segunda-feira, 22 de julho de 2019

CIÊNCIAS SOCIAIS




Fúlvio Branco Godinho de Castro; Josimar Priori; Solange dos Santos


CIÊNCIAS SOCIAIS

                                       Fonte: Yupiramos, 123RF.


O indivíduo e a organização

Com o advento do Iluminismo, no século XVIII, a sociedade passa a ser cada vez mais abordada como uma problemática maior para os adeptos da “filosofia das luzes”. Dentre os vários pensadores sociais dessa escola, destacamos Rousseau. O pensamento sociológico desse pensador reside em duas premissas: a da bondade inerente aos homens e a da legitimidade do poder político. Para esse pensador, os homens nascem bons, mas a sociedade os corrompe; daí a necessidade de um método educativo que respeite a espontaneidade. Quanto à questão do poder, Rousseau defendia que a soberania pertence exclusivamente ao povo, que não pode cedê-la ou renunciá-la.
Em meio ao Iluminismo, a Europa viu acontecer muitas e importantes mudanças no cenário político, econômico e social, como as revoluções Francesa e Industrial. Esses acontecimentos proporcionaram a criação de um cenário de instabilidade e contradição, com:
• a ascensão política da burguesia;
• o investimento em tecnologia;
• a consolidação do processo de industrialização;
• o aumento da produção;
• o aparecimento do proletariado e de sua consciência de classe;
• o surgimento de um grande número de desempregados;
• o êxodo rural e o consequente processo de urbanização;
• a miséria e as injustiças sociais.
É assim que, no século XIX, surge a sociologia, dotada de arcabouço teórico, com um método específico e um objeto de estudo definido.
Na sociologia, os clássicos remetem a três autores do século XIX, época de consolidação da sociologia enquanto ciência: Durkheim, Weber e Marx.
A sociologia estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. Essa ciência envolve, portanto, o estudo dos grupos e dos fatos sociais, da divisão da sociedade em classes e camadas, da mobilidade social, dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade etc.
Um dos principais objetivos do estudo da sociologia é auxiliá-lo(a) a “desnaturalizar” os fatos sociais, a desconstruir alguns conceitos que, de tão repetidos que foram, parecem ser os únicos verdadeiros e naturais.
As ciências sociais buscam entender como a humanidade é capaz de produzir o conhecimento que se manifesta em costumes, convenções, hábitos, instituições e instrumentos, o que chamamos de cultura. Consequentemente, as ciências sociais procuram, também, compreender como os seres humanos formam suas relações sociais.

Direito: essa ciência não somente estuda o fato jurídico — representado pelas leis e por quem as define, e estabelece punição para os que as transgridam — mas também tem um caráter normativo. Estabelece valores e regras de conduta.
Economia: partindo do princípio da escassez, essa ciência pressupõe que os bens materiais são finitos, por isso a produção e a circulação deles se constituem em uma economia de mercado, caracterizada por um constante conflito entre oferta e procura. A ciência econômica busca entender esse processo.
Antropologia: surgida no final do século XIX, tem a cultura como seu objeto de estudo. Mais que isso, busca estudar as culturas diferentes da cultura europeia, pois os primeiros estudos antropológicos se realizaram na África, quando se procurou entender a cultura dos povos daquele continente para esclarecer seus modelos de organização social.
Ciência política: trata-se de uma ciência social recente, que teve seu princípio nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Tem como objetivo estudar o conceito de poder e suas implicações nas sociedades democráticas. Essa ciência realiza pesquisas eleitorais, estuda grupos e partidos políticos e analisa o Estado e as diversas formas de governo, além das diferentes ideologias políticas, como o liberalismo e o socialismo.
Sociologia: nasceu na França, no século XIX. Procura entender como a esfera social se manifesta e conserva seus valores. Além de ter um caráter científico, também procura intervir no processo social, de maneira a solucionar os diversos problemas que afetam as sociedades contemporâneas.
As ciências sociais tendem a se relacionar de maneira interdisciplinar, pois a realidade social se manifesta de forma complexa. Exemplos dessa complexa interdisciplinaridade são a história econômica e a sociologia política. A primeira estuda o processo histórico de uma sociedade qualquer a partir de uma perspectiva econômica, ou como as pessoas produzem e distribuem os bens econômicos. A segunda ocupa-se em esclarecer as formações de Estados e de regimes e partidos políticos de qualquer sociedade.

Estratificação profissional­­ - um(a) médico(a), por exemplo, é mais valorizado(a) profissionalmente do que um enfermeiro(a).
Um mandato de prefeito, de vereador, de deputado ou um cargo que o valha faz o mandatário de tal posto obter uma posição de mando na sociedade a que pertence, o que nos leva à conclusão de que as pessoas são estratificadas politicamente.
Estratificação econômica - os mais ricos, com mais prestígio; os menos favorecidos, em condições menos valorizadas.

Segundo    Weber, a   sociedade   se   assenta   sobre  três   dimensões   distintas:   a econômica,  social e a política. [...] A dimensão  econômica  estratifica  a  sociedade através dos critérios pautados na riqueza, na posse e na renda. [...] A dimensão social funda uma maneira   de estratificação baseada no status. O seu elemento  definidor  é a    honra   e   o   prestígio   que   as   pessoas   e/ou   grupos   desfrutam,    ou     não  desfrutam,  a  posição  que  ocupam  na   sua profissão, em seu estilo de vida etc.  A dimensão política funda um modo de  estratificação baseado no poder.  Quanto  mais poder os indivíduos e/ou grupos ostentarem, melhor eles se posicionaram  na  escala de  reconhecimento  no   interior   dessas  relações  de  poder   e   de  dominação  . A abordagem   multidimensional  de   Max  Weber  parte  do   pressuposto   de   que  os indivíduos podem se situar na escala  de  estratificação  de   modo  diferente   nessas três dimensões. (TOMAZI, 2000, p.130).



A Sociedade de castas

A hierarquização rígida da sociedade dos componentes de uma determinada estrutura social caracteriza a estratificação em castas. A sociedade de castas baseia-se em privilégios de alguns sobre outros, não havendo qualquer possibilidade de mobilidade social entre seus componentes. Na atualidade, embora modificada e questionada internamente, a sociedade hindu (Índia) ainda nos serve de exemplo para o que desejamos esclarecer.

http://www.scielo.br/pdf/rsp/v15n1/05.pdf .   Problema dos múltiplos critérios de estratificação social
na literatura sociológica e propõe-se um modelo de estratificação intimamente vinculado à sociedade de classes.


http://brasilescola.uol.com.br/sociologia/estratificacao-desigualdade-social.htm> Este artigo trabalha a Estratificação Social e o Brasil.

A sociologia estuda e procura compreender fenômenos e relações sociais existentes em dado ambiente, pode-se imaginar que a sociologia aplicada às organizações é a vertente que tem as ferramentas necessárias para compreendê-los dentro do ambiente empresarial.
A economia e seus elementos é que têm ditado os rumos do mundo, dispondo de poder de pressão suficiente para direcionar as políticas públicas dos países. As empresas deixam, enfim, de ter um papel meramente econômico e passam a ser vistas como elementos de garantia da estabilidade social.
Por definição, a sociologia aplicada à administração seria, segundo Castro (2007, p. 36), o ramo que “estuda as organizações e os papéis que as integram, considerando o sistema social em suas manifestações morfológicas e significações funcionais”. Os temas que a compõem:
  
podem   ser   analisados   tomando  a  organização  como   elemento   polarizador   e, proceder,  então, o  estudo dos  elementos  e  funções que  a  integram.      Podemos trabalhar também a  partir  das relações  capital -trabalho,    administração-execução, produção-consumo,  técnica- qualificação, para atingir a organização e suas relações com  o   ambiente. Não  cabe   à  Sociologia   justificar  ideias,  propostas,  intenções preestabelecidas, dada sua natureza científica.
Quando   se  fala  de  intervenção   sociológica,  o   trabalho  consiste    em   estudar  metódica  e sistematicamente a realidade, procurando descobrir  as  tendências   de  manutenção estrutural e de mudanças, inserindo-as no contexto  que lhe  é  próprio (CASTRO, 2007, p.36).

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Vale ressaltar que o emprego da sociologia não dará soluções prontas aos problemas organizacionais. Trata-se de um estudo científico e metodológico que busca a comprovação de hipóteses e que, no máximo, aponta tendências. A decisão acerca do caminho a ser tomado será sempre do administrador.

http://rae.fgv.br/sites/rae.fgv.br/files/artigos/10.1590_S0034-75901993000500005.pdf>.  Controle Social nas Organizações, do professor Fernando Prestes Motta.

REFLITA
Para refletir acerca da organização social e do capitalismo na sociedade, assista ao filme “A Revolução dos Bichos (Animal Farm)”, de 1999, e pense a respeito. Os animais moradores da Granja do Solar, cansados dos maus-tratos rotineiros, se rebelam contra o dono do local, o beberrão Sr. Jones. Após o expulsarem, os bichos se organizam e instauram novas regras, formando uma comunidade democrática, livre do domínio dos humanos. Os inteligentes porcos, no entanto, logo tratam de impor suas ideias e um novo reinado do terror ganha forma.


