Fúlvio Branco Godinho de Castro; Josimar Priori; Solange dos Santos
CIÊNCIAS
SOCIAIS
Fonte: Yupiramos, 123RF.
O
indivíduo e a organização
Com o advento do Iluminismo, no século
XVIII, a sociedade passa a ser cada vez mais abordada como uma problemática
maior para os adeptos da “filosofia das luzes”. Dentre os vários pensadores
sociais dessa escola, destacamos Rousseau. O pensamento sociológico desse
pensador reside em duas premissas: a da bondade inerente aos homens e a da
legitimidade do poder político. Para esse pensador, os homens nascem bons, mas
a sociedade os corrompe; daí a necessidade de um método educativo que respeite
a espontaneidade. Quanto à questão do poder, Rousseau defendia que a soberania
pertence exclusivamente ao povo, que não pode cedê-la ou renunciá-la.
Em meio ao Iluminismo, a Europa viu
acontecer muitas e importantes mudanças no cenário político, econômico e
social, como as revoluções Francesa e Industrial. Esses acontecimentos proporcionaram
a criação de um cenário de instabilidade e contradição, com:
• a ascensão política da burguesia;
• o investimento em tecnologia;
• a consolidação do processo de
industrialização;
• o aumento da produção;
• o aparecimento do proletariado e de
sua consciência de classe;
• o surgimento de um grande número de
desempregados;
• o êxodo rural e o consequente
processo de urbanização;
• a miséria e as injustiças sociais.
É assim que, no século XIX, surge a
sociologia, dotada de arcabouço teórico, com um método específico e um objeto
de estudo definido.
Na sociologia, os clássicos remetem a
três autores do século XIX, época de consolidação da sociologia enquanto
ciência: Durkheim, Weber e Marx.
A sociologia estuda as relações
sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na
vida em sociedade. Essa ciência envolve, portanto, o estudo dos grupos e dos
fatos sociais, da divisão da sociedade em classes e camadas, da mobilidade
social, dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade etc.
Um dos principais objetivos do estudo
da sociologia é auxiliá-lo(a) a “desnaturalizar” os fatos sociais, a
desconstruir alguns conceitos que, de tão repetidos que foram, parecem ser os
únicos verdadeiros e naturais.
As ciências sociais buscam entender
como a humanidade é capaz de produzir o conhecimento que se manifesta em
costumes, convenções, hábitos, instituições e instrumentos, o que chamamos de
cultura. Consequentemente, as ciências sociais procuram, também, compreender
como os seres humanos formam suas relações sociais.
• Direito: essa ciência não
somente estuda o fato jurídico — representado pelas leis e por quem as define,
e estabelece punição para os que as transgridam — mas também tem um caráter
normativo. Estabelece valores e regras de conduta.
• Economia: partindo do
princípio da escassez, essa ciência pressupõe que os bens materiais são
finitos, por isso a produção e a circulação deles se constituem em uma economia
de mercado, caracterizada por um constante conflito entre oferta e procura. A
ciência econômica busca entender esse processo.
• Antropologia: surgida no
final do século XIX, tem a cultura como seu objeto de estudo. Mais que isso,
busca estudar as culturas diferentes da cultura europeia, pois os primeiros
estudos antropológicos se realizaram na África, quando se procurou entender a
cultura dos povos daquele continente para esclarecer seus modelos de
organização social.
• Ciência política: trata-se de
uma ciência social recente, que teve seu princípio nos Estados Unidos e na
Grã-Bretanha. Tem como objetivo estudar o conceito de poder e suas implicações
nas sociedades democráticas. Essa ciência realiza pesquisas eleitorais, estuda
grupos e partidos políticos e analisa o Estado e as diversas formas de governo,
além das diferentes ideologias políticas, como o liberalismo e o socialismo.
• Sociologia: nasceu na França,
no século XIX. Procura entender como a esfera social se manifesta e conserva
seus valores. Além de ter um caráter científico, também procura intervir no
processo social, de maneira a solucionar os diversos problemas que afetam as
sociedades contemporâneas.
As ciências sociais tendem a se relacionar
de maneira interdisciplinar, pois a realidade social se manifesta de forma
complexa. Exemplos dessa complexa interdisciplinaridade são a história
econômica e a sociologia política. A primeira estuda o processo histórico de
uma sociedade qualquer a partir de uma perspectiva econômica, ou como as
pessoas produzem e distribuem os bens econômicos. A segunda ocupa-se em
esclarecer as formações de Estados e de regimes e partidos políticos de
qualquer sociedade.
Estratificação profissional - um(a) médico(a),
por exemplo, é mais valorizado(a) profissionalmente do que um enfermeiro(a).
Um mandato de prefeito, de vereador,
de deputado ou um cargo que o valha faz o mandatário de tal posto obter uma
posição de mando na sociedade a que pertence, o que nos leva à conclusão de que
as pessoas são estratificadas politicamente.
Estratificação econômica - os mais
ricos, com mais prestígio; os menos favorecidos, em condições menos
valorizadas.
Segundo Weber, a sociedade se assenta sobre três dimensões distintas: a econômica, a social e a política.
[...] A dimensão econômica estratifica a sociedade através dos critérios pautados na riqueza, na
posse e na renda. [...] A dimensão social funda uma maneira de estratificação baseada
no status. O seu elemento definidor é a honra e o prestígio
que as pessoas e/ou grupos desfrutam, ou não desfrutam, a posição
que ocupam na
sua profissão, em seu estilo
de vida etc. A dimensão política funda um modo de estratificação baseado no poder. Quanto mais poder os indivíduos e/ou grupos ostentarem, melhor eles se posicionaram na escala de reconhecimento no interior dessas relações de poder e de dominação . A abordagem multidimensional de Max Weber parte do pressuposto de que os indivíduos podem se
situar na escala de estratificação de modo diferente nessas três dimensões. (TOMAZI, 2000, p.130).
A Sociedade de castas
A hierarquização rígida da sociedade
dos componentes de uma determinada estrutura social caracteriza a
estratificação em castas. A sociedade de castas baseia-se em privilégios de
alguns sobre outros, não havendo qualquer possibilidade de mobilidade social entre
seus componentes. Na atualidade, embora modificada e questionada internamente, a
sociedade hindu (Índia) ainda nos serve de exemplo para o que desejamos
esclarecer.
http://www.scielo.br/pdf/rsp/v15n1/05.pdf .
Problema dos múltiplos critérios de estratificação social
na literatura sociológica e propõe-se
um modelo de estratificação intimamente vinculado à sociedade de classes.
http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/estratificacao-desigualdade-social.htm> Este artigo trabalha a
Estratificação Social e o Brasil.
A sociologia estuda e procura
compreender fenômenos e relações sociais existentes em dado ambiente, pode-se
imaginar que a sociologia aplicada às organizações é a vertente que tem as
ferramentas necessárias para compreendê-los dentro do ambiente empresarial.
A economia e seus elementos é que têm
ditado os rumos do mundo, dispondo de poder de pressão suficiente para
direcionar as políticas públicas dos países. As empresas deixam, enfim, de ter
um papel meramente econômico e passam a ser vistas como elementos de garantia da
estabilidade social.
Por definição, a sociologia aplicada à
administração seria, segundo Castro (2007, p. 36), o ramo que “estuda as
organizações e os papéis que as integram, considerando o sistema social em suas
manifestações morfológicas e significações funcionais”. Os temas que a compõem:
podem ser analisados tomando a organização como elemento polarizador e, proceder, então, o estudo
dos elementos e funções que a integram. Podemos trabalhar também a partir das
relações capital -trabalho, administração-execução, produção-consumo, técnica- qualificação, para atingir a
organização e suas relações com o ambiente. Não cabe à Sociologia justificar ideias, propostas, intenções
preestabelecidas, dada sua natureza científica.
Quando se fala
de intervenção sociológica, o trabalho consiste em estudar metódica
e sistematicamente a realidade, procurando descobrir as tendências de manutenção estrutural e de mudanças,
inserindo-as no contexto que lhe é próprio (CASTRO, 2007, p.36).
.
Vale ressaltar que o emprego da
sociologia não dará soluções prontas aos problemas organizacionais. Trata-se de
um estudo científico e metodológico que busca a comprovação de hipóteses e que,
no máximo, aponta tendências. A decisão acerca do caminho a ser tomado será
sempre do administrador.
http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034-75901993000500005.pdf>.
Controle Social nas Organizações, do professor Fernando Prestes Motta.
REFLITA
Para refletir acerca da organização
social e do capitalismo na sociedade, assista ao filme “A Revolução dos Bichos
(Animal Farm)”, de 1999, e pense a
respeito. Os animais moradores da Granja do Solar, cansados dos maus-tratos
rotineiros, se rebelam contra o dono do local, o beberrão Sr. Jones. Após o
expulsarem, os bichos se organizam e instauram novas regras, formando uma
comunidade democrática, livre do domínio dos humanos. Os inteligentes porcos,
no entanto, logo tratam de impor suas ideias e um novo reinado do terror ganha
forma.
Max Weber, nascido em 1864, teve
contato desde cedo com as mudanças ocorridas no ocidente industrializado. Para
ele, era importante compreender a série de fenômenos sociais que ocorria
naquele período em que a sociedade capitalista se consolidava por um olhar diferente
de seus contemporâneos Karl Marx e Émile Durkheim.
Estudar Weber e sua leitura do
capitalismo recai nas formas como os indivíduos, sendo tão diferentes, se
relacionam entre si e como se organizam em uma sociedade tão bem estruturada
como a nossa. Assim, conceitos como os de poder e dominação, burocracia e
hierarquia serão desenvolvidos com o objetivo de compreendermos os motivos pelos
quais nossa sociedade se mantém em um relativo equilíbrio.
Para iniciar suas reflexões a respeito
dessa temática, você deve, primeiro, compreender que, segundo Weber, a
convenção e o direito são duas características para a existência e a garantia
de uma situação de legitimidade, que, por sua vez, encontra na convenção e no
direito a justificativa para as formas de dominação. Como toda interpretação
weberiana da sociedade moderna é fundada na tipologia, a legitimidade também
tem a sua, que, aliás, aproxima-se muito dos tipos de ação social, que você
conhecerá a seguir.
1.
