INTERDISCIPLINARIDADE
Interdisciplinaridade é
o estudo dos conteúdos de maneira interligada, ou seja, dentro de um assunto
específico podemos aproveitar o momento para ativar outras áreas do
conhecimento. Desta forma, o professor será capaz de esclarecer as dúvidas e
incentivar pesquisas dentro de sua área de docência, mas não irá somente até aí,
ao surgirem novas dúvidas que fujam de sua área de ensino, caberá ao professor
procurar ajuda entre os outros professores das demais disciplinas,
desencadeando projetos interdisciplinares. Assim, o conhecimento não ficará
reduzido ao que apenas um professor sabe e nem somente à sua visão sobre o
conhecimento, ele será visto e poderá ser avaliado por mais de uma área do
saber, tornando-se mais reflexivo, mais completo e, portanto, mais próximo da
realidade.Para que um estudo interdisciplinar faça realmente sentido é necessário
que ele motive alunos e professores a pesquisarem e principalmente a refletirem
sobre a realidade que os cerca. É importante levarmos em conta o conhecimento
prévio do aluno e o que está ocorrendo no mundo que o cerca. Segundo Cavalcante
(2004) o professor deve aproveitar conceitos que surgem na sala de aula e que
possam ser produtivos se abordados de forma ampla.Historicamente, no início, os
conteúdos escolares eram transmitidos através de áreas do conhecimento.
PARÂMETROS
CURRICULARES NACIONAIS
"A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social." (Art.1º § 2º da Lei nº 9.394/96).
No Brasil, a necessidade de uma prática interdisciplinar já foi sentida, e apesar do PCN ser somente uma sugestão de currículo, uma grande parcela das escolas públicas já estão utilizando da interdisciplinaridade tendo como base os currículos organizados no atual PCN. Grande parte das escolas públicas já implementou seus currículos com os temas transversais aplicados no ensino infantil e fundamental e com as três áreas do saber para o ensino médio.
É PRECISO TRANSPOR OS
ENTRAVES PARA A INTERDISCIPLINARIDADE
Para que possamos utilizar da prática
interdisciplinar como meio de formar cidadãos é necessário que primeiro
formemos os professores. Professores mal preparados e, ou mal remunerados não
conseguem ministrar aulas amplas e reflexivas, aulas que fomentem nos alunos o
interesse em relacionar o conhecimento acadêmico e transformá-lo em suas próprias
ações cotidianas. É importante que o corpo docente esteja apto a dar aulas
interdisciplinares e que tenha um planejamento base para fazê-lo.
Conforme
Santomé (1998) que a interdisciplinaridade apóia-se nas disciplinas, sendo que
a riqueza da interdisciplinaridade depende do grau de desenvolvimento atingido
pelas disciplinas. Além do mais, essa professora não teve um treinamento e nem
planejamento feito em parceria com a coordenação ou supervisão, as suas aulas são
todas feitas através do currículo oculto. Se por um lado, é útil para a
interdisciplinaridade que haja mobilidade dos conteúdos acadêmicos, como já
dissemos para que os temas possam surgir da problemática social e sejam levados
pelos alunos para a sala de aula. Por outro lado, sem uma continuidade na formação
dos professores os conteúdos a serem transmitidos podem cair na mesma repetição
dos livros didáticos e então, na falta de reflexão sobre os mesmos. Serão conteúdos,
como em muitos livros didáticos: racistas, sexistas, classistas, com deformações
e distorções da realidade, com interesses políticos e principalmente em
desacordo com a LDB não formando os alunos para o trabalho e integração social.
Neste caso os projetos transversais serão tratados pelos alunos como uma nova
disciplina, que terão que decorar para passar de ano. É importante que essa
professora, que ministra as aulas do projeto transversal, fosse auxiliada pelas
demais professoras das turmas e não o contrário como acontece.