Max Weber, nascido em 1864, teve contato desde cedo com as mudanças ocorridas no ocidente industrializado. Para ele, era importante compreender a série de fenômenos sociais que ocorria naquele período em que a sociedade capitalista se consolidava por um olhar diferente de seus contemporâneos Karl Marx e Émile Durkheim.
Estudar Weber e sua leitura do capitalismo recai nas formas como os indivíduos, sendo tão diferentes, se relacionam entre si e como se organizam em uma sociedade tão bem estruturada como a nossa. Assim, conceitos como os de poder e dominação, burocracia e hierarquia serão desenvolvidos com o objetivo de compreendermos os motivos pelos quais nossa sociedade se mantém em um relativo equilíbrio.
Para iniciar suas reflexões a respeito dessa temática, você deve, primeiro, compreender que, segundo Weber, a convenção e o direito são duas características para a existência e a garantia de uma situação de legitimidade, que, por sua vez, encontra na convenção e no direito a justificativa para as formas de dominação. Como toda interpretação weberiana da sociedade moderna é fundada na tipologia, a legitimidade também tem a sua, que, aliás, aproxima-se muito dos tipos de ação social, que você conhecerá a seguir.
1. Ação racional com relação a objetivos ou fins: típica do mundo capitalista e que reina nas relações de mercado; o indivíduo elabora previamente seus objetivos ou interesses pessoais e adequará os meios disponíveis para realizar tais objetivos.
Aqui, a racionalidade é expressa na elaboração ou na adequação dos meios aos fins, bem como o desenvolvimento da ação. Marx se posiciona de modo a nos fazer notar que essa sociedade se assenta em bases de relações de desigualdade e exploração de uma classe – a burguesia – sobre outra – o proletariado.
2. Ação racional com relação a valores: como o próprio nome diz, o indivíduo pauta suas ações pelos valores em que acredita, podem ser de várias ordens: estéticos, éticos, ideológicos, religiosos, honra etc. Aqui, a racionalidade está justamente no desenvolvimento da ação, e não no fim, uma vez que este pode, segundo Weber, ter um caráter irracional e estúpido se relacionado às ações no mundo capitalista.
3. Ação afetiva: as ações são realizadas por motivações impulsivas, cujos desenvolvimentos são momentâneos, os quais conduzem o indivíduo a atos, na maioria das vezes, impensados, ou seja, nem o desenvolvimento, tampouco o objetivo da ação foram elaborados racionalmente.
4. Ação tradicional: os indivíduos explicam suas ações de modo tradicional; simplesmente realizam seus hábitos, costumes e crenças que não foram elaborados por eles mesmos, ou seja, o sentido da ação é dado pelo grupo social cujo indivíduo está inserido. Logo, ele não é movido por uma elaboração racional dos objetivos, nem por um valor ou por uma emoção momentânea.
Agora que você sabe os aspectos centrais da compreensão weberiana da sociedade, há um questionamento fundamental em sua teoria: o que legitima a ação de dominação de um homem sobre outro? A resposta a essa pergunta também se reporta à tipologia da ação social. Weber aproximará as formas de dominação das ações sociais pensando nas relações políticas e nas relações econômicas que estabelecemos entre nós no convívio cotidiano. Logo, não se assuste com o que você descobrirá nas reflexões do autor, nem nas suas.

Para as  suas  reflexões  sobre  dominação  e  legitimidade, você  deve   passar   pelo conceito  de poder e de dominação. O primeiro conceituar á a  probabilidade  de   um  indivíduo  impor  sua vontade sobre outro, fazendo valer os interesses  de  um  único , aqui  fica  expressa  a  relação entre indivíduos desiguais e que por sua vez  possuem diferentes  relações  com  as  esferas de poder, que são social, econômica,  cultural  e política.  O  conceito  de  dominação   indica  muito   mais  que   uma   situação   entre senhor e escravo, cuja obediência é o traço  característico dessa relação social, assim os     demais    reconhecem    as   ordens     do    senhor     como     sendo     legítimas (QUINTANEIRO et al., 2000, apud DIAS,1997, p. 60-83).


Em se tratando de uma organização no capitalismo, o mecanismo que orienta o exercício legítimo, e legal, para o domínio de uns sobre os outros se denomina burocracia, que pode ser qualquer forma de poder e de controle que se imponha e se mantenha pelo uso de normas rígidas e inflexíveis.
Para Weber, a burocracia sem desvios ou em seu estado puro permite que haja um nivelamento das diferenças entre os diversos atores individuais. Qual o objetivo desse nivelamento? Weber parte do princípio de que os indivíduos têm diferentes meios para realizarem seus objetivos ou seus interesses, que, na maioria das vezes, são elaborados racionalmente. Assim, influências políticas, prestígio social, nível cultural ou, ainda, poder econômico são meios que cada um de nós tem, mas em diferentes níveis. Usados indiscriminadamente, esses meios podem promover o aumento das desigualdades entre os indivíduos promovendo, assim, abusos de poder isso reforça o caráter de separação social. A burocracia em uma dada instituição ou organização, ou, inclusive, em nossas relações em sociedade, permite que tenhamos como parâmetro as mesmas leis e normas, regras e princípios. Assim, obedecendo a um mecanismo racional de regulação comum, como a burocracia, todos nós somos forçados a manter essa estrutura racional como eixo comum para nossas ações.
Vista desse modo, a burocracia permite que os indivíduos estejam conscientes de suas tarefas, funções, atribuições em uma dada organização. Queremos dizer, então, que a burocracia define papéis em uma dada estrutura, constituindo, assim, o princípio da hierarquia.
A hierarquia permite que haja uma divisão das funções em diferentes níveis de poder.
Curiosamente, esses mesmos níveis são reconhecidos por todos os membros de uma organização como legais (têm uma lei como fundamento) e legítimos, pois se assentam no reconhecimento mútuo de que um indivíduo ocupa uma função mais elevada por méritos e competências racionais, previstos nas normas internas. Logo, não se utilizou de meios ilícitos, não previstos na burocracia, por exemplo, a corrupção.
Para Weber, os “inferiores” em uma determinada escala hierárquica podem recorrer a tempo das decisões de seus “superiores” aos níveis mais altos nessa hierarquia. Porém, caso alguém o faça, deve fazê-lo de acordo com os trâmites burocráticos. Um exemplo desse procedimento é o uso de requerimentos, ofícios e memorandos, tanto nas repartições públicas quanto nas empresas privadas (GERTH MILLS, 1971.).
Desse modo, a burocracia permite que haja um controle, hipoteticamente, absoluto sobre todos os indivíduos em suas mais diferentes atribuições e em todos os procedimentos que eles devem tomar no cotidiano organizacional, desde uma complexa compra de matéria- prima para um novo projeto ao atendimento de um simples telefonema.
É importante destacar, contudo, que Weber verifica que há um aspecto negativo no exercício da burocracia: limitar as potencialidades dos indivíduos no interior de uma instituição.
Weber reconhece que a burocracia exercida com toda sua racionalidade alavancou o capitalismo ocidental; no entanto esse mesmo desenvolvimento racional de tarefas e funções pré-determinadas por normas e regras limita quaisquer possibilidades de expansão das potencialidades dos indivíduos. Ainda que seja possível um “inferior” subir seu status no interior de uma hierarquia, estará sempre limitado dada a necessidade de obedecer e cumprir regras procedimentais (GERTH; MILLS, 1971.).

Poder, em seu significado maior, é a capacidade de agir, de produzir efeitos, tanto entre seres humanos como em relação aos fenômenos naturais. Ao tratar do poder no seu aspecto social, na relação entre o indivíduo e a sociedade, essa atividade é marcada não só pela capacidade de agir mas também pelo fato de o indivíduo determinar o comportamento de outros indivíduos, tendo como princípio maior o uso da violência física – a força. O poder social faz com que o indivíduo não seja só sujeito, mas também objeto desse poder.
Quando um governo determina leis, ele está exercendo um poder social. O poder político, portanto, é uma forma de poder social. Basicamente, é aquele poder exercido pelo Estado sobre a sociedade. Por Estado, devemos entender o conjunto das instituições por meio das quais se exerce o governo. De acordo com o sociólogo alemão Max Weber, o Estado é o detentor do monopólio legítimo da força, especialmente porque controla a polícia e as Forças Armadas.
Podemos perceber a necessidade do máximo de aproximação entre a população e seu governo, de tal maneira que o segundo não possa “abusar” da força e do poder que tem em relação à primeira. Somente pela força, o poder político não é capaz de se manter. É necessário que esse poder se legitime, assim, é necessário que ele tenha o apoio da maioria das pessoas que vive sob ele. Daí a necessidade de o Estado não estar distante da realidade das pessoas comuns, mas sim de se fazer porta-voz dos interesses dessas pessoas. Esse é um instrumento vital para a manutenção e o exercício do poder político.

SAIBA M AIS
Para saber mais sobre os temas tratados aqui, assista aos filmes “O Leopardo”, de Luchino Visconti, “Vatel, um banquete para o rei”, de Roland Joffé, “Marquise”, de Vera Belmont, “Daens, um grito de justiça”, de StjinConix, “Gandhi”, de Richard Attenborough, e “O ABC da greve”, de León Hirszman.

INDICAÇÃO D E L E ITURA
Nome do l ivro: Sociologia clássica: Marx, Durkheim e Weber
Editora: Vozes, edição 7
Autor: C arlos Eduardo Sell
ISBN-10: 8532639054
ISBN-13: 978-8532639059
Esse livro apresenta o pensamento dos fundadores da sociologia a partir de três eixos básicos: teoria sociológica; teoria da modernidade; teoria política: problemas e desafios da realidade social. Esse método, além de permitir uma análise comparativa das teorias de Marx, Durkheim e Weber, possibilita uma compreensão da sociologia enquanto ciência e uma reflexão sobre a natureza e as perspectivas da vida social em tempos modernos. Retomando a visão desses autores, o leitor é convidado a exercitar sua ‘imaginação sociológica’, adentrando, assim, no rico debate sociológico sobre as diferentes maneiras, métodos e perspectivas de pesquisa e interpretação da sociedade.

A organização do trabalho: o ontem x a atualidade
Fonte: Hstrongart, 123RF.