Ação racional com relação a objetivos ou fins: típica do mundo capitalista e que reina nas relações de
mercado; o indivíduo elabora previamente seus objetivos ou interesses pessoais
e adequará os meios disponíveis para realizar tais objetivos.
Aqui, a racionalidade é expressa na
elaboração ou na adequação dos meios aos fins, bem como o desenvolvimento da ação.
Marx se posiciona de modo a nos fazer notar que essa sociedade se assenta em bases
de relações de desigualdade e exploração de uma classe – a burguesia – sobre
outra – o proletariado.
2.
Ação racional com relação a valores: como o próprio nome diz, o indivíduo pauta suas ações
pelos valores em que acredita, podem ser de várias ordens: estéticos, éticos,
ideológicos, religiosos, honra etc. Aqui, a racionalidade está justamente no
desenvolvimento da ação, e não no fim, uma vez que este pode, segundo Weber,
ter um caráter irracional e estúpido se relacionado às ações no mundo
capitalista.
3.
Ação afetiva:
as ações são realizadas por motivações impulsivas, cujos desenvolvimentos são
momentâneos, os quais conduzem o indivíduo a atos, na maioria das vezes,
impensados, ou seja, nem o desenvolvimento, tampouco o objetivo da ação foram
elaborados racionalmente.
4.
Ação tradicional:
os indivíduos explicam suas ações de modo tradicional; simplesmente realizam
seus hábitos, costumes e crenças que não foram elaborados por eles mesmos, ou
seja, o sentido da ação é dado pelo grupo social cujo indivíduo está inserido.
Logo, ele não é movido por uma elaboração racional dos objetivos, nem por um
valor ou por uma emoção momentânea.
Agora que você sabe os aspectos
centrais da compreensão weberiana da sociedade, há um questionamento
fundamental em sua teoria: o que legitima a ação de dominação de um homem sobre
outro? A resposta a essa pergunta também se reporta à tipologia da ação social.
Weber aproximará as formas de dominação das ações sociais pensando nas relações
políticas e nas relações econômicas que estabelecemos entre nós no convívio
cotidiano. Logo, não se assuste com o que você descobrirá nas reflexões do autor,
nem nas suas.
Para as suas reflexões sobre dominação e legitimidade, você deve passar pelo conceito
de poder e de dominação. O primeiro
conceituar á a probabilidade de
um indivíduo impor
sua vontade sobre outro, fazendo valer os interesses de um único ,
aqui fica expressa
a relação entre indivíduos
desiguais e que por sua vez possuem diferentes
relações com as esferas de poder, que são
social, econômica, cultural e política. O
conceito de dominação
indica muito mais que uma situação entre senhor e escravo, cuja obediência é o traço característico dessa relação social, assim os demais reconhecem as ordens do senhor como sendo legítimas (QUINTANEIRO et al., 2000, apud DIAS,1997, p. 60-83).
Em se tratando de uma organização no
capitalismo, o mecanismo que orienta o exercício legítimo, e legal, para o
domínio de uns sobre os outros se denomina burocracia, que pode ser qualquer
forma de poder e de controle que se imponha e se mantenha pelo uso de normas
rígidas e inflexíveis.
Para Weber, a burocracia sem desvios
ou em seu estado puro permite que haja um nivelamento das diferenças entre os
diversos atores individuais. Qual o objetivo desse nivelamento? Weber parte do
princípio de que os indivíduos têm diferentes meios para realizarem seus
objetivos ou seus interesses, que, na maioria das vezes, são elaborados racionalmente.
Assim, influências políticas, prestígio social, nível cultural ou, ainda, poder
econômico são meios que cada um de nós tem, mas em diferentes níveis. Usados
indiscriminadamente, esses meios podem promover o aumento das desigualdades
entre os indivíduos promovendo, assim, abusos de poder isso reforça o caráter
de separação social. A burocracia em uma dada instituição ou organização, ou,
inclusive, em nossas relações em sociedade, permite que tenhamos como parâmetro
as mesmas leis e normas, regras e princípios. Assim, obedecendo a um mecanismo
racional de regulação comum, como a burocracia, todos nós somos forçados a
manter essa estrutura racional como eixo comum para nossas ações.
Vista desse modo, a burocracia permite
que os indivíduos estejam conscientes de suas tarefas, funções, atribuições em
uma dada organização. Queremos dizer, então, que a burocracia define papéis em
uma dada estrutura, constituindo, assim, o princípio da hierarquia.
A hierarquia permite que haja uma
divisão das funções em diferentes níveis de poder.
Curiosamente, esses mesmos níveis são
reconhecidos por todos os membros de uma organização como legais (têm uma lei
como fundamento) e legítimos, pois se assentam no reconhecimento mútuo de que
um indivíduo ocupa uma função mais elevada por méritos e competências
racionais, previstos nas normas internas. Logo, não se utilizou de meios
ilícitos, não previstos na burocracia, por exemplo, a corrupção.
Para Weber, os “inferiores” em uma
determinada escala hierárquica podem recorrer a tempo das decisões de seus “superiores”
aos níveis mais altos nessa hierarquia. Porém, caso alguém o faça, deve fazê-lo
de acordo com os trâmites burocráticos. Um exemplo desse procedimento é o uso
de requerimentos, ofícios e memorandos, tanto nas repartições públicas quanto
nas empresas privadas (GERTH MILLS, 1971.).
Desse modo, a burocracia permite que
haja um controle, hipoteticamente, absoluto sobre todos os indivíduos em suas
mais diferentes atribuições e em todos os procedimentos que eles devem tomar no
cotidiano organizacional, desde uma complexa compra de matéria- prima para um
novo projeto ao atendimento de um simples telefonema.
É importante destacar, contudo, que
Weber verifica que há um aspecto negativo no exercício da burocracia: limitar
as potencialidades dos indivíduos no interior de uma instituição.
Weber reconhece que a burocracia
exercida com toda sua racionalidade alavancou o capitalismo ocidental; no
entanto esse mesmo desenvolvimento racional de tarefas e funções
pré-determinadas por normas e regras limita quaisquer possibilidades de
expansão das potencialidades dos indivíduos. Ainda que seja possível um
“inferior” subir seu status no interior de uma hierarquia, estará sempre
limitado dada a necessidade de obedecer e cumprir regras procedimentais (GERTH;
MILLS, 1971.).
Poder, em seu significado maior, é a
capacidade de agir, de produzir efeitos, tanto entre seres humanos como em
relação aos fenômenos naturais. Ao tratar do poder no seu aspecto social, na
relação entre o indivíduo e a sociedade, essa atividade é marcada não só pela
capacidade de agir mas também pelo fato de o indivíduo determinar o comportamento
de outros indivíduos, tendo como princípio maior o uso da violência física – a
força. O poder social faz com que o indivíduo não seja só sujeito, mas também objeto
desse poder.
Quando um governo determina leis, ele
está exercendo um poder social. O poder político, portanto, é uma forma de
poder social. Basicamente, é aquele poder exercido pelo Estado sobre a
sociedade. Por Estado, devemos entender o conjunto das instituições por meio
das quais se exerce o governo. De acordo com o sociólogo alemão Max Weber, o
Estado é o detentor do monopólio legítimo da força, especialmente porque
controla a polícia e as Forças Armadas.
Podemos perceber a necessidade do
máximo de aproximação entre a população e seu governo, de tal maneira que o
segundo não possa “abusar” da força e do poder que tem em relação à primeira.
Somente pela força, o poder político não é capaz de se manter. É necessário que
esse poder se legitime, assim, é necessário que ele tenha o apoio da maioria
das pessoas que vive sob ele. Daí a necessidade de o Estado não estar distante
da realidade das pessoas comuns, mas sim de se fazer porta-voz dos interesses
dessas pessoas. Esse é um instrumento vital para a manutenção e o exercício do
poder político.
SAIBA M AIS
Para saber mais sobre os temas
tratados aqui, assista aos filmes “O Leopardo”, de Luchino Visconti, “Vatel, um
banquete para o rei”, de Roland Joffé, “Marquise”, de Vera Belmont, “Daens, um
grito de justiça”, de StjinConix, “Gandhi”, de Richard Attenborough, e “O ABC
da greve”, de León Hirszman.
INDICAÇÃO D E L E ITURA
Nome do l ivro: Sociologia clássica:
Marx, Durkheim e Weber
Editora: Vozes, edição 7
Autor: C arlos Eduardo Sell
ISBN-10: 8532639054
ISBN-13: 978-8532639059
Esse livro apresenta o pensamento dos
fundadores da sociologia a partir de três eixos básicos: teoria sociológica;
teoria da modernidade; teoria política: problemas e desafios da realidade
social. Esse método, além de permitir uma análise comparativa das teorias de Marx,
Durkheim e Weber, possibilita uma compreensão da sociologia enquanto ciência e
uma reflexão sobre a natureza e as perspectivas da vida social em tempos
modernos. Retomando a visão desses autores, o leitor é convidado a exercitar
sua ‘imaginação sociológica’, adentrando, assim, no rico debate sociológico
sobre as diferentes maneiras, métodos e perspectivas de pesquisa e
interpretação da sociedade.
A
organização do trabalho: o ontem x a atualidade
Fonte: Hstrongart, 123RF.
ORGANIZAÇÃO FORMAL E INFORMAL
Discutir as relações de trabalho no
Brasil nos leva a recorrer à História. Lembre-se de que, nos primeiros
trezentos anos de Brasil, quando ainda éramos uma colônia de exploração portuguesa,
assim como nos sessenta e seis anos que se seguiram à nossa independência (1822-1888),
o trabalho predominante no Brasil foi o escravo.
Isso tem implicações sérias em nosso
desenvolvimento social, uma vez que, no Brasil, por conta da escravidão, mesmo
o trabalho braçal livre era nivelado por baixo. O trabalhador livre se
encontrava em condições bem parecidas com as de um escravo, o que nos leva a
concluir que o trabalho braçal na sociedade brasileira foi, por muito tempo, considerado
uma atividade depreciativa.
Além disso, não podemos nos esquecer
de que a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, não veio acompanhada de
uma reintegração dos ex-escravos à sociedade como homens e mulheres livres. A
ausência de uma preocupação estatal, nesse sentido, só fez reforçar a visão
preconceituosa do branco em relação aos ex-escravos, que, em sua maioria, eram
afrodescendentes.