Dentro
do aspecto da falta de uma formação contínua dos professores, esperamos que o
novo projeto do governo do Presidente Lula, venha solucionar tal deficiência,
uma vez que o PDE (Plano de Desenvolvimento da Educação) irá destinar verbas à
formação e preparação do corpo docente.A interdisciplinaridade se baseia como
dissemos nas disciplinas, é preciso, portanto que aulas disciplinares coexistam
com os projetos interdisciplinares. Os professores deverão fazer seus planejamentos
em conjunto para que a idéia de sobrecarga de trabalho na prática
interdisciplinar seja eliminada. Com relação aos objetivos da prática
interdisciplinar é importante lembrar que o principal deles é a formação de
alunos-cidadãos que possam realmente ser atores na sociedade atual.
A formação
de alunos éticos deve ser levada em conta na atual sociedade em vivemos, pois a
falta de valores, a violência e criminalidade possuem os indicadores mais
alarmantes de todos os tempos
Cada
vez mais percebemos a fragmentação dos saberes, separados estes através das
disciplinas. Em contrapartida verificamos os problemas e realidades mais
globais, necessitando para seu entendimento de uma visualização
polidisciplinar, multidimensional.Assim, é preciso implantar o pensamento
global dos conhecimentos, gerando nisso um desafio de complexidade, ou seja,
enxergar que todos os aspectos de um problema se constituem em um todo, e este
todo é inseparável.A fragmentação do mundo complexo que estamos deparados,
impossibilita a compreensão, sendo que quanto mais pensamos de forma separada,
maior a atrofia na nossa capacidade da compreensão global, em contrapartida os
problemas se tornam cada vez mais complexos.
Somos ensinados desde os anos
iniciais de nossa educação a separar e dissociar os problemas em vez de integrá-los. Somos treinados a decompor, eliminando tudo que possa causar
complexidade em nosso entendimento.
Desta
forma, viciamos em simplificar o complexo, perdendo ao longo dos anos nossas
aptidões em integrar e contextualizar os saberes.
O
conhecimento correto é aquele capaz de contextualizar o conhecimento, sendo assim, a evolução do conhecimento não se resume à sofisticação, formalização e abstração, mas também à habilidade de contextualizar.
Portanto
devemos pensar e nos preocupar com a fragmentação dos
saberes e com a falha, cada vez mais visível, em articulá-los, sendo que temos que desenvolver a capacidade humana fundamental em
integrar.
Para
chegarmos a este pensamento global, complexo, necessita-se uma intervenção em todos os níveis de ensino, desde o infantil até a
universidade.
No
infantil deveríamos incentivar as curiosidades humanas que afloram desde cedo, onde a
partir destas indagações que surgiriam passear-se-ia por todos os saberes. Por exemplo,
abordando-se o ser humano começar-se-ia pelos aspectos biológicos, partindo então para aspectos físicos e químicos, onde a Física situaria o homem no universo em que se encontra.
A partir de então buscar-se-ia as dimensões históricas e psicológicas da realidade humana.Outro importante aspecto, seria os professores
se prepararem para inserirem o conhecimento através do
cotidiano dos alunos, onde estes se vêem fora do ambiente escolar rodeado de cultura provindas de mídias, videogames, filmes, sendo necessário
explicitar a diferença entre a realidade e a impressão de realidade proposta por estes meios.
Aqui
também os professores têm que compreender a realidade dos estudantes, considerando o “bombardeio da cultura da mídia” e principalmente a autonomia do mundo adolescente em relação à família.
DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM NO BRINCAR
O brincar é uma
atividade espontânea e natural da criança e é benéfico por estar centrado no
prazer, desperta emoções e sensações de bem estar, libertar das angustias e
funciona como escape para emoções negativas ajudando a criança a lidar com
esses sentimentos que fazem parte da vida cotidiana. Brincando a criança
aprende a lidar com o mundo e forma sua personalidade e experimenta sentimentos
básicos como o amor e o medo. A brincadeira tem sido comumente apontada como
espaço privilegiado do desenvolvimento da criança. Deste modo, considera-se que
ela deve ocupar lugar de destaque na educação infantil. Porém, na realidade o
que muitas vezes acontece e que acaba cedendo espaço para outras atividades
pelo educador como sendo mais importantes do ponto de vista pedagógico.