ORGANIZAÇÃO FORMAL E INFORMAL
Discutir as relações de trabalho no Brasil nos leva a recorrer à História. Lembre-se de que, nos primeiros trezentos anos de Brasil, quando ainda éramos uma colônia de exploração portuguesa, assim como nos sessenta e seis anos que se seguiram à nossa independência (1822-1888), o trabalho predominante no Brasil foi o escravo.
Isso tem implicações sérias em nosso desenvolvimento social, uma vez que, no Brasil, por conta da escravidão, mesmo o trabalho braçal livre era nivelado por baixo. O trabalhador livre se encontrava em condições bem parecidas com as de um escravo, o que nos leva a concluir que o trabalho braçal na sociedade brasileira foi, por muito tempo, considerado uma atividade depreciativa.
Além disso, não podemos nos esquecer de que a abolição da escravidão, em 13 de maio de 1888, não veio acompanhada de uma reintegração dos ex-escravos à sociedade como homens e mulheres livres. A ausência de uma preocupação estatal, nesse sentido, só fez reforçar a visão preconceituosa do branco em relação aos ex-escravos, que, em sua maioria, eram afrodescendentes.
A industrialização do Brasil no início do século XX fez surgir uma incipiente classe operária urbana e os primeiros movimentos grevistas. A ausência de uma legislação trabalhista perdurou até a década de 1930, quando Getúlio Vargas criou as primeiras leis trabalhistas.
Em 1943, ainda sob a ditadura do Estado Novo, Vargas criou a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), que regulamentou a duração da jornada de trabalho, o salário mínimo, as férias anuais, a segurança do trabalho, a regulamentação do trabalho feminino e juvenil, além de outras conquistas da classe trabalhadora, como a carteira de trabalho.
No entanto, com o estabelecimento da abertura econômica durante os anos 1990, além da incorporação das já referidas tecnologias da terceira revolução técnico-científica, a temática dos direitos trabalhistas no Brasil se divide em duas posições distintas. De um lado, o movimento sindical, liderado pela CUT e com inspiração do sindicalismo europeu, afirma que é necessário manter a legislação trabalhista, especificamente a CLT, além de defender a redução da jornada de trabalho, como já aconteceu em países como a Alemanha. Do outro, economistas especialistas em mercado de trabalho argumentam a necessidade de uma reforma ou, inclusive, de uma flexibilização da legislação trabalhista para aumentar o número de postos de trabalho.
Enquanto esse debate permanece e não sensibiliza a sociedade brasileira, é possível verificar que cada vez mais os trabalhadores recorrem ao trabalho informal, aumentando o fosso entre aqueles com carteira de trabalho assinada e os “sem carteira”.

https://www.aedb.br/seget/arquivos/artigos16/31824361.pdf>  Este artigo visa analisar como a legislação trabalhista brasileira influencia a gestão das micro e pequenas empresas.

https://www.cartacapital.com.br/politica/em-dossie-pesquisadores-detalham-os-impactos-da-reforma-trabalhista>.  Este artigo mostra um estudo do Cesit que alerta as consequências da última reforma trabalhista.

http://centrovictormeyer.org.br/noticias-sindicais/02112017-informal-avanca-brasil-apos-reforma-trabalhista/>.  o artigo a seguir trata de como o trabalho informal aumentou depois da última reforma trabalhista.

PROCESSO DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO FRENTE AOS NOVOS MODELOS DE GESTÃO
Segundo o filósofo austro-francês André Gorz (1987), autor do livro “Adeus ao proletariado”, há dois tipos de trabalhos realizados pelos seres humanos: o autônomo e o heterônimo.
Suponhamos que um operário de uma empresa metalúrgica produza autopeças para carros durante os dias da semana e cultive hortaliças nos fins de semana. A atividade de fim de semana é o trabalho autônomo, ou consciente; fabricar as peças de automóveis em troca de salário mensal, por sua vez, é o trabalho heterônimo, ou alienado.

Durante a Antiguidade Clássica (Grécia e Roma), os homens livres, principalmente os proprietários de terras, vangloriavam-se de possuir escravos e de manter o ócio, ou seja, não trabalhar. Ser escravo é ser propriedade de outro homem. O labor (trabalho) era considerado indigno de seres libertos. Poderíamos deduzir, então, que, no mundo clássico, ser considerado humano era ser livre, até do trabalho, e, para isso, ser proprietário de escravos.
Na Idade Média, o trabalho passou a ser considerado um castigo de Deus, ou a função da maioria dos camponeses. O vínculo do trabalhador com o senhor feudal era intermediado pela terra, pois o nobre necessitava do trabalho do servo, e este, de terra livre dos invasores bárbaros.
Segundo Santo Agostinho (2006), em seu livro Cidade de Deus, a vida terrena deveria se espelhar no reino de Deus para poder sobreviver frente à ameaça dos bárbaros pagãos.
Ao clero cabia a função de manter a comunicação entre os homens e Deus, aos nobres, fazer a guerra contra os inimigos do reino e, por fim, aos servos, trabalhar.
Com o advento do capitalismo, o trabalho começou a deixar de ser negativo entre a classe dominante, no caso, a burguesia. Transformou-se no principal valor econômico, e o ócio perdeu a importância para o negócio, ou seja, a “negação do ócio”. A burguesia se constituiu como um grupo social ligado ao trabalho mercantil, isto é, ao comércio.
Paulatinamente, os mais variados trabalhadores passaram a receber um salário mensal, para, em troca, produzirem bens econômicos.
O capitalismo transformou o trabalho em valor positivo nas sociedades europeias, nas quais ele se instalava, a partir da Baixa Idade Média. Contudo, sabemos que o capitalismo de hoje não é o mesmo da época de sua formação, devido às mudanças ocorridas na esfera da satisfação das necessidades humanas, ou seja, na forma de produzir e distribuir os bens e os serviços. Dessa maneira, o trabalho também sofreu modificações desde então.
Basicamente, podemos afirmar que o debate acerca do trabalho no capitalismo desembocou em duas posições antagônicas: uma otimista, por ver o trabalho como o único meio honesto de satisfação econômica e de ascensão social, e outra pessimista, por afirmar que o assalariado sempre é explorado e marginalizado das benesses que ele produz. Referimo-nos, respectivamente, ao liberalismo e ao socialismo.
Essas duas concepções sobre o trabalho no capitalismo são decorrentes da primeira fase da Revolução Industrial, na qual predominou o capitalismo concorrencial. Cada uma dessas concepções apresentou o seu ponto de vista sobre como resolver as mazelas sociais decorrentes da industrialização.
A doutrina liberal ou o liberalismo econômico fundamenta-se, basicamente, na livre concorrência do mercado diante do intervencionismo do Estado. Seu grande pioneiro teórico foi Adam Smith (1723-1790), defensor do trabalho enquanto principal riqueza de um país, no lugar de metais preciosos ou agricultura, como afirmavam, respectivamente, os mercantilistas e os fisiocratas.
Dentre os socialistas, podemos destacar três correntes significativas: os socialistas utópicos, os socialistas anarquistas e os socialistas marxistas. Os utópicos acreditavam que seria possível haver uma maior igualdade a partir da concessão de parte dos lucros do empresariado para a melhoria de vida dos trabalhadores. Os anarquistas combatiam qualquer forma de poder, fosse ele do Estado, do patrão ou da Igreja. O mais famoso e reverenciado foi o socialismo de Karl Marx. Sua visão do socialismo se fundamentava em uma crítica do trabalho no capitalismo, pois o trabalhador (ou, especificamente, o operário), segundo Marx, ficava alienado do processo produtivo, ou, em outras palavras, o produtor não se via no seu produto.
O capitalismo oligopolista, decorrente da segunda fase da Revolução Industrial, deu origem a maior divisão do trabalho industrial. O taylorismo e o fordismo foram duas novas formas de organizar o trabalho, no sentido de aumentar sua produtividade. A primeira forma foi criação do engenheiro norte-americano Frederick W. Taylor (1856-1915), que, por meio do estudo das tarefas dos trabalhadores de sua empresa, estabeleceu os movimentos e o tempo médio para cada atividade, de maneira que um homem de porte físico mediano pudesse realizá-lo. A segunda forma foi elaborada por Henry Ford (1863-1947), que criou a produção em série pelas linhas de montagem (ou linhas de produção), gerando maior produtividade do trabalho, pois fazia do operário um simples par de braços.
Com a terceira fase da Revolução Industrial, o avanço da robótica e, principalmente, da informática estabeleceu novos parâmetros de produção que, além de buscar uma maior produtividade, preocupou-se com a qualidade e a rapidez.
O toyotismo é a maior expressão dessa concepção de produção industrial, que procura obter um verdadeiro “casamento” entre o operário e a empresa. Trata-se de uma forma de trabalho marcada por uma valorização da alta qualificação profissional e da grande individualidade por parte dos trabalhadores.


SAIBA MAIS
 Para saber mais sobre as relações de trabalho no capitalismo, assista ao filme “Tempos modernos (Modern Times)”, lançado em 1936, com direção de Charles Chaplin.
Nesse filme, um operário de uma linha de montagem, que testou uma “máquina revolucionária” para evitar a hora do almoço, é levado à loucura pela “monotonia frenética” do seu trabalho. Após um longo período em um sanatório ele fica curado de sua crise nervosa, mas desempregado. Ele deixa o hospital para começar sua nova vida, mas encontra uma crise generalizada e equivocadamente é preso como um agitador comunista, que liderava uma marcha de operários em protesto. Simultaneamente uma jovem rouba comida para salvar suas irmãs famintas, que ainda são bem garotas. Elas não têm mãe e o pai delas está desempregado, mas o pior ainda está por vir, pois ele é morto em um conflito. A lei vai cuidar das órfãs, mas enquanto as menores são levadas a jovem consegue escapar.

REFLITA
O filme “Roger e Eu (Roger and Me)” lançado em 1989, com direção de Michael Moore apresenta uma crítica bem-humorada ao fechamento, pela General Motors, de onze fábricas na cidade de Flint (estado de Michigan), que deixou 30.000 pessoas sem trabalho. O documentário tem como pano de fundo as novas relações de trabalho assentadas no neoliberalismo, que começava a avançar em fins da década de 1980. A partir disso, pense sobre as relações de trabalho no período do capitalismo.

DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO E RELAÇÕES DE TRABALHO NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

A origem da tecnologia está na palavra técnica, que, em grego, significa “da melhor maneira”, refere- se a tudo aquilo que pode ser feito de uma maneira mais eficaz. Por exemplo: para preparar a terra para o cultivo, o agricultor pode utilizar a enxada, mas o arado puxado pelo trator é uma técnica melhor.
Sistema capitalista fez a técnica transformar-se em tecnologia, um ramo do conhecimento em que a busca de resultados é identificada como um constante aumento da produtividade do trabalho.
Atualmente, o desenvolvimento tecnológico não se limita ao aperfeiçoamento dos produtos, mas à procura pela incrementação do processo de produção deles. Dessa maneira, na junção da tecnologia com a ciência, temos uma revolução técnico-científica, simbolizada nas atuais tecnologias de comunicação e de informação (satélites e computadores de última geração, por exemplo).
Assim, podemos observar que o avanço tecnológico é uma constante na vida humana, na lógica das sociedades industriais, pois, ao mesmo tempo em que cessa atividades existentes, cria novas necessidades e novos serviços. Para ilustrar: quando o automóvel começou a substituir os cavalos como meio de transporte, afirmava-se que isso seria negativo para a economia, porque os criadores de cavalo, os ferreiros, os coureiros e todas as outras atividades afins desapareceriam, o que traria a ruína econômica para a sociedade. Isso realmente aconteceu, mas não houve ruína; ao contrário, gerou novas profissões, como mecânicos, funileiros eletricistas, tapeceiros, atividades relacionadas com a indústria automobilística. É possível percebermos que novas tecnologias geram novas profissões, que geram novas relações de trabalho.
Contudo um velho impasse social e histórico mantido também pelo capitalismo continua sendo o alto índice de pobreza e de miséria social, esparramado pelas várias partes do mundo. A robotização e a consequente qualificação constante do trabalho fazem aumentar o desemprego, que, por sua vez, faz aumentar a exclusão social. Por outro lado, a globalização da economia ajuda a agravar essa situação, fazendo aumentar o desemprego estrutural.

Atualmente, o capitalismo é aceito por muitos como a única forma de economia capaz de satisfazer as necessidades humanas de consumo, principalmente após a crise do socialismo real e o consequente desmantelamento da União Soviética, em 1991.
A adoção de medidas neoliberais, no entanto, combinada com a globalização da economia, não tem sido capaz de dar conta da pobreza e da miséria à que está submetida grande parcela da humanidade. Do ponto de vista socioeconômico, os países continuam divididos entre atrasados (ou subdesenvolvidos) e avançados (ou desenvolvidos). Os primeiros podem ser caracterizados por serem dependentes economicamente e não solucionarem as suas mazelas sociais; os segundos, por sua vez, são detentores das grandes empresas (multinacionais) e superaram parte de seus problemas sociais.
De qualquer maneira, o aumento da violência nos centros urbanos, muitas vezes associado ao tráfico de drogas ou a outras atividades ilícitas, tem demonstrado e reforçado o problema da exclusão social gerada por aquilo que chamamos de capitalismo selvagem.
Atualmente, a globalização tem sido o paradigma de desenvolvimento, ou seja, a economia é marcada pelo desmembramento da produção, por meio da terceirização ou da produção em locais diferentes e pelo uso de alta tecnologia, especificamente a utilização da informática no sistema financeiro e na troca de informações. Esse paradigma é considerado mais uma forma de exploração por parte dos países desenvolvidos em relação aos países subdesenvolvidos. Também existe a opinião de que a globalização corresponde a um novo patamar de desenvolvimento, que concede aos países atrasados a possibilidade de superarem sua condição de subdesenvolvimento, pois passa a existir uma maior interação econômica entre todas as nações.

MUDANÇA ORGANIZACIONAL
Em um primeiro momento, a Responsabilidade Social (RS) promovida no ambiente organizacional leva a afirmar que estamos passando por um processo de mudança na forma como as empresas se relacionam com os seus colaboradores e, ao mesmo tempo, com a sociedade local. Isso, em certo sentido, implica em uma mudança nos padrões de consumo.
Garcia (2004) explica que, desde a década de 1980, surgiu, no Brasil, um movimento de empresas pela Responsabilidade Social. A iniciativa desse grupo de empresas realiza- se não apenas na ampliação das fronteiras no mercado interno mas também na construção de uma nova forma de competitividade entre as empresas de segmentos semelhantes. Em contrapartida, o Estado incentivou essas práticas reduzindo impostos de determinados produtos e serviços, a fim de estimular a relação socialmente responsável de empresas.

O CONCEITO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL
Segundo Tomei (1984, p. 191), “o conceito de responsabilidade social foi continuamente debatido e alternadamente aceito e rejeitado, principalmente nos anos 60”. A autora afirma, citando Bowen (1953), que uma discussão clássica sobre responsabilidade social é semelhante ao empresário que tem a obrigação de adotar políticas, tomar decisões e acompanhar linhas de ação desejáveis segundo os objetivos e valores da sociedade.
Tomei (1984, p. 191), ao citar Kugel (1973), afirma que “o desenvolvimento do conceito de responsabilidade social acompanhou a própria evolução dos vários programas de responsabilidade social estabelecidos pelas empresas americanas”, ou seja, para Kugel (1973), “a experiência dos anos passados demonstra que a sensibilidade para os problemas sociais foi institucionalizada”.
Essa concepção, para Tomei (1984, p. 191), “confirma a tese de que a responsabilidade social se tem caracterizado por pressões para tornar as empresas mais solidárias com os problemas da sociedade”; assim sendo, a origem da responsabilidade social está na intenção de criar possibilidades para que a empresa possa se inserir mais adequadamente nas relações lógicas do sistema econômico, político e social em que deve atuar (DAVIS; FIFTCH, 1975, apud TOMEI, 1984).
Contudo Tomei (1984) acredita que a ideia de que o conceito de responsabilidade social foi aparentemente institucionalizado pela sua operacionalização não invalida a constatação e constante discussão em torno da problemática. A autora busca embasamento teórico sobre essa discussão em economistas como Milton Friedman e Henry Manne.
Essa discussão desenvolve-se basicamente em tomo de um enfoque conservador e de um enfoque liberal. Esses dois economistas defendem o ponto de vista do conservador, cujo argumento básico é o de que os objetivos das empresas se restringem à alocação eficiente de recursos escassos na produção e na distribuição de produtos/serviços em uma economia de mercado livre.
Tomei (1985) se apoia em duas colocações de Friedman que esclarecem seu raciocínio sobre a questão. A primeira é que existe apenas uma responsabilidade social da empresa, que é utilizar recursos para produção e colocá-los em atividades, a fim de maximizar lucros. A segunda é que a responsabilidade social é um comportamento de antimaximização de lucros, assumido para beneficiar outros que não são acionistas da empresa.
Segundo Tomei (1984), aqueles que defendem essa corrente esclarecem a abordagem conservadora e afirmam que as ações corporativas que não são tomadas em favor de benefício dos acionistas de uma empresa são insuficientes do ponto de vista de uma economia de mercado. Uma responsabilidade da empresa é utilizar seus recursos e organizar suas atividades com o objetivo de aumentar seus lucros, seguindo as regras do jogo de mercado. Sendo assim, a responsabilidade social da empresa é um custo adicional, atinge os lucros e reduz a eficácia da empresa.
Tomei (1984, p. 191) apresenta o centro básico dessa argumentação, que se resume em: “empresas devem aceitar responsabilidades sociais além das requeridas por lei, aceitando os custos a isto associados” . Nesse sentido, ela afirma que a ética de lucro como único objetivo de uma organização não é adequada, dando lugar a uma ética de responsabilidade social, que dá ideia de bem-estar geral no lugar da busca desenfreada do lucro. Assim sendo, a doutrina de responsabilidade social argumentada pelos liberais enfatiza que “as empresas devem encorajar o desenvolvimento político e legal que versa a favor do interesse público” (TOMEI, 1984, p. 191).
Tomei (1984) conclui que tanto o enfoque liberal quanto o enfoque conservador de responsabilidade social vão de encontro aos conceitos fundamentais e objetivos de responsabilidade social. Segundo Tomei (1984, p. 191),

a responsabilidade social não é  um  objetivo  anti  mercadológico,   mas uma  forma também   eficaz  de   alcançar  e  manter   rentabilidade.  A  principal   questão   que  ambos   os   enfoques   abordam   é   a    identificação   do   papel   próprio   que   a  legislação  e  a  política  pública  devem desempenhar para criar e manter um ótimo ambiente organizacional.




Diante desse cenário, a Responsabilidade Social é, também, uma estratégia neoliberal cujas realizações buscam minimizar ou mesmo substituir a presença do Estado interventor na economia. Porém, e isso deve ficar claro para você, as empresas não só cedem às pressões e inauguram uma nova relação com a sociedade civil mas também podem promover uma mudança nos nossos hábitos de consumo. Quando escolhemos entre duas marcas de chocolate, optamos por aquela que tem um rótulo com os dizeres “chocolate artesanal: respeito ao homem e à natureza”, por exemplo. Claro que isso implica em outro tipo de consumidor (GARCIA, 2004).

 CO367t--q7kCFUlp7Aod4jwAyA>  “Programa na mão certa”, fala sobre o Grupo Casco que participa de três Programas de Responsabilidade Social.

http://www.responsabilidadesocial.com/>  O próximo site fala dos vários programas e da importância da Responsabilidade Social na atualidade.

SAIBA MAIS
O link a seguir apresenta uma pesquisa abordada durante a conferência Ethos 360°, em São Paulo, dos pesquisadores Afonso Fleury, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Khalid Nadvi e Rudolf Sinkovics, ambos da Universidade de Manchester, que focaram sua análise na avaliação das empresas e em como elas enxergam a responsabilidade social. O objetivo é entender como entra a responsabilidade social corporativa no modelo de negócios da empresa, como a questão está posicionada na criação de valor, como está sendo trabalhada na relação com o consumidor e como está afetando os resultados financeiros da empresa.

REFLITA
O texto a seguir apresenta alguns argumentos contra e a favor da Responsabilidade Social. Argumentos contra e a favor da responsabilidade social da empresa

Argumentos contra
Os argumentos contra a responsabilidade social das empresas têm sido mais amplamente articulados por Milton Friedman. Ele defendeu a ideia de que a tarefa da empresa é otimizar o lucro do acionista (proprietário) por meio do bom uso dos recursos organizacionais. Muitos acusam Friedman e seus adeptos de não se preocuparem com a justiça social. No entanto, não é esse o caso, Friedman e seus seguidores se baseiam na tese de que a empresa não deve assumir responsabilidade social direta.
Friedman e seus muitos seguidores argumentam que a empresa deveria apenas buscar a otimização do lucro dentro das regras da sociedade.
Afirmam que uma empresa lucrativa beneficia a sociedade ao criar novos empregos, dar boas condições de trabalho e pagar salários justos, que melhoram a vida de seus funcionários, além de contribuir para o bem-estar público pagando seus impostos. A empresa concentra seus recursos com mais eficiência e eficácia.

