto significa que ele
não é um ser passivo, totalmente condicionado pela situação. Ele reage à
situação e intervém pessoalmente para as aceitar, rejeitar ou transformar.
Os
valores formam o alicerce oculto do edifício de conhecimentos e de práticas que
estamos construindo em nossa vida. Conhecer os alicerces desta construção nos
ajuda a buscar maior coerência entre o pensar, o falar e o agir. O professor
está sempre mostrando seus posicionamentos diante da vida, expressando valores,
e não apenas quando dá conselhos ou fala deles em sala de aula.
Na
escola, eles estão na forma de administrar, de selecionar conteúdos, nos
métodos de ensino e estratégias de avaliação adotadas, nas atitudes
disciplinares...
Aprender
a ser cidadão, e a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça,
não violência, a usar o diálogo nas mais diferentes situações e comprometer-se
com o que acontece na vida da comunidade e do país. Esses valores e essas
atitudes precisam ser aprendidos e desenvolvidos pelos estudantes, e devem ser
ensinados na escola, em vez de ficarmos indiferentes a realidade da escola que
precisa se posicionar e dar uma educação de qualidade aos nossos estudantes.
Nosso
país não adota uma política de valorização dos profissionais, com melhores
condições de trabalho e salários melhores.
Dentre
as promessas não cumpridas para a consolidação de uma educação voltada para
esses valores, o relativo fracasso da educação para a cidadania como transformação
do súdito em cidadão, a necessidade de uma educação que forme cidadãos ativos,
participantes, capazes de julgar e escolher, mas não necessariamente preferidos
por governantes que confiam na tranquilidade dos cidadãos passivos, sinônimo de
súditos dóceis ou indiferentes.
Considerando
identidade como um conceito que engendra a construção de representações de si
em torno de valores, exige-se a organização de uma estabilidade sobre quem sou
eu e como nos veem. A resposta a essa pergunta é que possibilita ao sujeito
sentir, pensar e agir de acordo com referências sobre o que se é e como nos
veem. Ao mesmo tempo, a identidade pode ser compreendida como a organização de
valores comuns de uma sociedade ou de um grupo que define quem é aquele grupo
ou sociedade.
Precisamos
lembrar que as identidades são construídas na relação com o outro. Aquilo que é
estranho a mim tem papel fundamental na construção de quem sou eu e de como me
veem. Trata-se de um processo de avaliação em que selecionamos aquilo que para
nós tem valor positivo e rechaçamos aquilo que tem valor negativo. Para
estabelecer o que tem valor positivo, preciso comparar valores e suas
implicações sobre si mesmo e o outro.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
SAVIANI,
D., Educação: do senso comum à consciência filosófica, 13ª. Ed. Campinas,
Autores Associados, 2000-d.
SÁNCHEZ
VÁZQUEZ, A., Ética. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 1970.
Elaine Cristina Mariano