A industrialização do Brasil no início
do século XX fez surgir uma incipiente classe operária urbana e os primeiros
movimentos grevistas. A ausência de uma legislação trabalhista perdurou até a
década de 1930, quando Getúlio Vargas criou as primeiras leis trabalhistas.
Em 1943, ainda sob a ditadura do
Estado Novo, Vargas criou a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), que
regulamentou a duração da jornada de trabalho, o salário mínimo, as férias
anuais, a segurança do trabalho, a regulamentação do trabalho feminino e
juvenil, além de outras conquistas da classe trabalhadora, como a carteira de
trabalho.
No entanto, com o estabelecimento da
abertura econômica durante os anos 1990, além da incorporação das já referidas
tecnologias da terceira revolução técnico-científica, a temática dos direitos
trabalhistas no Brasil se divide em duas posições distintas. De um lado, o
movimento sindical, liderado pela CUT e com inspiração do sindicalismo europeu,
afirma que é necessário manter a legislação trabalhista, especificamente a CLT,
além de defender a redução da jornada de trabalho, como já aconteceu em países
como a Alemanha. Do outro, economistas especialistas em mercado de trabalho
argumentam a necessidade de uma reforma ou, inclusive, de uma flexibilização da
legislação trabalhista para aumentar o número de postos de trabalho.
Enquanto esse debate permanece e não
sensibiliza a sociedade brasileira, é possível verificar que cada vez mais os
trabalhadores recorrem ao trabalho informal, aumentando o fosso entre aqueles
com carteira de trabalho assinada e os “sem carteira”.
https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos16/31824361.pdf>
Este artigo visa analisar como a legislação trabalhista brasileira
influencia a gestão das micro e pequenas empresas.
https://www.cartacapital.com.br/politica/em-dossie-pesquisadores-detalham-os-impactos-da-reforma-trabalhista>.
Este artigo mostra um estudo do Cesit que alerta as consequências da
última reforma trabalhista.
http://centrovictormeyer.org.br/noticias-sindicais/02112017-informal-avanca-brasil-apos-reforma-trabalhista/>.
o artigo a seguir trata de como o trabalho informal aumentou depois da
última reforma trabalhista.
PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO FRENTE
AOS NOVOS MODELOS DE GESTÃO
Segundo o filósofo austro-francês
André Gorz (1987), autor do livro “Adeus ao proletariado”, há dois tipos
de trabalhos realizados pelos seres humanos: o autônomo e o heterônimo.
Suponhamos que um operário de uma
empresa metalúrgica produza autopeças para carros durante os dias da semana e
cultive hortaliças nos fins de semana. A atividade de fim de semana é o
trabalho autônomo, ou consciente; fabricar as peças de automóveis
em troca de salário mensal, por sua vez, é o trabalho heterônimo, ou alienado.
Durante a Antiguidade Clássica (Grécia
e Roma), os homens livres, principalmente os proprietários de terras,
vangloriavam-se de possuir escravos e de manter o ócio, ou seja, não trabalhar.
Ser escravo é ser propriedade de outro homem. O labor (trabalho) era
considerado indigno de seres libertos. Poderíamos deduzir, então, que, no mundo
clássico, ser considerado humano era ser livre, até do trabalho, e, para isso,
ser proprietário de escravos.
Na Idade Média, o trabalho passou a
ser considerado um castigo de Deus, ou a função da maioria dos camponeses. O
vínculo do trabalhador com o senhor feudal era intermediado pela terra, pois o
nobre necessitava do trabalho do servo, e este, de terra livre dos invasores
bárbaros.
Segundo Santo Agostinho (2006), em seu
livro Cidade de Deus, a vida terrena deveria se espelhar no reino de Deus para
poder sobreviver frente à ameaça dos bárbaros pagãos.
Ao clero cabia a função de manter a
comunicação entre os homens e Deus, aos nobres, fazer a guerra contra os
inimigos do reino e, por fim, aos servos, trabalhar.
Com o advento do capitalismo, o
trabalho começou a deixar de ser negativo entre a classe dominante, no caso, a
burguesia. Transformou-se no principal valor econômico, e o ócio perdeu a
importância para o negócio, ou seja, a “negação do ócio”. A burguesia se
constituiu como um grupo social ligado ao trabalho mercantil, isto é, ao
comércio.
Paulatinamente, os mais variados
trabalhadores passaram a receber um salário mensal, para, em troca, produzirem
bens econômicos.
O capitalismo transformou o trabalho
em valor positivo nas sociedades europeias, nas quais ele se instalava, a
partir da Baixa Idade Média. Contudo, sabemos que o capitalismo de hoje não é o
mesmo da época de sua formação, devido às mudanças ocorridas na esfera da
satisfação das necessidades humanas, ou seja, na forma de produzir e distribuir
os bens e os serviços. Dessa maneira, o trabalho também sofreu modificações desde
então.
Basicamente, podemos afirmar que o
debate acerca do trabalho no capitalismo desembocou em duas posições
antagônicas: uma otimista, por ver o trabalho como o único meio honesto
de satisfação econômica e de ascensão social, e outra pessimista, por afirmar
que o assalariado sempre é explorado e marginalizado das benesses que ele produz.
Referimo-nos, respectivamente, ao liberalismo e ao socialismo.
Essas duas concepções sobre o trabalho
no capitalismo são decorrentes da primeira fase da Revolução Industrial, na
qual predominou o capitalismo concorrencial. Cada uma dessas concepções
apresentou o seu ponto de vista sobre como resolver as mazelas sociais
decorrentes da industrialização.
A doutrina liberal ou o liberalismo
econômico fundamenta-se, basicamente, na livre concorrência do mercado diante
do intervencionismo do Estado. Seu grande pioneiro teórico foi Adam Smith
(1723-1790), defensor do trabalho enquanto principal riqueza de um país, no
lugar de metais preciosos ou agricultura, como afirmavam, respectivamente, os mercantilistas
e os fisiocratas.
Dentre os socialistas, podemos
destacar três correntes significativas: os socialistas utópicos, os socialistas
anarquistas e os socialistas marxistas. Os utópicos acreditavam que seria
possível haver uma maior igualdade a partir da concessão de parte dos lucros do
empresariado para a melhoria de vida dos trabalhadores. Os anarquistas combatiam
qualquer forma de poder, fosse ele do Estado, do patrão ou da Igreja. O mais
famoso e reverenciado foi o socialismo de Karl Marx. Sua visão do
socialismo se fundamentava em uma crítica do trabalho no capitalismo, pois o
trabalhador (ou, especificamente, o operário), segundo Marx, ficava alienado do
processo produtivo, ou, em outras palavras, o produtor não se via no seu
produto.
O capitalismo oligopolista, decorrente
da segunda fase da Revolução Industrial, deu origem a maior divisão do trabalho
industrial. O taylorismo e o fordismo foram duas novas formas de organizar o
trabalho, no sentido de aumentar sua produtividade. A primeira forma foi
criação do engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), que, por
meio do estudo das tarefas dos trabalhadores de sua empresa, estabeleceu os
movimentos e o tempo médio para cada atividade, de maneira que um homem de
porte físico mediano pudesse realizá-lo. A segunda forma foi elaborada por
Henry Ford (1863-1947), que criou a produção em série pelas linhas de montagem
(ou linhas de produção), gerando maior produtividade do trabalho, pois fazia do
operário um simples par de braços.
Com a terceira fase da Revolução
Industrial, o avanço da robótica e, principalmente, da informática estabeleceu
novos parâmetros de produção que, além de buscar uma maior produtividade, preocupou-se
com a qualidade e a rapidez.
O toyotismo é a maior expressão dessa
concepção de produção industrial, que procura obter um verdadeiro “casamento”
entre o operário e a empresa. Trata-se de uma forma de trabalho marcada por uma
valorização da alta qualificação profissional e da grande individualidade por
parte dos trabalhadores.
SAIBA MAIS
Para saber mais sobre as relações de trabalho
no capitalismo, assista ao filme “Tempos modernos (Modern Times)”, lançado em
1936, com direção de Charles Chaplin.
Nesse filme, um operário de uma linha
de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do
almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um
longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas
desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma
crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que
liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba
comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não têm
mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é
morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas
a jovem consegue escapar.
REFLITA
O filme “Roger e Eu (Roger and Me)” lançado em 1989, com
direção de Michael Moore apresenta uma crítica bem-humorada ao fechamento, pela
General Motors, de onze fábricas na cidade de Flint (estado de Michigan), que
deixou 30.000 pessoas sem trabalho. O documentário tem como pano de fundo as
novas relações de trabalho assentadas no neoliberalismo, que começava a avançar
em fins da década de 1980. A partir disso, pense sobre as relações de trabalho
no período do capitalismo.
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E RELAÇÕES
DE TRABALHO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
A origem da
tecnologia está na palavra técnica, que, em grego, significa “da melhor
maneira”, refere- se a tudo aquilo que pode ser feito de uma maneira mais
eficaz. Por exemplo: para preparar a terra para o cultivo, o agricultor pode
utilizar a enxada, mas o arado puxado pelo trator é uma técnica melhor.
Sistema
capitalista fez a técnica transformar-se em tecnologia, um ramo do conhecimento
em que a busca de resultados é identificada como um constante aumento da produtividade
do trabalho.
Atualmente,
o desenvolvimento tecnológico não se limita ao aperfeiçoamento dos produtos, mas
à procura pela incrementação do processo de produção deles. Dessa maneira, na
junção da tecnologia com a ciência, temos uma revolução técnico-científica,
simbolizada nas atuais tecnologias de comunicação e de informação (satélites e
computadores de última geração, por exemplo).
Assim,
podemos observar que o avanço tecnológico é uma constante na vida humana, na
lógica das sociedades industriais, pois, ao mesmo tempo em que cessa atividades
existentes, cria novas necessidades e novos serviços. Para ilustrar: quando o
automóvel começou a substituir os cavalos como meio de transporte, afirmava-se
que isso seria negativo para a economia, porque os criadores de cavalo, os
ferreiros, os coureiros e todas as outras atividades afins desapareceriam, o
que traria a ruína econômica para a sociedade. Isso realmente aconteceu, mas não
houve ruína; ao contrário, gerou novas profissões, como mecânicos, funileiros eletricistas,
tapeceiros, atividades relacionadas com a indústria automobilística. É possível
percebermos que novas tecnologias geram novas profissões, que geram novas
relações de trabalho.