Argumentos a favor
Keith Davis defende a responsabilidade social das empresas. Ele argumenta que a responsabilidade social anda de mãos dadas com o poder social, e já que a empresa é a maior potência no mundo contemporâneo, ela tem a obrigação de assumir uma responsabilidade social correspondente.
Por sua vez, a sociedade, que deu esse poder às empresas, pode chamar a empresa para prestar contas pelo uso desse poder. Davis também afirma que a empresa precisa estar aberta aos problemas sociais e que a sociedade deveria valorizar os esforços na área da responsabilidade social. Davis reconhece que ser socialmente responsável tem seu preço, mas argumenta que as empresas deveriam repassar com legitimidade esse custo aos consumidores na forma de aumento de preços. De maneira ainda mais revolucionária, Davis afirma que a empresa tem obrigação até de ajudar a resolver problemas sociais nos quais está diretamente envolvida.
Essa obrigação visa ao bem comum, porque, quando a sociedade melhora, a empresa se beneficia. Em geral, Davis encara a empresa como uma pessoa. A sociedade pode esperar menos de uma empresa do que espera de um indivíduo? Fonte: Argumentos… (s./d., on-line).

SAIBA MAIS
Este próximo link levará você a um artigo que debate questões éticas na prática empresarial, por meio da proposta de um modelo teórico, apoiado em hipóteses que exploram os fatores culturais, morais e contextuais que influenciam as opções de natureza social nas organizações.

INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do livro: Responsabilidade Social e Sustentabilidade: os novos desafios da empresa moderna
Editora: Lemos & Cruz
Autor: Frederico Matos Thales de Araujo
ISBN: 9788599895733
Comentário: O Livro aborda os novos desafios decorrente das atividades empresariais.
Nessa obra, o autor apresenta a evolução histórica da responsabilidade social e traça um paralelo acerca da filantropia empresarial e da responsabilidade social da empresa, apontando suas divergências.

Culturas das organizações x ideologias

O capitalismo fundamentalmente se qualifica por ter as seguintes características: obtenção de lucro, generalização da mercadoria, trabalho assalariado, exploração da mais-valia e administração racional-burocrática. Esse sistema econômico, no entanto, transformasse para poder se manter. O sistema capitalista iniciou-se a partir da Revolução Comercial, com a disseminação das manufaturas, o que possibilitou a ocorrência de acumulação primitiva de capital.
Pode-se dizer que capital é tudo aquilo que gera renda para o seu detentor. O capital pode ser manifestado na forma de dinheiro, na forma de máquinas, equipamentos e imóveis e, também, na forma de mercadorias decorrentes da produção. Por isso, tal sistema econômico é definido como capitalismo, já que o capital passou a ter primazia sobre a terra, que era fundamental no feudalismo.
A acumulação primitiva de capital é a etapa básica para que uma sociedade possa ingressar no sistema capitalista. Corresponde ao processo social de geração de riquezas que serão direcionadas para a poupança, em vez de serem gastas em consumo improdutivo.
Assim, a acumulação de capital possibilita que uma classe social, no caso, a burguesia, detenha esse fator estratégico para produzir os bens econômicos, sejam eles de consumo (comida e roupa) ou de produção ou capital (aço e eletricidade).
Com a Revolução Industrial, o capitalismo adentrou outra fase, ou melhor, atingiu a sua plenitude e passou por uma etapa competitiva (capitalismo competitivo). Nesse período, o sistema econômico capitalista assumiu completamente suas características: generalização da mercadoria, trabalho assalariado e exploração da mais-valia.
Mais-valia é um conceito de Karl Marx que se refere ao trabalho suplementar que advém do trabalho social dos operários e se concentra na mão dos capitalistas por meio do lucro comercial ou industrial, do juro ou da renda da terra.

Fonte: Sergey Maksimov, 123RF

CULTURA DAS ORGANIZAÇÕES

A palavra “cultura” tem múltiplos significados dentro do nosso idioma. Um deles é cultura enquanto plantação, como a cultura de arroz. Cultura, nesse caso, vem do verbo cultivar.
Outra concepção de cultura é sinônimo de erudição; erudição é a característica de pessoas detentoras de vasto e profundo conhecimento em diversos assuntos. Dessa maneira, podemos nos referir a esses indivíduos como cultos.
Para as Ciências Sociais, cultura diz respeito a toda manifestação material e não material de um povo ou grupo social. Logo, cultura é tudo aquilo que passa pela ação do trabalho humano, por meio do qual somos capazes de transformar a natureza. Sendo assim, toda produção, seja ela material (artesanato, comidas, roupas, moradias, ferramentas, dentre outras) ou não material (linguagem, histórias, ideias, projetos etc.), não é natural, e sim cultural. Em suma, cultura é toda manifestação humana proveniente do trabalho, que é a maneira por excelência de explorar a natureza e obter a subsistência.
Além dessa concepção importante para nós, há outra, que diz respeito à cultura como parte de uma sociedade ou povo. Um povo ou nação tem manifestações típicas de sua cultura. No caso do Brasil, temos vários exemplos, desde os mais estereotipados, como o carnaval, o futebol e o celebrado “jeitinho brasileiro”, até os menos percebidos, como a nossa alegria de viver, o descaso com horários, regras e convenções e a informalidade nas mais diversas relações sociais. Tal ideia de cultura contempla, também, a ciência ou a produção artística, como a telenovela – exemplo mais notório dos últimos quarenta anos.
Segundo Marconi (1995), a diversidade cultural é um fato relativo à própria espécie humana, que, mediante o surgimento e a formação de sociedades variadas, tem produzido uma série de culturas diferentes. Por exemplo, não exageramos ao afirmar que existe uma cultura latino-americana, mas é errôneo pensar que as realidades distintas, como a brasileira, a mexicana e a argentina, possam expressar culturas iguais.
Sem dúvida, existe muita semelhança, mas em meio a um processo de globalização e padronização cultural, as culturas das sociedades modernas buscam preservar suas particularidades culturais, como se isso fosse, mais que uma resistência, uma forma de preservação de identidades.
Como se sabe, as últimas décadas foram marcadas por inúmeras alterações de cunho econômico, político, social e cultural, e as organizações foram, como toda a sociedade, diretamente afetadas por essas mudanças. Há muito mais critérios para direcionar a gestão dos negócios do que meramente a obtenção de lucro.
Hoje, por exemplo, é preciso ser ético e sustentável. Outro fator que determinou grandes guinadas foi o das inovações tecnológicas, sempre constantes e que exigem respostas rápidas, tanto de empregadores quanto de empregados. Um exemplo interessante: a invenção da máquina a vapor desencadeou a Revolução Industrial e, junto com ela, uma série de acontecimentos que tem efeito até os dias atuais.
A cultura, assim como as organizações, é constituída de manifestações individuais e de grupo, e também está sujeita a sofrer com mudanças conjunturais, precisando ser levada em conta no planejamento estratégico das empresas. O Brasil tem uma variedade imensa de características culturais regionais que estão integradas em uma base única, que é chamada de cultura brasileira. Tais variações são o que chamamos de subculturas, não porque sejam superiores ou inferiores umas às outras, mas porque constituem variações da cultura total. Essa variedade é decorrente, em parte, da dimensão geográfica, das variações climáticas, de ecossistema e de desenvolvimento social que configuram cada região de nosso país. São fatores como esses que podem proporcionar os elementos para o desenvolvimento de práticas culturais totalmente diversas umas das outras.
Dizemos em parte porque uma subcultura não estará necessariamente ligada a um  determinado espaço geográfico, por exemplo, pois “uma área cultural pode corresponder a uma subcultura, mas dificilmente ocorre o inverso, isto é, uma subcultura identificar-se com determinada área cultural” (LAKATOS; MARCONI, 1995, p.137). Sabemos, por exemplo, que a cultura nordestina é diferente da cultura sulista, e, mesmo dentro de uma região comum a vários estados, experimentamos várias manifestações culturais díspares e extremamente particulares, como no caso da região sudeste (veja São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo). Inclusive em Minas Gerais, um dos maiores estados do Brasil, é possível verificar que as práticas culturais variam bastante do sul para o norte do estado, ou do Triângulo Mineiro para a Zona da Mata. Trata-se de:

Um  meio  peculiar  de  vida  de um  grupo menor  dentro  de  uma  sociedade maior.
Entretanto,   embora  os  padrões  da     subcultura     apresentem     algumas divergências   em   relação   à   cultura   central   ou     à   outra     subcultura,  mantêm-se   coesos   entre   si (LAKATOS;MARCONI, 1995, p.137).


Da mesma forma que a cultura de uma sociedade é configurada por um conjunto de valores, de costumes, de atividades, hábitos que lhes são peculiares, também as organizações têm culturas que lhes são inerentes.
Chama-se cultura organizacional aquela que se desenvolve no interior das organizações e orienta o comportamento dos indivíduos que dela fazem parte, estabelecendo uma identidade, à qual eles se identificam, gera, ainda, um sentimento de pertencimento a algo maior que eles, singularmente considerados. Atualmente, a maioria das empresas já conta com códigos de conduta próprios e sistemas de valores adotados pela organização que refletem, de certa maneira, as práticas culturais dela.
Assim como existem culturas diferentes em países, regiões ou cidades, também a cultura de uma organização será diferente daquela verificada em outra organização, podendo se assemelhar em alguns aspectos, principalmente no tocante ao direcionamento da empresa.
A cultura organizacional também é dinâmica e está sujeita a alterações mediante mudanças na sociedade em que está inserida, em virtude de questões de apelo mundial.
A cultura de uma empresa é, ainda, uma forma de estratégia que se altera segundo as necessidades do mercado e da concorrência. É um mecanismo de controle ajustável por meio do qual é possível aumentar enormemente o desempenho da empresa, mantendo a organização flexível e mais facilmente adaptável a alterações no ambiente em que está inserida.
Ao estabelecer um conjunto de valores e normas que deve ser interiorizado pelos funcionários, a empresa detém o poder de definir quais são os limites aceitáveis de comportamento, assim como estabelece punições para aqueles que forem considerados desviantes.
Em contrapartida, é preciso que essas propostas também estejam alinhadas com as expectativas dos indivíduos que dela fazem parte, que chegam à empresa com personalidades já formadas, valores e preconceitos já estabelecidos. Para Oliveira (2006, p.225), “a socialização condiciona os objetivos pessoais, que levam o indivíduo a buscar as organizações com o fim de nelas conseguir a satisfação, seja entrando como empregado, seja criando sua própria empresa”.