Bem sabemos o quanto é
difícil ser educador no mundo contemporâneo. Muitos educadores estão marcados
pela ansiedade, pelo medo, pela desvalorização da profissão, pelo baixo salario,
alunos desinteressados e não respectivos a aprendizagem, onde não se interessam
pelo aprendizado de uma forma em geral.
O
aluno não se sente motivado em aprender, não considera
interessante mais o livro didático, a lousa e o caderno. Cada vez
mais cedo as crianças entram em contato com os recursos
tecnológicos, passando horas sentadas a
frente do videogame, da televisão e do computador.
Sabe-se
que o computador é um instrumento de aprendizagem e um ótimo recurso pedagógico
e se utilizado adequadamente passa a ser um instrumento eficaz e auxiliador na
educação. Mas é preciso enfatizar a importância de brincar e criar para criança.
Atualmente as crianças
possuem tanto compromisso como balé, capoeira, natação, aula de computação, de
inglês, de música, espanhol, onde não sobra tempo para ser criança e brincar. E
nesse ritmo de atribuir muitas responsabilidades cedo demais para as crianças,
vai-se imprimindo nelas uma carga de responsabilidades que ocasionará
possivelmente o stress.
Por
isso que atualmente, vemos tantas crianças com
dificuldades de aprendizagem e de assimilar o conteúdo
transmitido, com problemas emocionais, não brincam, não conseguem
ser criativas e apresentam "mau comportamento" em sala de aula.
A
educação por sua vez esta em constante aperfeiçoamento
buscando subsídios para tornar o ato de aprender
prazeroso e significativo. E a busca por novas metodologias para melhorar o
resultado do ensino-aprendizagem inquieta muitos educadores pelo fato de verem
tantos alunos desinteressados em sala de aula.
Muitos
projetos, tantas teorias, busca por uma metodologia melhor e mais adequada,
umas que são criadas e outras que são renovadas e
mesmo assim os professores continuam insatisfeitos com os resultados e os
alunos não se sentem atraídos pela
aprendizagem.
Nesse
contexto entra a ludicidade, que pode contribuir de forma significativa para o
desenvolvimento do ser humano, facilitando no processo de socialização, de comunicação, de expressão, na construção do
pensamento, além de auxiliar na aprendizagem. .
"A brincadeira e a aprendizagem não podem ser
consideradas como ações com objetivos distintos. O jogo e
a brincadeira são por si só, uma situação de
aprendizagem. As regras e a imaginação favorecem a
criança comportamento alem dos habituais. Nos jogos e brincadeiras
a criança age como se fosse maior que a
realidade, é isto inegavelmente contribui de
forma intensa e especial para o seu desenvolvimento. Os alunos de hoje desejam
uma educação prazerosa e significativa. Sendo
muitas vezes mais interessantes para eles ficarem sentados horas a frente da
televisão, do videogame e do computador. Com
isso, trazem para sala de aula essa frustração e a
desmotivação.
Como
o eixo epistemológico do construtivismo defende a
aprendizagem dinâmica e prazerosa, desta forma porque
não aproveitar as atividades lúdicas como
ferramenta de aprendizagem.
Para
muitos o brincar é tidos como mero passatempo, mas são atividades
fundamentais para a construção de conhecimentos sobre o mundo.
O
lúdico é uma linguagem natural da criança, por isso
torna-se importante sua presença na escola desde a educação infantil.
