Os
Conceitos Essenciais de Planejamento Estratégico
INTRODUÇÃO
Nesta unidade, estudaremos os aspectos
essenciais do planejamento estratégico, de forma a constituir um conjunto de
conhecimentos de suporte ao entendimento das ferramentas e das técnicas que
permitirão a implantação de um projeto prático de gestão estratégica em uma
organização empresarial real.
Entenderemos as diretrizes estratégicas que
definem uma orientação estratégica com base no estabelecimento das declarações
de missão, visão e valores. Em seguida, estudaremos o processo evolutivo do
planejamento estratégico e suas fases e adaptações. Por fim, veremos as
diferenças entre os processos de planejamento e gestão estratégica.
Fonte: LE
MOAL OLIVIER, 123RF.
AS DIRETRIZES ESTRATÉGICAS
As diretrizes estratégicas são as definições
iniciais necessárias para balizar o comportamento e o desenvolvimento das
atividades empresariais. Vamos fazer uma analogia com o planejamento de uma
viagem de férias. É claro que é possível, simplesmente, pôr o pé na estrada sem
que nenhum planejamento seja realizado, mas aí surge a pergunta: qual a
probabilidade de ocorrerem problemas que comprometam a viagem? Problemas de
ordem diversa podem acontecer, desde a falta de dinheiro para realizar
determinadas atividades até a impossibilidade de realizar atividades de lazer
devido ao clima. É claro que, se formos mapear a possibilidade de problemas,
estaremos criando cenários do que possa acontecer durante a viagem e, nesse
momento, estaremos exercendo um certo tipo de planejamento. Sendo assim, vamos
pensar na nossa viagem começando pelas diretrizes estratégicas:
1. Qual o objetivo da viagem?
2. Qual o destino da viagem?
3. Quem viajará?
4. Quando a viagem deverá ocorrer?
5. Quanto tempo a viagem durará?
6. Como será a viagem? Qual o meio de
transporte? Hospedagem?
7. Qual é o custo estimado da viagem?
Com o simples fato de elaborar essas questões,
podemos afirmar que estamos definindo as diretrizes estratégicas para a viagem.
A resposta a esses questionamentos pode dar origem a um plano estratégico. A
documentação das diretrizes estratégicas é o limite entre o plano das ideias e
o plano das ações. Sendo assim, a formalização das diretrizes estratégicas é o
primeiro passo da construção de um planejamento estratégico.
No âmbito empresarial, as diretrizes
estratégicas devem refletir a razão de existir do empreendimento (missão), seu
objetivo macro de longo prazo (visão) e os padrões de comportamento ético e
moral compartilhados com os participantes da organização (valores). Em resumo,
o pensamento estratégico nas organizações precisa de diretrizes balizadoras; a
formalização das diretrizes por meio de declaração formal dá início ao que
chamamos planejamento estratégico. Portanto, as diretrizes estratégicas
essenciais é a declaração formal da missão, da visão e dos valores.
A Missão Estratégica
A missão estratégica é um conceito militar que
remete à realização de um conjunto de objetivos e metas determinado por
oficiais aos níveis mais operacionais do exército. Os generais estrategistas criavam
declarações de missão para inspirar os soldados a realizarem as tarefas
designadas com total empenho. Durante a Revolução Industrial, em meio à
transformação do processo produtivo padrão de artesanato para manufatura, com o
surgimento das primeiras organizações empresariais, muitos conceitos, técnicas
e ferramentas foram importados do sistema de organização militar. As guerras
vividas pela humanidade produziram muita tecnologia utilizada nas mais diversas
áreas do conhecimento humano, e a área empresarial recebeu muita contribuição
da área militar.
Pode-se dizer que, da mesma forma que na área
militar, a declaração de missão empresarial deve inspirar os colaboradores da organização,
de modo a obter o máximo comprometimento dos seus esforços e a manter o empreendimento
competitivo. Portanto, podemos definir a missão empresarial da seguinte forma:
é a razão de existir do empreendimento e deve balizar o desenvolvimento das
atividades empresariais no ambiente competitivo, inspirando as pessoas a
cumprirem os objetivos determinados com comprometimento e respeito aos valores
organizacionais.
Com base no que foi discutido, vamos, a seguir,
avaliar alguns exemplos de missão empresarial.
Figura 1.1 Microsoft
Fonte: JOE PPOULSSEN,
123RF.
Missão da Microsoft: “na Microsoft, a nossa
função é ajudar as pessoas e empresas em todo o mundo a concretizarem todo o
seu potencial. Esta é a nossa missão. Tudo o que fazemos reflete-se nesta
missão e nos valores que a tornam possível” (MARQUES, 2016, on-line).
A missão da Arcor: “dar, às pessoas de todo o
mundo, a oportunidade de adquirir produtos de qualidade a um preço justo,
criando valor para nossos acionistas, colaboradores clientes, comunidade, fornecedores
e meio ambiente, mediante uma gestão baseada em processos sustentáveis”
(MARQUES, 2016, on-line).
Figura 1.2 Natura
Fonte: PIOTR
TROJANOWSKI (a), 123RF.
A missão da Natura: “para ser percebida como
uma empresa social e ambientalmente responsável e atuante, a Natura parte da
premissa de que os impactos ambientais de sua atividade decorrem de uma cadeia
de transformações, da qual representa somente uma parte. Por isso, acredita
que, para ter eficácia, as ações ambientais precisam: considerar cada cadeia
produtiva de maneira integral” (MARQUES, 2016, on-line).
Figura 1.3 Fiat
Fonte: RVLSOFT,
123RF.
A missão da Fiat: “desenvolver, produzir e
comercializar carros e serviços que as pessoas prefiram comprar e tenham
orgulho de possuir, garantindo a criação de valor e a sustentabilidade do
negócio” (MARQUES, 2016, on-line).
Figura 1.4 Nestle
Fonte: KEN
WOLTER, 123RF.
A missão da Nestlé: “oferecer ao consumidor
brasileiro produtos reconhecidamente líderes em qualidade e valor nutricional,
que contribuam para uma alimentação equilibrada, gerando sempre oportunidades
de negócios para a empresa e valor compartilhado com a sociedade brasileira”
(MARQUES, 2016, on-line).
A missão da Central Globo de Televisão: “criar,
produzir e distribuir conteúdos de qualidade que informem, eduquem e divirtam,
construindo relações que tornem melhor a vida dos indivíduos e das comunidades”
(EDITORA…, on-line).
Figura 1.5 Petrobras
Fonte: Piotr
Trojanowski (b), 123RF.
A missão da Petrobras: “atuar de forma segura e
rentável, com responsabilidade social e ambiental, nas atividades da indústria
de óleo, gás e energia nos mercados nacionais e internacionais, fornecendo
produtos e serviços adequados às necessidades dos seus clientes e contribuindo
para o desenvolvimento do Brasil e dos países onde atua” (PETROBRAS, 2014,
on-line).
Podemos observar que praticamente todas as
organizações têm uma missão. Um empreendedor inicia um negócio esperando
cumprir essa missão; mesmo que não declarada, ela existe. O detalhe é que a não
declaração da missão pode dificultar a comunicação da razão de existir da
empresa para os colaboradores, clientes, fornecedores, governo etc.
O principal objetivo da declaração de missão é
a evidenciação do propósito da organização, devendo: orientar as ações da
organização, explicitar seu objetivo geral, proporcionar um senso de direção e
orientar as tomadas de decisão.
A criação da declaração da missão pode ser
apoiada por técnicas como brainstorming, mapas mentais, diagramas de
afinidades, dentre outas. Uma boa forma de criar uma declaração de missão
consistente e representativa é utilizar os 5W2H (What, Why, Where, When, Who,
How e How Much), ou seja, entender:
What – qual o negócio ou segmento da empresa?
Why – por que atuar nesse negócio?
Where – onde atuar? Qual a amplitude de atuação
da empresa?
When – quando atuar ou há quanto tempo a
empresa atua nesse segmento?
Who – quem são os interessados no negócio?
How – como atuar de forma efetiva nesse
negócio?
How Much – qual a viabilidade de atuar nesse
negócio?
É claro que, nesse c aso, não é necessário
utilizar todos os Ws ou Hs, mas a técnica auxilia muito dando um norte à
criação da missão. O Quadro 1.1 ilustra a aplicação dos 5W2H para declaração da
missão.
SIGLA
|
QUESTÃO
|
WHAT
|
Qual o negócio ou segmento da empresa?
|
WHO
|
Quem são os interessados no negócio?
|
WHY
|
Por que atuar nesse negócio?
|
WHERE
|
Onde atuar? Qual a amplitude de atuação
da empresa?
|
WHEN
|
Quando atuar ou há quanto tempo a
empresa atua nesse segmento?
|
HOW
|
Como atuar de forma efetiva nesse
negócio?
|
HOW MUCH
|
Qual a viabilidade de atuar nesse
negócio?
|
Quadro 1.1 - O Uso dos 5W2H
para Declaraç ã o da Missã o
Fonte: Elaborado
pelo autor.
Lucca (2013) apresenta um exemplo interessante da
aplicação dos 5W2H na criação da missão: uma organização que fabrica calçados
infantis (what), que comercializa seus produtos para revendedores atacadistas e
varejistas (who), acredita no diferencial de qualidade dos seus produtos,
principalmente em relação ao conforto (why), pretende oferecer seus produtos
para todo o Brasil e, também, para outros países da América do Sul (where),
está no mercado há mais de dez anos (when), pratica a melhoria contínua de seus
processos e preza pela satisfação dos clientes internos e externos (how),
oferecendo produtos de alto valor agregado e de excelente custo-benefício (how
much).
Com base nesse exemplo, poderemos construir a
missão da empresa, mesmo que não usando todos os Ws e Hs, mas selecionando os
aspectos que mais representam a organização. Exemplo:
“Oferece r conforto e qualidade aos pé s
infantis, fabricando calçados com tecnologia inovadora,
garantindo um alto valor agregado aos clientes
e o respeito aos colaboradores”.
Nesse exemplo, utilizamos:
• What – Qual o negócio ou segmento da empresa?
- “Oferecer conforto e qualidade aos pés infantis fabricando calçados”.
• How – Como atuar de forma efetiva nesse
negócio? - “[...] com tecnologia inovadora [...] e o respeito aos
colaboradores”.
• How much – Qual a viabilidade de atuar nesse
negócio? “[...] um alto valor agregado aos clientes [...]”.
Para melhor esclarecer essa técnica,
examinaremos algumas das missões apresentadas anteriormente. O Quadro 1.2
mostra o desdobramento da missão da empresa Fiat conforme a estrutura 5W2H.
MISSÃO
|
Fiat – “Desenvolver, produzir e
comercializar carros e serviços que as pessoas
prefiram comprar e tenham orgulho de
possuir, garantindo a criação de valor e
a sustentabilidade do negócio” (FIAT,
on-line).
|
WHAT
|
Carros e serviços.
|
WHO
|
Pessoas (consumidor).
|
WHY
|
Fazer com que as pessoas tenham orgulho
da marca.
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WHERE
|
Não especificou.
|
WHEN
|
Não especificou.
|
HOW
|
Garantindo a preferência dos
consumidores.
|
HOW MUCH
|
Valor agregado e sustentabilidade do
negócio.
|
Quadro
1.2: O Desdobramento da missão da Fiat
Fonte: Elaborado pelo autor.
Seguindo o mesmo padrão, a missão da empresa
Nestlé está analisada no Quadro 1.3.
MISSÃO
|
Nestlé
– “oferecer ao consumidor brasileiro produtos reconhecidamente líderes
em
qualidade e valor nutricional, que contribuam para uma alimentação
equilibrada, gerando sempre oportunidades de negócios para a empresa e valor compartilhado
com a sociedade brasileira” (MARQUES, 2016, on-line).
|
WHAT
|
Produtos
reconhecidamente líderes em qualidade e valor nutricional.
|
WHO
|
Consumidor
brasileiro.
|
WHY
|
Para
uma alimentação equilibrada.
|
WHERE
|
A
sociedade brasileira.
|
WHEN
|
Não
especificou.
|
HOW
|
Gerando
sempre oportunidades de negócios para a empresa e valor compartilhado
com
a sociedade brasileira.
|
HOW
MUCH
|
Valor
compartilhado.
|
Com base no que foi discutido, percebe-se que a missão deve ser mais que um slogan disposto no hall de entrada das organizações. A missão deve refletir a identidade da empresa, justificar suas práticas; caso contrário, a missão pode cair no ridículo e produzir um efeito contrário à sua proposta. Por meio da missão, é possível comunicar aos stakeholders (todos os interessados na empresa: proprietários, investidores, colaboradores, clientes, fornecedores, governo, sociedade etc.) sua proposta de vida, seus valores e seu diferencial competitivo.
A Visão Estratégica
Assim como a missão, a visão é uma diretriz
estratégica essencial. É o estabelecimento da visão que abre a mente dos
gestores para uma reflexão acerca do futuro da organização. Sem uma visão clara
e definida, não se pensa no futuro e, consequentemente, não se criam as
condições ideais no presente, pois qualquer caminho serve para quem não sabe
aonde quer chegar.
Existem muitas definições de visão, criamos uma
definição que se adapta aos objetivos desta obra: a visão é o estabelecimento
de uma situação futura desejada, representada por uma declaração que se
assemelha a um macro-objetivo. Para que se possa compreender de forma prática o
estabelecimento da visão estratégica, vamos avaliar algumas visões de empresas
ao redor do mundo:
• A visão da Microsoft: “ser em um futuro
próximo uma empresa que irá oferecer produtos de software aptos a capacitar
pessoas a qualquer hora, em qualquer lugar e a partir de qualquer dispositivo”
(MISSÃO…, 2009, on-line).
• A missão da Arcor: “ser a empresa n.º 1 de
guloseimas e biscoitos da América Latina e consolidar a participação no mercado
internacional” (EXPORTAÇÃO, on-line).
• A visão da Natura: “a Natura, por seu
comportamento empresarial, pela qualidade das relações que estabelece e por
seus produtos e serviços, será uma marca de expressão mundial, identificada com
a comunidade das pessoas que se compromete com a construção de um mundo melhor
por meio da melhor relação consigo mesma, com o outro, com a natureza da qual
faz parte e com o todo” (NATURA, on-line).
• A visão da Fiat: “estar entre os principais
players do mercado e ser referência de excelência em produtos e serviços
automobilísticos” (FIAT, on-line).
• A visão da Nestlé: “ser o parceiro que ajuda
você a crescer por meio de soluções criativas em alimentos e bebidas,
respaldadas por marcas reconhecidas, que permitam inovar e satisfazer seus
clientes. Como empresa líder mundial em nutrição, saúde e bem-estar, a equipe
Nestlé profissional tem verdadeira paixão pelo que faz e está sempre
comprometida com a tarefa de oferecer fórmulas criativas, personalizadas e
comercialmente viáveis” (NESTLÉ, on-line).
• A visão da Central Globo de Televisão:
“queremos ser o ambiente onde todos se encontram. Entendemos mídia como
instrumento de uma organização social que viabilize a felicidade. Trabalhamos
juntos para a criação de um ambiente estimulante, desafiador, produtivo e
divertido, onde ideias inovadoras são realizadas a cada dia, cativando
telespectadores e anunciantes e gerando resultados crescentes e permanentes”
(EDITORA…, on-line).
• A visão da Petrobras: “seremos uma das cinco
maiores empresas integradas de energia do mundo e a preferida pelos nossos
públicos de interesse” (PETROBRAS, 2014, on-line).
Um questionário para conduzir o processo de
criação da visão estratégica foi desenvolvido por um renomado consultor e
professor universitário americano Warren Bennis (1996). Sua grande contribuição
acadêmica repousa na área de liderança e suas pesquisas o levou à criação de um
modelo denominado SIQ (Strategic Intention Quotient). O modelo SIQ deve ser
aplicado aos colaboradores ligados à área estratégica da organização individualmente.
Deve-se pedir que os gestores das áreas estratégicas respondam às perguntas
sozinhos, o mais sinceramente possível, e não as discutam com ninguém. O modelo
SIQ de Warren Bennis (1996) foi adaptado para este material e é composto das seguintes
questões:
1. A organização tem um objetivo futuro
definido?
( ) Sim ( ) Não tenho certeza ( ) Não
2. Em que medida esse objetivo futuro
está claro para os colaboradores da organização?
( ) Todos os colaboradores têm
conhecimento.
( ) Alguns colaboradores têm
conhecimento.
( ) Poucos colaboradores têm
conhecimento.
( ) Nenhum colaborador tem conhecimento.
3. A organização tem uma declaração de
visão compreensível?
( ) Sim ( ) Não
4. Você é capaz de escrevê-la em uma ou
duas frases?
( ) Sim ( ) Não
5. Os colaboradores que desempenham um
papel estratégico na organização compreendem essa visão estratégica?
( ) Sim ( ) Não
6. Considerando que a visão declarada da
organização não esteja diante dos olhos dos colaboradores, eles conseguiriam
escrevê-la em uma ou duas frases sem consultar uns aos outros?
( ) Apenas um colaborador conseguiria.
( ) Alguns colaboradores conseguiriam.
( ) Nenhum colaborador conseguiria.
( ) Todos conseguiriam.
7. A visão declarada é um guia eficaz
para as decisões que os colaboradores tomam com relação aos negócios da
organização?
( ) Totalmente eficaz.
( ) Moderadamente eficaz.
( ) Regularmente eficaz.
( ) Totalmente ineficaz.
8. As escolhas estratégicas da
organização sã o balizadas na visão declarada?
( ) Totalmente balizadas.
( ) Moderadamente balizadas.
( ) Regularmente balizadas.
( ) Totalmente não balizadas.
9. Existem ou já existiram reuniões
estratégicas para definição de uma direção futura consensual para a
organização?
( ) Sim ( ) Não
10. Existe um consenso ou, ainda, há
diferentes versões para o direcionamento futuro da organização?
( ) Consenso total.
( ) Consenso parcial.
( ) Pouco consenso.
( ) Não existe consenso.
11. Você consegue visualizar claramente
o objetivo macro futuro da organização e os processos necessários para
realizá-lo?
( )Sim ( )Não
12. Escreva, em uma ou duas frases, sua
própria visão estratégica da organização.
|
Quadro 1.4: modelo de Questionário
sIC
Fonte: Elaborado pelo autor.
Após a conclusão dos questionários, os
estrategistas devem se reunir para discutirem e compararem suas percepções e opiniões
sobre a visão estratégica da organização. Durante esse processo, com certeza,
terão divergências sobre a vis o organizacional; essas divergências deverão ser
superadas pela obtenção de um consenso. Quando o consenso for obtido, os
gestores deverão ser capazes de escreverem uma declaração da visão
organizacional bem mais coerente com a realidade da organização. Conforme Warren
Bennis (1996), para que uma visão estratégica seja efetiva e clara, ela precisa
responder aos seguintes questionamentos:
1.
O que nos diferencia dos demais competidores?
2.
Quais metas são prioridades verdadeiras para o próximo ano?
3. O
que me faria comprometer minha mente e meu coração com essa visão durante os
próximos cinco ou dez anos?
4. O
que o mundo realmente precisa e que a organização pode e deve oferecer?
5. O
que a organização precisa fazer para que eu me sinta comprometido, alinhado e
orgulhoso dela?
Os Valores Estratégicos
Após a definição da missão e da visão da
organização, é importante, agora, entender os valores que norteiam o
comportamento da empresa no desempenho de suas atividades. Quando se fala em
valores, automaticamente, pensa-se em cultura, não é possível dissociá-los.
Nossa definição para os valores é: os valores sã o o conjunto de crenças e
sentimentos que constroem a cultura e as aç õ es da empresa. É comum os valores
estarem atrelados à missão, como princípios morais ou polí ticas
organizacionais. Os valores representam um conjunto de crenças essenciais que
regem as pessoas em relação aos seus comportamentos na organização. Empresas
multinacionais ou que fabricam e distribuem produtos para países ou estados com
diferenç as culturais significativas tê m que se adaptar e respeitar os
costumes dos seus stakeholders.
Avaliar, a seguir, umas das empresas de
tecnologia mais influentes e de sucesso no mundo: o Google. O Quadro 1.5
sintetiza o modo como a empresa divulga sua cultura e seus valores em seu site.
AS DIRETRIZES ESTRATÉGICAS
DO GOOGLE
|
Missão
|
“A missão do Google é organizar as
informações do mundo e torná-las mundialmente acessíveis e úteis”.
|
Nossa Cultura
|
“São realmente as pessoas que fazem do
Google o tipo de empresa que ele é. Contratamos pessoas que são inteligentes
e determinadas, e preferimos a capacidade em vez da experiência. Embora os Googlers
compartilhem da mesma visão e objetivos da empresa, viemos de todos os
caminhos da vida e falamos dezenas de línguas, refletindo a audiência global
à qual servimos. E quando não estão no trabalho, os Googlers têm interesses
que vão da bicicleta à apicultura, do frisbee ao foxtrot.
Esforçamo-nos para manter a cultura
livre, muito parecida com startups, onde todos são colaboradores
participativos e sentem-se confortáveis para trocar ideias e opiniões. Em
nossas reuniões gerais semanais ("TGIF"), sem falar nos e-mails ou
nos cafés, os Googlers fazem perguntas diretamente para Larry, Sergey e
outros executivos sobre qualquer tipo de problema da empresa. Nossos
escritórios e cafés são projetados para incentivar as interações entre os
Googlers dentro e entre as equipes, e para estimular conversas sobre o trabalho
e brincadeiras”.
|
Valores
|
• Concentre-se no usuário e tudo mais
virá.
• É melhor fazer algo realmente bem.
• Rápido é melhor que devagar.
• A democracia funciona na web.
• Você não precisa estar em sua escrivaninha
para precisar de uma resposta.
• É possível fazer dinheiro sem fazer o
mal.
• Sempre haverá mais informações.
• A busca por informações cruza todas as
fronteiras.
• É possível ser sério sem usar terno.
• Excelente ainda não é o bastante.
|
Quadro 1.5: As Diretrizes
Estratégicas do google
Fonte: adaptado de lucca (2013) .
Dentro das organizações, os valores devem guiar
as atividades e os comportamentos das pessoas diariamente, para que possam
realizar a missão e alcançar a visão organizacional. Cabe aos líderes o exemplo
e a busca de mecanismos eficientes para internalizar os valores junto aos
grupos que representam.
A declaração dos valores organizacionais, da
mesma forma que a missão e a visão, deverá ser feita pelos gestores das áreas estratégicas
por meio de reuniões de Brainstorming. Essas reuniões poderão ter como tema:
quais sã o os valores organizacionais que devemos transmitir aos nossos
stakeholders? Ao reunir o conjunto de valores-chave, o grupo deverá chegar ao
consenso de quais valores auxiliarão a realização da missão e o alcance da
visão. O próximo passo será publicar esses valores juntamente com a missão e a
visão nos meios de comunicação da organização e promover a “internalização”
dessas diretrizes aos demais colaboradores. Os quadros a seguir ilustram a
declaração das diretrizes organizacionais. O Quadro 1.6 apresenta o exemplo da
Gerdau S/A.
DIRETRIZES ESTRATÉGICAS DA
GERDAU S/A
|
Missão
|
“Gerar valor para nossos clientes,
acionistas, equipes e a sociedade, atuando na indústria do aço de forma
sustentável”.
|
Visão
|
“Ser global e referência nos negócios em
que atua”.
|
Valores
|
Ter a preferência do cliente; segurança
das pessoas acima de tudo; pessoas respeitadas, comprometidas e realizadas;
excelência com simplicidade; foco em resultados; integridade com todos os
públicos; sustentabilidade econômica, social e ambiental.
|
Quadro 1.6: Diretrizes Estratégicas
da gerdau s/A
Fonte: Elaborado pelo autor.