SAIBA MAIS
Segundo Oliveira (2004), a palavra ideologia foi usada no começo do século XIX pelo francês Destutt de Tracy, com o significado de ciência que tem por objeto o estudo das ideias. Mais tarde, Karl Marx e Friedrich Engels deram a ela o sentido de consciência social de uma classe dominante. Nesse sentido, Marx e Engels entendiam ideologia como um conjunto de ideias falsas cujo objetivo era mascarar a realidade social, encobrindo as relações de dominação e exploração a que estão submetidas as classes dominadas.
Para Oliveira (2004), com base nessa perspectiva, ideologia teria o mesmo significado de “falsa consciência”.

A definição de ideologia apresentada por Oliveira (2004) irá ajudá-lo, a entender o artigo que está disponível em

Segundo Marx (2000 ), é necessária a existência do indivíduo para que este possa pensar.
Primeiro, o ser humano tem que produzir suas condições materiais e concretas de vida, pelo trabalho, que são os bens necessários à sua existência e à sua sobrevivência.
A esse processo Marx deu o nome de infraestrutura.
Existe uma base econômica na sociedade que está relacionada às formas de produção de bens necessários para a sobrevivência. A própria sociedade cria necessidades sempre superiores em quantidade e sem qualidade, e são essas necessidades crescentes que incentivam o desenvolvimento constante das forças produtivas. Assim, o trabalho para o humano é ontológico, isso quer dizer que o trabalho é indissociável da existência humana – não é uma opção. É por isso que o modo de produção consiste nas forças produtivas e nas relações sociais de produção, que, juntas, criam a existência em uma determinada sociedade.
A desigualdade de propriedade cria contradições que provocam um processo revolucionário.
As forças produtivas e as relações sociais determinadas por elas modificam-se a cada momento, por isso são determinadas historicamente, e esse movimento ocorre à medida que vão aumentando as necessidades. É materialismo porque o indivíduo está produzindo sua existência de forma concreta, trabalhando e produzindo as coisas da vida e, assim, cada mudança nessa maneira de produção faz com que mude a maneira de se viver também.
Para Marx, não são os pensamentos que determinam a vida; é a vida que determina os pensamentos. Essa é a base do materialismo histórico, em contraposição ao idealismo hegeliano. Não são as relações sociais que determinam a vida, mas é a vida que determina as relações sociais. Vivemos de acordo com a nossa época e produzimos os bens necessários para esse modo de viver, a cada época.
Vejamos, então, como, segundo Marx, a realidade aparece invertida e tomada de ideologia.
Tendo o poder nas mãos, a burguesia faz o discurso filosófico que convence os trabalhadores de que a proposta de modernidade seria o melhor para o futuro. O Estado burguês de direito político, ou, nas palavras de Marx, a superestrutura, institui as ideias de igualdade e liberdade, conseguindo, com isso, a dominação por meio de sua ideologia. A burguesia tem poder econômico e consegue tomar o poder político para convencer a todos que esse é o melhor caminho; essa classe social dominante faz uso de um discurso que consiste na afirmação de que todos têm direitos iguais, desde que aceitem a relação de exploração.
A superestrutura serve para reafirmar a ideologia de que esse modo de vida é o correto, a fim de manter o sistema. Para tanto, a filosofia empresta sua contribuição para a formação do Estado burguês. O poder vem de cima para baixo, dizendo que existe uma lei que deve ser respeitada.
A sociedade é composta de classes opostas. Existem os opressores e os oprimidos, aqueles que detêm o poder e os outros que têm que segui-los. Existe um conflito constante de interesses opostos. A dominação, portanto, é mascarada, mas está presente.
Existe e sempre existiu a luta constante entre interesses opostos. O Estado, as leis e as normas existem para reproduzir o sistema burguês e, com isso, promover a alienação da consciência das classes. A Revolução Industrial acelerou o processo de alienação do trabalhador, dos meios de produção e dos produtos de seu trabalho. Marx acreditava que, pelo fato de o ser humano ter perdido sua liberdade em função do trabalho, houve uma desvalorização do mundo humano, crescente em razão direta da valorização do mundo das coisas, porque o objeto que o trabalho produz contrapõe-se-lhe como um ser estranho, como um poder independente do produtor.

SAI BA MAIS
Este texto apresenta vários aspectos do controle social nas organizações e analisa as contribuições de Merton, Selznick, Goudner, Crozier, o grupo de Aston e Weber. Foi originalmente publicado por Motta em 1979, e é revisitado por Vasconcelos e Wood Jr., que atualizam a bibliografia e adicionam alguns comentários, acrescentando a perspectiva simbólica aos argumentos originais. Essa nova perspectiva foi esboçada pelo próprio autor original, no curso “Simbolismo Organizacional”, realizado na EAESP/FGV (1º semestre, 1993)

http://polis.org.br/uploads/1058/1058.pdf>  Fala a respeito do que significado de controle social, por que ele é importante, quem o executa, como se concretiza e como pode aprofundar a democracia.

REFLITA
Ao findar esta unidade percebemos como o sistema capitalista fez a técnica transformar-se em tecnologia. A técnica torna-se um ramo do conhecimento em que a busca de resultados é identificada como um constante aumento da produtividade do trabalho.
Dessa forma, vimos que o desenvolvimento tecnológico não se limita ao aperfeiçoamento dos produtos, mas à procura pela incrementação do processo de produção deles. Assim, com a junção da tecnologia com a ciência, temos uma revolução técnico-científica, simbolizada nas atuais tecnologias de comunicação e de informação, como os satélites e computadores de última geração, por exemplo.
Por isso, é de extrema importância que você observe que o avanço tecnológico é uma constante na vida humana, dentro da lógica das sociedades industriais, pois, ao mesmo tempo em que cessa atividades existentes, cria novas necessidades e novos serviços, o que nos conduz a um velho impasse social e histórico, que é o alto índice de pobreza e miséria social, esparramado pelas várias partes do mundo. Independente dos pontos de vista sobre a relação entre capital-trabalho-tecnologia, eles não podem se ausentar em relação a esse problema.
No Fórum Econômico Mundial, que ocorreu em janeiro de 2016, na Suíça, uma das discussões foi o desaparecimento de inúmeros postos de trabalho por conta dos avanços tecnológicos. Considerando esse fato, leia o artigo disponível: <https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia-pode-acabar-com-5-milhoes-de-empregos-no-mundo-ate- 2020-18498564>, e reflita a respeito de como isso pode afetar sua vida profissional e como se adequar a essa realidade.
SAIBA MAIS
O artigo a seguir discute alguns dos desafios do crescimento brasileiro para alcançar uma distribuição da renda mais equitativa, tendo em vista a institucionalidade das políticas públicas setoriais, da infraestrutura nacional e do trabalho social.

SAIBA MAIS
Para saber mais sobre o assunto estudado, acesse o link a seguir e veja a organização geral do livro “Economia brasileira: uma introdução crítica”, de Luiz Carlos Bresser, de 1998.

INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do livro: A Identidade cultural na Pós-Modernidade
Editora: DP & A
Autor : Stuart Hall.
ISBN: 9788574904023
Em “A Identidade cultural na Pós-Modernidade”, Stuart Hall busca avaliar se estaria ocorrendo uma crise com a identidade cultural, em que consistiria tal crise e qual seria a direção dela em momento pós-moderno.
Palavras-chave: Cultura. Pós-modernidade. Identidade cultural.

INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do livro: Da divisão do trabalho social
Edit ora Martins Fontes.
Autor : Emile Durkheim.
ISBN- 10: 8578272536
ISBN-13: 978-8578272531
O papel que os agrupamentos profissionais estão destinados a desempenhar na organização dos povos contemporâneos é o tema desse livro.

INDICAÇÃO DE LEITURA
Nome do livro: Mudanças sociais no Brasil
Edito ra Global.
Autor : Florestan Fernandes.
ISBN: 978-85-260-1334-6:
De forma tumultuária e contraditória, é animado o progresso no Brasil, onde uma estrutura social arcaica subsiste no campo, enquanto nas principais cidades se atinge o nível dos países industrializados da civilização ocidental. Nos últimos anos, essa situação se aguçou, violentando-se paisagens milenárias com rodovias modernas, forjando-se a indústria pesada e criando-se um potencial energético capaz de atender às exigências do desenvolvimento.