Contudo um
velho impasse social e histórico mantido também pelo capitalismo continua sendo
o alto índice de pobreza e de miséria social, esparramado pelas várias partes
do mundo. A robotização e a consequente qualificação constante do trabalho
fazem aumentar o desemprego, que, por sua vez, faz aumentar a exclusão social.
Por outro lado, a globalização da economia ajuda a agravar essa situação,
fazendo aumentar o desemprego estrutural.
Atualmente,
o capitalismo é aceito por muitos como a única forma de economia capaz de satisfazer
as necessidades humanas de consumo, principalmente após a crise do socialismo real
e o consequente desmantelamento da União Soviética, em 1991.
A adoção de
medidas neoliberais, no entanto, combinada com a globalização da economia, não
tem sido capaz de dar conta da pobreza e da miséria à que está submetida grande
parcela da humanidade. Do ponto de vista socioeconômico, os países continuam divididos
entre atrasados (ou subdesenvolvidos) e avançados (ou desenvolvidos). Os primeiros
podem ser caracterizados por serem dependentes economicamente e não solucionarem
as suas mazelas sociais; os segundos, por sua vez, são detentores das grandes
empresas (multinacionais) e superaram parte de seus problemas sociais.
De qualquer
maneira, o aumento da violência nos centros urbanos, muitas vezes associado ao
tráfico de drogas ou a outras atividades ilícitas, tem demonstrado e reforçado
o problema da exclusão social gerada por aquilo que chamamos de capitalismo
selvagem.
Atualmente,
a globalização tem sido o paradigma de desenvolvimento, ou seja, a economia é
marcada pelo desmembramento da produção, por meio da terceirização ou da produção
em locais diferentes e pelo uso de alta tecnologia, especificamente a
utilização da informática no sistema financeiro e na troca de informações. Esse
paradigma é considerado mais uma forma de exploração por parte dos países
desenvolvidos em relação aos países subdesenvolvidos. Também existe a opinião
de que a globalização corresponde a um novo patamar de desenvolvimento, que
concede aos países atrasados a possibilidade de superarem sua condição de
subdesenvolvimento, pois passa a existir uma maior interação econômica entre
todas as nações.
MUDANÇA ORGANIZACIONAL
Em um
primeiro momento, a Responsabilidade Social (RS) promovida no ambiente
organizacional leva a afirmar que estamos passando por um processo de mudança
na forma como as empresas se relacionam com os seus colaboradores e, ao mesmo
tempo, com a sociedade local. Isso, em certo sentido, implica em uma mudança
nos padrões de consumo.
Garcia
(2004) explica que, desde a década de 1980, surgiu, no Brasil, um movimento de
empresas pela Responsabilidade Social. A iniciativa desse grupo de empresas
realiza- se não apenas na ampliação das fronteiras no mercado interno mas
também na construção de uma nova forma de competitividade entre as empresas de
segmentos semelhantes. Em contrapartida, o Estado incentivou essas práticas
reduzindo impostos de determinados produtos e serviços, a fim de estimular a
relação socialmente responsável de empresas.
O CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
Segundo
Tomei (1984, p. 191), “o conceito de responsabilidade social foi continuamente debatido
e alternadamente aceito e rejeitado, principalmente nos anos 60”. A autora
afirma, citando Bowen (1953), que uma discussão clássica sobre responsabilidade
social é semelhante ao empresário que tem a obrigação de adotar políticas, tomar
decisões e acompanhar linhas de ação desejáveis segundo os objetivos e valores
da sociedade.
Tomei (1984,
p. 191), ao citar Kugel (1973), afirma que “o desenvolvimento do conceito de responsabilidade
social acompanhou a própria evolução dos vários programas de responsabilidade
social estabelecidos pelas empresas americanas”, ou seja, para Kugel (1973), “a
experiência dos anos passados demonstra que a sensibilidade para os problemas sociais
foi institucionalizada”.
Essa
concepção, para Tomei (1984, p. 191), “confirma a tese de que a
responsabilidade social se tem caracterizado por pressões para tornar as
empresas mais solidárias com os problemas da sociedade”; assim sendo, a origem
da responsabilidade social está na intenção de criar possibilidades para que a
empresa possa se inserir mais adequadamente nas relações lógicas do sistema
econômico, político e social em que deve atuar (DAVIS; FIFTCH, 1975, apud
TOMEI, 1984).
Contudo
Tomei (1984) acredita que a ideia de que o conceito de responsabilidade social foi
aparentemente institucionalizado pela sua operacionalização não invalida a
constatação e constante discussão em torno da problemática. A autora busca
embasamento teórico sobre essa discussão em economistas como Milton Friedman e
Henry Manne.
Essa discussão
desenvolve-se basicamente em tomo de um enfoque conservador e de um enfoque
liberal. Esses dois economistas defendem o ponto de vista do conservador, cujo
argumento básico é o de que os objetivos das empresas se restringem à alocação eficiente
de recursos escassos na produção e na distribuição de produtos/serviços em uma
economia de mercado livre.
Tomei (1985)
se apoia em duas colocações de Friedman que esclarecem seu raciocínio sobre a
questão. A primeira é que existe apenas uma responsabilidade social da empresa,
que é utilizar recursos para produção e colocá-los em atividades, a fim de
maximizar lucros. A segunda é que a responsabilidade social é um comportamento
de antimaximização de lucros, assumido para beneficiar outros que não são
acionistas da empresa.
Segundo
Tomei (1984), aqueles que defendem essa corrente esclarecem a abordagem conservadora
e afirmam que as ações corporativas que não são tomadas em favor de benefício
dos acionistas de uma empresa são insuficientes do ponto de vista de uma economia
de mercado. Uma responsabilidade da empresa é utilizar seus recursos e organizar
suas atividades com o objetivo de aumentar seus lucros, seguindo as regras do
jogo de mercado. Sendo assim, a responsabilidade social da empresa é um custo adicional,
atinge os lucros e reduz a eficácia da empresa.
Tomei (1984,
p. 191) apresenta o centro básico dessa argumentação, que se resume em:
“empresas devem aceitar responsabilidades sociais além das requeridas por lei, aceitando
os custos a isto associados” . Nesse sentido, ela afirma que a ética de lucro como
único objetivo de uma organização não é adequada, dando lugar a uma ética de responsabilidade
social, que dá ideia de bem-estar geral no lugar da busca desenfreada do lucro.
Assim sendo, a doutrina de responsabilidade social argumentada pelos liberais enfatiza
que “as empresas devem encorajar o desenvolvimento político e legal que versa a
favor do interesse público” (TOMEI, 1984, p. 191).
Tomei (1984)
conclui que tanto o enfoque liberal quanto o enfoque conservador de
responsabilidade social vão de encontro aos conceitos fundamentais e objetivos
de responsabilidade social. Segundo Tomei (1984, p. 191),
a responsabilidade
social não é um objetivo anti mercadológico, mas
uma forma também eficaz de alcançar e manter rentabilidade. A principal questão que ambos os
enfoques abordam é a identificação do papel próprio
que a legislação
e a política
pública devem desempenhar para
criar e manter um ótimo ambiente organizacional.
Diante desse
cenário, a Responsabilidade Social é, também, uma estratégia neoliberal cujas
realizações buscam minimizar ou mesmo substituir a presença do Estado
interventor na economia. Porém, e isso deve ficar claro para você, as empresas
não só cedem às pressões e inauguram uma nova relação com a sociedade civil mas
também podem promover uma mudança nos nossos hábitos de consumo. Quando
escolhemos entre duas marcas de chocolate, optamos por aquela que tem um rótulo
com os dizeres “chocolate artesanal: respeito ao homem e à natureza”, por
exemplo. Claro que isso implica em outro tipo de consumidor (GARCIA, 2004).
CO367t--q7kCFUlp7Aod4jwAyA> “Programa na mão certa”, fala sobre o Grupo
Casco que participa de três Programas de Responsabilidade Social.
http://www.responsabilidadesocial.com/> O próximo site fala dos vários programas e da
importância da Responsabilidade Social na atualidade.
SAIBA MAIS
O link a
seguir apresenta uma pesquisa abordada durante a conferência Ethos 360°, em São
Paulo, dos pesquisadores Afonso Fleury, professor da Escola Politécnica da Universidade
de São Paulo, Khalid Nadvi e Rudolf Sinkovics, ambos da Universidade de Manchester,
que focaram sua análise na avaliação das empresas e em como elas enxergam a
responsabilidade social. O objetivo é entender como entra a responsabilidade social
corporativa no modelo de negócios da empresa, como a questão está posicionada na
criação de valor, como está sendo trabalhada na relação com o consumidor e como
está afetando os resultados financeiros da empresa.
REFLITA
O texto a seguir apresenta alguns
argumentos contra e a favor da Responsabilidade Social. Argumentos contra e a
favor da responsabilidade social da empresa
Argumentos contra
Os argumentos contra a
responsabilidade social das empresas têm sido mais amplamente articulados por Milton
Friedman. Ele defendeu a ideia de que a tarefa da empresa é otimizar o lucro do
acionista (proprietário) por meio do bom uso dos recursos organizacionais.
Muitos acusam Friedman e seus adeptos de não se preocuparem com a justiça
social. No entanto, não é esse o caso, Friedman e seus seguidores se baseiam na
tese de que a empresa não deve assumir responsabilidade social direta.
Friedman e seus muitos seguidores
argumentam que a empresa deveria apenas buscar a otimização do lucro dentro das
regras da sociedade.
Afirmam que uma empresa lucrativa
beneficia a sociedade ao criar novos empregos, dar boas condições de trabalho e
pagar salários justos, que melhoram a vida de seus funcionários, além de
contribuir para o bem-estar público pagando seus impostos. A empresa concentra
seus recursos com mais eficiência e eficácia.
Argumentos a favor
Keith Davis defende a responsabilidade
social das empresas. Ele argumenta que a responsabilidade social anda de mãos
dadas com o poder social, e já que a empresa é a maior potência no mundo
contemporâneo, ela tem a obrigação de assumir uma responsabilidade social correspondente.