Como
professor universitário e consultor empresarial, presenciei muitas missões
empresariais mal formuladas. A aná lise proposta neste tó pico deverá auxiliar
os profissionais de estratégia a formularem declarações de missão coerentes.
Além do exemplo muito bem claro e definido da Gerdau, segue o exemplo da
empresa de aviação brasileira Gol Linhas Aéreas Inteligentes S/A, conforme
ilustra o Quadro 1.7.
DIRETRIZES ESTRATÉ GICAS DA
GOL LINHAS AÉ REAS INTELIGENTES S/A
|
Missão
|
Aproximar pessoas com segurança e
inteligência”.
|
Visão
|
“Ser a melhor companhia aérea para
viajar, trabalhar e investir”.
|
Valores
|
Segurança; Inovação; Foco do cliente;
Orientação para resultados; Sustentabilidade.
|
Quadro
1.7: Diretrizes Estratégicas da gol linhas Aéreas Inteligentes
s/A
Fonte:
Elaborado
pelo autor.
O
PROCESSO EVOLUTIVO DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
O pensamento estratégico é tão velho quanto o
próprio homem. Desde os primórdios, nas cavernas, os primeiros seres humanos
tinham preocupações estratégicas em relação à sobrevivência e à continuidade da
espécie. Registros em pinturas e utensílios em pedra descobertos pela ciência
historiadora há milhares de anos revelam já uma preocupação organizacional dos
homens das cavernas. Um certo tipo de contabilidade da caça e da pesca mostram
os primórdios da evolução do pensamento estratégico.
Existem relatos, não comprovados
cientificamente, da existência de um general chinês conhecido como Sun Tzu, há
cerca de 2300 anos. Esse líder militar teria criado um tratado estratégico para
alcançar sucesso em suas batalhas: “A Arte da Guerra”. Esse tratado, do século
XX, passou a ser difundido no meio empresarial, faz uma analogia entre as tá
ticas de guerra dos antigos guerreiros chineses e o atual ambiente competitivo.
Autores diversos da literatura sobre estratégias empresariais afirmam que “A
Arte da Guerra” é um livro de cabeceira dos grandes executivos e gestores em
todo o mundo.
O termo “Planejamento Estratégico” vem sendo
utilizado amplamente na literatura estratégica a partir da dé cada de 50. O
sucesso do Japão no pó s-guerra, instituindo o controle da qualidade total
(CQT) e o gerenciamento da qualidade total (GQT), trouxe muita contribuição aos estudos empresariais.
Nesse período, a competitividade empresarial se
consolidou a nível global e muitos métodos, técnicas e ferramentas foram
desenvolvidos para suportar as necessidades de sucesso das organizações. O cenário
de guerra empresarial que se apresentava era exponencialmente dinâmico e
competitivo.
A década de 60 foi primordial para a expansão
mundial dos conceitos de Planejamento Estratégico. No início, tais conceitos
consistiam apenas em analisar as oportunidades, as ameaças, os pontos fortes e
fracos de uma organização, e, a partir dessa aná lise, elaborar uma estratégia
que conseguisse um bom desempenho da organização.
Nesse período, surgiram duas preocupações básicas
do planejamento estratégico: o conteúdo estratégico e o processo de implantação
da estratégia. Muitos autores contribuíram com essas duas questões importantes,
conteúdo e forma, dentre eles, o guru do planejamento estratégico, Igor Ansoff,
e o criador da matriz de aná lise SWOT, Albert Humphrey.
Igor Ansoff
Um dos grandes responsáveis pela disseminação
do planejamento estratégico no mundo foi um professor e consultor
norte-americano nascido na Rússia em 1918, o doutor Igor Ansoff. Aos 16 anos,
mudou-se com os pais para os Estados Unidos e formou-se em Engenharia Mecânica
e Física; em seguida, concluiu o doutorado em Matemática Aplicada, na Brown
University, em New York. Foi empregado na Rand Foundation, especializada em
assuntos militares, e diretor geral da empresa aeroespacial Lockheed.
Tornou-se professor no Carnegie Institute of
Technology, onde publicou o best-seller Corporate Strategy, hoje considerado a bíblia
do planejamento estratégico. Foi reitor da Vanderbilt University e criou uma
escola de negócios especializada em estratégia. Uma de suas principais contribuições
foi a criação da Matriz Ansoff de planejamento estratégico, baseada na expansão
e na diversificação empresarial por meio de uma sequência de decisões, conforme
a Figura 1.1.
Figura 1.6: matriz
de Planejamento de Igor Ansoff
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Essa matriz representa algumas variáveis que
Ansoff dizia poder aprimorar o desempenho competitivo das organizações.
Observa-se, na Figura 1.1, que a matriz tem duas dimensões: produtos e mercados,
e, sobre essas duas dimensões, quatro estratégias podem ser formadas:
• penetração de mercado: a empresa investe na
captação e na fidelização dos clientes.
• desenvolvimento de mercado: a empresa tenta
introduzir e fortalecer seus produtos existentes em novos mercados.
• desenvolvimento de produtos: a empresa
investe em pesquisa e desenvolvimento e aposta na inovação para competir em mercados existentes.
• diversificação: essa estratégia é a de maior
risco, considerando as incertezas dos novos produtos em novos mercados, mas,
com certeza, pode ser a que venha trazer melhores resultados.
já citado, o pó s-guerra foi um marco para os
estudos sobre o planejamento estratégico. As organizações passaram a se
preocupar realmente com o ambiente competitivo no qual estavam inseridas. Para
Ansoff, enquanto os pioneiros da administração empresarial clássica (Taylor,
Fayol, Mayo, dentre outros gurus) tinham foco na parte interna das organizações,
o ambiente externo se tornava cada vez mais dinâmico e influente no desempenho das
empresas.
Essa preocupação ambiental foi fortemente
apresentada por Sun Tzu em “A Arte da Guerra”, há 2000 anos, conforme
apresentamos na seção anterior, mas foi identificada e salientada pelos estudiosos
modernos de administração em obras do chamado planejamento estratégico.
Albert Humphrey
O conteúdo estratégico diz respeito ao objeto
de aná lise, a quais variáveis devem ser controladas pelos gestores, a fim de
levarem suas organizações para uma situação futura desejada. Muitas contribuições
surgiram em relação a essa preocupa ã o e uma delas é a famosa aná lise SWOT
(Strenghts, Weaknesses, Opportunities and Threats); essa sigla, em português, significa,
respectivamente, forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
Essa técnica foi desenvolvida pelo engenheiro
químico e consultor empresarial Albert Humphrey (1926-2005), especializado em
gestão organizacional e em mudanças
culturais nas organizações. Humphrey nasceu nos Estados Unidos e desenvolveu a
aná lise SWOT enquanto trabalhou no Instituto Stanford de Pesquisa, no início
da década de 60.
Essa técnica está fortemente relacionada à
preocupação com o conteúdo estratégico. Nesse caso, o conteúdo da estratégia
está definido como: conhecer as forças e estabelecer estratégias de maximização;
reconhecer as fraquezas e criar estratégias de minimização; identificar as
oportunidades e desenvolver estratégias de aproveitamento; identificar as
ameaças e criar mecanismos de neutralização. A Figura 1.2 ilustra a Matriz SWOT
de Humphrey
Figura 1.7: Matriz SWOT de
Albert Humphrey
Fonte: Lucca,
2013. [Adaptada]
A matriz SWOT, conforme a Figura 1.2, está
distribuí da em duas dimensões quanto ao alcance dos objetivos: favorável (forças
e oportunidades) e prejudicial (fraquezas e ameaças). Em relação ao ambiente
empresarial, essa matriz está classificada em: ambiente interno (forças e
fraquezas) e ambiente externo (oportunidades e ameaças).
A aplicação da matriz SWOT superou as
fronteiras temporais e permanece como uma grande ferramenta de diagnóstico
estratégico. Com certeza, essa técnica merece um destaque especial nesta obra,
e terá sua aplicação detalhada na Unidade III.
A DÉCADA DE 70
A década de 70 é também conhecida como a “década
de ouro” do Planejamento Estratégico. Nessa época, o crescimento dos mercados
era inferior à expectativa de crescimentos das organizações da época, e isso
impulsionava a competitividade.
As organizações da época focavam seus esforços
no desenvolvimento de produtos que pudessem atender às necessidade e às expectativas
dos clientes. O Japão intensificou os estudos sobre técnicas de desenvolvimento
de produtos de acordo com as necessidades do mercado e desenvolveu métodos como
o desdobramento da função qualidade QFD (Quality Function Deployment). Nos
Estados Unidos, as empresas de consultoria tiveram muito trabalho para
auxiliarem as organizações a competirem e a se destacarem no atual ambiente
competitivo. Nessa época, o BCG – Boston Consulting Group propôs a matriz BCG.
Boston Consulting Group
O BCG – Boston Consulting Group é uma empresa
de consultoria empresarial especializada em estratégias empresariais. Foi
fundado pelo americano Bruce Henderson, em 1963. Sua principal contribuição foi
a criação da Matriz BCG, uma ferramenta estratégica para diagnóstico de produtos
ou de unidades de negócio baseada no conceito de ciclo de vida do produto. A
Figura 1.3 ilustra a Matriz BCG.
Figura 1.8: A Matriz BCG
Fonte: Kotler,
2000, p. 91. [Adaptada]
Conforme a Figura 1.3, a matriz tem duas
dimensões: taxa de crescimento de mercado e participação relativa de mercado
(que é a participação da empresa em relação à participação de seu maior
concorrente). Essas dimensões sã o avaliadas como altas ou baixas, e essa
combinação gera os quadrantes de avaliação do portfólio da empresa, criando uma
ideia clara do posicionamento do produto em seu ciclo de vida. Essa matriz
auxilia na decisão de fortalecer ou não os investimentos em cada um dos produtos
do seu portfólio.
Os produtos devem ser posicionados na matriz e
classificados de acordo com cada quadrante, como descrito a seguir.
• O quadrante questionamento: também conhecido
como “ponto de interrogação” ou “criança-problemática”, tem uma situação
delicada quanto ao retorno sobre o investimento. Produtos nesse quadrante
precisam receber investimentos para aumentarem sua participação em mercado
promissor e crescente e, nesse caso, tornarem-se um produto “estrela”. Por
outro lado, caso a decisão seja a de não investir no produto para mudar sua
participação de mercado, o tempo de ciclo do mercado poderá expirar e o produto
terá absorvido um grande investimento, tornando-se um “abacaxi”.
• O quadrante estrela: os produtos “estrela” sã
o referências no mercado, têm uma alta participação em um mercado promissor e
crescente. Sã o lucrativos, embora exijam grandes investimentos e com taxas de
crescimento potencialmente elevadas. A melhor decisão estratégica é garantir os
investimentos para que o produto não perca sua participação no mercado, pois,
quando a potencialidade de crescimento do mercado perder sua força com o tempo,
ele pode se tornar uma “vaca leiteira”.
• O quadrante vaca leiteira: nesse quadrante,
estão os produtos mais lucrativos da empresa. Com o baixo crescimento do
mercado, esses produtos nã o exigem grandes investimentos e já detêm uma alta
taxa de participação no mercado. Geralmente, sã o esses produtos que sustentam
o desempenho atual da organização.
• O quadrante abacaxi: também conhecido como
“cão”, “vira- lata” ou “animal de estimação”, deve ser evitado e minimizado nas
empresas. São produtos que não sã o lucrativos, pois têm baixa participação no
mercado, e não têm expectativa de crescimento. Quando não houver mais
rentabilidade, a melhor decisão estratégica será abandonar o produto.
Essa ferramenta é também muito importante para
o diagnóstico estratégico e, assim como a aná lise SWOT, ela também terá sua
aplicação detalhada na Unidade III.
Michael Porter
Outro grande estudioso dos conceitos e das
aplicações de estratégia empresarial e competitividade é Michael Eugene Porter. Formou-se, inicialmente,
em engenharia mecânica aeroespacial, em seguida, obteve MBA e doutorado em
Economia empresarial na Harvard Business School, onde se tornou professor, com
apenas 26 anos.
Atuou como consultor de estratégia de muitas
empresas norte-americanas e seu trabalho teve influência em muitas organizações
públicas e privadas e até em governos internacionais. Uma de suas contribuições
foi o estudo das três fontes genéricas de vantagem competitiva: diferenciação,
baixo custo e focalização estratégica em mercados específicos.
A principal contribuição de Porter ocorreu em
1979, com a concepção de um modelo de
diagnóstico estratégico em torno de cinco forças competitivas, conhecidas como
as cinco forças de Porter. A aná lise das cinco forças de Porter consiste no
diagnóstico estratégico em relação: à rivalidade entre os concorrentes, ao
poder de barganha dos clientes, ao poder de barganha dos fornecedores, à ameaça
de novos entrantes e à ameaça de produtos substitutos. A Figura 1.4 ilustra o
modelo das cinco forças de Porter.
Figura 1.10: O Modelo das
Cinco Forças de Porter
Fonte: Lucca,
2013. [Adaptado]
Da mesma forma que a matriz SWOT e a matriz
BCG, o modelo das cinco forças de Porter permanece como uma grande ferramenta
de diagnóstico estratégico e terá sua aplicação detalhada na Unidade III.
O Planejamento Estratégico na General
Eletric
Na década de 70, muitas contribuições acadêmicas
surgiram em prol da consolidação do Planejamento Estratégico como ferramenta
indispensável para a sobrevivência das organizações no ambiente competitivo.
Foi, porém, com o exemplo da General Eletric (GE) que o Planejamento Estratégico
se posicionou formalmente dentro das organizações. Houve a criação do conceito
de unidades estratégicas de negócios; essas unidades funcionavam como
estruturas descentralizadas, com autonomia para a definição de estratégias,
operação em mercados externos e controle de lucros e custos. O exemplo da GE
passou a ser seguido por grandes organizações empresariais do mundo todo.
Um dos grandes estrategistas da GE foi o
consultor Jack Welch, que iniciou sua carreira na empresa no iní cio dos anos
60. Em 1981, tornou-se o presidente da companhia e realizou grandes feitos. Nos
seus 20 anos como presidente da GE, desburocratizou e aplicou diversas
inovações gerenciais. A partir da gestão de Jack Welch, o Planejamento Estratégico
da Companhia tomou novos rumos. Welch eliminou o departamento de
Planejamento Estratégico da GE, pois acreditava
que a repartição havia se convertido em um elefante branco burocrático, em que
reinava o comodismo. Esse departamento era constituí do por cerca de 200
profissionais. Há relatos de que, nessa época, os relatórios de Planejamento
Estratégico da empresa ultrapassavam os 3 metros de comprimento.
A DÉCADA DE 80
Após a idade de ouro do Planejamento
Estratégico, observou-se uma nova ênfase do pensamento estratégico, um novo
olhar preocupado com a surpresa, com a mudança, com a antevisão de problemas de
recursos ou com quaisquer outros aspectos que pudessem ter impacto na
organização.
O início dos anos 80 foi um período de recessão
e de muitas críticas ao Planejamento Estratégico, que surgiram devido a
diversos erros cometidos por muitas empresas, gerando muitos prejuízos. Pensadores
como Henry Mintzberg reforçavam que um processo de planejamento estratégico rígido
e inflexível gerava prejuízos ao pensamento criativo e à inovação. Para
Mintzberg (2005), a estratégia deveria ser administrada, e não apenas planejada.
Surge, então, o conceito de “Gestão Estratégica”, em contraponto ao “Planejamento
Estratégico”.
Henry Mintzberg
Henry Mintzberg nasceu em 1939, em Montreal, no
Canadá , e, atualmente, é professor na McGill University, no Quebec, Canadá ,
onde leciona desde 1968, após ter concluí do seu Mestrado e Doutorado em Gerência
no MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos. Mintzberg é
um grande colaborador dos estudos de estratégia empresarial, com mais de treze
livros e 140 artigos publicados. Uma de suas principais obras é o livro “A
Ascensão e a Queda do Planejamento Estratégico”, que é considerado uma leitura
obrigatória para os tomadores de decisão. Nessa publicação, Mintzberg (2005)
critica algumas das práticas do planejamento estratégico tradicional e propõe
um processo mais consistente, dinâmico e contínuo de administração estratégica.
Segundo Henry Mintzberg (2005), a estratégia é
uma concepção de organização, de como esta se adapta continuamente ao ambiente
em que está inserida. Em outras palavras,
Mintzberg (2005) associa a estratégia de uma
empresa à sua arquitetura organizacional, à forma como se estrutura para
atender às demandas esperadas e inesperadas de um determinado mercado. As
Estruturas de Mintzberg (2005) representam um framework organizacional que
analisa os inter-relacionamentos e os mecanismos de coordenação entre os
componentes básicos da organização. Esse framework organizacional deve definir desde
os aspectos mais tradicionais, como a amplitude de controle e o grau de
centralização, até a formalização e os sistemas de planejamento e de tomada de
decisão.
De acordo com Mintzberg (2005), as organizações
sã o constituí das por seis componentes básicos com funções específicas:
1. Vértice Estratégico: é constituí do pelos
gestores de alto escalão (conselhos de administração, conselhos gerenciais etc.)
e pelo pessoal de assessoria (staff ).
2. Núcleo Operacional: é constituí do pelos
funcionários que executam as atividades básicas da empresa.
3. Linha Hierárquica Média: é constituí da
pelos gestores intermediários e diretores funcionais, que fazem a ligação entre
o vértice estratégico e o núcleo operacional.
4. Tecnoestrutura: é constituí da pelos
analistas, engenheiros, contabilistas etc., responsáveis pela organização,
sistemas e métodos. Enfim, é a equipe de profissionais que desenha os sistemas
de trabalho da empresa.
5. Logística: é constituí da pelo pessoal que
tem a seu cargo as funções de apoio, como: serviços jurídicos, relações públicas,
pesquisa e desenvolvimento etc.
6. Ideologia ou Cultura: inclui os valores, as
crenças e as tradições, ou seja, a personalidade da organização que a distingue
de todas as outras. Tais valores funcionam como impulsionadores ou limitadores
de ações estratégicas.
Para Mintzberg (2005), a combinação desses seis
elementos apresentados possibilitam compreender as arquiteturas corporativas e,
assim, formular hipóteses estratégicas mais pautadas na realidade
organizacional.
Outra grande contribuição de Henry Mintzberg,
juntamente com Bruce Ahlsltrand e Joseph Lampel, foi o livro “Safári de Estratégia”.
Escrito em 1998 e editado em Porto Alegre, pela Bookman, em 2000, nessa obra, o
autor retrata a estratégia empresarial em dez Escolas Estratégicas, por meio do
estudo das prá ticas observadas ao longo dos anos. As escolas estratégicas do
Safári de Estratégia são:
• Escola de Design: criada pelos autores
Selznick (1957) e Andrews (1965), visualiza a estratégia como um modelo mental
do estrategista, geralmente o CEO (Chief Executive Officer) ou presidente da
empresa. O estrategista, como um general, desenha as oportunidades e ameaças do
ambiente externo com base nas suas potencialidades e fraquezas.
• Escola do Planejamento: liderada pelas ideias
de Igor Ansolf, caracteriza-se por uma visão extremamente estruturada e formal
da estratégia. A figura do estrategista máximo tomador de decisões já não é o
foco, como na escola anterior, mas sim a formação de uma equipe estratégica que
deverá formalizar planos acerca dos recursos disponíveis e das possibilidades
oferecidas pelo mercado.
• Escola do Posicionamento: é mais evidente nos
anos 70 e 80, liderada por Schendel, Cooper, Hatten e, principalmente, Porter.
Essa escola enfatiza o conteúdo estratégico, com base nas variáveis que definem
o posicionamento da organização nos mercados econômicos.
• Escola Empreendedora: baseada na visão, na
intuição e na capacidade de empreender
dos estrategistas. Seus fundadores eram
Shumpeter (1954) e Cole (1959),
além de outros economistas da época.
• Escola Cognitiva: baseada no espírito
empreendedor, porém buscando ferramentas da psicologia cognitiva para penetrar
na mente do estrategista concorrente.
• Escola do Aprendizado: nessa escola, a
estratégia tem um ponto de partida, mas ela não se apresenta como um plano
definitivo e formal. O tempo vai auxiliar na construção de um padrão estratégico
ideal, com base nos erros e nos acertos da empresa ao longo do tempo.
• Escola do Poder: os pensadores dessa escola
enfatizam as questões políticas e o processo de negociação dentro e fora da
organização.
• Escola da Cultura Empresarial: teve início no
fim dos anos 60 e foi impulsionada por Rhenman e Normann na Suécia. Para esses
autores, a estratégia está enraizada na cultura da empresa, visando à
coletividade e à cooperação na organização.
• Escola do Ambiente: também foi criada no
final dos anos 60, propondo que os processos de criação de estratégias fossem
baseados na reação da empresa com o contexto em que está inserida, ou seja, seu
ambiente.
• Escola da configuração: foi criada e
defendida por Mintzberg nos anos 90, como a principal forma de sobreviver no
atual ambiente competitivo, buscando ideias de todas as outras escolas e
adaptando os conceitos de forma contingente às necessidades e às situações
empresariais.
SAIBA MAIS
Com base nos aspectos estratégicos disponíveis
no site do Google, analise:
A missão do Google.
As crenças e os valores do Google.
A principal estratégia de sucesso.
REFLITA
O Declínio do Planejamento Estratégico
Em um mundo dinâmico, de mudanças rápidas e
necessidade de alta flexibilidade, o quanto é válido para a organização a
prática do Planejamento Estratégico? Qual a viabilidade de investir tempo e
recursos planejando os próximos anos, se pequenas variações nas condições atuais
podem ocasionar grandes variações nos resultados previstos?
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do livro: Gestão
Estratégica Balanceada
Editora: Atlas
Autor: Giancarlo
Lucca
ISBN: 9788522483624
Esse livro apresenta
um conjunto de técnicas e ferramentas para a implantação da gestão estratégica
balanceada, bem como aborda os conceitos básicos para o seu entendimento. A
gestão estratégica balanceada é uma visão da administração estratégica e
promove a integração dos processos de gestão - finanças, marketing, operações e
pessoas. Entende-se que o resultado financeiro será sustentável à medida que o
mercado estiver satisfeito e bem atendido; e o mercado estará satisfeito e bem
atendido se as operações funcionarem com excelência e de forma otimizada.
Também, os processos alcançarão a excelência se as pessoas que os operam
estiverem preparadas, motivadas e inseridas em um ambiente organizacional
propício. A organização da obra foi feita com base em uma ferramenta
estratégica, o 5W2H (What, Why, Where, When, Who, How e How Much), de forma que
o leitor possa compreender. What - o que é gestão estratégica balanceada?; Why
- por que gestão estratégica balanceada?; Where - onde aplicar a gestão
estratégica balanceada?; When - quando aplicar a gestão estratégica
balanceada?; Who - quem deve aplicar a gestão estratégica balanceada?; How -
como implantar a gestão estratégica balanceada?; How Much - quanto custa um
projeto de gestão estratégica balanceada? Os capítulos estão organizados de
forma construtiva, sendo que os conceitos gerais e teóricos que dão suporte às
práticas e às ferramentas aparecem primeiro. Em todos os capítulos e seções
desse trabalho, apresenta-se uma atividade vivencial, bem como exercícios de
reflexão e fixação dos conteúdos.