CONCLUSÃO
A Sociologia estuda e procura compreender fenômenos e relações sociais existentes em um dado ambiente. Pode-se imaginar que a Sociologia aplicada às organizações empresariais é a vertente que tem as ferramentas necessárias para compreender os fenômenos e as relações sociais dentro do ambiente empresarial. É natural imaginar que existe interesse, por parte dessa ciência, em investigar o referido ambiente, sendo que a economia e seus elementos é que têm ditado os rumos do mundo, dispondo de poder de pressão suficiente para direcionar as políticas públicas dos países. As empresas deixam, afinal, de possuir um papel meramente econômico e passam a ser vistas como elementos de garantia da estabilidade social.
Sociologia, contudo, não nos dá uma fórmula exata para resolver todos os problemas de desigualdade social decorrentes das relações de trabalho dentro do sistema capitalista, porque as relações sociais envolvidas não fazem parte de uma ciência exata, elas são subjetivas. Para analisar o processo de organização do trabalho frente aos novos modelos de gestão, por exemplo,, vimos, no desenvolver desta disciplina, que devem ser considerados diversos fatores que desencadeiam os fenômenos sociais (cultura, etnias, relações de poder, gênero, ideologias dominantes etc.).
Assim, a Sociologia oferece instrumentos que podem auxiliar a compreender essas relações envolvidas na construção de nossa sociedade. Nessa perspectiva, pensamos que a Sociologia é uma ciência importante para pensar, criar, desenvolver instrumentos sociais que colaborem para, ao menos, diminuir as desigualdades sociais e construir uma sociedade mais justa.
Encerramos aqui os estudos da disciplina Introdução à Sociologia. Nossa intenção não  foi esgotar as discussões sobre os temas abordados, porque são extremamente complexos e abrangentes. Além do mais, são objetos de constantes estudos e pesquisas de renomados(as) pesquisadores(as) que, a todo instante, direcionam seus esforços para analisá-los com o intuito de trazer à luz os aspectos mais escondidos das naturalizações.
O nosso principal objetivo foi trazer algumas breves discussões sobre esses temas, com o propósito de instigá-lo(a) a refletir, por meio de uma leitura crítica, e, assim, buscar soluções para os problemas encontrados durante a sua jornada profissional.
Esperamos ter contribuído para aguçar a percepção e o entendimento de que a sociedade é composta por diferentes atores, sujeitos construídos historicamente, muitas vezes excluídos e marginalizados, e que essa marginalização se dá a partir de jogos de poder presentes nas relações
sociais. A partir dessa percepção, você, enquanto profissional, pode atuar para a transformação da realidade, desconstruindo preconceitos e ações discriminatórias a partir de suas ações.
Em nossa sociedade, onde o valor de algo está intrinsecamente ligado à questão econômica ou a capacidade de geração de retorno financeiro, é frequente o questionamento sobre qual seria a função das ciências humanas na atualidade. Em nosso caso, em específico, falamos das ciências sociais. Assim, é importante compreender que a sociedade se apresenta de uma forma mais complexa e está assentada sob certos paradigmas que fazem parte do nosso cotidiano sem que sequer percebamos. 

Sobre a função das ciências sociais na atualidade, podemos dizer que:

Escolha uma:
a. A sociologia tem como objetivo central fazer a revolução socialista, isso pode ser visto ao longo da sua história como disciplina.
b. A sociologia, sendo um campo científico, trabalha para que a verdade prevaleça, neste sentido ela é superior as demais ciências humanas.
c. A sociologia tem como função deturpar a dominação por via econômica, de forma a destituir a classe dominante.
d. A sociologia assume uma postura desnaturalizadora e desconstrutora, visando a transformação da sociedade.
e. A sociologia tem como função principal o auxílio ao desenvolvimento econômico, já que a igualdade econômica é um dos seus objetivos.


Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um filósofo iluminista que em muito colaborou para pensar a sociedade sob formas mais autônomas de análise, fora de espectro de interpretação de instituições de poder que ainda pesavam nas críticas filosóficas. 
Sobre a política, o filósofo argumentava que:

Escolha uma:
a. O poder pertencia ao povo e este era soberano em seu exercício, não devendo abrir mão deste ou negociá-lo.
b. O poder estava nas mãos da burguesia iluminada, já que somente esta poderia conduzir o povo à razão.
c. O poder estava nas mãos de realeza, porque a aristocracia era comprovadamente a melhor forma de política.
d. O poder pertencia ao clero, pois estes poderiam guiar o povo para o verdadeiro esclarecimento.
e. O poder se manifestaria de forma espontânea, cabendo ao destino a melhor forma de expressão política.


No século XIX a Europa viu o surgimento das ciências sociais, que emergiram em meio a profundas mudanças sociais. É importante ressaltar que a sociologia constitui-se de um campo científico autônomo, com uma base teórica, com métodos específicos e objetos bem delimitados. 
Assim, a sociologia é uma ciência que:

Escolha uma:
a. Analisa a composição das organizações e o modo como ela delega funções ao indivíduos. 
b. Estuda a organização da sociedade e as diversas situações dos sujeitos que a compõe.(acertada)
c. Investiga as apreensões culturais das mais variadas culturas, compreendendo suas especificidades.
d. Estuda os indivíduos em suas trajetórias históricas, procurando não enquadrá-los em compreensões mais genéricas.
e. Compreende a sociedade como polos separados, que não possuem ligação intrínseca.


Nos estudos de ciências sociais, a sociedade é entendida como essencialmente desigual, desde os povos ditos primitivos até os dias atuais. Neste sentido, a estratificação social, ou seja, conferir maior ou menor prestígio a um grupo de indivíduos acontece em diferentes dimensões. Para Tomazi (2000), se aluindo à Weber, essas dimensões da estratificação seriam:

Escolha uma:
a. Econômica, social e política.
b. Econômica, política e histórica.
c. Social, moral e econômica.
d. Social, política e étnica.
e. Social, moral e ética.  

Pensar nas organizações, atualmente, implica em entendê-las como importantes elementos na trama social. Com isso, os estudos da sociologia acerca dos processos sociais intrínsecos, tais como relações de trabalho, correspondência de produção e consumo,  dentre outros. Na análise sociológica, para Castro (2007), a abordagem sobre as organizações vão no sentido de:

Escolha uma:
a. Conhecer todos os aspectos que envolvem a organização, isso porque o foco do trabalho do sociológo é a administração com responsabilidade social.
b. Afastar-se de certos aspectos que regem a organização do trabalho nas insituições, como, por exemplo, os processos que buscam maximizar a produção e minimizar os custos.
c. Fazer oposição às organizações, na medida em que se concebe que instituições que visam a acumulação de capital são contrários aos interesses da pesquisa sociológica.
d. Formular hipóteses e apontar tendências nas organizações, mas não tem a preocupação em resolver problemas ou indicar soluções. (acertada)
e. Trabalhar em consonância com a gestão organizacional, com intuito de melhorar os processos cotidianos e corrigir de imediato problemas de impacto social. 

Em geral, as pessoas possuem motivações distintas ao definir objetivos e traçar metas para suas vidas. Quando pensamos em um grupo de indivíduos agindo de determinada forma, seguindo um padrão específico de comportamento, temos uma possibilidade de estudo por parte sociologia. Uma das contribuições de Max Weber neste sentido foi de refletir a noção de ação social, ou seja, bases sob as quais o indivíduo se pauta para agir no mundo. A partir dessa explicação, identifique os tipos de ação social construídas por Weber:

Escolha uma:
a. Ação afetiva; ação tradicional; ação racional de produtividade; ação comunitária.
b. Ação racional com relação aos fins; ação racional com base econômica; ação afetiva; ação tradicional.
c. Ação racional com relação a valores; ação comunitária; ação racional com relação aos fins; ação com valores identitários.
d. Ação racional com relação aos fins; ação racional com relação a religião; ação tradicional; e ação com valores econômicos.
e. Ação racional com relação aos fins; ação racional com relação a valores; ação afetiva; e ação tradicional. 

Em uma organização é necessário que haja o controle dos processos, das funções, desde uma operação mais complexa até um simples telefonema. Essas ações são essenciais para que a organização, por intermédio da burocracia, consiga operar e delegue funções para os indivíduos que as integram. Weber, ao pensar sobre a burocracia, analisa os  impactos negativos, dizendo em suma que:

Escolha uma:
a. Pode ser desmotivadora, porque a subjetividade do indivíduo não é levada em consideração.
b. Pode limitar a produção de uma empresa, por exemplo, pois a burocracia é causadora de problemas.
c. Pode gerar exaustão, isso porque a produção racional é contrária à natureza humana. 
d. Pode limitar a expansão das potencialidades dos sujeitos, limitando-os a regras e funções.
e. Pode produzir alienação no indivíduo, o afastando da materialidade do seu trabalho.


Frequentemente, ouvimos que uma pessoa ou um grupo de pessoas, detêm muito poder. Essa afirmação, para além do seu significado do senso comum, liga-se a um importante conceito para as ciências sociais, o conceito de poder. As definições para este termo são amplas, mas em suma ele significa na relação indivíduo e sociedade:

Escolha uma:
a. A capacidade de ação do indivíduo, que se apresenta apenas nas decisões políticas ou de grande importância.
b. A capacidade de agir que um indivíduo tem, que pode se expressar pela capacidade de determinar aspectos comportamentais da vida de outrem.
c. A possibilidade de acumular capital, que infere em todas as esferas da sociedade, tais como cultura, economia e política.
d. A necessidade de autoafirmação do indivíduo na sociedade, ao se declarar detentor de poder, isso impacta diretamente no social.
e. A relação cultural entre pessoas de diferentes níveis sociais, relação esta caracterizada pela troca recíproca.


As relações entre Estado e o povo são muitas vezes delicadas. Nas sociedades democráticas, ao elegerem representantes, o povo escolhe porta-vozes das suas vontades e interesses e deposita nestes suas expectativas. Assim, lhes conferem muito poder ao torno de suas decisões e utilização legítima dos mecanismos de exercício deste poder. Sobre o elo entre Estado e povo é correto dizer que:

Escolha uma:
a. Para manutenção do poder político é essencial que haja a legitimação da população.
b. A manutenção do poder político pode ser efetivada pelo uso da força, sendo instrumento único de legitimação.
c. O poder pertence ao povo, portanto, os artifícios de uso da força e legitimação do poder pertencem a ele.
d. A eleição é a ligação que o povo estabelece com o Estado, a partir isso, todo o poder é do Estado.
e. A utilização da violência como forma de exercício de poder político é ausente em qualquer sociedade democrática.