Por sua vez, a sociedade, que deu esse
poder às empresas, pode chamar a empresa para prestar contas pelo uso desse
poder. Davis também afirma que a empresa precisa estar aberta aos problemas
sociais e que a sociedade deveria valorizar os esforços na área da
responsabilidade social. Davis reconhece que ser socialmente responsável tem
seu preço, mas argumenta que as empresas deveriam repassar com legitimidade
esse custo aos consumidores na forma de aumento de preços. De maneira ainda
mais revolucionária, Davis afirma que a empresa tem obrigação até de ajudar a
resolver problemas sociais nos quais está diretamente envolvida.
Essa obrigação visa ao bem comum,
porque, quando a sociedade melhora, a empresa se beneficia. Em geral, Davis
encara a empresa como uma pessoa. A sociedade pode esperar menos de uma empresa
do que espera de um indivíduo? Fonte: Argumentos… (s./d., on-line).
SAIBA MAIS
Este próximo
link levará você a um artigo que debate questões éticas na prática empresarial,
por meio da proposta de um modelo teórico, apoiado em hipóteses que exploram os
fatores culturais, morais e contextuais que influenciam as opções de natureza
social nas organizações.
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do
livro: Responsabilidade Social e Sustentabilidade: os novos desafios da empresa
moderna
Editora:
Lemos & Cruz
Autor:
Frederico Matos Thales de Araujo
ISBN:
9788599895733
Comentário:
O Livro aborda os novos desafios decorrente das atividades empresariais.
Nessa obra,
o autor apresenta a evolução histórica da responsabilidade social e traça um
paralelo acerca da filantropia empresarial e da responsabilidade social da
empresa, apontando suas divergências.
Culturas das organizações x ideologias
O
capitalismo fundamentalmente se qualifica por ter as seguintes características:
obtenção de lucro, generalização da mercadoria, trabalho assalariado,
exploração da mais-valia e administração racional-burocrática. Esse sistema
econômico, no entanto, transformasse para poder se manter. O sistema capitalista
iniciou-se a partir da Revolução Comercial, com a disseminação das manufaturas,
o que possibilitou a ocorrência de acumulação primitiva de capital.
Pode-se
dizer que capital é tudo aquilo que gera renda para o seu detentor. O capital pode
ser manifestado na forma de dinheiro, na forma de máquinas, equipamentos e
imóveis e, também, na forma de mercadorias decorrentes da produção. Por isso,
tal sistema econômico é definido como capitalismo, já que o capital passou a
ter primazia sobre a terra, que era fundamental no feudalismo.
A acumulação
primitiva de capital é a etapa básica para que uma sociedade possa ingressar no
sistema capitalista. Corresponde ao processo social de geração de riquezas que
serão direcionadas para a poupança, em vez de serem gastas em consumo
improdutivo.
Assim, a
acumulação de capital possibilita que uma classe social, no caso, a burguesia,
detenha esse fator estratégico para produzir os bens econômicos, sejam eles de
consumo (comida e roupa) ou de produção ou capital (aço e eletricidade).
Com a
Revolução Industrial, o capitalismo adentrou outra fase, ou melhor, atingiu a
sua plenitude e passou por uma etapa competitiva (capitalismo competitivo).
Nesse período, o sistema econômico capitalista assumiu completamente suas características:
generalização da mercadoria, trabalho assalariado e exploração da mais-valia.
Mais-valia é
um conceito de Karl Marx que se refere ao trabalho suplementar que advém do
trabalho social dos operários e se concentra na mão dos capitalistas por meio
do lucro comercial ou industrial, do juro ou da renda da terra.
Fonte: Sergey
Maksimov, 123RF
CULTURA DAS ORGANIZAÇÕES
A palavra
“cultura” tem múltiplos significados dentro do nosso idioma. Um deles é cultura
enquanto plantação, como a cultura de arroz. Cultura, nesse caso, vem do verbo
cultivar.
Outra
concepção de cultura é sinônimo de erudição; erudição é a característica de pessoas
detentoras de vasto e profundo conhecimento em diversos assuntos. Dessa maneira,
podemos nos referir a esses indivíduos como cultos.
Para as
Ciências Sociais, cultura diz respeito a toda manifestação material e não
material de um povo ou grupo social. Logo, cultura é tudo aquilo que passa pela
ação do trabalho humano, por meio do qual somos capazes de transformar a natureza.
Sendo assim, toda produção, seja ela material (artesanato, comidas, roupas,
moradias, ferramentas, dentre outras) ou não material (linguagem, histórias,
ideias, projetos etc.), não é natural, e sim cultural. Em suma, cultura é toda
manifestação humana proveniente do trabalho, que é a maneira por excelência de
explorar a natureza e obter a subsistência.
Além dessa
concepção importante para nós, há outra, que diz respeito à cultura como parte
de uma sociedade ou povo. Um povo ou nação tem manifestações típicas de sua cultura.
No caso do Brasil, temos vários exemplos, desde os mais estereotipados, como o
carnaval, o futebol e o celebrado “jeitinho brasileiro”, até os menos
percebidos, como a nossa alegria de viver, o descaso com horários, regras e convenções
e a informalidade nas mais diversas relações sociais. Tal ideia de cultura
contempla, também, a ciência ou a produção artística, como a telenovela –
exemplo mais notório dos últimos quarenta anos.
Segundo
Marconi (1995), a diversidade cultural é um fato relativo à própria espécie humana,
que, mediante o surgimento e a formação de sociedades variadas, tem produzido
uma série de culturas diferentes. Por exemplo, não exageramos ao afirmar que
existe uma cultura latino-americana, mas é errôneo pensar que as realidades
distintas, como a brasileira, a mexicana e a argentina, possam expressar
culturas iguais.
Sem dúvida,
existe muita semelhança, mas em meio a um processo de globalização e padronização
cultural, as culturas das sociedades modernas buscam preservar suas particularidades
culturais, como se isso fosse, mais que uma resistência, uma forma de
preservação de identidades.
Como se
sabe, as últimas décadas foram marcadas por inúmeras alterações de cunho econômico,
político, social e cultural, e as organizações foram, como toda a sociedade, diretamente
afetadas por essas mudanças. Há muito mais critérios para direcionar a gestão dos
negócios do que meramente a obtenção de lucro.
Hoje, por
exemplo, é preciso ser ético e sustentável. Outro fator que determinou grandes
guinadas foi o das inovações tecnológicas, sempre constantes e que exigem
respostas rápidas, tanto de empregadores quanto de empregados. Um exemplo
interessante: a invenção da máquina a vapor desencadeou a Revolução Industrial
e, junto com ela, uma série de acontecimentos que tem efeito até os dias
atuais.
A cultura,
assim como as organizações, é constituída de manifestações individuais e de grupo,
e também está sujeita a sofrer com mudanças conjunturais, precisando ser levada
em conta no planejamento estratégico das empresas. O Brasil tem uma variedade
imensa de características culturais regionais que estão integradas em uma base
única, que é chamada de cultura brasileira. Tais variações são o que chamamos
de subculturas, não porque sejam superiores ou inferiores umas às outras, mas
porque constituem variações da cultura total. Essa variedade é decorrente, em
parte, da dimensão geográfica, das variações climáticas, de ecossistema e de
desenvolvimento social que configuram cada região de nosso país. São fatores
como esses que podem proporcionar os elementos para o desenvolvimento de
práticas culturais totalmente diversas umas das outras.
Dizemos em
parte porque uma subcultura não estará necessariamente ligada a um determinado espaço geográfico, por exemplo,
pois “uma área cultural pode corresponder a uma subcultura, mas dificilmente
ocorre o inverso, isto é, uma subcultura identificar-se com determinada área
cultural” (LAKATOS; MARCONI, 1995, p.137). Sabemos, por exemplo, que a cultura
nordestina é diferente da cultura sulista, e, mesmo dentro de uma região comum
a vários estados, experimentamos várias manifestações culturais díspares e
extremamente particulares, como no caso da região sudeste (veja São Paulo e Rio
de Janeiro, por exemplo). Inclusive em Minas Gerais, um dos maiores estados do
Brasil, é possível verificar que as práticas culturais variam bastante do sul
para o norte do estado, ou do Triângulo Mineiro para a Zona da Mata. Trata-se
de:
Um meio peculiar
de vida de
um grupo menor dentro de uma sociedade maior.
Entretanto, embora os padrões da subcultura apresentem
algumas divergências em relação à cultura central ou à outra
subcultura, mantêm-se
coesos entre si (LAKATOS;MARCONI, 1995, p.137).
Da mesma
forma que a cultura de uma sociedade é configurada por um conjunto de valores,
de costumes, de atividades, hábitos que lhes são peculiares, também as
organizações têm culturas que lhes são inerentes.
Chama-se
cultura organizacional aquela que se desenvolve no interior das organizações e
orienta o comportamento dos indivíduos que dela fazem parte, estabelecendo uma identidade,
à qual eles se identificam, gera, ainda, um sentimento de pertencimento a algo
maior que eles, singularmente considerados. Atualmente, a maioria das empresas
já conta com códigos de conduta próprios e sistemas de valores adotados pela
organização que refletem, de certa maneira, as práticas culturais dela.
Assim como
existem culturas diferentes em países, regiões ou cidades, também a cultura de
uma organização será diferente daquela verificada em outra organização, podendo
se assemelhar em alguns aspectos, principalmente no tocante ao direcionamento
da empresa.
A cultura
organizacional também é dinâmica e está sujeita a alterações mediante mudanças
na sociedade em que está inserida, em virtude de questões de apelo mundial.
A cultura de
uma empresa é, ainda, uma forma de estratégia que se altera segundo as necessidades
do mercado e da concorrência. É um mecanismo de controle ajustável por meio do
qual é possível aumentar enormemente o desempenho da empresa, mantendo a
organização flexível e mais facilmente adaptável a alterações no ambiente em que
está inserida.
Ao
estabelecer um conjunto de valores e normas que deve ser interiorizado pelos funcionários,
a empresa detém o poder de definir quais são os limites aceitáveis de comportamento,
assim como estabelece punições para aqueles que forem considerados desviantes.
Em
contrapartida, é preciso que essas propostas também estejam alinhadas com as expectativas
dos indivíduos que dela fazem parte, que chegam à empresa com personalidades já
formadas, valores e preconceitos já estabelecidos. Para Oliveira (2006, p.225),
“a socialização condiciona os objetivos pessoais, que levam o indivíduo a
buscar as organizações com o fim de nelas conseguir a satisfação, seja entrando
como empregado, seja criando sua própria empresa”.