O planejamento estratégico versus a gestão
estratégica
INTRODUÇÃO
Nesta unidade,
estudaremos os aspectos que levaram a uma quebra de paradigma em relação à
visão estratégica empresarial moderna. Uma nova terminologia passou a ser empregada,
de forma a representar mais fielmente a realidade das práticas estratégicas nas
organizações contemporâneas: a gestão estratégica. Uma nova visão de sucesso empresarial
se instalou a partir da década de 90, e metodologias que exploram as
estratégias funcionais (finanças, marketing, produção e recursos humanos)
tomaram conta do cenário estratégico a nível mundial.
Com isso,
apresentaremos, além dos aspectos que justificam essa quebra de paradigma, o
conceito e a sistemática do sistema Balanced Scorecard, sendo esse o principal modelo
de gestão estratégica contemporânea.
Fonte: JAKUB JIRSAK, 123RF.
A GESTÃO ESTRATÉGICA
O termo “Gestão
Estratégica” começou a ser utilizado na literatura estratégica a partir da década
de 80, a partir do entendimento de que o termo “Planejamento Estratégico” está superado.
Alguns autores de livros publicados recentemente com o tí ulo “Planejamento
Estratégico” afirmam que essa mudança de terminologia não representa grandes
mudanças substanciais, mas, a meu ver, essa é uma aná lise superficial do
estudo estratégico. Existem diferenças substanciais sim, e essa diferença está
nos termos, nas práticas e na motivação em exercer a estratégia nas organizações.
Com relação à
terminologia “Planejamento”, apresentamos aqui nossa própria definição:
planejar é o esforço de descrever amplamente as decisões que poderão conduzir a
organização para uma situação futura desejada, criar metas, definir políticas,
identificar os vetores de desempenho e conhecer os fatores críticos de sucesso.
Ao longo dos anos, o
termo “Planejamento” incorporou e se associou a outros termos, como “previsão”,
“projeção” e “plano”. A previsão diz respeito ao esforço de se conhecer o que
poderá ocorrer no futuro, com base no registro de uma série de probabilidades.
A projeção corresponde à situação em que o futuro tende a ser igual ao passado.
Gráficos de projeção sã o muito ú eis para evidenciar o comportamento das
vendas, das finanças, da produtividade etc. O plano é o limite da formalização
do planejamento, é o momento em que o planejamento se torna um documento oficial
da organização; também, é nesse momento que o planejamento se torna está tico.
O fazer planos exige investimento da organização, sendo assim, é necessário
avaliar a relação de custos e benefícios.
A terminologia
“Gestão” ou “Administração” tem um sentido mais amplo e, quando aplicada ao
pensamento estratégico, influencia a forma de se lidar com o conteúdo e o processo
de implantação da estratégia na empresa. Administrar é um processo dinâmico e
cíclico que implica planejar, organizar, dirigir e controlar uma organização. A
Figura 2.1 ilustra esse conceito.
Figura 2.1: Conceito de A
dministração
Fonte: adaptada de Lucca (2013).
Portanto, não se
propõe abandonar o “Planejamento” da organização, mas sim inseri-lo em um
conceito mais efetivo das práticas estratégicas atuais: a Administração ou a
Gestão Estratégica. A Gestão Estratégica é muito mais dinâmica, como
apresentado no Quadro 2.1.
OS PROCESSOS DA GESTÃO
ESTRATÉGICA
|
Planejamento
|
- Definir as
diretrizes organizacionais (missão, visão e valores).
- Realizar o
diagnóstico estratégico (aná lise SWOT, matriz BCG, forças de Porter etc.).
- Identificar
a direção estratégica (objetivos estratégicos e metas).
|
Organização
|
- Relacionar
os fatores críticos de sucesso para o alcance dos objetivos estratégicos e
das metas planejadas.
- Reunir os
recursos materiais, humanos e financeiros para garantir o alcance das metas
estratégicas.
|
Direção
|
- Definir as
ações estratégicas para alcance dos objetivos estratégicos, com
base na
observação dos fatores críticos de sucesso.
- Redigir o
plano de ação baseado nos 5W2H e, dessa forma, transformar a
estratégia em
ações concretas.
|
Controle
|
- Definir os
indicadores de desempenho para medir o progresso do alcance
das metas e a
consequente realização da visão.
- Avaliar os
resultados da medição e reavaliar o planejamento.
- Reiniciar o
processo cíclico.
|
Quadro 2.1: Os Processos da
Gestão Estratégica
Fonte: adaptado de Lucca (2013).
Observa-se, assim,
que, no atual cenário competitivo, vigente a partir da década de 80, o conceito
de planejamento estratégico passou a ser substituí do pelo conceito de gestão
estratégica. A atual arena de negócios necessita de maior dinamicidade nas
decisões, de práticas e ações contínuas e ininterruptas e, também, de um
constante fluxo de formação e aperfeiçoamento da estratégia.
A NOVA VISÃO DE SUCESSO EMPRESARIAL
A década de 90 marcou
as crescentes críticas aos sistemas de medição de desempenho tradicionais com
foco puramente em indicadores financeiros. A grande motivação para essas
críticas têm sido, principalmente, as mudanças ambientais ocorridas após a Segunda
Guerra Mundial.
Observa-se que, na
maior parte do século XX, os sistemas de medição de desempenho tradicionais
funcionavam em um ambiente estável de produtos maduros e de poucas mudanças
tecnológicas. O desenvolvimento dos sistemas de medição tradicionais ocorreu até
cerca de 1925, em que os procedimentos de contabilidade utilizados até então
faziam parte do orçamento das organizações, como: custos padronizados, preços
de transferência, modelo de retorno sobre o investimento DuPont etc.
Após a Segunda Guerra
Mundial, o avanço tecnológico e o crescimento e desenvolvimento industrial,
tornaram as organizações mais complexas. O novo cenário competitivo e a
complexidade organizacional criaram novas demandas aos sistemas de medição de desempenho
tradicionais. As medidas financeiras refletiam os resultados de decisões já
tomadas, mas deixavam a desejar ao fornecer uma orientação adequada para o
desenvolvimento estratégico de longo prazo. Dessa forma, pesquisadores
organizacionais desenvolveram metodologias e ferramentas para um melhor
gerenciamento das organizações, como: movimentos da qualidade (Total Quality
Control – TQC e Total Quality Management – TQM); modelo Kaizen de melhoria
contínua; a filosofia JIT (Just in Time) de produção enxuta; a reengenharia de
processos etc.
A utilização de
ferramentas de gestão organizacional baseada na melhoria contínua raramente teve
iniciativa nos departamentos de contabilidade ou de gerenciamento financeiro. Isso
ocorreu, principalmente, devido à s características conceituais divergentes de cada
modelo de gestão. Os modelos baseados na gestão de desempenho tradicional
geralmente têm uma visão de curto prazo, ao contrário das ferramentas de gestão
baseadas na melhoria contínua. Por isso, a possibilidade de conflito entre os
objetivos dos novos instrumentos de gestão com os sistemas de medição de
desempenho tradicionais é considerável. A estratégia de uma organização focada
na satisfação dos clientes por meio da melhoria dos processos não é consistente
com o pensamento de curto prazo, que, facilmente, resulta do enfoque sobre
medidas financeiras isoladas.
Existe, ainda, um
grande número de empresas que têm sistemas de avaliação tradicionais; o
problema é que os indicadores puramente financeiros apresentam algumas limitações,
principalmente por n o contemplarem, de forma balanceada, o suporte aos
objetivos estratégicos das empresas. Esses indicadores não têm a capacidade de agregar
a necessidade de integração das áreas estratégicas da organização, por serem focados
em processos de controles isolados. Isso acarreta uma visão restrita da
organização, ocasionando sistemas de custeio que produzem informações baseadas
simplesmente em dados históricos, que não refletem o ambiente altamente dinâmico e competitivo.
As principais
críticas aos sistemas de avaliação tradicionais são:
• focam em resultados
de curto prazo.
• deixam passar algumas
medidas, já que os relatórios financeiros sã o usualmente fechados mensalmente,
ao passo que existem decisões que sã o tomadas em um ou dois meses prioritários.
Os resultados financeiros sã o, algumas vezes, muito velhos para serem úteis.
• tentam quantificar
o desempenho e outros esforços de melhoria somente em termos financeiros.
Muitos desses esforços sã o de difícil mensuração, apresentando significantes
impactos no sucesso global, como redução de tempos e fidelidade ao esquema de
produção.
• têm um formato
predeterminado, fazendo com que todo registro seja inflexível, ignorando o fato
de que cada departamento ou agente organizacional tem suas ú nicas e próprias
características, prioridades e contribuições.
• faltam informações
relacionadas à qualidade, à entrega e à flexibilidade, além de não apresentarem
um foco estratégico.
• encorajam otimizações
locais, por exemplo, produzir estoques para manter má quinas e operadores
produtivos.
• incentivam pouco as
inovações, ao invés de buscarem melhorar continuamente.
• não conseguem
traduzir métricas sobre o foco no cliente e desempenho da concorrência.
Ao se apresentarem
críticas a respeito do modelo tradicional de medição de desempenho baseado em
medidas financeiras, não se pretende concluir que tais medidas devam ser
descartadas, ao contrário, acredita-se que tais medidas de resultado devam ser
combinadas com medidas que traduzam o desempenho das aç õ es que possam
conduzir aos resultados. O momento de transformações que se instalou fortemente
na década de 90 é uma jornada que teve início na era industrial e caminha para
a era da informação. Assim, o ambiente torna-se altamente mutante e
competitivo, fazendo com que os gestores organizacionais abandonem os velhos
princípios de gerenciamento, utilizados na era industrial, para adotarem novas
abordagens adaptadas para a era da informação.
Para Kaplan e Norton
(1997), o surgimento de tecnologias de informação para apoiar os negócios
empresariais gerou o que os autores denominam “Novo Ambiente Operacional”,
definido por algumas características, conforme os itens a seguir.
• Processos interfuncionais:
processos de negócios interligados que abrangem todas as funções tradicionais,
combinando os benefícios da especialização funcional com a agilidade, a eficiência
e a qualidade da integração dos processos.
• Integração entre
clientes e fornecedores: a tecnologia da informação permite que as empresas de
hoje integrem os processos de suprimentos, produção e entrega, de modo que as
operações sejam “puxadas” pelos pedidos dos clientes.
• Mercado segmentado:
existe uma tendência à diminuição de produtos e de serviços padronizados, dando
lugar à customização de diversos segmentos de clientes, sem o comprometimento dos
preços, devido à s operações envolverem alta variedade.
• Globalização do
mercado: as fronteiras nacionais deixaram de ser um obstáculo à concorrência
entre empresas. Com isso, deve-se combinar a eficiência e a agressividade competitiva
do mercado global com a sensibilidade à s expectativas dos clientes locais.
• Rápida inovação
tecnológica: a diminuição crescente dos ciclos de vida dos produtos faz com que
as empresas que competem em setores de rápida inovação tecnológica criem mecanismos
para preverem as necessidades futuras dos clientes, idealizando produtos e
serviços inovadores e incorporando rapidamente novas tecnologias de produto.
• Exploração do
conhecimento dos funcionários: o paradigma que cria uma separação entre a elite
intelectual da empresa e a classe do trabalho braçal é quebrado. Nesse
contexto, os funcionários devem agregar valor pelo que sabem e pelas informações
que podem fornecer.
Uma pesquisa
realizada em 2003 sobre os direcionadores de valor para as empresas no mercado
de aç õ es mostrou a incapacidade de os administradores atuarem de forma proativa
em relação à comunicação de suas medidas “não financeiras” aos analistas de mercado
de capitais. Como consequência, em relação aos investidores, dificulta o
entendimento correto das estratégias, das medidas de desempenho e da previsão
de eventos futuros da organização.
A pesquisa também
constatou que as falhas na comunicação entre gestores, analistas de mercado e
investidores proporcionaram importantes alterações na participação de
informações “não financeiras” nas mensurações de desempenho, como:
• constatação de uma
ampliação significativa na influência das informações não financeiras
utilizadas pelos analistas em suas avaliações e recomendações de compra e
venda.
• maior interesse
apresentado pelos analistas em fatores relacionados à execução da estratégia,
em relação à credibilidade da organização, à inovação, ao posicionamento mercadológico,
às reclamações dos clientes, aos programas de treinamento funcional e às políticas
socioambientais.
• a variação das
medidas, que ocorreu segundo a indústria, e não conforme uma estratégia em
particular ou um determinado tipo de investidor.
• observação de que
os analistas que se apoiam mais intensamente nas informações “não financeiras”
são aqueles que produzem as projeções mais corretas, deixando evidente que, se
a empresa tiver forte desempenho nos aspectos não financeiros e souber comunicá-los,
terá mais facilidade para captar recursos de terceiros.
• verificação de que
um terço das informações utilizadas pelos investidores institucionais serviu de
justificativa para seus novos investimentos.
• existência de uma
relação entre as mudanças naquelas informações e as variações no valor das ações
e, portanto, em seu custo de capital.
Com base nesses
aspectos, percebemos que os investidores têm buscado conhecer, de forma mais
profunda, o modelo de negócio das empresas, por meio da visão dos principais
indicadores de desempenho, relativos aos aspectos não financeiros, utilizando-
os para o
direcionamento da decisão de investir, o que deixa clara a influência de tais indicadores
no valor das ações das organizações.
Essas características
do novo ambiente operacional têm elevado a busca por sistemas de medição de
desempenho que possam fornecer parâmetros coerentes, do passado, do presente e,
principalmente, do futuro da empresa. Com isso, a avaliação do desempenho empresarial
passou a seguir um conjunto de características comuns:
• ser derivada da
estratégia empresarial.
• ser simples de se
entender e claramente definida.
• garantir feedback rápido
e acurado.
• baseada em
quantidades que possam ser influenciadas ou controladas pelo usuário dos dados,
ou em cooperação com outros.
• refletir os
processos de negócio.
• relacionar-se a
metas específicas.
• ser parte de um
processo gerencial cíclico.
• ter um impacto
visual.
• focar na melhoria
contínua.
• explicitamente
baseada em fórmulas e fonte de dados.
• empregar taxas ao
invés de números absolutos.
• baseada em
tendências ao invés de momentos isolados.
• usar dados
coletados automaticamente sempre que possível.
A era da informação
impõe à s organizações que desejam se manter competitivas a necessidade de intensificação do
valor do conhecimento humano e da aprendizagem contínua. Em consequência,
termos como gestão do conhecimento, capital intelectual e inteligência
competitiva sã o caracterizadores da nova área de interesse da administração
das organizações.
Observamos muitas
discussões acerca do fato de que a inteligência humana e os recursos intelectuais
constituem os ativos mais valiosos e estratégicos das empresas. Muitos cientistas
vêm desenvolvendo metodologias para avaliar o valor real das empresas,
considerando seus ativos intangíveis. Observamos, contudo, que não há
ferramentas unânimes que traduzam objetivamente tais valores.
Portanto, os termos
gestão do conhecimento, capital intelectual e inteligência competitiva surgem
com o efeito da globalização, da evolução tecnológica e do fim da era
industrial, com o objetivo de administrar coerentemente a utilização, a criação
e a disseminação do conhecimento. Esses ativos se tornaram recursos vitais para
as organizações e, apesar de o conhecimento ser algo intangível, ele pode ser
medido; os mercados fazem isso quando avaliam as ações de algumas empresas
baseadas no conhecimento, com valor bem acima do registrado em seus livros
contábeis.
Dessa forma, observamos
que a principal característica atribuí da aos novos sistemas de medição de
desempenho é o alinhamento dos indicadores de desempenho aos objetivos estratégicos
da organização. O sistema de medição deve estar em consonância com a estratégia
organizacional, e o seu entendimento pelos membros da organização deve ser de
forma uniforme. Al m disso, a estratégia organizacional deve ser ampla e de
longo prazo, devendo incluir os diversos interessados na organização, como
clientes, empregados, acionistas, órgãos regulamentadores, fornecedores etc.
Para atender à s
novas exigências do ambiente operacional, diferentes modelos de avaliação de
desempenho foram desenvolvidos, objetivando:
• identificar medidas
“não financeiras”, úteis para o melhor conhecimento das operações nas empresas.
• desenvolver sistemas
estratégicos de mensuração mais abrangentes, compreendendo medidas financeiras
e “não financeiras”.
• desenvolver
sistemas de informações de desempenho capazes de se alinhar com as metas
estratégicas e medir seu progresso em relação a elas.
O BALANCED SCORECARD
O conceito de gestão
estratégica balanceada surgiu no início da década de 90, com os estudos de
Robert Kaplan e David Norton, ambos professores da Harvard Business School.
Os autores acreditavam que a visão puramente contábil e financeira de avaliação
do desempenho, em prática até então, já não refletiam a realidade estratégica
das organizações. Com isso, propuseram um sistema de medição de desempenho
denominado “Balanced Scorecard”. O termo “balanceado” foi utilizado pelos
autores por entenderem que a visão estratégica deveria ser desdobrada em quatro
áreas estratégicas-chave das organizações: área financeira, área do mercado,
área dos processos e área do desenvolvimento humano.
Esse sistema de
medição de desempenho teve uma repercussão mundial, sendo utilizado em empresas
de diversos segmentos e portes com a obtenção de excelentes resultados.
Melhorias nesse sistema ao longo dos anos o transformaram no principal modelo de
gestão estratégica disponível na década de 90, e continua forte na primeira década
deste novo milênio. Por isso, optamos por utilizar e explorar as contribuições
do Balanced Scorecard de Kaplan e Norton neste livro. Buscamos
desenvolver aqui uma abordagem prá tica e adaptada, de forma a utilizar outras
ferramentas muito importantes já citadas nos tópicos anteriores.
O Balanced Scorecard, ou, simplesmente, BSC, foi criado mediante um
projeto coordenado por David Norton e Robert Kaplan na década de 90, intitulado
“Measuring Performance in the Organization of the Future”, por meio da
empresa de consultoria KPMG e sua unidade de pesquisa, o instituto Nola Norton.
A proposta inicial
desse estudo foi criada por se acreditar que os sistemas de medição de
desempenho tradicionais estavam se tornando obsoletos, por utilizarem apenas
indicadores que contemplavam os ativos tangíveis da organização, os indicadores
contábeis e financeiros. De acordo com Kaplan e Norton (1997), os ativos
intangíveis devem ser considerados tão importantes quanto os ativos tangíveis,
por permitirem os seguintes aspectos:
1. desenvolver
relacionamentos que conservem a fidelidade dos clientes.
2. relacionamentos
que permitam a expansão do segmento de clientes.
3. o lançamento de
novos produtos de acordo com as expectativas dos clientes-alvo.
4. produzir bens e
serviços de alta qualidade a preços baixos e com ciclos de produção mais
curtos.
5. motivar e mobilizar
as habilidades dos funcionários para a melhoria contínua de processos.
6. valorizar a
informação e o conhecimento mediante o uso efetivo da tecnologia de informação
e de sistemas.
Para criarem um novo
modelo que pudesse se adaptar ao novo ambiente operacional, os autores Kaplan e
Norton (1997) organizaram reuniões a cada dois meses, com representantes de
dezenas de organizações de manufatura e serviços, desde a indústria pesada até
a indústria de alta tecnologia, sendo que, em uma dessas reuniões, um dos participantes
apresentou um “scorecard” corporativo que continha, além das medidas
financeiras tradicionais, outras medidas de desempenho relacionadas a prazos de
entrega ao cliente, qualidade e ciclo de processo de produção, bem como eficácia
no desenvolvimento de novos produtos.
Os resultados das
pesquisas realizadas por David Norton, Robert Kaplan e sua equipe de
profissionais e acadêmicos foram sintetizadas por Kaplan e Norton (1992) no
artigo “The Balanced Scorecard – Measures that drives performance”. A partir dessa publicação, originou-se o modelo
balanceado de medição de desempenho – o Balanced Scorecard (BSC).
As perspectivas estratégicas
O balanceamento
estratégico partiu da ideia de um sistema de medição de desempenho (scorecard)
multidimensional, que pudesse incorporar indicadores financeiros e não financeiros,
indicadores de ocorrência e de tendência, visando ao desempenho interno e
externo da organização. O principal objetivo foi propiciar um sistema de medição
de desempenho capaz de focalizar o desempenho organizacional sob quatro
perspectivas: perspectiva financeira, perspectiva do cliente, perspectiva dos
processos internos e perspectiva do aprendizado e do crescimento. O modelo
básico apresentado por Kaplan e Norton (1997) é balizado pelos seguintes
questionamentos:
1. Para obtermos
sucesso financeiramente, como nó s devemos aparecer para nossos investidores?
2. Para alcançar
nossa visão, como devemos ser vistos pelos clientes?
3. Para satisfazermos
nossos acionistas e clientes, em quais processos devemos nos sobressair?
4. Para alcançar
nossa visão, como sustentar a habilidade de mudar e progredir?
Os autores
justificaram esse primeiro enfoque pela necessidade de um sistema de medição de
desempenho capaz de vincular o controle operacional de curto prazo à visão
estratégica do negócio de longo prazo, já que, na opinião dos autores, os
modelos de avaliação de desempenho, até então existentes, baseavam-se muito em
indicadores contábeis e financeiros, que possibilitavam apenas analisar
resultados de períodos passados, ficando difícil mostrar as potencialidades de
geração de resultados futuros.
A primeira versão do
BSC, como sistema de medição de desempenho, incorpora o conceito de estratégia
e visão explícita, formando a base das quatro perspectivas, sendo que, para
cada uma delas, devem-se formular objetivos estratégicos, indicadores de
desempenho, metas específicas e planos de ação, conforme o esquema da Figura
2.2
Figura 2.2: Modelo básico do
BSC de Kaplan e Norton
Fonte: adaptada de Kaplan e Norton (1997, p.10).
As quatro perspectivas
sugeridas pelo modelo básico de Kaplan e Norton (financeira, dos clientes, dos
processos internos do negócio e do aprendizado e crescimento) foram designadas como
a base estrutural do BSC, por atenderem à grande maioria das empresas, porém os
autores advertem que elas devem ser consideradas como um modelo, e não como uma
“camisa de força”.
Devemos ficar atentos
às escolhas das perspectivas, para que sejam norteadas pelos objetivos
estratégicos da organização, de forma que fique evidente o relacionamento lógico
e coerente entre essas perspectivas. Uma pesquisa em diversas empresas suecas relatou
que algumas delas preferiam acrescentar uma perspectiva humana ou do empregado
ao conjunto de perspectivas básicas do modelo de Kaplan e Norton.
O que é importante
frisar é a relação de sinergia que deve existir entre tais perspectivas. Existe
uma relação de causa e efeito entre as perspectivas básicas do BSC, uma
sinergia natural, que faz com que os resultados obtidos em uma conduza o
desempenho da outra. Por exemplo: considere os índices de faturamento de uma
organização (perspectiva financeira); esse índice poderá aumentar ou diminuir,
dependendo do índice de captação, retenção e satisfação dos clientes
(perspectiva do cliente). Um cliente insatisfeito não retornará à empresa, e isso
influenciará diretamente a área financeira; da mesma forma, o índice de
qualidade, produtividade e confiabilidade dos processos (perspectiva dos
processos internos do negócio), que condiciona a satisfação dos clientes e
determina a imagem da organização no mercado. Agora, imagine como os índices de
competência, motivação e satisfação dos colaboradores (perspectiva das pessoas)
podem influenciar na qualidade, na produtividade e na confiabilidade dos
processos (perspectiva dos processos).
Essa relação
sinérgica determina a essência do “balanceamento” da estratégia e fortalece o
entendimento do conceito de gestão estratégica balanceada. A Figura 2.3 ilustra
esse conceito.