Desde relações cotidianas até o âmbito político, tudo remete-se à raízes históricas, que podem e devem ser trazida à luz das ciências sociais. E não seria diferente quando refletimos sobre o valor do trabalho na sociedade brasileira. É de conhecimento geral, que o Brasil passou por um longo período no qual o trabalho escravo foi a principal força produtiva. Isso tem refletido até os dias atuais, porque:

Escolha uma:
a. Além do trabalho braçal ser visto como depreciativo, após a abolição da escravatura, não houve preocupação estatal em reintegrar os ex-escravos ao mundo do trabalho, gerando grave problema social.
b. O trabalho braçal era visto como depreciativo, exceto se ele fosse executado por brancos europeus, que nessa época chegavam ao Brasil.
c. Ainda que o trabalho braçal fosse mal visto, este problema foi alvo de preocupação dos governantes, pois não era desejável a desemprego com o advento da abolição da escravatura.
d. O enaltecimento de nossa terra e riquezas naturais foi responsável pela valorização do trabalhador do campo, já que este era e é o gerador de renda para o país.
e. Criou-se um grande problema social no país com a abolição da escravidão, após isso não havia trabalhadores disponíveis, o que fez o Brasil se afundar na maior recessão já vista na história,


O nascimento das ciências sociais está relacionado com o surgimento da sociedade capitalista. Este novo modelo de produção, consolidado após as Revoluções Francesa e Industrial, gerou uma série de mudanças na sociedade, bem como criou momentos de instabilidade e conflito. Assim, pensar a sociedade neste momento de intensas transformações na história humana foi essencial para os primeiros sociólogos. Algumas das principais mudanças foram:

Escolha uma:
a. A chegada da burguesia ao poder; aumento da produção; surgimento do proletariado e êxodo urbano.
b. Aumento da produção; prosperidade urbana; intensa industrialização e surgimento do proletariado.
c. A chegada da burguesia ao poder; empobrecimento do clero; distribuição igualitária de renda e intensa industrialização;
d. Surgimento do proletariado; aumento da produção; abandono das atividades no campo e declínio da burguesia.
e. A chegada da burguesia ao poder; intensa industrialização; aumento da produção e surgimento do proletariado.


Em uma interação entre indivíduos, desde conversas cotidianas até em relações formais de trabalho, se observa a questão da dominação, ou seja, de quem exerce o poder e como esse poder se legitima sobre os outros. Assim, o poder diz respeito sobre a possibilidade da imposição de vontades de um indivíduo sobre o outro, moldável de acordo com esferas econômicas, culturais e políticas. (QUINTANEIRO et al., 2000). A dominação, proporcionada pelo poder, encontra formas de legitimação e na sociedade capitalista pode ser legitimada através:


Escolha uma:
a. Da burocracia, que instaura normas rígidas, leis e princípios, com intuito de manter a estrutura social e delegar funções.
b. Da irracionalidade, que estabelece padrões de funcionamento regulares em uma dada organização para padronização
c. Da tradição, herdeira das normas e princípios anteriores, responsáveis por manter a estrutura social e delegar funções.
d. Da afetividade, reforçada por meio das conexões familiares, e, responsável pela coesão social no cotidiano e nas instituições.
e. Dos laços sociais, que determinam quem deve exercer poder e quem deve se submeter a este poder.


A produção em massa, o trabalho assalariado, as redes urbanas, dentre outras questões, tem como ponto convergente um evento ocorrido há quase trezentos anos atrás: a Revolução Industrial. Deste evento histórico decorrem o surgimento de duas principais correntes filosóficas, que versavam sobre impacto das atividades econômicas na vida indivíduos, acerca das causas das mazelas sociais; dentre outros objetos de discussão. As referidas correntes filosóficas são:


Escolha uma:
a. O capitalismo e o stalinismo.
b. O comunismo e o consumismo.
c. O fordismo e o socialismo.
d. O liberalismo e o socialismo.
e. O liberalismo e o stalinismo.


O aprimoramento das técnicas, ou seja, das melhores formas de realizar uma ação, está relacionada diretamente com a tecnologia e com o desenvolvimento do capitalismo. No século XXI a tecnologia, além de ser um dos braços do capitalismo, se expressa:

Escolha uma:
a. Pela Revolução técnico-científica, ilustrada nas tecnologias hodiernas como as de comunicação e informação.
b. Pela Revolução técnico-científica, que é basicamente o acesso à internet e as redes sociais.
c. Pela Revolução técnico-robótica, que pretende suplantar completamente da mão de obra humana.
d. Pela Segunda Revolução Industrial, manifestadas pelas tecnologias aeronáuticas e marítimas.
e. Pela Segunda Revolução Industrial, caracterizada pelas primeiras tecnologias de ponta no campo.


No Brasil, desde a década de 1980, insere-se um movimento por parte das empresas visando a Responsabilidade Social. A Responsabilidade Social, em suma, se expressa pelas ações das empresas em torno de alguma atividade de contribuição social, seja ela no âmbito da cultura, do meio ambiente, dos esportes, da educação, dentre outros. (GARCIA, 2004). Assim, não apenas o Estado, mas também as empresas tomam para si esta responsabilidade. Sobre a relação entre Estado e empresas, assinale a alternativa correta:


Escolha uma:
a. É possível que o Estado brasileiro, por meio legais, se destitua de qualquer responsabilidade sobre os problemas sociais.
b. Estado e empresa vivem em situação de conflito, já que o primeiro entende que as empresas não fazem ações sociais suficientes para minimizar os impactos causados.
c. As empresas fazem ações sociais para gerar lucros, já que, comprovadamente a responsabilidade social é geradora de lucros.
d. O Estado evita lidar com os problemas sociais, por isso, delega às empresas essa responsabilidade.
e. O Estado fomenta práticas de responsabilidade social através da dedução de impostos de produtos e serviços para as empresas.


Leia o trecho a seguir:

As empresas direcionam e aumentam seus investimentos em soluções e mudanças significativas no nível organizacional, procurando tornar as organizações mais dinâmicas, flexíveis, incentivando decisões descentralizadas, o aumento da participação, qualificação e comprometimento dos trabalhadores, o desenvolvimento de suas habilidades, e voltando a sua atenção para o aumento da competitividade e valorização do “fator humano”. (ROTTA, 2018, p. 2)

No desenvolver do mundo do trabalho, as organizações exigem muito mais do que um profissional formado à nível técnico, mas também que entenda o “fator humano” nas relações de trabalho. Sobre esta constatação identifique a afirmação condizente com a proposta:
Escolha uma:
a. O indivíduo, seja nas organizações ou na sociedade em geral, é responsável por ação sobre o outro, independentemente da posição que ocupa.
b. O indivíduo pode estar desligado do seu âmbito social, de forma que sua ação não impacta diretamente nas relações de trabalho.
c. O indivíduo está sempre à mercê da dominação no mundo do trabalho, não sendo possível agir em qualquer instância para abalar esse quadro.
d. O único que deve refletir sobre sua ação e seu impacto sobre os outros é o gestor de uma organização.
e. As empresas tradicionais, hierarquizadas e altamente burocratizadas, são aquelas que estão encabeçando as mudanças no perfil do profissional.


São vários os momentos da história que deram possibilidade para o capitalismo se expandir da forma que nos é apresentada atualmente, alguns se destacam. Um deles é quando o capitalismo atingiu seu ápice e apresentou suas características centrais. Podemos dizer que este momento histórico acontece:

Escolha uma:
a. Na Revolução Industrial, momento no qual o capitalismo entra em sua fase competitiva.
b. Na expansão marítima, no qual a acumulação de metais preciosos permitiu o seu desenvolvimento pleno.
c. Na Revolução Francesa, única responsável por garantir o predomínio do capitalismo como sistema econômico hegemônico.
d. No feudalismo, no qual foi possível os nobres exercerem plenamente o capitalismo.
e. Na Revolução Industrial, importante momento no qual a terra passa a ser constituído como capital.


Podemos complementar a explicação do que é cultura quando notamos as especificidades das manifestações culturais de um povo. Um exemplo é o chamado “jeitinho brasileiro”, caracterizado pela manifestação estereotipada do nosso povo, como o carnaval e a paixão pelo futebol. Esse aspecto desenha uma diversidade cultural, considerando que outros povos possuem maneiras diferentes de manifestação. Marconi (1995) argumenta que essa diversidade cultural é:
Escolha uma:
a. Apresentado por qualquer ser vivo, de forma que o surgimento de diversas espécies condiciona a existência de culturas diferentes.
b. Determinada pela evolução social o que diferencia as sociedades menos evoluídas de sociedades civilizadas.
c. Inerente à própria espécie humana, de forma que a existência de sociedades diversas se daria pela produção de várias culturas diferentes.
d. Um fato específico à própria espécie humana, de forma que os preconceitos manifestados são justificados pela diversidade cultural.
e. Particular da sociedade brasileira, pois só em nosso país é possível notar tantos elementos culturais que caracterizam essa diversidade.


Segundo Oliveira (2004) o conceito de ideologia, nascente no século XIX, ganhou novas conotações na percepção de Karl Marx e Friedrich Engels. Para estes pensadores, ideologia é um conceito que se refere à sobreposição de ideias sobre a realidade concreta, ou seja, um conjunto de ideias que deturpam a percepção desta realidade. Neste sentido, a ideologia serviria:

Escolha uma:
a. Para encobrir a exploração da classe dominante sobre a dominada, por meio da propagação de ideias falsas.
b. Para acentuar o conflito de classes por intermédio da imposição ideológica, confirmando a separação entre dominantes e dominados.
c. Para compor o modo de produção capitalista, como meio de aumentar a produção de mercadorias.
d. Para doutrinação da burguesia pelo aspecto alienante do capital, neste sentido, a ideologia afetava diretamente a classe dominante.
e. Para o usufruto da nobreza, que na época de Marx e Engels, começava a perder espaço para a burguesia em ascensão.


Marx, ao analisar o seu contexto, os sistemas de leis e normas servem para reproduzir a lógica burguesa. Este quadro, dentre outras problemáticas, levariam o trabalhador a um processo de alienação com relação ao seu trabalho. Lembrando que trabalho, na ótica de Marx, se remete também ao processo de manipulação do meio pelo homem com fins de sobrevivência. Assim, as consequências da alienação para Marx são:

Escolha uma:
a. Impossibilidade do surgimento de uma consciência de classe, de forma que a mudança de perspectiva não estava a alcance.
b. Doenças psicológicas crônicas, que impactariam diretamente na produção do trabalho.
c. Perda da liberdade humana e uma supervalorização do mundo das coisas, em detrimento do ser humano.
d. Valorização do trabalho como meio de sobrevivência e não mais como um fim em si mesmo.
e. A revolução, que só pode encontrar meios de existência no processo de alienação.

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