SAIBA MAIS
Segundo
Oliveira (2004), a palavra ideologia foi usada no começo do século XIX pelo francês
Destutt de Tracy, com o significado de ciência que tem por objeto o estudo das ideias.
Mais tarde, Karl Marx e Friedrich Engels deram a ela o sentido de consciência
social de uma classe dominante. Nesse sentido, Marx e Engels entendiam
ideologia como um conjunto de ideias falsas cujo objetivo era mascarar a
realidade social, encobrindo as relações de dominação e exploração a que estão
submetidas as classes dominadas.
Para
Oliveira (2004), com base nessa perspectiva, ideologia teria o mesmo
significado de “falsa consciência”.
A definição
de ideologia apresentada por Oliveira (2004) irá ajudá-lo, a entender o artigo
que está disponível em
Segundo Marx
(2000 ), é necessária a existência do indivíduo para que este possa pensar.
Primeiro, o
ser humano tem que produzir suas condições materiais e concretas de vida, pelo
trabalho, que são os bens necessários à sua existência e à sua sobrevivência.
A esse
processo Marx deu o nome de infraestrutura.
Existe uma
base econômica na sociedade que está relacionada às formas de produção de bens
necessários para a sobrevivência. A própria sociedade cria necessidades sempre superiores
em quantidade e sem qualidade, e são essas necessidades crescentes que
incentivam o desenvolvimento constante das forças produtivas. Assim, o trabalho
para o humano é ontológico, isso quer dizer que o trabalho é indissociável da
existência humana – não é uma opção. É por isso que o modo de produção consiste
nas forças produtivas e nas relações sociais de produção, que, juntas, criam a
existência em uma determinada sociedade.
A
desigualdade de propriedade cria contradições que provocam um processo
revolucionário.
As forças
produtivas e as relações sociais determinadas por elas modificam-se a cada momento,
por isso são determinadas historicamente, e esse movimento ocorre à medida que
vão aumentando as necessidades. É materialismo porque o indivíduo está
produzindo sua existência de forma concreta, trabalhando e produzindo as coisas
da vida e, assim, cada mudança nessa maneira de produção faz com que mude a
maneira de se viver também.
Para Marx, não
são os pensamentos que determinam a vida; é a vida que determina os pensamentos.
Essa é a base do materialismo histórico, em contraposição ao idealismo hegeliano.
Não são as relações sociais que determinam a vida, mas é a vida que determina as
relações sociais. Vivemos de acordo com a nossa época e produzimos os bens necessários
para esse modo de viver, a cada época.
Vejamos,
então, como, segundo Marx, a realidade aparece invertida e tomada de ideologia.
Tendo o
poder nas mãos, a burguesia faz o discurso filosófico que convence os
trabalhadores de que a proposta de modernidade seria o melhor para o futuro. O
Estado burguês de direito político, ou, nas palavras de Marx, a superestrutura,
institui as ideias de igualdade e liberdade, conseguindo, com isso, a dominação
por meio de sua ideologia. A burguesia tem poder econômico e consegue tomar o
poder político para convencer a todos que esse é o melhor caminho; essa classe
social dominante faz uso de um discurso que consiste na afirmação de que todos
têm direitos iguais, desde que aceitem a relação de exploração.
A
superestrutura serve para reafirmar a ideologia de que esse modo de vida é o
correto, a fim de manter o sistema. Para tanto, a filosofia empresta sua
contribuição para a formação do Estado burguês. O poder vem de cima para baixo,
dizendo que existe uma lei que deve ser respeitada.
A sociedade
é composta de classes opostas. Existem os opressores e os oprimidos, aqueles
que detêm o poder e os outros que têm que segui-los. Existe um conflito
constante de interesses opostos. A dominação, portanto, é mascarada, mas está
presente.
Existe e
sempre existiu a luta constante entre interesses opostos. O Estado, as leis e
as normas existem para reproduzir o sistema burguês e, com isso, promover a
alienação da consciência das classes. A Revolução Industrial acelerou o processo
de alienação do trabalhador, dos meios de produção e dos produtos de seu trabalho.
Marx acreditava que, pelo fato de o ser humano ter perdido sua liberdade em função
do trabalho, houve uma desvalorização do mundo humano, crescente em razão direta
da valorização do mundo das coisas, porque o objeto que o trabalho produz
contrapõe-se-lhe como um ser estranho, como um poder independente do produtor.
SAI BA MAIS
Este texto
apresenta vários aspectos do controle social nas organizações e analisa as contribuições
de Merton, Selznick, Goudner, Crozier, o grupo de Aston e Weber. Foi originalmente
publicado por Motta em 1979, e é revisitado por Vasconcelos e Wood Jr., que
atualizam a bibliografia e adicionam alguns comentários, acrescentando a
perspectiva simbólica aos argumentos originais. Essa nova perspectiva foi
esboçada pelo próprio autor original, no curso “Simbolismo Organizacional”,
realizado na EAESP/FGV (1º semestre, 1993)
http://polis.org.br/uploads/1058/1058.pdf> Fala a respeito do que significado de
controle social, por que ele é importante, quem o executa, como se concretiza e
como pode aprofundar a democracia.
REFLITA
Ao findar esta unidade percebemos como
o sistema capitalista fez a técnica transformar-se em tecnologia. A técnica
torna-se um ramo do conhecimento em que a busca de resultados é identificada
como um constante aumento da produtividade do trabalho.
Dessa forma, vimos que o
desenvolvimento tecnológico não se limita ao aperfeiçoamento dos produtos, mas
à procura pela incrementação do processo de produção deles. Assim, com a junção
da tecnologia com a ciência, temos uma revolução técnico-científica, simbolizada
nas atuais tecnologias de comunicação e de informação, como os satélites e
computadores de última geração, por exemplo.
Por isso, é de extrema importância que
você observe que o avanço tecnológico é uma constante na vida humana, dentro da
lógica das sociedades industriais, pois, ao mesmo tempo em que cessa atividades
existentes, cria novas necessidades e novos serviços, o que nos conduz a um
velho impasse social e histórico, que é o alto índice de pobreza e miséria
social, esparramado pelas várias partes do mundo. Independente dos pontos de
vista sobre a relação entre capital-trabalho-tecnologia, eles não podem se
ausentar em relação a esse problema.
No Fórum Econômico Mundial, que
ocorreu em janeiro de 2016, na Suíça, uma das discussões foi o desaparecimento
de inúmeros postos de trabalho por conta dos avanços tecnológicos. Considerando
esse fato, leia o artigo disponível:
<https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia-pode-acabar-com-5-milhoes-de-empregos-no-mundo-ate-
2020-18498564>, e reflita a respeito de como isso pode afetar sua vida profissional
e como se adequar a essa realidade.
SAIBA MAIS
O artigo a
seguir discute alguns dos desafios do crescimento brasileiro para alcançar uma
distribuição da renda mais equitativa, tendo em vista a institucionalidade das
políticas públicas setoriais, da infraestrutura nacional e do trabalho social.
SAIBA MAIS
Para saber
mais sobre o assunto estudado, acesse o link a seguir e veja a organização geral
do livro “Economia brasileira: uma introdução crítica”, de Luiz Carlos Bresser,
de 1998.
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do
livro: A Identidade cultural na Pós-Modernidade
Editora: DP
& A
Autor :
Stuart Hall.
ISBN:
9788574904023
Em “A
Identidade cultural na Pós-Modernidade”, Stuart Hall busca avaliar se estaria
ocorrendo uma crise com a identidade cultural, em que consistiria tal crise e
qual seria a direção dela em momento pós-moderno.
Palavras-chave:
Cultura. Pós-modernidade. Identidade cultural.
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do
livro: Da divisão do trabalho social
Edit ora
Martins Fontes.
Autor :
Emile Durkheim.
ISBN- 10: 8578272536
ISBN-13:
978-8578272531
O papel que
os agrupamentos profissionais estão destinados a desempenhar na organização dos
povos contemporâneos é o tema desse livro.
INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do
livro: Mudanças sociais no Brasil
Edito ra
Global.
Autor :
Florestan Fernandes.
ISBN:
978-85-260-1334-6:
De forma
tumultuária e contraditória, é animado o progresso no Brasil, onde uma
estrutura social arcaica subsiste no campo, enquanto nas principais cidades se
atinge o nível dos países industrializados da civilização ocidental. Nos
últimos anos, essa situação se aguçou, violentando-se paisagens milenárias com
rodovias modernas, forjando-se a indústria pesada e criando-se um potencial
energético capaz de atender às exigências do desenvolvimento.
CONCLUSÃO
A Sociologia
estuda e procura compreender fenômenos e relações sociais existentes em um dado
ambiente. Pode-se imaginar que a Sociologia aplicada às organizações
empresariais é a vertente que tem as ferramentas necessárias para compreender
os fenômenos e as relações sociais dentro do ambiente empresarial. É natural
imaginar que existe interesse, por parte dessa ciência, em investigar o
referido ambiente, sendo que a economia e seus elementos é que têm ditado os
rumos do mundo, dispondo de poder de pressão suficiente para direcionar as
políticas públicas dos países. As empresas deixam, afinal, de possuir um papel
meramente econômico e passam a ser vistas como elementos de garantia da
estabilidade social.
Sociologia,
contudo, não nos dá uma fórmula exata para resolver todos os problemas de
desigualdade social decorrentes das relações de trabalho dentro do sistema
capitalista, porque as relações sociais envolvidas não fazem parte de uma
ciência exata, elas são subjetivas. Para analisar o processo de organização do
trabalho frente aos novos modelos de gestão, por exemplo,, vimos, no
desenvolver desta disciplina, que devem ser considerados diversos fatores que
desencadeiam os fenômenos sociais (cultura, etnias, relações de poder, gênero,
ideologias dominantes etc.).
Assim, a
Sociologia oferece instrumentos que podem auxiliar a compreender essas relações
envolvidas na construção de nossa sociedade. Nessa perspectiva, pensamos que a
Sociologia é uma ciência importante para pensar, criar, desenvolver
instrumentos sociais que colaborem para, ao menos, diminuir as desigualdades
sociais e construir uma sociedade mais justa.