Figura 2.3: Relação Sinérgica
Balanceada
Fonte: Elaborada pelo autor.
Nessa figura, podemos
observar um vetor de desempenho (seta) que indica um caminho estratégico sinérgico:
o sucesso financeiro está condicionado ao desempenho obtido no mercado, que,
por sua vez, depende do desempenho dos processos, o qual depende do desempenho
das pessoas.
A Estratégia Financeira
A criação do modelo
BSC teve como principal influência a obsolescência dos sistemas tradicionais de
medição de desempenho com foco puramente em medidas contábeis e financeiras,
devido a sua incapacidade de direcionar o desempenho da organização para os
objetivos estratégicos, pois tais medidas somente podem evidenciar o resultado
de decisões já tomadas. O BSC, porém, nã o descarta tais medidas, pelo contrário,
Kaplan e Norton (1997) afirmam que desenvolver um Balanced Scorecard é
um incentivo para as unidades de negócio vincularem seus objetivos financeiros
à estratégia da organização. Dessa forma, as medidas financeiras sã o
representadas dentro da perspectiva financeira do BSC, com o objetivo de servir
como meta principal para os objetivos e as medidas das outras perspectivas, que
poderão conduzir a performance da organização.
Acreditamos que a
perspectiva financeira deve demonstrar os resultados das escolhas estratégicas
feitas sob outras perspectivas, ao mesmo tempo, deve estabelecer vá rios dos
objetivos de longo prazo que servirão de regras e premissas básicas para outras
perspectivas. Com isso, observa-se que a seleção de uma medida de desempenho financeiro
implica na verificação de sua importância na cadeia de relações de causa e efeito,
que resulta na melhoria do desempenho financeiro da organização.
1. Crescimento: as
organizações, nessa fase, geralmente, encontram-se no iní cio de seus ciclos de
vida, apresentando produtos e serviços com significativo potencial de crescimento.
Sendo assim, normalmente, há justificativa para os investimentos. Tais empresas
podem ter como objetivo financeiro o percentual de crescimento da receita e o
aumento das vendas para determinados mercados, grupos de clientes e regiões.
2. Sustentação: as
organizações situadas nessa fase podem investir, embora pouco menos que na fase
de crescimento, porém se espera a obtenção de excelentes taxas de retorno sobre
os investimentos. A preocupação das empresas nesse estágio é conservar sua
condição de mercado. Dessa forma, podem direcionar seus
investimentos a possíveis fatores geradores de estrangulamento e à melhoria
contínua. O objetivo financeiro pode estar relacionado com o retorno sobre o
capital investido, com a receita contábil gerada e com o valor econômico
agregado.
3. Colheita: nessa
fase, considera-se que as organizações alcançam a fase de maturidade em seus
ciclos de vida e, por isso, desejam colher os investimentos feitos nas duas
fases anteriores. Não se justificam investimentos significativos e volta-se a
atenção para a geração de caixa no presente. Os objetivos financeiros estão
relacionados à diminuição da necessidade de capital de giro e foco no fluxo de caixa
operacional.
Além da preocupação
com o ciclo de vida das empresas, Kaplan e Norton (1997) sugerem três temas
estratégicos para direcionarem a estratégia empresarial: crescimento e mix de
receita, redução de custos/aumento de produtividade e utilização de ativos.
1. Crescimento e mix
de receita: nesse tema estratégico, situam-se a ampliação da oferta de produtos
e serviços, a conquista de novos clientes e mercados e as alterações no mix de
produtos e serviços.
2. Redução de
custos/aumento de produtividade: esse tema relaciona-se com as ações que buscam
baixar o custo direto de bens e serviços, reduzir os custos indiretos e
otimizar a utilização dos recursos.
3. Utilização dos
ativos e estratégias de investimentos: considera-se, nesse item, a plena utilização
dos ativos disponíveis para a geração de receitas e a segregação de ativos que
estejam gerando retornos inadequados, de forma a melhorar o retorno gerado
pelos ativos financeiros e físicos.
De acordo com Kaplan
e Norton (1997), o processo de construção do BSC deve iniciar com um diálogo
entre o executivo principal e o diretor financeiro da organização, acerca dos
objetivos estratégicos corporativos e financeiros a serem fixados para o
alinhamento das estratégias financeiras à s estratégias corporativas.
A Estratégia Mercadológica
Enquanto os objetivos
e as metas da perspectiva financeira são dirigidos à criação de valor para os
acionistas e mantenedores, a estratégica mercadológica (tratada como
perspectiva dos clientes no BSC) enfatiza a satisfação das necessidades e das
expectativas dos clientes. Essa perspectiva descreve as formas nas quais o
valor agregado dos bens e dos serviços deve ser criado para os clientes,
mediante o entendimento de como a demanda do cliente por esse valor deve ser
satisfeita e o motivo pelo qual o cliente pagará por ele.
Para Kaplan e Norton
(1997), essa perspectiva objetiva contemplar os segmentos de clientes e
mercados em que a organização poderá competir, sendo que esses segmentos serão
responsáveis pela produção de receitas necessárias para o alcance dos objetivos
financeiros traçados a partir da visão estratégica da organização. As
principais medidas de resultado relacionadas aos clientes são: satisfação,
fidelidade, retenção, captação e lucratividade.
Os processos internos
e os esforços de desenvolvimento devem ser orientados pela estratégia mercadológica.
Pode-se afirmar que essa perspectiva é o coração da estratégia balanceada,
pois, se a empresa falhar no atendimento ao cliente, mesmo que satisfazendo as
suas necessidades de custo com eficiência, a não retenção do cliente poderá causar
a não geração de renda futura, tanto a longo como a curto prazo. Com isso, a sobrevivência
da empresa poderá ser comprometida. Kaplan e Norton (1997) definem um conjunto
de medidas essenciais para a perspectiva dos
clientes, que pode ser agrupado em uma relação de
causa e efeito, conforme a Figura 2.4.
Figura 2.4: Medidas Essenciais
da Estratégia Mercadológica
Fonte: adaptada de Kaplan e Norton (1997).
• Participação de
mercado: essa medida é de grande importância, pois reflete a posição e a proporção
da empresa em determinado mercado (volume de vendas, clientes etc.). Os autores
definem que medir a participação no mercado é relativamente simples, desde que
o grupo de clientes ou segmento de mercado seja conhecido e sugerem também que
as organizações meçam a participação total na conta de negócios de cada
cliente.
• Retenção de
clientes: o objetivo dessa medida é controlar a intensidade da continuidade dos
relacionamentos do cliente com a empresa ou unidade de negócio. Para os
autores, a retenção dos clientes atuais é um importante fator na busca por
manter e, inclusive, aumentar a participação em segmentos de mercado e, dessa
forma, reduzir significativamente os custos de marketing relacionados à captação
de novos clientes. Os autores sugerem que a retenção pode ser medida pelo
percentual de crescimento nas transações realizadas com antigos clientes da
organização.
• Captação de
clientes: além de manter os clientes atuais, as empresas devem se esforçar para
aumentar a base de clientes em mercados-alvo. Para os autores, a captação de clientes
pode ser medida pelo número de novos clientes ou pelo volume total de vendas
para novos clientes nesses mercados-alvo.
• Satisfação de
clientes: essa medida se relaciona ao nível de satisfação dos clientes de
acordo com critérios específicos dentro da proposta de valor. Pode-se
considerar a retenção e a captação de clientes como resultado da satisfação dos
clientes. Os autores afirmam que um nível meramente adequado de satisfação dos
clientes não basta para assegurar um alto grau de fidelidade, retenção e
lucratividade. É necessário proporcionar aos clientes uma satisfação plena, de
forma que o cliente possa classificar sua experiência de compra como total ou
extremamente satisfatória e, com isso, garantir a fidelidade do cliente.
• Lucratividade: o
objetivo dessa medida é identificar o lucro líquido de cada cliente ou
segmento, depois de deduzidos os gastos necessários para sustentar esses clientes.
Os autores acrescentam que as organizações não precisam somente de clientes satisfeitos
e felizes, mas também de clientes lucrativos. É importante destacar que nem
sempre o sucesso das quatro primeiras medidas essenciais (participação no
mercado, retenção de clientes, captação de clientes, satisfação de clientes),
ao contrário do que possa parecer, garantirão a lucratividade dos clientes.
Nessa concepção, os autores definem que a lucratividade de clientes pode ser
medida por meio da relação entre o volume negociado com os clientes e a lucratividade
associada aos negócios feitos.
A Estratégia Operacional
De acordo com o
relacionamento de causa e efeito estabelecido entre as perspectivas do BSC,
observa-se que a perspectiva financeira preocupa-se com o atendimento das expectativas
dos acionistas e mantenedores; a perspectiva do cliente enfoca a satisfação, a
retenção, a captação e a lucratividade dos clientes, responsáveis pelo sucesso financeiro
da organização. Com isso, percebe-se que a perspectiva dos processos internos é
responsável por constituir a base que suportará o atendimento dos objetivos das
perspectivas do cliente e financeira.
A estratégia
operacional (tratada como perspectiva dos processos internos no BSC) defende a
ideia de que os executivos devem identificar os processos internos crí ticos,
nos quais a empresa deve alcançar a excelência, de forma a atender os objetivos
dos clientes e dos acionistas e mantenedores. O ideal é que a formulação dos
objetivos e indicadores para os processos internos ocorra após a definição das
perspectivas financeira e do cliente. Com a perspectiva dos processos internos,
dois aspectos fundamentais, que diferenciam o BSC dos sistemas de medição
tradicionais, ficam evidentes:
• as abordagens
tradicionais objetivam monitorar e efetivar os processos existentes, principalmente
por meio de medidas relativas ao tempo e à qualidade. Na abordagem do BSC, além
do monitoramento e da melhoria dos processos existentes, novos processos podem
ser criados para atender os objetivos financeiros e dos clientes.
• na busca pela
melhoria dos processos internos existentes, os autores sugerem que os
executivos definam uma cadeia de valor que tenha início com o processo de
inovação, seguindo com os processos de operações e terminando com o
serviço de pós-venda.
Os sistemas de medição
tradicionais enfocam os processos existentes de entrega de produtos e serviços
aos clientes atuais, com o objetivo de controlar e melhorar a operação já
estabelecida. Entretanto, existem alguns condutores de sucesso financeiro de
longo prazo, como a necessidade de desenvolvimento de novos produtos que
atendam às expectativas emergentes de clientes atuais e futuros.
O processo de inovação
visa obter as necessidades atuais e futuras dos clientes-alvo, para que se
possa desenvolver os processos que resultarão nos bens e nos serviços que
deverão satisfazer às necessidades e às expectativas identificadas.
No processo de
operações é que se deve preparar os recursos para disponibilizar os bens e os
serviços desenvolvidos durante o processo de inovação. Pode-se dizer que essa
etapa tem início com o recebimento de um pedido e termina com a entrega do bem
ou serviço.
O processo d e
serviços de pós-venda deve ser composto por uma série de serviços ao cliente
após a efetivação da compra. Nessa etapa, configura-se a imagem e a reputação da
empresa na cadeia de valor do cliente. Esses serviços geralmente incluem
treinamentos, garantias, consertos, devoluções e processamento de pagamentos.
A Estratégia de Pessoas
A estratégia de
pessoas (tratada como perspectiva do aprendizado e crescimento no BSC) tem por
objetivo conservar as competências e as capacidades da organização e garantir a
sua renovação ao longo do tempo. Nessa perspectiva, a empresa deve, além de
considerar as ações necessárias para manter e desenvolver o know how necessário
para a produção focada nas necessidades e expectativas dos clientes,
desenvolver a competências necessárias para garantir a efetividade dos
processos críticos que criam valor para os clientes.
Para Kaplan e Norton
(1997), essa perspectiva sustenta a infraestrutura necessária para que a
empresa possa gerar crescimento e melhoria em longo prazo, por meio de três
fontes principais: pessoas, sistemas de informação e procedimentos
organizacionais. Para o alcance dos objetivos estratégicos desejados no futuro,
as empresas devem investir em treinamento de funcionários, aperfeiçoamento dos
sistemas/tecnologias de informação e alinhamento entre os procedimentos e as
rotinas organizacionais.
Com os grandes
empreendimentos industriais iniciados em meados do século XX e com as
influências da administração científica, as organizações encaravam seus
recursos humanos como empregados contratados para uma ação específica e
“compartimentalizada”, de forma a ficar evidente a distinção entre a classe
intelectual e a classe operacional da companhia. A classe intelectual, formada
por engenheiros e gerentes, era responsável pela atribuição de tarefas e rotinas
repetitivas aos funcionários da classe operacional e, também, pelos sistemas de
monitoramento capazes de garantir a conformidade do desempenho dessas tarefas
por parte dos trabalhadores.
A proposta do BSC em
relação à perspectiva do aprendizado e do crescimento considera que,
atualmente, as operações e as rotinas repetitivas foram substituí das por
rotinas automatizadas por computadores que desempenham o trabalho com maior
eficiência. Dessa forma, as ideias que permitem a melhoria contínua dos
processos voltados para o atendimento das necessidades dos clientes provê m
cada vez mais dos funcionários da linha de frente, com isso, surge a
necessidade de capacitação dos funcionários para a criatividade e de motivação
estratégica para os objetivos da organização.
Kaplan e Norton (1997) apresentam uma base comum de
três medidas de resultados essenciais para a gestão do desempenho da
perspectiva do aprendizado e do crescimento em relação às pessoas: satisfação
dos funcionários, retenção de funcionários e produtividade dos funcionários. A
Figura 2.5 demonstra o relacionamento entre tais medidas e os vetores que podem
conduzir ao desempenho organizacional nessa perspectiva.
Figura 2.5: Vetores de
Desempenho para a Estratégia de Pessoas
Fonte: adaptada de Kaplan e Norton (1997, p.72).
O investimento em
cultivo ou desenvolvimento de competências na empresa depende de uma escolha
estratégica acerca das competências essenciais para garantir a competitividade
da organização no presente e no futuro. Dessa forma, Kaplan e Norton (1997) criaram
um tipo de “balancete da competência”, para auxiliar o executivo no entendimento
de qual ou de quais competências organizacionais devem ser priorizadas e de
quais as fontes de financiamento para essas competências.
O desempenho efetivo
das atividades dos funcionários em um ambiente altamente dinâmico e competitivo
requer a posse de informações precisas sobre os clientes, os processos internos
e, inclusive, algumas informações financeiras. Assim, a capacidade dos sistemas
de informação apoiados por tecnologias de informação é fundamental para que cada
vez mais os funcionários tenham o feedback adequado acerca da performance dos
bens e dos serviços por eles oferecidos. Com isso, espera-se que esses
funcionários se esforcem para sustentar programas de melhoria para garantia da
efetividade operacional.
Os sistemas de
informação atuais devem cumprir três exigências principais:
1. apresentar uma
nova arquitetura da informação, de forma a oferecer novas linguagens,
categorias e metáforas para identificarem e medirem as competências da companhia.
2. dispor de uma nova
arquitetura técnica que seja mais social e de melhor interação com o usuário
final, que demonstre respeito pelo indivíduo e que estimule o usuário a mudar e
se desenvolver.
3. suportar uma nova
arquitetura da aplicação que enfatize a apresentação e a solução dos problemas,
mais do que os resultados e os procedimentos de uso.
Mesmo funcionários
habilitados, com excelentes informações ao seu dispor, poderão não contribuir
significativamente para o sucesso organizacional, se não forem motivados a essa
finalidade, ou se não tiverem liberdade para decidirem ou agirem nesse sentido.
Dessa forma, é importante, além de garantir a aptidão dos colaboradores, dar
autonomia e motivação a eles, no sentido de direcionar as mudanças e os
resultados organizacionais esperados.
O resultado de
funcionários motivados, com liberdade para agir e tomar decisões (emporwerment), pode ser medido de vá
rias maneiras, por exemplo, “o número de sugestões por funcionários”. Esse
indicador pode refletir a participação contínua dos funcionários na melhoria dos
processos e pode ser reforçado por um indicador complementar “o número de
sugestões implantadas”, que evidencia a qualidade das sugestões apresentadas. Da
mesma forma que as demais, essa perspectiva visa dar suporte para o sucesso das outras por intermédio
de um encadeamento lógico de causa e efeito. Essa relação de causa e efeito
pode ser definida como uma sequência de hipóteses estratégicas interdependentes
ao longo das perspectivas do BSC, considerando que a perspectiva financeira
está ligada principalmente aos resultados (efeitos), e as demais perspectivas, aos
condutores de resultado (causas).
A Sistemática do Balanced Scorecard
Kaplan e Norton
(1997) afirmam que, a partir da aplicação do BSC em algumas empresas, verificou-se
que, mais que um sistema de medição de desempenho, o BSC poderia ser utilizado
como um sistema de gerenciamento estratégico, pois os autores perceberam que,
além de monitorar os resultados da empresa, o BSC poderia identificar os
processos estratégicos críticos, para que a empresa obtivesse altos índices de
desempenho.
Com isso, os autores
apresentaram um novo conceito para o BSC, ao traduzi-lo como um sistema de
gerenciamento estratégico projetado em torno da visão estratégica de longo
prazo. A Figura 2.6 sintetiza o conjunto de ações inerentes ao modelo
apresentado por Kaplan e Norton (1997), destacando as relações existentes entre
as ações e sua concepção básica de funcionamento.
Figura 2.6: Sistemática do BSC
Fonte: adaptada de Kaplan e Norton (2000, p. 36).
O processo de
construção de um BSC inicia pela tradução e implementação da visão estratégica;
em seguida, deve-se transmitir os objetivos e as medidas de resultados para a
organização como um todo. Logo depois, inicia-se o processo de estabelecimento
de metas e alinhamento das iniciativas; por fim, busca-se o feedback e o
aprendizado estratégico que possibilitará o crescimento individual e grupal da
organização como um todo.
Para esclarecer e
traduzir a visão estratégica da empresa, é necessário conhecer os objetivos globais
dela e a contribuição e integração de cada uma das unidades de negócio. Essa
etapa exige uma equipe de trabalho, envolvendo a alta administração e os
representantes das unidades de negócio da organização. Essa equipe deve se
empenhar em traduzir a estratégia, de cada unidade de negócio em objetivos
estratégicos específicos organizados conforme as perspectivas do BSC.
Após a tradução da
visão em objetivos estratégicos, a próxima etapa é a comunicação e a conexão
dessa visão a todos na organização. Os objetivos estratégicos podem ser transmitidos
a toda a empresa mediante documentos, quadro de avisos, vídeos e até por via
eletrônica, usando a intranet da empresa. Essa comunicação tem como propósito
mostrar a todos os funcionários os objetivos crí ticos que devem ser alcançados
para que a estratégia da empresa seja bem-sucedida. Certamente, ao final desse
processo, todos na empresa deverão ter adquirido uma visão clara das metas de
longo prazo da unidade de negócios.
Kaplan e Norton
(1997) afirmam que o BSC tem como maior propósito induzir a mudança organizacional.
Os executivos devem desdobrar os indicadores de desempenho dos objetivos
estratégicos e estabelecer metas para esses indicadores, que, se alcançadas,
poderão transformar a empresa. Depois de estabelecidas as metas para os
clientes, os processos internos e as medidas de aprendizado e crescimento, os
executivos estarão em condições de alinhar suas iniciativas estratégicas de
qualidade, tempo de respostas e reengenharia para alcançar os resultados esperados.
O processo gerencial de planejamento e estabelecimento de metas permite que a
empresa: quantifique os resultados pretendidos em longo prazo; identifique
mecanismos e forneça recursos para que os resultados sejam alcançados;
estabeleça referenciais de curto prazo para as medidas financeiras e “não
financeiras” do sistema de medição de desempenho.
O feedback e o
aprendizado são os aspectos mais importantes e inovadores de todo o sistema de
medição, por criarem instrumentos de aprendizado organizacional em nível decisório.
O BSC permite o monitoramento da implantação da estratégia e, se necessário,
revisão da própria estratégia. O objetivo é verificar se a unidade de negócios
está alcançando suas metas no que diz respeito aos clientes, aos processos internos
e à inovação, aos funcionários, aos sistemas e aos procedimentos e,
consequentemente, ao seu desempenho financeiro.
Dessa forma, o BSC
pode ser considerado uma ferramenta de desdobramento da estratégia da empresa
em ações, de forma a garantir o seu cumprimento. A sistemática do BSC gira em
torno de um processo gerencial de desdobramento da visão estratégica de cima
para baixo, pela identificação dos fatores críticos de desempenho organizados conforme
as quatro perspectivas (financeira, cliente, processos internos e aprendizado e
crescimento), ligados entre si por relacionamentos de causa e efeito, e pela
identificação dos indicadores e das medidas que expressem adequadamente o feedback
necessário para identificar o cumprimento da estratégia.
O modelo de gestão
estratégica balanceada proposto nesta obra é sustentado: por uma boa orientação
estratégica com a definição das diretrizes missão, visão e valores; por um diagnóstico
estratégico de excelência pautado na análise SWOT, na matriz BCG e nas cinco forças
de Porter; pelo processo de implantação estratégica e medição do desempenho pelo
BSC de Kaplan e Norton (1997). Dessa forma, encerramos esta unidade, que teve o
objetivo de estabelecer o “What” – o que é gestão estratégica
balanceada.
SAIBA MAIS
Nos últimos dez anos,
poucas teorias ligadas à administração fizeram tanto sucesso e provocaram
tantas dúvidas como o balanced scorecard. Criado pela dupla de
consultores americanos David Norton e Robert Kaplan, o BSC, como é mais
conhecido, é uma ferramenta para medir até que ponto uma estratégia empresarial
se transforma em resultado. No final de agosto, Norton esteve no Brasil para
participar de um evento sobre o uso do modelo na América Latina. Na ocasião,
falou a EXAME sobre a popularidade conquistada pelo BSC e as medidas que ele e
Kaplan tomavam para que o seu uso correto se perpetue. “Um conceito é como uma
marca, que tem sua integridade colocada em jogo todos os dias”, diz Norton. “Se
não formos cuidadosos, ele poderá ser facilmente associado a fracasso, como
aconteceu com a reengenharia”. A tarefa não é simples.
Mesmo em empresas nas
quais o balanced scorecard é utilizado corretamente, vez por outra,
surgem dúvidas sobre a melhor maneira de conduzir o processo. A pedido da EXAME,
seis corporações brasileiras adeptas do BSC formularam perguntas a Norton. O resultado
é uma consultoria rápida prestada pelo maior guru mundial do balanced
scorecard. Dicas e conselhos úteis para qualquer empresa que queira
implantar o método.
>. Acesso em: 23
jul. 2013.
REFLITA
Entende-se que o sucesso financeiro depende da
satisfação e da lucratividade dos clientes, e a obtenção da satisfação e da
lucratividade dos clientes depende da qualidade e da produtividade dos processos
operacionais. As pessoas que executam tais processos precisam exercer suas
atividades com motivação e conhecimento. Com base nessa afirmação, reflita
sobre as seguintes perguntas:
a) como esse conceito se aplica a uma empresa
do seu cotidiano?
b) essa relação de causa e efeito também se
aplica à vida pessoal e
profissional? De que maneira?
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do livro: Gestão
Estratégica Balanceada: um enfoque nas boas práticas estratégicas.
Editora: Atlas
Autor: Giancarlo
Lucca
ISBN: 9788522483624
Esse livro apresenta
um conjunto de técnicas e ferramentas para a implantação da gestão estratégica
balanceada.