Através da
brincadeira as crianças recriam, repensam, imitam,
experimentam os acontecimentos que lhes deram origem. Favorecendo a
auto-estima, auxiliando no processo de interação com si mesmo
e com o outro, desenvolvem a imaginação, a
criatividade, a capacidade motora e o raciocínio. O ato de
brincar é tão importante
para a criança que se tornou um direito garantido
na Declaração Universal dos Diretos da Criança, onde no
quarto deixa claro que criança terá direito a
alimentação, recreação e assistência médica
adequadas. Estabelecendo de forma igualitária que a
recreação é tão importante
quanto à alimentação e a saúde para a
criança. Sendo assim, o brincar é muito
importante no processo de desenvolvimento da criança.
No
sétimo principio é estabelecido
que a criança deva ter plena oportunidade para
brincar e para se dedicar a atividades recreativas, que devem ser orientados
para os mesmos objetivos da educação. Sendo a
sociedade e as autoridades públicas responsáveis para
promoção destes direitos. Ainda hoje encontramos professores que
pensam que "hora de brincar" é hora de
brincar e "hora de estudar" é hora de
estudar. E relatam que após o término das
atividades disponibilizam um momento para que seus alunos brinquem ou outros
que seus alunos já brincam durante as aulas de Educação Física. Na
escola a criança tem a possibilidade de combinar os
jogos de livre escolha com os jogos organizados. Por isso, o professor na questão do lúdico é de suma
importância, pois ele não será somente alguém que
transmite conhecimento, mas quem diretamente influenciar a personalidade da
criança.
Novas
tarefas passaram a ser colocadas a escola e novas tarefas igualmente se
apresentam aos professores. Hoje, mais do que nunca, os professores precisam
ser competentes ao extremo. E isso representa rever suas metodologias e abrir
espaço para novas formas de ensinar e novas maneiras de
aprender.
Ser
educador em tempos de mudança educacionais é uma tarefa árdua, pois
estamos marcados pela ansiedade, medo, resistência e ao
mesmo tempo esperança. Navega-se sem bússola em
caminhos desconhecidos e só tem uma saída: a formação continuada,
para que possam se atualizar constantemente de forma a se manter na vanguarda
dos processos inovadores da área educacional. Atualmente a educação exige que os
educadores sejam multifuncionais, não apenas
educadores, mas psicólogos, pedagogos, filósofos, sociólogos,
psicopedagogos, recepcionistas e muito mais para que possa desenvolver as
habilidades e a confiança necessária nos
educandos, para que tenham sucesso no processo de aprendizagem e na vida.
Necessariamente
a criança não depende de
objetos para brincar, pode criar situações de
faz-de-conta assim sendo, a criança pode
manifestar sua independência, pois cabe a ela escolher a
brincadeira, seu parceiro e de que forma ela irá desenvolver.
As
funções que o brincar assumem na infância é revelar sua
complexidade, sugerindo que compreenda sua importância e tem
para o ser humano em qualquer idade e de desenvolvimento cultural de um povo.
Brincando
as crianças podem colocar desafios e questões a serem por elas mesmas
resolvidas, dando margem a hipóteses de soluções para os problemas colocados.
BIBLIOGRAFIA
Interdisciplinaridadefae.blogspot.com.br
UDE,
Walter; SCALCO, Gildo. Transdisciplinaridade e complexidade. Presença Pedagógica.
v. 9, n. 52, jul./ago, 2003, SANTOMÉ (1998), PARÂMETROS CURRICULARES
NACIONAIS/MEC.http://portal.mec.gov.br. Acesso em: 17 maio 2010 e do artigo
CAVALCANTE, Meire. Interdisciplinaridade: um avanço na educação. Nova Escola, São
Paulo, v.XIX, n.175, p.25-29, agosto 2004.
http://revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/4-a-6-anos/formador-criancas-pequenas 422947.shtml
http://www.taniapaula.com.br/2008/11/a-importancia-dos-jogos-no-desenvolvimento-da-aprendizagem/
http://obrincarnaeducacao.zip.net.