Encerramos
aqui os estudos da disciplina Introdução à Sociologia. Nossa intenção não foi esgotar as discussões sobre os temas
abordados, porque são extremamente complexos e abrangentes. Além do mais, são
objetos de constantes estudos e pesquisas de renomados(as) pesquisadores(as)
que, a todo instante, direcionam seus esforços para analisá-los com o intuito
de trazer à luz os aspectos mais escondidos das naturalizações.
O nosso
principal objetivo foi trazer algumas breves discussões sobre esses temas, com
o propósito de instigá-lo(a) a refletir, por meio de uma leitura crítica, e,
assim, buscar soluções para os problemas encontrados durante a sua jornada profissional.
Esperamos
ter contribuído para aguçar a percepção e o entendimento de que a sociedade é composta
por diferentes atores, sujeitos construídos historicamente, muitas vezes
excluídos e marginalizados, e que essa marginalização se dá a partir de jogos
de poder presentes nas relações
sociais. A
partir dessa percepção, você, enquanto profissional, pode atuar para a
transformação da realidade, desconstruindo preconceitos e ações
discriminatórias a partir de suas ações.
Em nossa
sociedade, onde o valor de algo está intrinsecamente ligado à questão econômica
ou a capacidade de geração de retorno financeiro, é frequente o questionamento
sobre qual seria a função das ciências humanas na atualidade. Em nosso caso, em
específico, falamos das ciências sociais. Assim, é importante compreender que a
sociedade se apresenta de uma forma mais complexa e está assentada sob certos
paradigmas que fazem parte do nosso cotidiano sem que sequer percebamos.
Sobre a
função das ciências sociais na atualidade, podemos dizer que:
Escolha uma:
a.
A sociologia tem como objetivo central fazer a revolução socialista, isso pode
ser visto ao longo da sua história como disciplina.
b.
A sociologia, sendo um campo científico, trabalha para que a verdade prevaleça,
neste sentido ela é superior as demais ciências humanas.
c.
A sociologia tem como função deturpar a dominação por via econômica, de forma a
destituir a classe dominante.
d.
A sociologia assume uma postura desnaturalizadora e desconstrutora, visando a
transformação da sociedade.
e.
A sociologia tem como função principal o auxílio ao desenvolvimento econômico,
já que a igualdade econômica é um dos seus objetivos.
Jean Jacques
Rousseau (1712-1778) foi um filósofo iluminista que em muito colaborou para
pensar a sociedade sob formas mais autônomas de análise, fora de espectro de
interpretação de instituições de poder que ainda pesavam nas críticas
filosóficas.
Sobre a
política, o filósofo argumentava que:
Escolha uma:
a.
O poder pertencia ao povo e este era soberano em seu exercício, não devendo
abrir mão deste ou negociá-lo.
b.
O poder estava nas mãos da burguesia iluminada, já que somente esta poderia
conduzir o povo à razão.
c.
O poder estava nas mãos de realeza, porque a aristocracia era comprovadamente a
melhor forma de política.
d.
O poder pertencia ao clero, pois estes poderiam guiar o povo para o verdadeiro
esclarecimento.
e.
O poder se manifestaria de forma espontânea, cabendo ao destino a melhor forma
de expressão política.
No século
XIX a Europa viu o surgimento das ciências sociais, que emergiram em meio a
profundas mudanças sociais. É importante ressaltar que a sociologia
constitui-se de um campo científico autônomo, com uma base teórica, com métodos
específicos e objetos bem delimitados.
Assim, a
sociologia é uma ciência que:
Escolha uma:
a.
Analisa a composição das organizações e o modo como ela delega funções ao
indivíduos.
b.
Estuda a organização da sociedade e as diversas situações dos sujeitos que a
compõe.(acertada)
c.
Investiga as apreensões culturais das mais variadas culturas, compreendendo
suas especificidades.
d.
Estuda os indivíduos em suas trajetórias históricas, procurando não
enquadrá-los em compreensões mais genéricas.
e.
Compreende a sociedade como polos separados, que não possuem ligação
intrínseca.
Nos estudos
de ciências sociais, a sociedade é entendida como essencialmente desigual,
desde os povos ditos primitivos até os dias atuais. Neste sentido, a
estratificação social, ou seja, conferir maior ou menor prestígio a um grupo de
indivíduos acontece em diferentes dimensões. Para Tomazi (2000), se aluindo à
Weber, essas dimensões da estratificação seriam:
Escolha uma:
a.
Econômica, social e política.
b.
Econômica, política e histórica.
c.
Social, moral e econômica.
d.
Social, política e étnica.
e.
Social, moral e ética.
Pensar nas organizações, atualmente, implica em entendê-las como
importantes elementos na trama social. Com isso, os estudos da sociologia
acerca dos processos sociais intrínsecos, tais como relações de trabalho,
correspondência de produção e consumo, dentre outros. Na análise
sociológica, para Castro (2007), a abordagem sobre as organizações vão no
sentido de:
Escolha uma:
a. Conhecer todos os aspectos que envolvem a organização, isso porque o foco
do trabalho do sociológo é a administração com responsabilidade social.
b. Afastar-se de certos aspectos que regem a organização do trabalho nas
insituições, como, por exemplo, os processos que buscam maximizar a produção e
minimizar os custos.
c. Fazer oposição às organizações, na medida em que se concebe que
instituições que visam a acumulação de capital são contrários aos interesses da
pesquisa sociológica.
d. Formular hipóteses e apontar tendências nas organizações, mas não tem a
preocupação em resolver problemas ou indicar soluções. (acertada)
e. Trabalhar em consonância com a gestão organizacional, com intuito de
melhorar os processos cotidianos e corrigir de imediato problemas de impacto
social.
Em geral, as
pessoas possuem motivações distintas ao definir objetivos e traçar metas para
suas vidas. Quando pensamos em um grupo de indivíduos agindo de determinada
forma, seguindo um padrão específico de comportamento, temos uma possibilidade
de estudo por parte sociologia. Uma das contribuições de Max Weber neste
sentido foi de refletir a noção de ação social, ou seja, bases sob
as quais o indivíduo se pauta para agir no mundo. A partir dessa explicação,
identifique os tipos de ação social construídas por Weber:
Escolha uma:
a.
Ação afetiva; ação tradicional; ação racional de produtividade; ação
comunitária.
b.
Ação racional com relação aos fins; ação racional com base econômica; ação
afetiva; ação tradicional.
c.
Ação racional com relação a valores; ação comunitária; ação racional com
relação aos fins; ação com valores identitários.
d.
Ação racional com relação aos fins; ação racional com relação a religião; ação
tradicional; e ação com valores econômicos.
e.
Ação racional com relação aos fins; ação racional com relação a valores; ação
afetiva; e ação tradicional.
Em uma
organização é necessário que haja o controle dos processos, das funções, desde
uma operação mais complexa até um simples telefonema. Essas ações são
essenciais para que a organização, por intermédio da burocracia, consiga operar
e delegue funções para os indivíduos que as integram. Weber, ao pensar sobre a
burocracia, analisa os impactos negativos, dizendo em suma que:
Escolha uma:
a.
Pode ser desmotivadora, porque a subjetividade do indivíduo não é levada em
consideração.
b.
Pode limitar a produção de uma empresa, por exemplo, pois a burocracia é
causadora de problemas.
c.
Pode gerar exaustão, isso porque a produção racional é contrária à natureza
humana.
d.
Pode limitar a expansão das potencialidades dos sujeitos, limitando-os a regras
e funções.
e.
Pode produzir alienação no indivíduo, o afastando da materialidade do seu
trabalho.
Frequentemente,
ouvimos que uma pessoa ou um grupo de pessoas, detêm muito poder. Essa
afirmação, para além do seu significado do senso comum, liga-se a um importante
conceito para as ciências sociais, o conceito de poder. As
definições para este termo são amplas, mas em suma ele significa na relação indivíduo
e sociedade:
Escolha uma:
a.
A capacidade de ação do indivíduo, que se apresenta apenas nas decisões
políticas ou de grande importância.
b.
A capacidade de agir que um indivíduo tem, que pode se expressar pela
capacidade de determinar aspectos comportamentais da vida de outrem.
c.
A possibilidade de acumular capital, que infere em todas as esferas da
sociedade, tais como cultura, economia e política.
d.
A necessidade de autoafirmação do indivíduo na sociedade, ao se declarar
detentor de poder, isso impacta diretamente no social.
e.
A relação cultural entre pessoas de diferentes níveis sociais, relação esta
caracterizada pela troca recíproca.
As relações
entre Estado e o povo são muitas vezes delicadas. Nas sociedades democráticas,
ao elegerem representantes, o povo escolhe porta-vozes das suas vontades e
interesses e deposita nestes suas expectativas. Assim, lhes conferem muito
poder ao torno de suas decisões e utilização legítima dos mecanismos de
exercício deste poder. Sobre o elo entre Estado e povo é correto dizer que:
Escolha uma:
a.
Para manutenção do poder político é essencial que haja a legitimação da
população.
b.
A manutenção do poder político pode ser efetivada pelo uso da força, sendo
instrumento único de legitimação.
c.
O poder pertence ao povo, portanto, os artifícios de uso da força e legitimação
do poder pertencem a ele.
d.
A eleição é a ligação que o povo estabelece com o Estado, a partir isso, todo o
poder é do Estado.
e.
A utilização da violência como forma de exercício de poder político é ausente
em qualquer sociedade democrática.
Desde
relações cotidianas até o âmbito político, tudo remete-se à raízes históricas,
que podem e devem ser trazida à luz das ciências sociais. E não seria diferente
quando refletimos sobre o valor do trabalho na sociedade brasileira. É de
conhecimento geral, que o Brasil passou por um longo período no qual o trabalho
escravo foi a principal força produtiva. Isso tem refletido até os dias atuais,
porque:
Escolha uma:
a.
Além do trabalho braçal ser visto como depreciativo, após a abolição da
escravatura, não houve preocupação estatal em reintegrar os ex-escravos ao
mundo do trabalho, gerando grave problema social.
b.
O trabalho braçal era visto como depreciativo, exceto se ele fosse executado
por brancos europeus, que nessa época chegavam ao Brasil.
c.
Ainda que o trabalho braçal fosse mal visto, este problema foi alvo de
preocupação dos governantes, pois não era desejável a desemprego com o advento
da abolição da escravatura.
d.