A Estratégia na Prática
INTRODUÇÃO
Nesta unidade,
apresentaremos o detalhamento das etapas da gestão estratégica: a definição da
equipe de trabalho, o processo de orientação estratégica, o processo de
diagnóstico estratégico, o processo de direção estratégica, o processo de medição
estratégica e os planos de ação estratégicos.
Fonte: GAJUS, 123RF.
A EQUIPE DE TRABALHO
O pensamento estratégico
nasce com o empreendedor, quando este decide empreender um projeto. À medida
que seu empreendimento cresce, as variáveis competitivas vã o fugindo do seu controle
e o empreendedor começa a se afastar do “front” de batalha, outros
oficiais vão assumindo postos importantes para as áreas estratégicas do
empreendimento. Surge a figura do gerente financeiro, para cuidar dos fluxos de
recebimentos e pagamentos e focalizar o aumento da riqueza e do patrimônio da
organização. Aparece, também, a figura do gerente comercial, para expandir a
participação da organização no mercado, fortalecer a marca, captar novos
clientes, fidelizar os clientes atuais e garantir a satisfação. Surge, ainda, a
necessidade de um gerente de operações, para cuidar da eficácia e da eficiência
dos processos internos, e, muitas vezes, a necessidade de um gerente de pessoas
ou recursos humanos, para garantir a competência e a produtividade do capital
humano da organização.
Dessa forma, nasce, naturalmente,
uma equipe estratégica multifuncional; o detalhe é que muitas organizações não
se atentam para isso. Muitas organizações criam feudos, ao invés de áreas
estratégicas, por não considerarem a relação de causa e efeito entre essas sofrem com disputas internas, gerando uma
perda de energia considerável.
Nossa sugestão é que
a equipe estratégica não seja muito numerosa, pois, quanto maior o número de
pessoas, mais difícil será o processo de obtenç ã o de harmonia e sinergia do grupo. Cinco membros é um bom número,
sendo eles: o lí der da estratégia, o representante da área financeira, o
representante da área comercial ou de marketing, o representante da área de operações
e o representante da área de pessoas ou recursos humanos. O Quadro 3.1 mostra o
Formulário 1 para formação da equipe estratégica. Esse Formulário é ú til para
identificar cada um dos participantes da equipe estratégica pelo registro do
nome, área de atuação e o cargo na organização.
FORMULÁ RIO 1 – EQUIPE
ESTRATÉGICA
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LÍDER DO
PROJETO
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Nome:
|
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Área de Atuação:
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Cargo na
Organização:
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REPRESENTANTE
DA Á REA FINANCEIRA
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Nome:
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Área de Atuação:
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Cargo na
Organização:
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REPRESENTANTE
DA Á REA DE MARKETING
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Nome:
|
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Área de Atuação:
|
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Cargo na
Organização:
|
|
REPRESENTANTE
DA Á REA DE OPERAÇÕES
|
Nome:
|
|
Área
de Atuação:
|
|
Cargo na
Organização:
|
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REPRESENTANTE
DA Á REA DE RECURSOS HUMANOS
|
Nome:
|
|
Área de
Atuação:
|
|
Cargo na
Organização:
|
|
Quadro 3.1: Formulário 1 – Formação da Equipe Estratégica
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
O PROCESSO DE ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA
Após a constituição
da equipe estratégica, o próximo passo é conduzir o processo de orientação
estratégica. Esse processo consiste em definir as diretrizes estratégicas:
missão, visão e valores, conforme discutimos na Unidade I.
O Quadro 3.2 mostra o
Formulário 2 de identificação das diretrizes organizacionais.
FORMULÁ RIO 2 – DIRETRIZES
ESTRATÉGICAS
|
Missão
|
“Escreva a
missão da organização aqui”
|
Visão
|
“Escreva a
visão da organização aqui”
|
Valores
|
Valor 1;
Valor 2;
Valor 3;
Valor 4;
Valor 5.
|
Quadro 3.2: Formulário 2 – Diretrizes Estratégicas
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
É possível entender, então,
o processo de orientação estratégica utilizado pela equipe de trabalho como primeira
fase do processo de gestão estratégica. O próximo tópico tratará do Diagnóstico
Estratégico e de seus desdobramentos.
O PROCESSO DE DIAGNÓSTICO ESTRATÉGICO
Es te tópico está
dividido em três etapas, conforme três ferramentas de diagnóstico consideradas
indispensáveis: a aná lise SWOT, a aná lise das Cinco Forças de Porter e a aná
lise de produtos pela aplicação da Matriz BCG.
A ANÁLISE SWOT
A matriz de forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças (SWOT), proposta por Albert Humphrey no início da
década de 60, é uma prática que vem passando por décadas e continua sendo uma
das mais importantes ferramentas de diagnóstico estratégico. O processo de
gestão estratégica balanceada precisa dessa ferramenta para o entendimento dos
fatores estratégicos que precisam ser impulsionados, minimizados, aproveitados
ou neutralizados. O desenvolvimento da matriz SWOT pela equipe estratégica
deverá ocorrer em reuniões específicas, para trabalhar forças, fraquezas,
oportunidades e ameaças, primeiramente, de forma independente e, depois, de
forma conjunta.
Estudo das Forças
O primeiro estudo a
ser realizado é o das forças e deverá responder aos questionamentos:
1. em linhas gerais,
quais áreas estratégicas apresentam um avanço em relação ao principal
concorrente atualmente?
2. quais sã o as
principais competências distintivas da organização?
3. quais sã o os
pontos fortes da organização?
4. qual o peso de
cada um dos pontos fortes (0-10), considerando “0” para menor
intensidade da força
e “10” para maior intensidade?
5. qual o peso de
cada uma das forças (0-10) para cada um dos três principais concorrentes atualmente
(A, B, C)?
6. quais os fatores
críticos para impulsionar as forças da organização?
7. quais as forças da
organização com menor peso relativo aos concorrentes? Quais os fatores críticos
para que essa realidade seja mudada?
8. quais os
diferenciais dos concorrentes referentes aos pontos fortes destacados?
9. quais as forças da
organização com maior peso relativo aos concorrentes? Quais os fatores críticos
para que essa realidade seja mantida? O Formulário 3 auxilia no processo de
apresentação da análise das forças da organização, conforme ilustra o Quadro
3.3.
FORMULÁ RIO 3 – ANÁ LISE DAS
FORÇAS
|
PONTOS FORTES
|
EMPRESA
PESO (0-10)
|
CONCORRENTES
PESO (0-10)
|
A
|
B
|
C
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|
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Quadro 3.3: Formulário 3 – Análise das forças
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Após o preenchimento
do Formulário 3, a equipe estratégica terá uma mensuração dos pontos fortes e,
com isso, poderá identificar as prioridades de ações para impulsionar e/ ou manter
as forças da organização. É necessário, agora, relacionar cada um dos pontos
fortes aos fatores críticos de sucesso, para manter ou impulsionar tais pontos
fortes. O Quadro 3.4 mostra o Formulário 4, destinado à correlação dos pontos
fortes com os fatores críticos de sucesso.
FORMULÁ RIO 4 – FATORES CRÍTICOS
DE SUCESSO PARA IMPULSIONAR OU
MANTER AS FORÇAS
|
PONTOS FORTES
PRIORITÁRIOS
|
OBJETIVO
MANTER/
IMPULSIONAR
|
FATORES CRÍTICOS DE
SUCESSO
|
|
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|
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|
|
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|
|
|
|
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Quadro 3.4: Formulário 4 – Fatores críticos para impulsionar as forças
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado
A correlação dos
pontos fortes aos fatores crí ticos de sucesso dos objetivos de impulsionar ou
manter é muito importante durante o processo de aná lise das forças, para que a
equipe consiga visualizar os problemas e, também, as alternativas de solução.
Estudo das Fraquezas
Após o estudo das
forças, o próximo estudo a ser realizado é o das fraquezas da organização. O
estudo das fraquezas tende a ser mais difícil para a equipe estratégica do que
o estudo das forças, devido à natural dificuldade do ser humano em reconhecer
suas falhas, mas é por meio desse estudo que se espera uma melhoria
significativa no desempenho da organização.
Seguindo o mesmo
padrão de trabalho do estudo das forças, a equipe estratégica precisa realizar
uma reunião de Brainstorming para a análise das fraquezas e deve
responder aos seguintes questionamentos:
1. em linhas gerais,
quais áreas estratégicas apresentam um atraso em relação ao principal
concorrente atualmente?
2. quais sã o os
pontos fracos da organização?
3. qual o peso de cada
um dos pontos fracos (0-10), considerando “0” para menor
intensidade da força
e “10” para maior intensidade?
4. quais pontos
fracos impactam diretamente na satisfação dos clientes da
organização?
5. qual o peso de
cada um dos pontos fracos (0-10) para cada um dos três principais concorrentes
atualmente (A, B, C)?
6. quais os fatores
críticos para minimizar os pontos fracos da organização?
7. quais os pontos
fracos da organização com maior peso relativo aos concorrentes? Quais os
fatores críticos para mudar essa realidade?
8. quais os
diferenciais dos concorrentes referentes aos pontos fracos destacados?
9. quais os pontos
fracos da organização com menor peso relativo aos concorrentes? Quais os
fatores críticos para manter essa realidade?
O Formulário 5 é
destinado à compilação dos dados obtidos com a análise das forças e deve ser
preenchido conforme mostra o Quadro 3.5
FORMULÁRIO 5 – ANÁLISE DAS
FRAQUEZAS
|
PONTOS FRACOS
|
EMPRESA PESO
(0-10)
|
CONCORRENTES
PESO (0-10)
|
A
|
B
|
C
|
|
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|
|
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|
|
|
|
Quadro 3.5: Formulário 5 – Análise das Fraquezas
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Da mesma forma que
foi apresentado anteriormente com as forças, após o preenchimento do Formulário
5, a equipe estratégica terá uma mensuração dos seus pontos fracos e, com isso,
poderá identificar as prioridades de ações para minimizar e/ou neutralizar as
fraquezas da organização. Também se faz necessário relacionar cada um dos
pontos fracos aos fatores críticos de sucesso, para minimizar ou neutralizar
tais pontos fracos. O Quadro 3.6 mostra o Formulário 6, destinado à correlação
dos pontos fracos com os fatores críticos de sucesso.
FORMULÁRIO 6 – FATORES CRÍTICOS
DE SUCESSO PARA MINIMIZAR OU
NEUTRALIZAR AS FRAQUEZAS
|
PONTOS FRACOS
PRIORITÁRIOS
|
OBJETIVO
MINIMIZAR/
NEUTRALIZAR
|
FATORES CRÍTICOS
DE SUCESSO
|
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|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro 3.6: Formulário 6 – Fatores críticos para minimizar as fraquezas
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
O estudo das forças e
das fraquezas pertence ao diagnóstico do ambiente interno da organização. São
fatores que podem ser controlados pelos gestores, ao contrário dos fatores externos
(oportunidades e ameaças) que ocorrem independentemente da vontade dos
gestores. Os dois próximos tópicos avaliam o ambiente externo da organização.
Estudo das Oportunidades
O estudo das
oportunidades está ligado aos eventos positivos que podem ocorrer no ambiente
externo e que podem trazer benefícios competitivos à organização. As
oportunidades estão ligadas a fatores como mudanças econômicas, governamentais, reguladoras, legislativas,
climáticas, demográficas etc. Alguns exemplos de oportunidades são:
• economia favorável.
• abertura de
mercados internacionais.
• redução de impostos
e subsídios governamentais.
• clima favorável.
• aumento da população
e do público-alvo da organização.
• aumento na demanda
dos produtos.
• mudanças favoráveis
nas necessidades e expectativas dos clientes.
Geralmente, as
oportunidades ocorrem para todo o segmento competitivo da organização; sendo
assim, todos são beneficiados em maior ou menor grau. O estudo das oportunidades
pela equipe estratégica também seguirá o mesmo padrão de trabalho do estudo das
forças e das fraquezas. A equipe estratégica precisa realizar uma reunião de
Brainstorming para analisar as oportunidades e deve responder aos seguintes
questionamentos:
1. quais sã o as
oportunidades que se apresentam no atual cenário em que a organização está
inserida?
2. qual o peso de
cada uma das oportunidades identificadas (0-10), considerando “0” para menor
intensidade e “10” para maior intensidade?
3. qual o peso de
cada uma das oportunidades (0-10) para cada um dos três principais concorrentes
atualmente (A, B, C)?
4. quais os fatores
críticos para aproveitar as oportunidades em maior grau que a concorrência?
5. quais as oportunidades
com maior peso relativo aos concorrentes? Quais os fatores críticos para
aproveitar essa realidade?
6. quais as vantagens
dos concorrentes referentes às oportunidades identificadas?
7. quais as
oportunidades da organização com menor peso relativo aos concorrentes? Quais os
fatores críticos para mudar essa realidade?
O Formulário 7 é
destinado à análise dos dados obtidos com a análise das oportunidades. O
principal objetivo dessa aná lise é encontrar os meios para transformas as
oportunidades em futuros pontos fortes. O Formulário 7 – Análise das
Oportunidades deve ser preenchido conforme mostra o Quadro 3.7.
FORMULÁRIO 7– ANÁLISE DAS OPORTUNIDADES
|
OPORTUNIDADES
|
EMPRESA PESO
(0-10)
|
CONCORRENTES
PESO (0-10)
|
A
|
B
|
C
|
|
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|
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|
|
Quadro 3.7: Formulário 7 – Análise das oportunidades Fonte: lucca, 2013. [Adaptado]
Após o preenchimento
do Formulário 7, a equipe estratégica terá uma visão quantitativa das
oportunidades disponíveis no ambiente externo à organização. Dessa forma,
poderá , além de identificar essas oportunidades, estabelecer as prioridades
para as ações de obtenção e transformação das oportunidades em forças para a
organização. As oportunidades também precisam ser correlacionadas aos fatores
críticos de sucesso para sua realização. Essa correlação proporcionará à equipe
estratégica uma utilidade imediata e prática do diagnóstico das oportunidades e
é indispensável ser feita com a participação ativa de todos os integrantes. O
Quadro 3.8 mostra o Formulário 8 destinado à correlação das oportunidades com
os fatores críticos de sucesso.
FORMULÁRIO 8 – FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO PARA
APROVEITAMENTO DAS OPORTUNIDADES
|
OPORTUNIDADES
PRIORITÁRIAS
|
OBJETIVO
MANTER/
IMPULSIONAR
|
FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO
|
|
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|
|
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|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro
3.8: Formulário 8 – Fatores críticos
para aproveitar as oportunidades Fonte:
lucca, 2013. [Adaptado]
Estudo
das Ameaças
O estudo das ameaças
do ambiente externo está ligado aos eventos negativos que podem atrasar o
alcance dos objetivos estratégicos e trazer prejuízos competitivos à
organização. As ameaças, da mesma forma que as oportunidades, estão ligadas a
fatores como mudanças econômicas, governamentais, reguladoras, legislativas,
climáticas, demográficas etc., quando ocorrerem sob o ponto de vista negativo
ao desempenho da organização. Alguns exemplos de ameaças podem ser vistos a
seguir.
• Economia desfavorável.
• Aumento da concorrência no segmento de atuação.
• Invasão de produtos oriundos de mercados
internacionais.
• Aumento de impostos e retirada de subsídios
governamentais.
• Clima desfavorável, catástrofes naturais etc.
• Redução da população e do público-alvo da
organização.
• Redução na demanda dos produtos.
• Mudanças desfavoráveis
nas necessidades e expectativas dos clientes.
Da mesma forma que
ocorre com as oportunidades, normalmente, as ameaças ocorrem para todo o segmento
competitivo da organização; sendo assim, todos são prejudicados, em maior ou
menor grau. A equipe estratégica precisa realizar uma reunião de Brainstorming
para analisar as ameaças e deve responder aos seguintes questionamentos:
1. quais sã o as
ameaças que se apresentam no atual cenário em que a organização está inserida?
2. qual o peso de
cada uma das ameaças identificadas (0-10), considerando “0” para menor
intensidade e “10” para maior intensidade?
3. qual o peso de
cada uma das ameaças (0-10) para cada um dos três principais concorrentes
atualmente (A, B, C)?
4. quais os fatores
críticos para neutralizar as ameaças em maior grau que a concorrência?
5. quais as ameaças
com maior peso relativo aos concorrentes? Quais os fatores críticos para mudar
essa realidade?
6. quais as vantagens
dos concorrentes referentes às ameaças identificadas?
7. quais as ameaças da organização com menor peso
relativo aos concorrentes? Quais os fatores críticos para explorar essa
realidade?
O Formulário 9 é destinado à análise dos dados obtidos
com a análise das ameaças. O principal objetivo dessa aná lise é encontrar os
meios para eliminar ou, pelo menos, minimizar os efeitos das ameaças do
ambiente externo.
É interessante um
ponto de vista alternativo que visualiza as ameaças que tenham um menor efeito
na organização do que na concorrência, tratando-as como se fossem
oportunidades, pois essa situação abre um prisma estratégico de novas
possibilidades de transformá-las em forças. Essa é uma forma muito útil de
aproveitar as condições do mercado, mesmo em tempos de crise. Organizações que
têm uma preocupação estratégica ou se utilizam da gestão estratégica balanceada
não devem ignorar as ameaças e, além disso, devem canalizar sua força
destruidora, para se beneficiar em relação aos demais competidores da arena de
negócios. O Formulário 9 – Análise das ameaças pretende auxiliar o estudo das
ameaças e deve ser preenchido conforme mostra o Quadro 3.9.
FORMULÁRIO 9 – ANÁLISE DAS
AMEAÇAS
|
AMEAÇAS
|
EMPRESA PESO (0-10)
|
CONCORRENTES
PESO (0-10)
|
A
|
B
|
C
|
|
|
|
|
|
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|
|
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|
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|
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|
|
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|
|
|
|
|
|
Quadro 3.9: Formulário 9 – Aná lise das ameaças
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Apó s o preenchimento
do Formulário 9, a equipe estratégica terá uma visão quantitativa das ameaças
disponíveis no ambiente externo à organização. Dessa forma, poderá , além de
identificar essas ameaças, estabelecer as prioridades para as ações de
neutralização ou transformação dessas ameaças em oportunidades à organização.
As ameaças também precisam ser correlacionadas aos fatores críticos de sucesso
para sua realização. O Quadro 3.10 mostra o formulário 10 destinado à
correlação das ameaças com os fatores críticos de sucesso.
FORMULÁRIO 9 – FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO PARA AS
AMEAÇAS DA ORGANIZAÇÃO
|
AMEAÇAS
PRIORITÁRIAS
|
OBJETIVO
NEUTRALIZAR/TRANSFORMAR
OPORTUNIDADES
|
FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro 3.10: Formulário 10 – Fatores críticos para minimizar as ameaças
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Após o estudo das
forças, das fraquezas, das oportunidades e das ameaças individualmente, a
equipe estratégica deverá se reunir para revisar todos os formulários
utilizados e verificar sua validade com a realização da missão, o alcance da
visão e o respeito aos valores organizacionais.
AS CINCO FORÇAS DE PORTER
Uma ferramenta muito
importante que vem complementar o diagnóstico da matriz SWOT é o diagnóstico
das cinco forças competitivas de Michael Porter, conforme apresentado na
Unidade I. Esse é um estudo realizado quase duas décadas depois da matriz SWOT,
especificamente em 1979.
Porter propôs um
modelo de diagnóstico estratégico em torno de cinco forças competitivas: a
rivalidade entre os concorrentes, o poder de barganha dos clientes, o poder de
barganha dos fornecedores, a ameaça de novos entrantes e a ameaça de produtos substitutos.
Essa ferramenta possibilita a compreensão do posicionamento estratégico da
organização em relação às principais forças que regem o mercado e é indispensável
para o sucesso do projeto de gestão estratégica balanceada.
A Primeira F orça – A Concorrência
A rivalidade entre os
concorrentes é uma força que impacta diretamente nas decisões estratégicas e
competitivas das organizações. Segundo Sun Tzu (1998), se o general conhecer
seu exército muito bem e também conhecer o seu inimigo, terá 100% de chances de
vencer a guerra; se o general conhecer seu exército muito bem, mas não conhecer
o seu inimigo, terá 50% de chances; agora, se não conhecer nem a si nem ao
inimigo, poderá ser derrotado. Com essa afirmação milenar, fica claro que um
estudo da concorrência é necessário para o sucesso estratégico da organização.
O Formulário 11, ilustrado pelo Quadro 3.11, auxilia a visualização das
informações quantitativas do impacto da concorrência sobre o desempenho da
organização.
FORMULÁ RIO 11 – ANÁ LISE DA
CONCORRÊNCIA
|
CONCORRENTES
|
DIFERENCIAIS
COMPETITIVOS PESO (0-10)
|
PRE
|
PRO
|
DIS
|
PUB
|
INO
|
PAR
|
LUC
|
Minha
organização
|
|
|
|
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|
Concorrente A
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Concorrente B
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Concorrente C
|
|
|
|
|
|
|
|
Concorrente D
|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro 3.11: Formulário 11 – Aná lise da concorrência
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado].
O Formulário 11 é
composto por oito colunas e quantas linhas forem necessárias para relacionar os
principais concorrentes. É interessante que a primeira linha seja destinada à organização
em estudo, pois ela precisa entrar nos mesmos critérios de comparação que os
outros competidores. A primeira coluna é para identificar os principais
concorrentes pelo nome. A segunda coluna é para quantificar o peso (0-10) da
atuação do concorrente referente ao preço. A terceira coluna, para identificar
o peso do concorrente referente a sua qualidade de produto. A quarta coluna é
referente ao peso do ponto de distribuição. A quinta coluna diz respeito ao
peso do concorrente pela publicidade que pratica. A sexta coluna é relativa ao
peso pela inovação. A sétima coluna refere-se ao peso pela participação no mercado.
Por fim, a oitava coluna é referente ao peso pela lucratividade da organização.
Esse formulário é
excelente para o conhecimento da concorrência e pode auxiliar no entendimento
de quais variáveis o
segmento que a organização está inserida valoriza. Por exemplo: será possível
verificar se as empresas que têm maior participação no mercado também sã as que
têm maior lucratividade. É possível identificar, ainda, se esse segmento
valoriza mais o preço do que a qualidade do produto, ou se a inovação é um
fator decisivo para a competitividade. Em outras palavras, ao se identificar os
lí deres do mercado em participação e lucratividade, é possível identificar
qual nível de influência tem as variáveis preço, produto, ponto de distribuição,
publicidade e inovação sobre a liderança ou o bom desempenho no segmento. O próximo
passo será redigir os fatores críticos de sucesso para melhorar o desempenho
das variáveis que têm alto nível de influência no desempenho competitivo da
organização.
Para o registro
eficaz dos trabalhos da equipe estratégica, será necessário, também, um formulário
para o desdobramento dos fatores críticos de sucesso das variáveis
mercadológicas. Mesmo que em um segmento específico, somente uma ou duas variáveis
têm forte influência, por isso é recomendado o estudo dos fatores críticos de
todas as variáveis, pois a dinâmica dos mercados tem sido muito veloz e, caso
haja mudança no perfil do segmento, a organização já terá uma ideia dos fatores
críticos para cada uma das variáveis mercadológicas. O Quadro 3.12 mostra o
Formulário 12.
FORMULÁRIO 12 – FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO DAS VARIÁVEIS
MERCADOLÓGICAS
|
VARIÁVEIS
|
FATORES CRÍTICOS
DE SUCESSO
|
PREÇO
|
|
PRODUTO
|
|
PONTO DE
DISTRIBUIÇÃO
|
|
PUBLICIDADE
|
|
INOVAÇÃO
|
|
Quadro 3.12: Formulário 12 – Fatores críticos das variáveis mercadológicas
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
A Segunda Força – Os Clientes
O poder de barganha
dos clientes é a segunda força, identificada por Porter como sendo de alto
impacto na estabilidade competitiva das organizações. A análise dos clientes
pela equipe estratégica requer uma técnica muito difundida na literatura sobre
marketing: a segmentação de clientes. Para estudar os clientes da organização,
a equipe estratégica deverá estabelecer uma reunião específica para tratar do
assunto, utilizando, se possível, a participação de pessoas-chave da área
comercial. O Formulário 13, ilustrado no Quadro 3.13, facilita a visualização
das informações quantitativas do segmento de clientes e as variáveis mercadológicas.
FORMULÁRIO 13 – ANÁLISE DOS
CLIENTES
|
SEGMENTO DE
CLIENTES
|
VARIÁ VEIS
MERCADOLÓGICAS PESO (0-10)
|
PRE
|
PRO
|
DIS
|
PUB
|
INO
|
LUC
|
Segmento 1
|
|
|
|
|
|
|
Segmento 2
|
|
|
|
|
|
|
Segmento 3
|
|
|
|
|
|
|
Segmento 4
|
|
|
|
|
|
|
Segmento 5
|
|
|
|
|
|
|
Quadro 3.13: Formulário 13 – Análise dos clientes
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
O Formulário 13 é
composto por sete colunas e quantas linhas forem necessárias para relacionar os
principais segmentos de clientes. A primeira coluna é para identificar o
segmento pelo nome. A segunda coluna é para quantificar o peso (0-10) do
interesse do cliente pelo preço. A terceira coluna, para identificar o peso do interesse
do cliente pela qualidade do produto. A quarta coluna diz respeito ao peso do
ponto de distribuição. A quinta coluna refere-se ao peso do interesse do cliente
pela publicidade. A sexta coluna é relativa ao peso pela inovação. A sétima e última
coluna é referente ao peso pela lucratividade que o cliente proporciona para a
organização.
Esse formulário
possibilita um conhecimento importante sobre os clientes e pode auxiliar no
entendimento de quais variáveis os segmentos de clientes valorizam. Por
exemplo: será possível verificar quais variáveis mercadológicas os clientes
mais lucrativos valorizam e, com base nisso, criar planos de melhoria desses
aspectos. Com essa ferramenta, será possível, inclusive, deixar de atender
determinados segmentos de clientes que não contribuam para o alcance da visã o
estratégica da organização.
Após o preenchimento
do Formulário 13, a equipe estratégica deverá imediatamente estabelecer os
fatores críticos de sucesso para impulsionar o poder de negociação com os clientes.
Da mesma forma em que na análise da concorrência, haverá um formulário específico
para o desdobramento dos fatores críticos de sucesso, segundo as variáveis que
impactam na atratividade e no poder de negociação dos clientes. O Quadro 3.14
mostra o Formulário 14.
FORMULÁ RIO 14 – FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO DOS SEGMENTOS DE CLIENTES
|
SEGMENTOS DE
CLIENTES
|
ORES CRÍTICOS
DE SUCESSO
|
Segmento 1
|
|
Segmento 2
|
|
Segmento 3
|
|
Quadro 3.14: Formulário 14 – Fatores críticos dos segmentos de clientes
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
A Terceira Força – Os Fornecedores
O poder de barganha
dos fornecedores é a terceira força, identificada por Porter também como
influenciadora na estabilidade dos segmentos competitivos. Para estudar os
fornecedores da organização, a equipe estratégica deverá estabelecer uma
reunião específica para tratar do assunto, utilizando, se possível, a
participação de pessoas-chave da área de compras, além do representante da área
de operações que já deve fazer parte da equipe multifuncional. O Formulário 15,
ilustrado pelo Quadro 3.15, permite a visualização da avaliação dos
fornecedores pela organização.
FORMULÁRIO 15 – ANÁLISE DOS FORNECEDORES
|
FORNECEDORES
|
VARIÁ VEIS DE
AVALIAÇÃO DOS FORNECEDORES PESO (0-10)
|
PRE
|
QUA
|
DIS
|
COM
|
CUS BEN
|
VOL COM
|
Fornecedor 1
|
|
|
|
|
|
|
Fornecedor 2
|
|
|
|
|
|
|
Fornecedor 3
|
|
|
|
|
|
|
Fornecedor 4
|
|
|
|
|
|
|
Fornecedor 5
|
|
|
|
|
|
|
Quadro 3.15: Formulário 15 – Análise dos Fornecedores
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado].
O Formulário 15 é
composto por sete colunas e quantas linhas forem necessárias para relacionar os
principais fornecedores. A primeira coluna é para identificar o fornecedor pelo
nome. A segunda coluna é para quantificar o peso (0-10) do desempenho do
fornecedor pelo preço. A terceira coluna, para identificar o peso do desempenho
do fornecedor pela qualidade do produto. A quarta coluna refere-se ao peso do
desempenho do fornecedor pelo seu ponto de distribuição. A quinta coluna diz
respeito ao peso do desempenho do fornecedor pela confiabilidade (entregas no
prazo). A sexta coluna é relativa ao peso pela inovação. A sétima coluna é
referente ao peso pelo custo-benefício de negociar com esse fornecedor. Por
fim, a oitava coluna refere-se ao peso pelo volume de compras da organização
para com esse fornecedor.
Esse formulário
proporciona um conhecimento importante sobre os fornecedores e pode auxiliar na
avaliação de viabilidade de negociação com determinadas empresas. Por exemplo:
será possível substituir fornecedores com baixo desempenho nas variáveis
estratégicas para a organização.
Após o preenchimento
do Formulário 15, a equipe estratégica deverá imediatamente estabelecer os
fatores críticos de sucesso para impulsionar o poder de negociação com os
fornecedores. O Quadro 3.16 mostra o Formulário 16.
FORMULÁ RIO 16 – FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO DA NEGOCIAÇÃO COM
FORNECEDORES
|
FORNECEDORES
|
FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO
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Fornecedor 1
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Fornecedor 2
|
|
Fornecedor 3
|
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Fornecedor 4
|
|
Fornecedor 5
|
|
Quadro 3.16: Formulário 16 – Fatores críticos da negociação com fornecedores
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
A Quarta Força – A Ameaça de Novos Entrantes
A ameaça de novos
competidores, segundo Porter, é também uma força influenciadora no ambiente
competitivo das organizações e um fator preocupante, principalmente pela falta
de atenção devida por parte dos gestores. Alguns alegam falta de tempo para
esse tipo de análise; outros alegam desconhecimento. A ameaça de um novo
concorrente depende da “imunidade” da arena de negócios, ou seja, da
intensidade de barreiras para a entrada de novos concorrentes e da reação das
empresas já existentes. Se as barreiras são altas, podemos dizer que a
imunidade é alta, e o novo concorrente terá dificuldade de se manter nesse ambiente
até adquirir estabilidade; se a imunidade é baixa, porém, o novo entrante
poderá se aproveitar das lacunas deixadas pelos concorrentes atuais e adquirir
força competitiva. O Formulário 17 permite o diagnóstico das barreiras de novos
entrantes, conforme mostra o Quadro 3.17.
FORMULÁ RIO 17 – DIAGNÓSTICO
DAS BARREIRAS PARA NOVOS ENTRANTES
|
FORNECEDORES
|
AVALIAÇÃO
(0-10)
|
EMP.
|
A
|
B
|
C
|
Atendimento
das necessidades e
expectativas
do mercado
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|
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|
|
Volume
comercializado
|
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|
Know how e tecnologia utilizada
|
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|
Montante de
capital necessário
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Impacto das
barreiras regulatórias
|
|
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|
|
O custo de
troca de um fornecedor
pelo outro
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|
|
Quadro 3.17: Formulário 17 – Diagnóstico das barreiras de novos entrantes
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
O Formulário 17
possibilita uma avaliação multidimensional das barreiras de novos entrantes, permitindo
avaliar, com uma nota de 0 a 10, o impacto desses fatores na empresa e em seus
concorrentes principais (A, B, C). O próximo passo é avaliar os fatores
críticos de sucesso para intensificar cada uma das barreiras. O Formulário 18,
ilustrado no Quadro 3.18, permite a execução desse procedimento.
FORMULÁ RIO 18 – FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO DAS BARREIRAS DE NOVOS
ENTRANTES
|
FORNECEDORES
|
FATORES
CRÍTICOS DE SUCESSO
|
Atendimento
das necessidades e
expectativas
do mercado
|
|
|
|
|
Volume
comercializado
|
|
|
|
|
Know how e tecnologia utilizada
|
|
|
|
|
Montante de
capital necessário
|
|
|
|
|
Impacto das
barreiras regulatórias
|
|
|
|
|
Outros fatores
|
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|
|
Quadro 3.18: Formulário 18 – Fatores críticos das barreiras de novos entrantes
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
A Quinta Força – A Ameaça de Produtos
Substitutos
Em geral, os
competidores de um determinado segmento tendem a se preocupar com seus produtos
diretamente concorrentes, que, geralmente, têm tecnologias, custos e diferenciais
de qualidade similares. Existe, porém, uma outra forte ameaça, segundo Porter:
a ameaça de produtos substitutos. Produtos substitutos são bens ou serviços desenvolvidos
com tecnologias diferentes, que, comumente, apresentam custos e diferenciais de
qualidade diferentes dos produtos tradicionalmente utilizados e podem substituir
o uso desses.
Imagine uma pessoa
caminhando pela rua em um dia de sol escaldante; ao se deparar com uma
lanchonete, ela procura um produto para matar a sede e se refrescar. Existem vários
produtos diferentes que podem atender a essa necessidade do cliente: uma
garrafa de água mineral, um suco de frutas, um refrigerante etc. Esses produtos
têm diferenças significativas de qualidade, preço e tecnologia e podem
substituir uns aos outros. O fato é que produtos substitutos limitam o
potencial de retorno de um mercado, porque estabelecem um teto nos preços do
mercado. Caso o bem ou o serviço substituto consiga mostrar um ganho na relação
custo-benefício, quando comparado aos atuais produtos, essa ameaça é ainda mais
impactante. O Formulário 19 possibilita a identificação dos produtos
substitutos, de acordo com o Quadro 3.19.
FORMULÁ
RIO 19 – RELAÇÃO DE PRODUTOS SUBSTITUTOS
|
PRODUTOS
|
PRODUTOS SUBSTITUTOS
|
Produto A
|
|
|
|
Produto B
|
|
|
|
Produto C
|
|
|
|
Quadro 3.19: Formulário 19 – relação de produtos substitutos
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Ao chegar nesse
ponto, que é a finalização do diagnóstico, a equipe estratégica terá realizado
uma reflexão muito importante sobre os aspectos competitivos da organização, e
muitas ideias já brotaram nas mentes dos gestores. Os formulários propostos,
caso preenchidos com seriedade e fidedignidade, têm essas ideias de melhoria e
competição registradas, e o próximo passo será priorizá-las e transformá-las em
ações concretas.
O PROCESSO DE DIREÇÃO ESTRATÉGICA
Após muito estudo
organizacional, chegou a hora de a equipe estratégica transformar as ideias em
ações concretas de competitividade e melhoria de desempenho. As etapas de
orientação e diagnóstico estratégico, discutidas na seção anterior, são
necessárias para criar as bases de conhecimentos para o desdobramento da
direção estratégica. Essa etapa tem enfoque no ciclo de objetivos e metas, que
é embasado pelas diretrizes já diagnosticadas. Nesse ciclo, a periodicidade
sugerida é semestral, e o processo de materialização de ideias é muito prático.
O Quadro 3.20 ilustra o desdobramento dos objetivos e das metas pelo processo
de direção estratégica.
Quadro 3.20: O Processo de
Direção Estratégica
Fonte: Lucca, 2013. [Adaptado]
No Quadro 3.20,
observa-se que a formação de uma visão estratégica é pautada na missão e nos
valores da organização. Tendo-se uma visão estratégica clara, é necessário diagnosticar
as variáveis estratégicas que impactam na competitividade e no ambiente da
organização. Ao realizar esse diagnóstico, registram-se os fatores críticos de
sucesso para cada uma dessas variáveis: forças, fraquezas, oportunidades;
ameaças; poder de barganha dos clientes; poder de barganha dos fornecedores;
potencial competitivo dos concorrentes; barreiras para novos entrantes; ameaças
de produtos substitutos; dimensões da qualidade dos bens; dimensões da
qualidade dos serviços prestados; crescimento e participação do mercado dos
produtos. O entendimento claro da visão estratégica organizacional somado ao
conhecimento dos fatores críticos de sucesso obtidos
pelo diagnóstico das
variáveis permitirão à equipe estratégica mapear os objetivos, os indicadores e
as metas necessários ao alcance dessa visão.
É importante saber
que um objetivo deve iniciar sempre com um verbo para denotar uma ação e, mesmo
que esse termo pareça redundante, um objetivo deve: ser conciso, ser factível,
ser realizável no prazo esperado, ter um indicador ou vários indicadores
associados e ter metas associadas aos indicadores e a esse objetivo. Para que a
direção estratégica ocorra de forma balanceada, é necessário o desdobramento
dos objetivos de acordo com as áreas estratégicas funcionais: finanças,
marketing, operações e pessoas. O Formulário 20 permite o desdobramento dos
objetivos e das metas, bem como
a associação dos indicadores de desempenho necessários
ao acompanhamento, conforme ilustra o Quadro 3.21.
FORMULÁRIO 20 – OBJETIVOS E
METAS
|
OBJETIVO:
________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
|
Indicadores de
Acompanhamento
|
Indicador
|
Periodicidade
|
Unidade
de Medida
|
Objetivo
(aumentar
ou reduzir)
|
Meta
|
Valor
Mínimo ou
Máximo de
Aceitação
|
Responsável
pela Medição
|
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|
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|
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Quadro 3.21: Formulário 20 – Objetivos e metas Estratégicas
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
Para elucidar melhor
o desdobramento dos objetivos e das metas, criaremos um exemplo de objetivo
relativo ao aumento do volume de receitas. O Quadro 3.22 mostra um exemplo tomando
por base o Formulário 20.
EXEMPLO: FORMULÁ RIO 20 –
OBJETIVOS E METAS FINANCEIRAS
|
OBJETIVO:
Aumentar a
receita do produto “A” na região sul do país em 30%.
|
Indicadores de
Acompanhamento
|
Indicador
|
Periodicidade
|
Unidade
de Medida
|
Objetivo
(aumentar
ou reduzir)
|
Meta
|
Valor
Mínimo ou
Máximo de
Aceitação
|
Responsável
pela Medição
|
Variação do
Faturamento
|
Mensal
|
%
|
Aumentar
|
30%
|
10%
|
Supervisor
de
Faturamento
|
Índice de
Inadimplência
|
Semanal
|
%
|
Diminuir
|
0%
|
10%
|
Supervisor
de Crédito
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro
3.22: Exemplo de Objetivo e meta
Financeira
Fonte:
lucca, 2013. [Adaptado]
No exemplo apresentado, o objetivo é aumentar a
receita do produto “A” na região sul do país em 30%. A realização desse
objetivo está associada a dois fatores: aumentar o faturamento do produto e
reduzir sua inadimplência. Para acompanhar o alcance dessa meta, serão
necessários dois indicadores:
• a variação do faturamento mensal: esse indicador
terá como meta chegar a 30%; o objetivo é aumentar, e o valor mínimo aceitável
é 10%. O responsável pela medição será o supervisor de faturamento da empresa.
• o índice de inadimplência: esse indicador terá
como meta chegar a 0% de inadimplência; o objetivo é reduzir, e o valor máximo
aceitável é 10%. O responsável pela medição será o supervisor de crédito e
cobrança da empresa.
O
PROCESSO DE MEDIÇÃO ESTRATÉGICA
Há muito tempo se
ouve que não se pode gerenciar algo de que não se tenha controle, e o controle
depende da medição de desempenho. De certa forma, a medição de desempenho já
iniciou no momento da definição dos indicadores de desempenho e de suas
características: unidades de medida, periodicidade, metas, valores máximos e
mínimos, responsáveis etc. O processo de medição depende completamente do
Formulário 20, que estabelece os objetivos e as metas e, também, os respectivos
indicadores de desempenho. Portanto, cada indicador de desempenho deverá ser
medido sob a responsabilidade do colaborador designado na fase anterior. Para
facilitar o processo de medição, segue o Formulário 21, que deverá ser
utilizado para cada um dos indicadores estabelecidos, de acordo com o Quadro
3.23.
FORMULÁ RIO 21 – MEDIÇÃO DE DESEMPENHO
|
Nome do Indicador:
|
|
Periodicidade:
|
|
Unidade de Medida:
|
|
Objetivo:
|
|
Meta:
|
|
Valor Aceitável:
|
|
Responsável:
|
|
Dados da Medição
|
|
Período ou Data e
Hora da Medição
|
Origem / Forma de
Coleta dos Dados
|
Valor Medido
|
Observações /
Ocorrências
|
|
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|
|
|
|
|
|
|
|
Quadro 3.23: Formulário 21 – medição de Desempenho
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
O formulário de
medição de desempenho é um tanto simples, pois os dados dos indicadores de
desempenho estabelecidos no Formulário 20 devem ser transcritos: nome do
indicador, periodicidade da medição, unidade de medida, objetivo
(aumentar/reduzir), meta, valor aceitável e responsável pela medição. Em
seguida, proceder a medição preenchendo as colunas: período ou data e hora da
medição, origem ou forma de coleta dos dados, valor medido e observações ou
ocorrências, se existirem. O próximo passo será elaborar um gráfico de
tendências, para acompanhar a evolução do indicador e verificar visualmente sua
proximidade da meta e do valor aceitável. O Quadro 3.24 ilustra um exemplo de
medição com o indicador “índice de inadimplência”:
Quadro 3.24: Exemplo de medição de Desempenho
Fonte: lucca, 2013. [Adaptado]
O apoio da área de
tecnologia da informação é muito importante nessa etapa do processo de gestão
estratégica, pois a origem dos dados dos indicadores poderá ser o próprio banco
de dados operacional da empresa e, nesse caso, a medição será praticamente automática,
no momento em que o colaborador alimenta os dados operacionais diariamente. A
criação de painéis de desempenho que contenham os indicadores com os
respectivos gráficos de tendência poderá ser feita por um profissional de TI da
empresa, ou com a utilização de planilhas eletrônicas e ter acesso exclusivo da
equipe estratégica multifuncional.
AS AÇÕES ESTRATÉGICAS
Após a definição de
objetivos e metas para as áreas estratégicas da organização, bem como a criação
dos indicadores de desempenho para o acompanhamento desses direcionamentos, essa
etapa é muito importante, pois é a materialização da estratégia. A definição
apenas dos objetivos e das metas não é suficiente, é necessário colocá-los em prática,
reunindo esses objetivos em um plano de ação bem especificado. A ferramenta 5W2H
(What, Why, Where, When, Who, How e How Much) é muito utilizada para
realizar planos de ação e será utilizada nesse modelo de gestão estratégica
pela equipe de trabalho para formalizar a realização dos objetivos propostos. O
modelo de plano de ação é ilustrado no Quadro 3.25, por meio do Formulário 22.
FORMULÁRIO 22 – PLANO DE AÇÃO 5W2H
|
WHAT
|
WHY
|
WHERE
|
WHEN
|
WHO
|
HOW
|
H O W
MUCH
|
Objetivos
|
Por que?
|
Local de
Aplicação
|
Previsão
|
Respons.
|
Ações
|
C u s t o
Estimado
|
|
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|
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|
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|
|
|
|
|
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|
|
|
|
Quadro 3.25: Formulário 22 – Plano de Ação 5W2H
Fonte: lucca,
2013. [Adaptado]
No Formulário 22, é
possível visualizar sete colunas, respectivamente:
• What
(objetivos): essa coluna apresenta todos os objetivos mapeados pelos Formulários
28, 29, 30 e 31; cada um dos objetivos terá uma linha correspondente no plano
de ação. Em síntese, essa coluna deverá dizer o que precisa ser feito.
• Why (por
que?): essa coluna apresenta a justificativa do objetivo apresentado na coluna
anterior e deverá responder por que o objetivo é importante.
• Where
(local de aplicação): essa coluna informa o local de aplicação do objetivo, por
exemplo, no departamento de vendas, na filial da região sul, na equipe de desenvolvimento
de sistemas etc.
• When
(previsão): essa coluna atribui um prazo para realização do objetivo proposto na
primeira coluna.
• Who
(responsável): essa coluna atribui um ou mais responsáveis pela execução do
objetivo proposto na primeira coluna.
• How
(ações): essa coluna inclui o detalhamento do processo para atingir o objetivo predefinido,
ou seja, as atividades necessárias para realizar o objetivo.
• How Much (custo
estimado): nessa coluna, atribui-se o valor estimado a ser gasto na realização
do objetivo.
O preenchimento do
Formulário 22 depende completamente dos objetivos e das metas do Formulário 20,
sejam da área financeira, mercadológica, operacional ou de pessoas.
Nesse ponto, a equipe
estratégica formalizará as ações necessárias para o alcance dos objetivos
estabelecidos e, consequentemente, dará um passo em direção à visão estratégica
estabelecida.
Esta unidade teve um
caráter completamente prático e permitiu visualizar a aplicação dos conceitos
aprendidos nas duas primeiras unidades. A utilização de formulários para conduzir
o projeto de gestão estratégica torna o processo intuitivo e organizado,
conduzindo a uma reflexão profunda sobre o exercício da atividade empresarial.
É óbvio que promover a gestão estratégica em uma organização terá custos
diretos associados, o primeiro deles é a mão de obra envolvida. O tempo de
dedicação da equipe gerencial ao projeto é um fator determinante do sucesso e
têm um custo de hora-homem gerencial representativo. Mas não será possível
estabelecer um valor exato para a implantação de um projeto de gestão
estratégica, pois cada organização tem suas peculiaridades, custos e benefícios
diferenciados. O que se pode afirmar, com toda a certeza, é que existe uma viabilidade
econômica e financeira em que os benefícios superam de longe os custos. No mínimo,
os seguintes benefícios serão obtidos:
• orientação
estratégica para o alinhamento das operações diárias, individualizadas e
corporativas, a visão da organização, garantindo que todos direcionem seus esforços
para o mesmo alvo.
• clarificação das
informações, traduzindo as metas individuais e coletivas em termos
práticos, para que as
pessoas entendam sua contribuição no alcance da visão macro.
• maior comprometimento
das pessoas para que as metas da organização sejam alcançadas.
• facilidade na
avaliação do desempenho dos processos e das pessoas com a possibilidade de ação
imediata.
• identificação e
valorização dos colaboradores comprometidos que se destacam com bons índices de
desempenho.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre
o assunto tratado, assista ao filme “A Fuga das Galinhas” (2000), que trabalha
a questão da orientação estratégica (missão, visão e valores) e, também, o diagnóstico
das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças.
REFLITA
A Gestão Estratégica na Prática Reflita acerca
das principais dificuldades encontradas durante o processo de gestão
estratégica, por meio das lições aprendidas com a aplicação dos formulários da
gestão estratégica balanceada.