O enaltecimento de nossa terra e riquezas naturais foi responsável pela
valorização do trabalhador do campo, já que este era e é o gerador de renda
para o país.
e.
Criou-se um grande problema social no país com a abolição da escravidão, após
isso não havia trabalhadores disponíveis, o que fez o Brasil se afundar na
maior recessão já vista na história,
O nascimento
das ciências sociais está relacionado com o surgimento da sociedade
capitalista. Este novo modelo de produção, consolidado após as Revoluções
Francesa e Industrial, gerou uma série de mudanças na sociedade, bem como criou
momentos de instabilidade e conflito. Assim, pensar a sociedade neste momento
de intensas transformações na história humana foi essencial para os primeiros
sociólogos. Algumas das principais mudanças foram:
Escolha uma:
a.
A chegada da burguesia ao poder; aumento da produção; surgimento do
proletariado e êxodo urbano.
b.
Aumento da produção; prosperidade urbana; intensa industrialização e surgimento
do proletariado.
c.
A chegada da burguesia ao poder; empobrecimento do clero; distribuição
igualitária de renda e intensa industrialização;
d.
Surgimento do proletariado; aumento da produção; abandono das atividades no
campo e declínio da burguesia.
e.
A chegada da burguesia ao poder; intensa industrialização; aumento da produção
e surgimento do proletariado.
Em uma
interação entre indivíduos, desde conversas cotidianas até em relações formais
de trabalho, se observa a questão da dominação, ou seja, de quem exerce o poder
e como esse poder se legitima sobre os outros. Assim, o poder diz respeito
sobre a possibilidade da imposição de vontades de um indivíduo sobre o outro,
moldável de acordo com esferas econômicas, culturais e políticas. (QUINTANEIRO
et al., 2000). A dominação, proporcionada pelo poder, encontra formas de
legitimação e na sociedade capitalista pode ser legitimada através:
Escolha uma:
a.
Da burocracia, que instaura normas rígidas, leis e princípios, com intuito de
manter a estrutura social e delegar funções.
b.
Da irracionalidade, que estabelece padrões de funcionamento regulares em uma
dada organização para padronização
c.
Da tradição, herdeira das normas e princípios anteriores, responsáveis por
manter a estrutura social e delegar funções.
d.
Da afetividade, reforçada por meio das conexões familiares, e, responsável pela
coesão social no cotidiano e nas instituições.
e.
Dos laços sociais, que determinam quem deve exercer poder e quem deve se
submeter a este poder.
A produção
em massa, o trabalho assalariado, as redes urbanas, dentre outras questões, tem
como ponto convergente um evento ocorrido há quase trezentos anos atrás: a
Revolução Industrial. Deste evento histórico decorrem o surgimento de duas
principais correntes filosóficas, que versavam sobre impacto das atividades
econômicas na vida indivíduos, acerca das causas das mazelas sociais; dentre
outros objetos de discussão. As referidas correntes filosóficas são:
Escolha uma:
a.
O capitalismo e o stalinismo.
b.
O comunismo e o consumismo.
c.
O fordismo e o socialismo.
d.
O liberalismo e o socialismo.
e.
O liberalismo e o stalinismo.
O
aprimoramento das técnicas, ou seja, das melhores formas de realizar uma ação,
está relacionada diretamente com a tecnologia e com o desenvolvimento do
capitalismo. No século XXI a tecnologia, além de ser um dos braços do
capitalismo, se expressa:
Escolha uma:
a.
Pela Revolução técnico-científica, ilustrada nas tecnologias hodiernas como as
de comunicação e informação.
b.
Pela Revolução técnico-científica, que é basicamente o acesso à internet e as
redes sociais.
c.
Pela Revolução técnico-robótica, que pretende suplantar completamente da mão de
obra humana.
d.
Pela Segunda Revolução Industrial, manifestadas pelas tecnologias aeronáuticas
e marítimas.
e.
Pela Segunda Revolução Industrial, caracterizada pelas primeiras tecnologias de
ponta no campo.
No Brasil,
desde a década de 1980, insere-se um movimento por parte das empresas visando a
Responsabilidade Social. A Responsabilidade Social, em suma, se expressa pelas
ações das empresas em torno de alguma atividade de contribuição social, seja
ela no âmbito da cultura, do meio ambiente, dos esportes, da educação, dentre
outros. (GARCIA, 2004). Assim, não apenas o Estado, mas também as empresas
tomam para si esta responsabilidade. Sobre a relação entre Estado e empresas,
assinale a alternativa correta:
Escolha uma:
a.
É possível que o Estado brasileiro, por meio legais, se destitua de qualquer
responsabilidade sobre os problemas sociais.
b.
Estado e empresa vivem em situação de conflito, já que o primeiro entende que
as empresas não fazem ações sociais suficientes para minimizar os impactos
causados.
c.
As empresas fazem ações sociais para gerar lucros, já que, comprovadamente a
responsabilidade social é geradora de lucros.
d.
O Estado evita lidar com os problemas sociais, por isso, delega às empresas
essa responsabilidade.
e.
O Estado fomenta práticas de responsabilidade social através da dedução de
impostos de produtos e serviços para as empresas.
Leia o trecho
a seguir:
As empresas
direcionam e aumentam seus investimentos em soluções e mudanças significativas
no nível organizacional, procurando tornar as organizações mais dinâmicas,
flexíveis, incentivando decisões descentralizadas, o aumento da participação,
qualificação e comprometimento dos trabalhadores, o desenvolvimento de suas
habilidades, e voltando a sua atenção para o aumento da competitividade e
valorização do “fator humano”. (ROTTA, 2018, p. 2)
No
desenvolver do mundo do trabalho, as organizações exigem muito mais do que um
profissional formado à nível técnico, mas também que entenda o “fator humano”
nas relações de trabalho. Sobre esta constatação identifique a afirmação
condizente com a proposta:
Escolha uma:
a.
O indivíduo, seja nas organizações ou na sociedade em geral, é responsável por
ação sobre o outro, independentemente da posição que ocupa.
b.
O indivíduo pode estar desligado do seu âmbito social, de forma que sua ação
não impacta diretamente nas relações de trabalho.
c.
O indivíduo está sempre à mercê da dominação no mundo do trabalho, não sendo
possível agir em qualquer instância para abalar esse quadro.
d.
O único que deve refletir sobre sua ação e seu impacto sobre os outros é o
gestor de uma organização.
e.
As empresas tradicionais, hierarquizadas e altamente burocratizadas, são
aquelas que estão encabeçando as mudanças no perfil do profissional.
São vários
os momentos da história que deram possibilidade para o capitalismo se expandir
da forma que nos é apresentada atualmente, alguns se destacam. Um deles é
quando o capitalismo atingiu seu ápice e apresentou suas características
centrais. Podemos dizer que este momento histórico acontece:
Escolha uma:
a.
Na Revolução Industrial, momento no qual o capitalismo entra em sua fase
competitiva.
b.
Na expansão marítima, no qual a acumulação de metais preciosos permitiu o seu
desenvolvimento pleno.
c.
Na Revolução Francesa, única responsável por garantir o predomínio do
capitalismo como sistema econômico hegemônico.
d.
No feudalismo, no qual foi possível os nobres exercerem plenamente o
capitalismo.
e.
Na Revolução Industrial, importante momento no qual a terra passa a ser
constituído como capital.
Podemos
complementar a explicação do que é cultura quando notamos as especificidades
das manifestações culturais de um povo. Um exemplo é o chamado “jeitinho
brasileiro”, caracterizado pela manifestação estereotipada do nosso povo, como
o carnaval e a paixão pelo futebol. Esse aspecto desenha uma diversidade
cultural, considerando que outros povos possuem maneiras diferentes de
manifestação. Marconi (1995) argumenta que essa diversidade cultural é:
Escolha uma:
a.
Apresentado por qualquer ser vivo, de forma que o surgimento de diversas
espécies condiciona a existência de culturas diferentes.
b.
Determinada pela evolução social o que diferencia as sociedades menos evoluídas
de sociedades civilizadas.
c.
Inerente à própria espécie humana, de forma que a existência de sociedades
diversas se daria pela produção de várias culturas diferentes.
d.
Um fato específico à própria espécie humana, de forma que os preconceitos
manifestados são justificados pela diversidade cultural.
e.
Particular da sociedade brasileira, pois só em nosso país é possível notar
tantos elementos culturais que caracterizam essa diversidade.
Segundo Oliveira (2004) o conceito de
ideologia, nascente no século XIX, ganhou novas conotações na percepção de Karl
Marx e Friedrich Engels. Para estes pensadores, ideologia é um conceito que se
refere à sobreposição de ideias sobre a realidade concreta, ou seja, um
conjunto de ideias que deturpam a percepção desta realidade. Neste sentido, a
ideologia serviria:
Escolha uma:
a.
Para encobrir a exploração da classe dominante sobre a dominada, por meio da
propagação de ideias falsas.
b.
Para acentuar o conflito de classes por intermédio da imposição ideológica,
confirmando a separação entre dominantes e dominados.
c.
Para compor o modo de produção capitalista, como meio de aumentar a produção de
mercadorias.
d.
Para doutrinação da burguesia pelo aspecto alienante do capital, neste sentido,
a ideologia afetava diretamente a classe dominante.
e.
Para o usufruto da nobreza, que na época de Marx e Engels, começava a perder
espaço para a burguesia em ascensão.
Marx, ao analisar o seu contexto, os
sistemas de leis e normas servem para reproduzir a lógica burguesa. Este
quadro, dentre outras problemáticas, levariam o trabalhador a um processo de
alienação com relação ao seu trabalho. Lembrando que trabalho, na ótica de Marx,
se remete também ao processo de manipulação do meio pelo homem com fins de
sobrevivência. Assim, as consequências da alienação para Marx são:
Escolha uma:
a.
Impossibilidade do surgimento de uma consciência de classe, de forma que a
mudança de perspectiva não estava a alcance.
b.
Doenças psicológicas crônicas, que impactariam diretamente na produção do
trabalho.
c.
Perda da liberdade humana e uma supervalorização do mundo das coisas, em
detrimento do ser humano.
d.
Valorização do trabalho como meio de sobrevivência e não mais como um fim em si
mesmo.
e.
A revolução, que só pode encontrar meios de existência no processo de
alienação.