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do Livro:
Planejamento Estratégico - Conceitos, Metodologia e Práticas
Editora: Atlas
Autor: Djalma Pinho
Rebouças de Oliveira
ISBN: 8597000708
Segundo o autor da
obra, a decisão de escrever esse livro fundamentou-se na escassez de material
didático, principalmente em língua portuguesa, referente ao assunto, bem como
na necessidade de apresentar uma metodologia com o nível de detalhes que proporcione
ao executivo uma visão mais explícita do que, efetivamente, representa esse importante
instrumento de administração que é o planejamento estratégico. A metodologia apresentada
foi consolidada pelo autor como resultado de aplicações bem-sucedidas em várias
empresas. Essa metodologia estruturada, interligando os aspectos estratégicos, táticos
e operacionais da empresa, mostra que o planejamento estratégico é algo prático
que auxilia fortemente o executivo em seu processo decisório, bem como
contribui diretamente para a alavancagem dos resultados da empresa.
CONCLUSÃO
Esta obra contribuiu
com um arcabouço teórico e prático a respeito do planejamento estratégico e de
sua evolução até os modelos de gestão estratégica. A competitividade é cada dia
mais acirrada na arena de negócios, e isso faz com que o pensamento estratégico
nas organizações seja sistematizado e otimizado, ao ponto de se tornar um
exercício diário. Estratégia deve ser praticada todos os dias, e não a cada
cinco anos após a confecção de um plano rígido e inflexível. Além disso, os
níveis operacionais e funcionais devem estar muito próximos aos tomadores de
decisões, para que o aproveitamento dos conhecimentos do front de batalha faça
a diferença no ambiente competitivo.
Um fator
importantíssimo para o sucesso de um projeto de gestão estratégica é o comprometimento
de todos e, principalmente, da alta direção, pois, sem esse comprometimento, a
gestão estratégica ou o planejamento estratégico contemporâneo não passará de
ideias soltas e sem ações associadas. Uma pesquisa realizada pela revista
Fortune, em 1999, mostrou que 90% das estratégias formuladas não são
implementadas com sucesso. Dentre as principais razões encontradas, quatro
foram muito bem diagnosticadas:
• falta de orientação
estratégica: a pesquisa revelou que somente 5% das pessoas que compõem o nível
operacional compreendem a estratégia.
• falta de objetivos
e metas: a pesquisa também identificou que apenas cerca de 25% dos executivos
têm incentivos vinculados ao alcance da estratégia.
• descrédito da alta
administração: muitas empresas não valorizam os estudos estratégicos, por não
conseguirem visualizar seus benefícios, com isso, 60% das empresas não vinculam
recursos financeiros à estratégia.
• foco no
operacional: um dado interessante revelado também pela pesquisa é que cerca de
85% dos gestores gastam menos de uma hora no mês discutindo o futuro da
organização.
Portanto, para que os
conhecimentos aqui discutidos tenham um reflexo positivo nas organizações,
é necessário um
comprometimento incondicional da alta direção, da equipe de trabalho
estratégica e dos demais colaboradores da organização. Muita disciplina é necessária
para o cumprimento das etapas do processo de gestão estratégica de forma alinhada
à realidade organizacional. A persistência será um fator crítico de sucesso ao longo
do projeto de gestão estratégica, além do respeito, da tolerância e da
solidariedade às dificuldades enfrentadas ao longo do caminho
Atividade
1 - A primeira versão
do BSC, como sistema de medição de desempenho, incorpora o conceito de
estratégia e visão explícita, formando a base das quatro perspectivas, sendo
que, para cada uma delas, devem-se formular:
Escolha uma:
a. Objetivos financeiros, indicadores de desempenho, avaliações
específicas e planos de ação
b. Objetivos financeiros, indicadores de desempenho, metas específicas
e planos de ação
c. Objetivos estratégicos, indicadores de desempenho, metas
específicas e planos de ação. C
d. Objetivos estratégicos, indicadores de recompensas, metas
específicas e planos de ação
e. Objetivos estratégicos, indicadores de desempenho, metas
específicas e resultados
2 - É um conceito militar que remete à realização de um conjunto de
objetivos e metas determinado por oficiais aos níveis mais operacionais do
exército. No contexto empresarial deve inspirar os colaboradores da organização,
de modo a obter o máximo comprometimento dos seus esforços e a manter o
empreendimento competitivo. Contudo podemos definir que é a razão de existir do
empreendimento e deve balizar o desenvolvimento das atividades empresariais no
ambiente competitivo, inspirando as pessoas a cumprirem os objetivos
determinados com comprometimento e respeito aos valores organizacionais.
O enunciado está se referindo a:
Escolha uma:
a. Missão empresarial. C
b. Plano empresarial.
c. Visão empresarial.
d. Modelo empresarial.
e. Valores empresariais.
3 - No âmbito empresarial, as diretrizes estratégicas devem refletir a
razão de existir do empreendimento, seu objetivo macro de longo prazo e os
padrões de comportamento ético e moral compartilhados com os participantes da
organização.
Portanto, as diretrizes estratégicas essenciais é a declaração formal:
Escolha uma:
a. Do planejamento a curto, médio e longo prazo
b. Do quadro societário
c. Do contrato social
d. Da missão, visão e valores, C
e. Do manual de boas práticas
4 - Tratada como
perspectiva dos processos internos no BSC defende a ideia de que os executivos
devem identificar os processos internos críticos, nos quais a empresa deve
alcançar a excelência, de forma a atender os objetivos dos clientes e dos acionistas
e mantenedores.
O enunciado se refere
à:
Escolha uma:
a. Estratégia Financeira
b. Estratégia Mercadológica
c. Estratégia Pessoal
d. Estratégia Operacional C
e. Nenhuma das alternativas
5 - A terminologia
“Gestão” ou “Administração” tem um sentido mais amplo e, quando aplicada ao
pensamento estratégico, influencia a forma de se lidar com o conteúdo e o
processo de implantação da estratégia na empresa. Portanto, não se propõe
abandonar o “Planejamento” da organização, mas sim inseri-lo em um conceito
mais efetivo das práticas estratégicas atuais: a Administração ou a Gestão
Estratégica.
A Gestão Estratégica
é muito mais dinâmica sendo um processo cíclico que implica em
Escolha uma:
a. Planejar Organizar, Executar e Administrar
b. Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar C
c. Planejar, Dividir, Executar e Análisar
d. Nenhuma das alternativas
e. Organizar, Verificar, Executar e Controlar
6 - A criação da
declaração da missão pode ser apoiada por técnicas como brainstorming, mapas
mentais, diagramas de afinidades, dentre outas. Uma boa forma de criar uma
declaração de missão consistente e representativa é utilizar:
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. Os 5W2H - What, Why, Where,
When, Who, How e How Much C
c. O Canvas
d. O PDCA
e. A SWOT
7 - Tratada como
perspectiva do aprendizado e crescimento no BSC tem por objetivo conservar as
competências e as capacidades da organização e garantir a sua renovação ao
longo do tempo. Nessa perspectiva, a empresa deve, além de considerar as ações
necessárias para manter e desenvolver o know how necessário para a produção
focada nas necessidades e expectativas dos clientes, desenvolver as
competências necessárias para garantir a efetividade dos processos críticos que
criam valor para os clientes.
O enunciado se refere
à:
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. Estratégia Financeira
c. Estratégia de Pessoas C
d. Estratégia Mercadológica
e. Estratégia Operacional
8 - Enquanto os
objetivos e as metas da perspectiva financeira são dirigidos à criação de valor
para os acionistas e mantenedores, a outra estratégia (tratada como perspectiva
dos clientes no BSC enfatiza a satisfação das necessidades e das expectativas
dos clientes.
Estamos falando da
estratégia:
Escolha uma:
a. Estratégia Funcional
b. Estratégia Sistêmica
c. Nenhuma das alternativas
d. Estratégia Mercadológica C
e. Estratégia Organizacional
9 - Igor Ansoff desenvolveu uma matriz que é utilizada até hoje para o
planejamento estratégico, como resultado da mesma têm-se quatro quadrantes:
penetração de mercados, desenvolvimento de produtos, desenvolvimento de
mercados e diversificação.
As variáveis analisadas nessa matriz são:
Escolha uma:
a. Mercados e produtos C
b. Produtos e clientes.
c. Mercados e clientes.
d. Clientes e organização.
e. Inovação e clientes.
10 - Um questionário
para conduzir o processo de criação da visão estratégica foi desenvolvido por
um renomado consultor e professor universitário americano Warren Bennis (1996).
Sua grande contribuição acadêmica repousa na área de liderança e suas pesquisas
o levou à criação de um modelo que deve ser aplicado aos colaboradores ligados
à área estratégica da organização individualmente. Deve-se pedir que os
gestores das áreas estratégicas respondam às perguntas sozinhos, o mais
sinceramente possível, e não as discutam com ninguém.
Estamos falando o
Modelo:
Escolha uma:
a. De excelência em gestão
b. SIQ C
c. Internacional de planejamento
d. Nenhuma das alternativas
e. 5W2H
1 - Existem muitas
definições, mas criamos uma definição que se adapta aos objetivos desta
obra: é o estabelecimento de uma situação futura desejada, representada por uma
declaração que se assemelha a um macro-objetivo.
O enunciado está se
referindo a:
Escolha uma:
a. Valores.
b. Nenhuma das alternativas.
c. Geração de valor.
d. Visão Estratégica. C
e. Missão Estratégica.
2 - O conteúdo
estratégico diz respeito ao objeto de análise, as quais variáveis devem ser
controladas pelos gestores, a fim de levarem suas organizações para uma situação
futura desejada. Muitas contribuições surgiram em relação a essa preocupação e
umas delas foi desenvolvida pelo engenheiro químico e consultor empresarial
Albert Humphrey.
Essa técnica é
conhecida como:
Escolha uma:
a. Canvas
b. Nenhuma das alternativas
c. Análise SWOT (Strenghts,
Weaknesses, Opportunities and Threats) C
d. Matriz de habilidades
e. 5H2H
3 - A matriz SWOT
está distribuída em duas dimensões quanto ao alcance dos objetivos: favorável
(forças e oportunidades) e prejudicial (fraquezas e ameaças).
Em relação ao
ambiente empresarial, essa matriz está classificada em:
Escolha uma:
a. Ambiente interno (fraquezas e ameaças) e ambiente externo (forças e
oportunidades)
b. Ambiente interno (oportunidades e ameaças) e ambiente externo (forças e
fraquezas)
c. Nenhuma das alternativas
d. Ambiente interno (forças e oportunidades) e ambiente externo (fraquezas e
ameaças)
e. Ambiente interno (forças e fraquezas) e ambiente externo (oportunidades e
ameaças) C
4 - Após a definição
da missão e da visão da organização, é importante, agora, entender o que
norteiam o comportamento da empresa no desempenho de suas atividades, quais são
os conjuntos de crenças e sentimentos que constroem a cultura e as ações da
empresa.
Segundo a definição
nosso material estamos falando dos:
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. Objetivos propostos
c. Valores Estratégicos. C
d. Bens materiais e culturais
e. Costumes e deveres
5 - Em que década o
conceito de planejamento estratégico passou a ser substituído pelo conceito de
gestão estratégica?
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas.
b. 1960.
c. 1970.
d. 1990.
e. 1980. C
6 - Existem relatos,
não comprovados cientificamente, da existência de um general chinês conhecido
como Sun Tzu, há cerca de 2300 anos. Esse líder militar teria criado um tratado
estratégico para alcançar sucesso em suas batalhas: “A Arte da Guerra”. Esse
tratado, que, a partir do século XX, passou a ser difundido no meio
empresarial, faz uma analogia entre as táticas de guerra dos antigos guerreiros
chineses e o atual ambiente competitivo. Autores diversos da literatura sobre
estratégias empresariais afirmam que “A Arte da Guerra” é um livro de cabeceira
dos grandes executivos e gestores em todo o mundo.
O termo
“Planejamento Estratégico” vem sendo utilizado amplamente na literatura
estratégica a partir da década de:
Escolha uma:
a. Nenhuma das Alternativas.
b. 50 C
c. 30
d. 60
e. 40
7 - É o esforço de
descrever amplamente as decisões que poderão conduzir a organização para uma
situação futura desejada, criar metas, definir políticas, identificar os
vetores de desempenho e conhecer os fatores críticos de sucesso.
De acordo com que foi
descrito em nossa apostila a definição acima se refere a:
Escolha uma:
a. Executar
b. Nenhuma das alternativas
c. Verificar
d. Mensurar
e. Planejar C
8 - O americano Bruce
Henderson contribuiu com o desenvolvimento do planejamento estratégico com uma
ferramenta estratégica para diagnóstico de produto ou de unidades de negócio
baseada no conceito de ciclo de vida do produto.
Essa ferramenta é
conhecida como:
Escolha uma:
a. Matriz BCG C
b. Matriz de conversão
c. Análise SWOT
d. Nenhuma das alternativas
e. Matriz de habilidades
9 - São as definições iniciais necessárias para balizar o comportamento e
o desenvolvimento das atividades empresariais e é o primeiro passo da
construção do planejamento estratégico.
O enunciado está se referindo a:
Escolha uma:
a. Comportamento estratégico.
b. Diretrizes estratégicas. C
c. Mapa de risco.
d. Plano estratégico.
e. Plano de negócio.
10 - A figura 1 representa uma ferramenta de
diagnóstico
Qual ferramenta de diagnóstico estratégico está demonstrada na Figura 1?
Escolha uma:
a. Análise SWOT
b. Nenhumas das alternativas
c. Análise dos concorrentes
d. As cinco forças de Ford
e. As cinco forças de Porter. C
1 - O início dos anos
80 foi um período de recessão e de muitas críticas ao Planejamento Estratégico,
que surgiram devido a diversos erros cometidos por muitas empresas, gerando
muitos prejuízos. Pensadores como Henry Mintzberg reforçavam que um processo de
planejamento estratégico rígido e inflexível gerava prejuízos ao pensamento
criativo e à inovação.
Para Mintzberg
(2005), a estratégia deveria ser administrada, e não apenas planejada. Surge,
então, o conceito de:
Escolha uma:
a. Gestão Empresarial
b. Administração Estratégica
c. Gestão Estratégica C
d. Administração Empresarial
e. Nenhumas das alternativas
2 - A matriz SWOT é uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento do
planejamento estratégico. A mesma consiste na análise dos pontos fortes e
fracos da empresa, bem como das oportunidade e ameaças do ambiente
externo.
A matriz SWOT foi elaborada por:
Escolha uma:
a. Peter Drucker
b. Frederick Taylor
c. Igor Ansoff
d. Albert Humphrey C
e. Henri Fayol
3 - Além da
preocupação com o ciclo de vida das empresas, Kaplan e Norton (1997) sugerem
três temas estratégicos para direcionarem a estratégia empresarial, sendo dois
deles a (a) redução de custos/aumento de produtividade e (b) utilização de
ativos.
Qual é o terceiro
tema?
Escolha uma:
a. Crescimento dos ativos
b. Nenhuma das alternativas.
c. Redução do mix de produto
d. Crescimento e mix de receita. C
e. Redução da produtividade
4 - A missão deve ser
mais que um slogan disposto no hall de entrada das
organizações. A missão deve refletir a identidade da empresa, justificar suas
práticas; caso contrário, a missão pode cair no ridículo e produzir um efeito
contrário à sua proposta. Por meio da missão, é possível comunicar a todos os
interessados na empresa: proprietários, investidores, colaboradores, clientes,
fornecedores, governo, sociedade etc.
Estes também chamados
de:
Escolha uma:
a. Público-alvo
b. Stakeholders C
c. Customers
d. Acionistas
e. Nenhuma das alternativas
5 - Através dos
estudos de Robert Kaplan e David Norton, ambos professores da Harvard Business
School surgiu no inicio da década de 90 um novo conceito de gestão estratégica.
Eles acreditavam que a visão puramente contábil e financeira de avaliação do
desempenho, em prática até então, já não refletiam a realidade estratégica das
organizações.
Com isso, propuseram
um sistema de medição de desempenho denominado:
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. Certain Extent
c. Performance balance
d. Balanced Measure
e. Balanced Scorecard C
6 - Um dos grandes
responsáveis pela disseminação do planejamento estratégico no mundo foi um
professor e consultor norte-americano nascido na Rússia em 1918. Com 16 anos, mudou-se
com os pais para os Estados Unidos e formou-se em Engenharia Mecânica e Física;
em seguida, concluiu o doutorado em Matemática Aplicada, na Brown University,
em New York. Foi empregado na Rand Foundation, especializada em assuntos
militares, e diretor geral da empresa aeroespacial Lockheed.
Estamos falando do?
Escolha uma:
a. Jules Henri Fayol
b. Frederick Winslow Taylor
c. Henry Ford
d. Nenhuma das alternativas
e. Doutor Igor Ansoff C
7 - Após a Segunda
Guerra Mundial, o avanço tecnológico e o crescimento e desenvolvimento
industrial, tornaram as organizações mais complexas. O novo cenário competitivo
e a complexidade organizacional criaram novas demandas aos sistemas de medição
de desempenho tradicionais. As medidas financeiras refletiam os resultados de
decisões já tomadas, mas deixavam a desejar ao fornecer uma orientação adequada
para o desenvolvimento estratégico de longo prazo. Dessa forma, pesquisadores
organizacionais desenvolveram metodologias e ferramentas para um melhor gerenciamento
das organizações.
Assinale a
alternativa que não é uma ferramenta de gestão organizacional baseada em
melhoria continua.
Escolha uma:
a. Modelo Kaisen
b. Filosofia Just in Time
c. Key Perfomancer Indicator C
d. Movimentos da qualidade (Total Quality Control – TQC e Total
Quality
Management – TQM)
e. Reengenharia de processos
8 - Sobre a Matriz BCG (conforme a figura 1) nota-se que a matriz tem duas dimensões: taxa de crescimento de
mercado e participação relativa de mercado (que é a participação da empresa em
relação à participação de seu maior concorrente). Essas dimensões são avaliadas
como altas ou baixas, e essa combinação gera os quadrantes de avaliação do
portfólio da empresa, criando uma ideia clara do posicionamento do produto em
seu ciclo de vida. Essa matriz auxilia na decisão de fortalecer ou não os
investimentos em cada um dos produtos do seu portfólio.
Os produtos devem ser
posicionados na matriz e classificados de acordo com cada quadrante.
Sendo assim, assinale
“V” para verdadeiro e “F” para falso, no que se diz respeitos aos quadrantes e
suas respectivas funções.
( F ) O
quadrante questionamento: também conhecido como “ponto de interrogação” ou
“criança-problemática”, tem uma situação delicada quanto ao retorno sobre o
investimento. Produtos nesse quadrante precisam receber investimentos para
aumentarem sua participação em mercado promissor e crescente e, nesse caso,
tornarem-se um produto “abacaxi”. Por outro lado, caso a decisão seja a de não
investir no produto para mudar sua participação de mercado, o tempo de ciclo do
mercado poderá expirar e o produto terá absorvido um grande investimento,
tornando-se um produto “estrela”.
( V ) O
quadrante estrela: os produtos “estrela” são referências no mercado, têm uma
alta participação em um mercado promissor e crescente. São lucrativos, embora
exijam grandes investimentos e com taxas de crescimento potencialmente
elevadas. A melhor decisão estratégica é garantir os investimentos para que o
produto não perca sua participação no mercado, pois, quando a potencialidade de
crescimento do mercado perder sua força com o tempo, ele pode se tornar uma
“vaca leiteira”.
( V ) O
quadrante vaca leiteira: nesse quadrante, estão os produtos mais lucrativos da
empresa. Com o baixo crescimento do mercado, esses produtos não exigem grandes
investimentos e já detêm uma alta taxa de participação no mercado. Geralmente,
são esses produtos que sustentam o desempenho atual da organização.
( V ) O
quadrante abacaxi: também conhecido como “cão”, “vira-lata” ou “animal de
estimação”, deve ser evitado e minimizado nas empresas. São produtos que não
são lucrativos, pois têm baixa participação no mercado, e não têm expectativa
de crescimento. Quando não houver mais rentabilidade, a melhor decisão
estratégica será abandonar o produto.
Escolha uma:
a. V, F, V, V
b. V, V, V, F
c. F, V, V, V C
d. V, V, V, V
e. F, V, V, F
9 - Dentro das
organizações, os valores devem guiar as atividades e os comportamentos das
pessoas diariamente, para que possam realizar a missão e alcançar a visão
organizacional. Cabe aos líderes o exemplo e a busca de mecanismos eficientes
para internalizar os valores junto aos grupos que representam.
A declaração dos
valores organizacionais, da mesma forma que a missão e a visão, deverá ser
feita pelos:
Escolha uma:
a. Gestores das áreas estratégicas C
b. Colaboradores do setor de Marketing
c. Nenhuma das alternativas
d. Consultores externos
e. Colaboradores do setor de RH
10 - Praticamente
todas as organizações têm uma missão. Um empreendedor inicia um negócio
esperando cumprir essa missão; mesmo que não declarada, ela existe. O detalhe é
que a não declaração da missão pode dificultar a comunicação da razão de
existir da empresa para os colaboradores, clientes, fornecedores, governo etc.
O principal objetivo
da declaração de missão é
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. A evidenciação do propósito da organização, devendo: orientar as
ações da organização, explicitar seu objetivo geral, proporcionar um senso de
direção e orientar as tomadas de decisão. C
c. Facilitar e estabelecer prazos paras as atividades e ações
d. Aumentar a visibilidade da marca perante seu público-alvo
e. Organizar as atividades necessárias para atingir um objetivo proposto
1 - A Quarta Força de
Porter é também uma força influenciadora no ambiente competitivo das
organizações e um fator preocupante, principalmente pela falta de atenção
devida por parte dos gestores. Alguns alegam falta de tempo para esse tipo de
análise; outros alegam desconhecimento.
Qual das Foças
de Porter se refere o enunciado.
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. O poder de barganha dos fornecedores
c. A rivalidade entre os concorrentes
d. O poder de barganha dos clientes
e. A ameaça de novos entrantes C
2 - Imagine uma
pessoa caminhando pela rua em um dia de sol escaldante; ao se deparar com uma
lanchonete, ela procura um produto para matar a sede e se refrescar. Existem
vários produtos diferentes que podem atender a essa necessidade do cliente: uma
garrafa de água mineral, um suco de frutas, um refrigerante etc.
Esses produtos têm
diferenças significativas de qualidade, preço e tecnologia e podem substituir
uns aos outros. O fato é que produtos substitutos limitam o potencial de
retorno de um mercado.
Por que
Estabelecem um teto
nos preços do mercado. Caso o bem ou o serviço substituto consiga mostrar um
ganho na relação custo-benefício, quando comparado aos atuais produtos, essa
ameaça é ainda mais impactante.
Analisando-se as
afirmações acima, conclui-se que:
Escolha uma:
a. As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira
b. A primeira afirmação é verdadeira e a segunda é falsa
c. A primeira afirmação é falsa e a segunda é verdadeira
d. As duas afirmações são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira. C
e. As duas afirmações são falsas
3 - O tempo de
dedicação da equipe gerencial ao projeto é um fator determinante do sucesso e
têm um custo de hora-homem gerencial representativo. Mas não será possível estabelecer
um valor exato para a implantação de um projeto de gestão estratégica, pois
cada organização tem suas peculiaridades, custos e benefícios diferenciados. O
que se pode afirmar, com toda a certeza, é que existe uma viabilidade econômica
e financeira em que os benefícios superam de longe os custos. No mínimo, serão
obtidos alguns benefícios.
Assinale a
alternativa que corresponde a esses benefícios.
Escolha uma:
a. Maior comprometimento das pessoas para que as metas da organização
sejam alcançadas.
b. Orientação estratégica para o alinhamento das operações diárias,
individualizadas e corporativas, a visão da organização, garantindo que todos
direcionem seus esforços para o mesmo alvo.
c. Facilidade na avaliação do desempenho dos processos e das pessoas
com a possibilidade de ação imediata.
d. Identificação e valorização dos colaboradores comprometidos que se
destacam com bons índices de desempenho.
e. Todas as alternativas C
4 - O balanceamento
estratégico partiu da ideia de um sistema de medição de desempenho (scorecard)
multidimensional, que pudesse incorporar indicadores financeiros e não
financeiros, indicadores de ocorrência e de tendência, visando ao desempenho
interno e externo da organização. O principal objetivo foi propiciar um sistema
de medição de desempenho capaz de focalizar o desempenho organizacional sob
quatro perspectivas:
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. Perspectiva de valorização, Perspectiva do cliente, Perspectiva dos
processos externos e Perspectiva do aprendizado e do crescimento
c. Perspectiva financeira, Perspectiva do concorrente, Perspectiva dos
processos internos e Perspectiva do aprendizado e do crescimento
d. Perspectiva financeira, Perspectiva do cliente, Perscpectiva dos
processos internos e Perspectiva do aprendizado e do crescimento C
e. Perspectiva financeira, Perspectiva do cliente, Perspectiva dos processos
externos e Perspectiva do aprendizado e do crescimento
5 - Uma ferramenta
muito importante que vem complementar o diagnóstico da matriz SWOT é o
diagnóstico das cinco forças competitivas de Michael Porter. Esse é um estudo
realizado quase duas décadas depois da matriz SWOT, especificamente em:
Escolha uma:
a. 1969
b. 1999
c. 1989
d. Nenhuma das Alternativas.
e. 1979 C
6 - Está ligada aos
eventos negativos que podem ocorrer no ambiente externo que podem atrasar o
alcance dos objetivos estratégicos e trazer prejuízos competitivos à
organização. Estão ligadas a fatores como mudanças econômicas, governamentais,
reguladoras, legislativas, climáticas, demográficas etc., quando ocorrerem sob
o ponto de vista negativo ao desempenho da organização.
Estamos falando de
qual etapa da Análise SWOT?
Escolha uma:
a. Forças
b. Ameaças C
c. Fraquezas
d. Todas as alternativas
e. Oportunidades
7 - Sabemos que os processos de Gestão Estratégicas são compostos por
quatro práticas e ações continuas. Sendo assim associe as 2 colunas:
(1) Planejamento
(2) Organização
(3) Direção
(4) Controle
( 4 ) Definir os
indicadores de desempenho para medir o progresso do alcance das metas e a
consequente realização da visão; Avaliar os resultados da medição e reavaliar o
planejamento e Reiniciar o processo cíclico.
( 3 ) Definir as
ações estratégicas para alcance dos objetivos estratégicos, com base na observação
dos fatores críticos de sucesso e Redigir o plano de ação baseado nos
5W2H e, dessa forma, transformar a estratégia em ações concretas.
( 1 ) Definir as
diretrizes organizacionais (missão, visão e valores); Realizar o diagnóstico
estratégico (análise SWOT, matriz BCG, forças de Porter etc.) e Identificar a
direção estratégica (objetivos estratégicos e metas).
( 2 ) Relacionar
os fatores críticos de sucesso para o alcance dos objetivos estratégicos e das
metas planejadas e Reunir os recursos materiais, humanos e financeiros para
garantir o alcance das metas estratégicas.
Escolha uma:
a. (4), (2), (1), (3)
b. (3), (4), (1), (2)
c. (1), (2), (4), (3)
d. (3), (2), (1), (4)
e. (4), (3), (1), (2) C
8 - Os modelos
baseados na gestão de desempenho tradicional geralmente têm uma visão de curto
prazo, ao contrário das ferramentas de gestão baseadas na melhoria contínua.
Existe, ainda, um
grande número de empresas que têm sistemas de avaliação tradicionais; o
problema é que os indicadores puramente financeiros apresentam algumas
limitações, principalmente por não contemplarem, de forma balanceada, o suporte
aos objetivos estratégicos das empresas.
Analisando o
enunciado é possível perceber que as empresas que ainda estão utilizando
sistemas de avaliação tradicional terão uma visão restrita da organização,
ocasionando sistemas de custeio que produzem informações baseadas simplesmente
em dados históricos, que não refletem o ambiente altamente dinâmico e
competitivo.
Analise as
afirmativas a seguir, e classifique-as em “V” para verdadeiro e “F” para falso
no que se diz respeito as principais críticas aos sistemas de avaliação
tradicionais.
( v ) deixam
passar algumas medidas, já que os relatórios financeiros são usualmente
fechados mensalmente, ao passo que existem decisões que são tomadas em um ou
dois meses prioritários. Os resultados financeiros são, algumas vezes, muito
velhos para serem úteis.
( v ) têm um
formato predeterminado, fazendo com que todo registro seja inflexível,
ignorando o fato de que cada departamento ou agente organizacional tem suas
únicas e próprias características, prioridades e contribuições.
( v ) tentam
quantificar o desempenho e outros esforços de melhoria somente em termos
financeiros. Muitos desses esforços são de difícil mensuração, apresentando
significantes impactos no sucesso global, como redução de tempos e fidelidade
ao esquema de produção.
( v ) faltam
informações relacionadas à qualidade, à entrega e à flexibilidade, além de não
apresentarem um foco estratégico.
( v ) incentivam
pouco as inovações, ao invés de buscarem melhorar continuamente.
A classificação
correta das alternativas é:
Escolha uma:
a. F, F, V, V, V
b. V, F, F, V, V
c. V, V, V, V, V C
d. V, V, F, V, V
e. F, V, F, V, V
9 - Quando falamos em
análise SWOT temos que estudar as Forças, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças.
Quando a equipe estratégica esta estudando a etapa das fraquezas tende a ter
maiores dificuldades, principalmente comparada com quando está estudando as
Forças. Esta dificuldade está relacionada a um fator natural do ser humano que
é:
Escolha uma:
a. Julgar a si mesmo
b. Esconder suas falhas
c. Nenhuma das alternativas
d. Reconhecer suas falhas C
e. Reconhecer suas vitórias
10 - Em geral, os
competidores de um determinado segmento tendem a se preocupar com seus produtos
diretamente concorrentes, que, geralmente, têm tecnologias, custos e
diferenciais de qualidade similares. Existe, porém, uma outra forte ameaça,
segundo Porter: são bens ou serviços desenvolvidos com tecnologias diferentes,
que, comumente, apresentam custos e diferenciais de qualidade diferentes dos
produtos tradicionalmente utilizados e podem substituir o uso desses.
Qual das Foças de
Porter se refere o enunciado.
Escolha uma:
a. A ameaça de produtos substitutos C
b. A rivalidade entre os concorrentes
c. O poder de barganha dos clientes
d. O poder de barganha dos fornecedores.
e. Nenhuma das alternativas
1 - A análise SWOT é
uma prática que vem passando por décadas e continua sendo uma das mais
importantes ferramentas de diagnóstico estratégico. Esta análise deve ser feita
pela equipe estratégica sendo que é preciso realizar uma reunião de brainstorming para
tratar cada etapa. Quando se analisa a
etapa Fraquezas é preciso responder alguns questionamentos.
Portanto assinale a
alternativa que NÃO corresponde os questionamentos das Fraquezas.
Escolha uma:
a. Quais os diferenciais dos concorrentes referentes aos pontos
fracos destacados?
b. Quais os fatores críticos para minimizar os devidos pontos da
organização?
c. Em linhas gerais, quais áreas estratégicas apresentam um atraso em
relação ao principal concorrente atualmente?
d. Em linhas gerais, quais áreas estratégicas apresentam um avanço em
relação ao principal concorrente atualmente? C
e. Quais pontos impactam diretamente na satisfação dos clientes da
organização?
2 - Identificada por
Porter como sendo de alto impacto na estabilidade competitiva das organizações.
A análise desta etapa feita pela equipe estratégica requer uma técnica muito
difundida na literatura sobre marketing. Também deverá estabelecer uma reunião
específica para tratar do assunto, utilizando, se possível, a participação de
pessoas-chave da área comercial.
O enunciado está se
referindo a qual das Cinco Forças de Porter?
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. O poder de barganha dos fornecedores
c. O poder de barganha dos clientes C
d. A ameaça de novos entrantes
e. A rivalidade entre os concorrentes
3 - O momento de
transformações que se instalou fortemente na década de 90 é uma jornada que
teve início na era industrial e caminha para a era da informação. Assim, o
ambiente torna-se altamente mutante e competitivo, fazendo com que os gestores
organizacionais abandonem os velhos princípios de gerenciamento, utilizados na
era industrial, para adotarem novas abordagens adaptadas para a era da
informação.
Para Kaplan e Norton
(1997), o surgimento de tecnologias de informação para apoiar os negócios
empresariais gerou o que os autores denominam:
Escolha uma:
a. Era da tecnologia
b. Era da informação
c. Novo Ambiente Operacional C
d. Novo Ambiente Virtual
e. Nenhuma das alternativas
4 - Sabemos que
quando uma empresa começa a crescer o empreendedor tem como desafio criar sua
equipe estratégica, pois sozinho irá perdendo o controle de algumas situações.
É aconselhável que essa equipe não seja muito número, pois quanto maior o
número de pessoas, mais difícil será o processo de harmonia e sinergia do
grupo. Depois que essa equipe já estiver formada chega o momento de conduzir o
processo de orientação estratégica.
Esse processo
consiste em definir as diretrizes estratégicas, que são:
Escolha uma:
a. Planos de ações
b. Nenhuma das alternativas
c. Finanças e valores
d. Missão, Visão e Valores C
e. Sustentabilidade e confiança
5 - Sabemos que
quando uma empresa começa a crescer o empreendedor tem como desafio criar sua
equipe estratégica, pois sozinho irá perdendo o controle de algumas situações.
É aconselhável que essa equipe não seja muito número, pois quanto maior o
número de pessoas, mais difícil será o processo de harmonia e sinergia do
grupo. Cinco membros é um bom número, sendo eles:
Escolha uma:
a. O líder da empresa - O representante da área financeira - O
representante da área administrativa - O representante da área de soluções e -
O representante da área de pessoas ou recursos humanos.
b. O líder da estratégia - O representante da área financeira - O
representante da área comercial ou de marketing - O representante da área de
operações e - O representante da área de pessoas ou recursos humanos. C
c. O líder da equipe - O representante da área administrativa - O
representante da área comercial ou de marketing - O representante da área de
operações e - O representante da área de pessoas ou recursos humanos.
d. O líder da estratégia - O representante da área financeira - O
representante da área administrativa - O representante da área de operações e -
O representante da área de comércio exterior.
e. Nenhuma das alternativas
6 - É uma força que
impacta diretamente nas decisões estratégicas e competitivas das organizações.
Segundo Sun Tzu (1998), se o general conhecer seu exército muito bem e também
conhecer o seu inimigo, terá 100% de chances de vencer a guerra; se o general
conhecer seu exército muito bem, mas não conhecer o seu inimigo, terá 50% de
chances; agora, se não conhecer nem a si nem ao inimigo, poderá ser derrotado.
Quais das cinco
forças de Porter o enunciado se refere?
Escolha uma:
a. A Concorrência C
b. Os Fornecedores
c. A Ameaça de Produtos Substitutos
d. Os Clientes
e. A Ameaça de Novos Entrantes
7 - Falando de
Análise SWOT o primeiro estudo que deve ser realizado é o das Forças e para
isso deve ser respondidos alguns questionamentos.
Assinale a alternativa
abaixo que NÃO corresponde aos questionamentos que devem ser feitos nesta
etapa.
Escolha uma:
a. Em linhas gerais, quais áreas estratégicas apresentam um atraso em
relação ao principal concorrente atualmente? C
b. Quais as forças da organização com maior peso relativo aos
concorrentes?
c. Quais são as principais competências distintivas da organização?
d. Quais os fatores críticos para que essa realidade seja mantida?
e. Em linhas gerais, quais áreas estratégicas apresentam um avanço em
relação ao principal concorrente atualmente?
8 - Os processos
internos e os esforços de desenvolvimento devem ser orientados pela estratégia
mercadológica. Pode-se afirmar que essa perspectiva é o coração da estratégia
balanceada, pois, se a empresa falhar no atendimento ao cliente, mesmo que
satisfazendo as suas necessidades de custo com eficiência, a não retenção do
cliente poderá causar a não geração de renda futura, tanto a longo como a curto
prazo. Com isso, a sobrevivência da empresa poderá ser comprometida. Kaplan e
Norton (1997) definem um conjunto de medidas essenciais para a perspectiva dos
clientes, que pode ser agrupado em uma relação de causa e efeito.
Portanto quais são as
Medidas Essenciais da Estratégia Mercadológica?
Escolha uma:
a. Participação de Mercado, Concorrência, Pesquisa de Mercado, Satisfação de
Clientes e Lucratividade
b. Participação de Mercado, Retenção de Clientes, Captação de Clientes,
Satisfação de Clientes e Lucratividade C
c. Participação de Mercado, Concorrência, Captação de Clientes, Satisfação
de Clientes e Atendimento Personalizado
d. Nenhuma das alternativas
e. Participação de Mercado, Retenção de Clientes, Pesquisa de Mercado,
Preços Competitivos e Lucratividade
9 - Michael Porter
propôs um modelo de diagnóstico estratégico em torno de cinco forças
competitivas, que são:
Escolha uma:
a. A rivalidade entre os concorrentes, o poder de barganha dos
clientes, o poder de barganha dos fornecedores, a ameaça de representantes e a
ameaça de terceiros.
b. Nenhuma das alternativas
c. A rivalidade entre os colaboradores, o poder de barganha dos
concorrentes, o poder de barganha dos fornecedores, a ameaça de novos entrantes
e a ameaça de produtos substitutos
d. A rivalidade entre os concorrentes, o poder de barganha dos clientes,
o poder de barganha dos fornecedores, a ameaça de novos entrantes e a ameaça de
produtos substitutos C
e. A rivalidade entre os concorrentes, o poder de barganha dos
clientes, o poder de barganha dos concorrentes, a ameaça de fornecedores e a ameaça
de produtos substitutos.
10 - Está ligado aos
eventos positivos que podem ocorrer no ambiente externo e que podem trazer
benefícios competitivos à organização. Essas estão ligadas a fatores como
mudanças econômicas, governamentais, reguladoras, legislativas, climáticas,
demográficas etc.
Estamos falando de
qual etapa da Análise SWOT?
Escolha uma:
a. Fraquezas
b. Ameaças
c. Forças
d. Oportunidades C
e. Todas as alternativas
1 - O desempenho
efetivo das atividades dos funcionários em um ambiente altamente dinâmico e
competitivo requer a posse de informações precisas sobre os clientes, os
processos internos e, inclusive, algumas informações financeiras. Assim, a
capacidade dos sistemas de informação apoiados por tecnologias de informação é
fundamental para que cada vez mais os funcionários tenham o feedback adequado
acerca da performance dos bens e dos serviços por eles oferecidos. Com isso,
espera-se que esses funcionários se esforcem para sustentar programas de
melhoria para garantia da efetividade operacional.
Os sistemas de
informação atuais devem cumprir algumas exigências que são consideradas
principais.
I. Apresentar
uma nova arquitetura da informação, de forma a oferecer novas linguagens,
categorias e metáforas para identificarem e medirem as competências da
companhia.
II. O
investimento em cultivo ou desenvolvimento de competências na empresa não
depende de uma escolha estratégica acerca das competências essenciais para
garantir a competitividade da organização no seu futuro.
III. Dispor de uma
nova arquitetura técnica que seja mais social e de melhor interação com o
usuário final, que demonstre respeito pelo indivíduo e que estimule o usuário a
mudar e se desenvolver.
IV. As ideias que
permitem a melhoria contínua dos processos voltados para o atendimento das
necessidades dos clientes provêm cada vez mais dos concorrentes, com isso,
surge à necessidade de capacitação dos funcionários para a criatividade e de
motivação estratégica para os objetivos da organização.
V. Suportar uma nova
arquitetura da aplicação que enfatize a apresentação e a solução dos problemas,
mais do que os resultados e os procedimentos de uso.
As alternativas
corretas são:
Escolha uma:
a. I, II, III e V
b. I, III e V C
c. Todas as alternativas
d. III e V, apenas.
e. I, III, IV e V
2 - Uma pesquisa
realizada em 2003 sobre os direcionadores de valor para as empresas no mercado
de ações mostrou a incapacidade de os administradores atuarem de forma proativa
em relação à comunicação de suas medidas “não financeiras” aos analistas de
mercado de capitais. Como consequência, em relação aos investidores, dificulta
o entendimento correto das estratégias, das medidas de desempenho e da previsão
de eventos futuros da organização.
A pesquisa também
constatou que as falhas na comunicação entre gestores, analistas de mercado e
investidores proporcionaram importantes alterações na participação de
informações “não financeiras” nas mensurações de desempenho, como:
Analise as
afirmativas a seguir e classifique-as em “V” para verdadeiro e “F” para
falso.
( V )
constatação de uma ampliação significativa na influência das informações não
financeiras utilizadas pelos analistas em suas avaliações e recomendações de
compra e venda.
( V ) a variação
das medidas, que ocorreu segundo a indústria, e não conforme uma estratégia em
particular ou um determinado tipo de investidor.
( V )
verificação de que um terço das informações utilizadas pelos investidores
institucionais serviu de justificativa para seus novos investimentos.
( V ) existência
de uma relação entre as mudanças naquelas informações e as variações no valor
das ações e, portanto, em seu custo de capital.
( V ) maior
interesse apresentado pelos analistas em fatores relacionados à execução da
estratégia, em relação à credibilidade da organização, à inovação, ao
posicionamento mercadológico, às reclamações dos clientes, aos programas de
treinamento funcional e às políticas socioambientais.
Escolha uma:
a. F, V, F, V, V
b. V, F, V, F, F
c. V, V, V, F, F
d. F, V, F, V, F
e. V, V, V, V, V C
3 - A proposta do BSC
em relação à perspectiva do aprendizado e do crescimento considera que,
atualmente, as operações e as rotinas repetitivas foram substituídas por
rotinas automatizadas por computadores que desempenham o trabalho com maior
eficiência. Dessa forma, as ideias que permitem a melhoria contínua dos
processos voltados para o atendimento das necessidades dos clientes provêm cada
vez mais dos funcionários da linha de frente, com isso, surge a necessidade de
capacitação dos funcionários para a criatividade e de motivação estratégica
para os objetivos da organização.
Kaplan e Norton
(1997) apresentam uma base comum de três medidas de resultados essenciais para
a gestão do desempenho da perspectiva do aprendizado e do crescimento em
relação às pessoas:
Escolha uma:
a. Nenhuma das alternativas
b. Satisfação dos clientes, retenção de clientes e produtividade dos
funcionários.
c. Satisfação dos funcionários, retenção de clientes e produtividade
dos funcionários.
d. Satisfação dos funcionários, retenção de funcionários e
produtividade dos funcionários. C
e. Satisfação dos proprietários, retenção de funcionários e
produtividade dos terceiros.
4 - A era da
informação impõe às organizações que desejam se manter competitivas a
necessidade de intensificação do valor do conhecimento humano e da aprendizagem
contínua. Observamos muitas discussões acerca do fato de que a inteligência
humana e os recursos intelectuais constituem os ativos mais valiosos e
estratégicos das empresas. Em consequência surge uma nova área de interesse da
administração das organizações, que são:
Escolha uma:
a. Gestão do conhecimento, Capital intelectual e Inteligência competitiva.
C
b. Gestão da informação, Capital intelectual e Inteligência competitiva.
c. Nenhuma das alternativas
d. Gestão do conhecimento, Capital intelectual e Inteligência emocional.
e. Gestão da informação, Capital financeiro e Inteligência emocional
5 - Segundo nossa
apostila o Processo de Diagnóstico Estratégico é composto por três ferramentas
indispensáveis para essa etapa, são elas:
Escolha uma:
a. SWOT, Canvas e Matriz BCG
b. Canvas, 5W2H, Matriz BCG
c. Nenhuma das alternativas
d. SWOT, as cinco forças de Porter e Matriz BCG C
e. Cinco forças de Porter, Canvas e 5W2H
6 - O pensamento
estratégico nasce com o empreendedor, quando este decide empreender um projeto.
À medida que seu empreendimento cresce, as variáveis competitivas vão fugindo
do seu controle e o empreendedor começa a se afastar do “front” de batalha,
outros oficiais vão assumindo postos importantes para as áreas estratégicas do
empreendimento. Surge a figura do gerente financeiro, gerente comercial,
gerente de operações e um gerente de pessoas.
Dessa forma, nasce,
naturalmente uma:
Escolha uma:
a. Equipe de frente
b. Equipe estratégica multidisciplinar
c. Nenhuma das alternativas
d. Equipe estratégica multifuncional C
e. Equipe estratégica popular
7 - Após a definição
de objetivos e metas para as áreas estratégicas da organização, bem como a
criação dos indicadores de desempenho para o acompanhamento desses
direcionamentos, essa etapa é muito importante, pois é a materialização da
estratégia. A definição apenas dos objetivos e das metas não é suficiente, é
necessário colocá-los em prática, reunindo esses objetivos em um plano de ação
bem especificado.
A ferramenta que é
muito utilizada na elaboração de planos de ação e foi indicada em nossa
apostila é:
Escolha uma:
a. Canvas
b. 5W2H C
c. Matriz BCG
d. Nenhuma das alternativas
e. SWOT
8 - Acreditamos que a
perspectiva financeira deve demonstrar os resultados das escolhas estratégicas
feitas sob outras perspectivas, ao mesmo tempo, deve estabelecer vários dos objetivos
de longo prazo que servirão de regras e premissas básicas para outras
perspectivas. Com isso, observa-se que a seleção de uma medida de desempenho
financeiro implica na verificação de sua importância na cadeia de relações de
causa e efeito, que resulta na melhoria do desempenho financeiro da
organização.
Kaplan e Norton
(1997) definem que a seleção de indicadores de desempenho utilizada nessa
perspectiva deve ser de acordo com o ciclo de vida composto por três fases, as
quais todas as empresas atravessam:
Escolha uma:
a. Crescimento, maturação e colheita
b. Crescimento, maturação e retirada
c. Crescimento, sustentação e colheita C
d. Sustentação, amadurecimento e declínio
e. Nenhuma das alternativas
9 - Identificada por
Porter também como influenciadora na estabilidade dos segmentos competitivos. A
equipe estratégica deverá estabelecer uma reunião específica para tratar do
assunto, utilizando, se possível, a participação de pessoas-chave da área de
compras, além do representante da área de operações que já deve fazer parte da
equipe multifuncional.
O enunciado está se
referindo a qual das Cinco Forças de Porter?
Escolha uma:
a. O poder de barganha dos clientes
b. O poder de barganha dos fornecedores C
c. Nenhuma das alternativas
d. A rivalidade entre os concorrentes
e. A ameaça de novos entrantes
10 - A matriz de
forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (SWOT), proposta por Albert Humphrey
no início da década de 60, é uma prática que vem passando por décadas e
continua sendo uma das mais importantes ferramentas de diagnóstico
estratégico.
O processo de gestão
estratégica balanceada precisa dessa ferramenta para o entendimento dos fatores
estratégicos que precisam ser:
Escolha uma:
a. Impulsionados, minimizados, alavancados ou descartados.
b. Impulsionados, minimizados, aproveitados ou neutralizados. C
c. Impulsionados, maximizados, aproveitados ou descartados.
d. Freados, maximizados, aproveitados ou descartados.
e. Nenhuma das alternativas